O propósito destes dois breves artigos é justificar
porque não adoto o sistema teológico que ficou conhecido na história da igreja
cristã como arminianismo, nome devido ao seu defensor, Tiago Armínio (1560-1609),
em contraposição ao sistema oposto que foi cognominado de calvinismo, em
homenagem ao grande reformador francês João Calvino (1509-1564). O presente
artigo revelará para o leitor a primeira razão.
O sistema arminiano foi apresentado de forma
sistemática à igreja holandesa em 1610, por discípulos de Tiago Armínio, na
forma de cinco pontos que sintetizavam os ensinos do professor holandês e
alteravam os ensinos dos reformadores, diferenciando deles não apenas em termos
de ênfase, mas de conteúdo. Os cinco pontos do arminianismo apresentados na Remonstrance(Representação)
são os seguintes: (1) Livre-Arbítrio (ou capacidade humana: o
homem, mesmo caído, ainda tem condições de atender por si mesmo ao chamado do
evangelho, vindo por seus próprios recursos a arrepender-se e exercer a fé;
para os arminianos não existe morte espiritual em termos absolutos; (2)
Eleição Condicional (Deus não teria marcado ninguém para salvar-se ou
perder-se, mas a eleição antes da fundação do mundo seria baseada na
presciência divina, que elegeria aqueles que de antemão previu que iriam
arrepender-se e crer, sendo, portanto, o conjunto dos eleitos aberto, sem
garantir a segurança de qualquer pessoa antes do encerramento de sua história; (3)
Expiação Geral ou Ilimitada (Jesus Cristo não teria morrido por
pessoas específicas, mas sim por toda a humanidade, apenas possibilitando a
salvação de qualquer pessoa que, dentro da história, creia em sua morte
expiatória, embora isso não seja suficiente para garantir-lhe a absoluta
segurança, uma vez que a salvação depende da perseverança na fé, e não se sabe
com certeza quem irá perseverar até o fim; (4) Graça Resistível (Na
concepção arminiana, a graça de Deus pode ser resistida no ato da salvação e,
quando o pecador aquiesce a ela, até mesmo depois de "salvo", o homem
pode resistir a Deus de modo a vir a perder-se total e finalmente); (5)
Insegurança da Salvação (Ninguém pode garantir que os que são
verdadeiramente regenerados vão perseverar até o fim, ou seja, uma pessoa que
hoje se presume salva, amanhã poderá vir a perder sua salvação). É bom lembrar
que, do sistema arminiano formulado pelos remonstrantes, Armínio discordaria do
5o ponto, pois, apesar de toda a sua incapacidade de entender o que os
reformadores ensinaram, jamais duvidou da Perseverança dos Santos.
Em 1618, um concílio internacional constituído de
84 renomados eruditos reformados reuniu-se na cidade de Dort, na Holanda, para
analisar e responder aos remonstrantes, formulando, em 1619, após sete meses de
discussões em 154 seções, os importantes Cânones de Dort, dispostos em cinco
capítulos cujos títulos ficaram sendo conhecidos como os Cinco Pontos do
Calvinismo, em homenagem ao grande reformador João Calvino. Esses cinco pontos,
pois, são a síntese do ensino reformado, não apenas subscrito por João Calvino,
mas por todas as confissões de fé históricas e catecismos reformados, a saber,
Confissão de Fé dos Países Baixos, Catecismo de Heildelberg, Segunda Confissão
Helvética e Confissão de Fé de Westminster, e, como bem ficou demonstrado nos
Cânones de Dort, refletem o verdadeiro ensino das Escrituras reafirmado pelos
reformadores e negado pelos remonstrantes.
