A graça de
Deus em nossos corações nos tornou servos dEle. Talvez sejamos servos infiéis
e, certamente, somos indignos. Apesar disso, somos servos de Deus,
alimentando-nos em sua mesa e obedecendo as suas ordens. Antes, éramos servos
do pecado. Aquele, porém, que nos libertou nos tomou como membros de sua
família e nos ensinou a obedecer a sua vontade. Não servimos perfeitamente ao
nosso Senhor, mas nós o faríamos, se pudéssemos. Quando ouvimos a voz de Deus,
dizendo-nos: "Tu és o meu servo", podemos responder juntamente com
Davi: "Deveras sou teu servo... quebraste as minhas cadeias" (Salmos
116.16).
O Senhor
não nos chama apenas seus servos, mas também seus escolhidos. Nós não O
escolhemos primeiro, mas Ele nos escolheu. Os olhos da soberania nos
escolheram, e a voz da graça imutável declarou: "Com amor eterno eu te
amei; por isso, com benignidade te atraí" (Jeremias 31.3). Muito antes do
tempo iniciar-se e de o espaço ter sido criado, Deus escreveu sobre o seu
próprio coração os nomes de seu povo eleito. Ele os escolheu para serem
conformados à imagem de seu Filho e os designou como herdeiros de toda a
plenitude de seu amor, graça e glória.
Deus
entendia que nosso coração era mau; contudo, apesar disso, Ele fez a escolha.
Nosso Salvador não nos ama com volubilidade. Ele não se sente encantado por um
momento, por causa de algum resplendor de beleza nos olhos da Igreja e, depois,
a rejeita por causa de sua infidelidade. Não, o Senhor Jesus a desposou desde a
eternidade. Está escrito a respeito de Jeová: "O SENHOR, Deus de Israel,
diz que odeia o repúdio" (Malaquias 2.16). A escolha eterna é um elo que
prende nossa gratidão à fidelidade de Deus, um elo que nenhum de nós pode
rejeitar.