Os Cinco Pontos do Calvinismo são os seguintes: (1)
Depravação Total (Os homens não regenerados, após a queda, são
totalmente incapazes de escolher o bem quanto a questões espirituais, visto que
estão mortos em delitos e pecados, sendo habilitados apenas por um milagre de
ressurreição espiritual, que ocorre quando da regeneração, veja Ef 2:1-10); (2) Eleição
Incondicional(Deus, antes da fundação do mundo, em seu propósito eterno e
soberano, segundo o conselho da sua vontade, em amor elegeu alguns pecadores
para a salvação, independente de quaisquer méritos que neles se observassem,
nem tampouco previsão de arrependimento e fé, veja Ef 1.3-12; 2Ts 2.13; Jo
6.37, 39, 6.65; At 13.48); (3) Expiação Limitada (Ao
enviar seu Filho para ser morto por causa dos pecados dos homens, Deus, na
verdade, tinha em mente propiciar o único meio para que seus eleitos pudessem
ser salvos, o que lhes garante eterna salvação, enquanto a expiação arminiana é
universal e, contudo, não garante a salvação de ninguém em termos absolutos; a
melhor demonstração desta verdade foi feita por John Owen no livro Por quem
Cristo morreu?, PES, e eu o aconselho a ler a discussão detalhada ali,
inclusive as respostas às objeções a este ensino lógico e claro das Escrituras;
Mc 10.45; Tt 2.14; Hb 9.28; At 20.28; Ef 5.25; Jo 17.6, 9; Hb 9.12; Ap 5.9); (4) Graça
Irresistível (Os eleitos, dentro do tempo, serão chamados por Deus
para sair de suas sepulturas espirituais, isto de um modo irresistível, no ato
da aplicação da redenção pelo Espírito Santo (regeneração), uma vez que esta
redenção eterna foi-lhes conquistada objetivamente por Deus Filho. O apóstolo
Paulo diz Rm 8.28-30: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito. 29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que
chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também
glorificou." (Veja também Jo 6.37, 39, 65; Tt 3.3-6; Ef 2.1-10); (5) Perseverança
dos Santos (A salvação do eleito é eterna, uma vez que a mesma graça
de Deus que os salvou agirá eficazmente em suas vidas, de maneira que não
poderão cair total e finalmente, pois justificação, regeneração e adoção são
irreversíveis. É verdadeira a afirmação da Escritura que "nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1). Veja
também Jo 10.28-30: "25 Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e
não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito.
26 Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 27 As minhas ovelhas
ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu lhes dou a vida
eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. 29 Aquilo que
meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. 30
Eu e o Pai somos um.".
Pois bem, ao analisar o que os reformadores
ensinaram fundamentalmente, cujo resumo são os Cinco Pontos do Calvinismo, e
constatar a total consistência desses ensinos com as Escrituras, não pude fazer
outra opção e o meu pêndulo teológico se inclinou irresistivelmente para o
Calvinismo.
No dizer de Paulo Anglada, em Calvinismo - As
Antigas Doutrinas da Graça, Editora Os Puritanos, SP, 1996, "As
antigas doutrinas da graça são um sistema lógico, coerente e harmonioso. Os
assim chamados pontos do calvinismo revelam como é possível a redenção eterna
de pessoas pecadoras totalmente depravadas, em conseqüência do pecado original,
pelo Deus Triúno: o Pai elege incondicionalmente, o Filho redime objetivamente
os eleitos, e o Espírito Santo aplica eficazmente a redenção ao coração
daqueles por quem Cristo morreu". Por fim, Anglada diz: "A
doutrina calvinista da perseverança dos santos é a conclusão inevitável e
bíblica da obra da redenção. O homem, em seu estado natural, está totalmente
depravado - isto é, teve suas faculdades espirituais completamente corrompidas,
tornando-se inimigo de Deus, morto nos seus delitos e pecados. Deus o Pai
movido pelo seu infinito amor escolheu, antes da fundação do mundo, alguns dentre
estes para manifestar a sua misericórdia, elegendo-os para ser santos e
irrepreensíveis. Vindo a plenitude dos tempos, o Senhor Jesus Se fez carne,
cumpriu a lei e morreu na cruz pelos eleitos de Deus, expiando objetivamente a
culpa que lhes fora imputada pelo pecado de Adão. Na época própria, aprouve a
Deus chamá-los eficazmente, aplicando soberanamente a Sua graça especial para a
salvação, independentemente de qualquer mérito da parte deles. Que absurdo
imaginar que, depois de tudo isso, o redimido possa apartar-se totalmente da
graça de Deus e perder a salvação!"
Assim, como estou convencido de que esses dois
sistemas são os dois pólos em que podemos nos situar teologicamente, de modo
que não se pode ser lógica, coerente e biblicamente, arminiano e calvinista, ou
uma mistura "calviminiana" que contenha uma porcentagem de um e de
outro sistema ao mesmo tempo, segue-se que tive de optar entre um e outro. Ou
você é arminiano ou você é calvinista, e não uma mistura desses dois sistemas
mutuamente exclusivos. Optei, como não poderia deixar de ser, pelo calvinismo,
uma vez que ele reflete o sistema ensinado pelos apóstolos e pelo próprio
Jesus. Não me envergonho de estar na companhia dos mais nobres santos da
história da igreja, como Agostinho, Lutero, Calvino, John Knox, John Bunyan,
John Gill, John Owen, George Whitefield, Jonathan Edwards, Spurgeon e outros.
Estou em boa companhia, você não acha?
Agora, quando se fala em arminianismo, o sistema da
incerteza, da dúvida, do pessimismo, do medo, da insegurança, só quem sofre dos
mesmos problemas que seu articulador é que pode abraça-lo. Só pode ser
calvinista quem tem fé suficiente para submeter-se à soberania de Deus e pode
aceitar o que as Escrituras ensinam claramente, só os eleitos convictos de sua
posição é que podem ser calvinistas.
Por séculos, os arminianos conviveram com seu
sistema sem leva-lo aos seus extremos lógicos e, por conseguinte, sem revelar
de fato a sua verdadeira face. Os cinco pontos que enumeramos são apenas a
ponta do iceberg do arminianismo. Você quer saber o que realmente estava
escondido no sistema arminiano e que hoje declaradamente está sendo defendido
pelos arminianos que ousaram levar o arminianismo aos seus extremos lógicos?
Uma frase só:Open theism (Teísmo aberto)! Sabe o que é isto? No
próximo artigo eu explico. Esta será a segunda razão porque não sou arminiano.
A ponta de seu iceberg já me afastou dele, e o corpo do iceberg, por certo, me
manterá definitivamente no outro pólo, no porto seguro do calvinismo, em
excelente companhia. Até o próximo número de Pregação Hoje.
2ª Parte
Neste segundo artigo, exponho a segunda razão que
me distanciou definitivamente do arminianismo. O fato é que Deus, em todas as
épocas, "precisou" de homens que nutriam uma correta perspectiva
dele, de si mesmos e de seus semelhantes. Aliás, este é o alvo supremo da vida
cristã e a meta da verdadeira espiritualidade. Homens que viam a Deus por uma
correta perspectiva teológica, enxergando-o pela ótica da Escritura: um Deus
infinito, soberano, onipotente, onisciente, onipresente, que rege o seu mundo
criado com sabedoria infinita e que dispõe de meios eficazes de antemão
planejados para levar a história ao fim que ele mesmo planejou, agindo sempre
segundo o conselho de sua santa vontade.
Homens que se vejam como o grande apóstolo Paulo -
e nesta santa fileira podemos colocar Lutero, Calvino, Jonathan Edwards,
Matthew Poole, John Owen, John Gill, C. H. Spurgeon, D. M. Lloyd-Jones,
Gerstner, R. C. Sproul, etc., e quem sabe eu e você, a história dirá -, que se
considerava o mínimo entre os santos, o principal dos pecadores, exemplo
daqueles que haveriam de crer em Deus, um verdadeiro referencial para os
eleitos de Deus contemporâneos seus e seus sucessores. Que também via os homens
por uma correta perspectiva espiritual, pela ótica da doutrina acerca do homem
revelada na Escritura.
Para o apóstolo Paulo, os homens eram salvos ou
não. Os salvos eram os eleitos de Deus, predestinados para filhos de adoção por
Jesus Cristo, chamados eficazmente pelo evangelho, ressuscitados de suas
sepulturas espirituais pela ação miraculosa do Deus triúno para tomarem assento
nos lugares celestiais em Cristo, marcados para entrar na história humana como
ovelhas do Pai e do Filho, resgatados pelo sacrifício expiatório, propiciatório
e substitutivo do Filho na cruz do Calvário e regenerados pelo Espírito Santo
em sua vocação eficaz e irresistível, e selados pelo mesmo Espírito para o dia
da redenção. Sua mensagem era: Deus salva pecadores!
Os outros homens, segundo seu evangelho, eram
eleitos ou reprovados, o que o motivava a pregar intensamente o evangelho a fim
de ser o instrumento de Deus para a descoberta dos eleitos, que Deus
soberanamente ia colocando em seu caminho, dentre os quais podemos citar a
vendedora de púrpura Lídia e o carcereiro de Filipos.
Paulo era grato a Deus por ser colaborador de Deus
e cooperador de Deus em favor da Senhora Eleita, a Igreja. Era humilde, como
não poderia deixar de ser, por ter sido escolhido por Deus para fazer um grande
serviço no seu reino, que ele sempre esteve consciente de que não era
merecedor. Alegre ele dizia: "Mas Deus me escolheu desde o
ventre" e em outro lugar, "Ele nos elegeu antes da
fundação do mundo".
Diferentemente desta visão salutar da Escritura,
ilustrada com um máximo exemplo, o do apóstolo Paulo, está a visão de mundo
arminiana.
Até pouco tempo, o arminianismo, desde a sua
concepção em contraposição ao calvinismo, conviveu com suas inconsistências
lógicas internas, quando foi definitivamente levado aos seus extremos lógicos
[2], através de seus proponentes mais aferrados no cenário evangélico canadense
e americano, liderados por Clark Pinnock [3] - e já há representantes
tupiniquins [4] do arminianismo levado aos seus extremos nesta terra brasili!-,
e chegou a ponto de ver Deus com a imagem inversa daquela que é descrita na
Escritura, esvaziando todos os seus atributos e criando um "Deus" finito
e impotente (ou deus? ou um ídolo?), que nem ao menos sabe o que poderá
acontecer no futuro, tendo em vista que há um ser no universo chamado homem,
livre, dotado de um "livre-arbítrio", imprevisível, com ações não
causadas e que é uma ameaça ao cumprimento de Suas predições na Escritura, por
não permitir que Deus preveja nenhuma de suas ações futuras. Na visão arminiana
extremada, que é totalmente humanista e antibíblica, assumindo uma postura
quase liberal (no sentido acadêmico e histórico do termo), Deus é rebaixado
quase à posição do próprio homem caído, ou talvez um pouco abaixo, e o homem
sobe a uma estatura quase do Deus da Bíblia. Esta visão, obviamente, não passa
de produto da imaginação do homem caído em seu projeto de autonomismo apóstata,
inspirado, como não poderia deixar de ser, pelo arqui-inimigo de Deus, que foi
o primeiro a desejar essa autonomia rebelde. O autonomismo apóstata só poderia
levar à desconstrução [5] da teologia, como já era previsto. De fato, o
arminianismo, que enfatiza exageradamente o autonomismo, é a prova mais
completa da depravação total do ser humano!
Quando o arminianismo extremado é assumido como
visão de mundo e fornece os pressupostos para a análise da Escritura, o homem
passa a ocupar o centro das atenções e Deus sai para segundo ou terceiro plano.
Os superpoderes que os homens passam a ter são a evidência disso, pois até
mesmo os homens não-regenerados que a Bíblia ensina estar mortos em delitos e
pecados passam a não mais ser vistos assim, mas são vistos como capazes de
ascender aos céus, se quiserem, e até mesmo sair de lá, caso entrem. Isso tudo
nada mais é do que aquela antiga heresia que ficou sendo conhecida na história
da igreja como pelagianismo [6] ou o seu alomorfe (outra forma), o
semi-pelagianismo. De acordo com a visão arminiana, nem Deus pode deter um
homem assim tão poderoso, mas tem de ficar sempre de plantão para poder
contornar os problemas que o homem cria no universo, que podem até frustrar os
seus planos, e forçosamente Ele tem de ficar costurando a história até ver se
ele consegue fazer aquilo que antigamente predisse na Escritura, e talvez
"impensadamente", por "não saber" do que o homem era capaz.
Na visão da Escritura, todos os problemas que os homens causaram e irão causar,
sob insinuação do arqui-inimigo de Deus, são conhecidos exaustivamente por Deus
e jamais o pegaram ou o pegarão de surpresa, pois Ele é onisciente e sabe para
onde a história está indo e jamais perdeu ou perderá o controle de tudo o que
acontece no mundo criado, como supõem os arminianos extremados. Mais ainda, a
doutrina bíblica da providência divina ensina-nos que tudo está decretado pelo
Deus Todo-Poderoso, de modo que não existe algo que ocorra sem ser produto de
seu decreto eterno.
Por outro lado, no arraial evangélico, essa visão
arminiana constrói os super-pastores, os verdadeiros todo-poderosos que ameaçam
tomar o lugar de Deus, que determinam, decretam, chamam à realidade as coisas
que não são, abençoam, profetizam prosperidade e etc. Em suma, fazem coisas que
antigamente só o Deus da Bíblia podia fazer. Quem sofre mais nisso tudo são as
ovelhas fiéis e sinceras que são manipuladas por líderes com esse tipo de
orientação arminiana extremada, que oferecem para elas ao invés de eleição e
segurança eterna e absoluta, uma posição de candidatas ao reino dos céus,
ameaçando-as por qualquer motivo, até os mais frívolos e banais, de perderem
sua salvação. O arminianismo é um terrorismo espiritual pior do que o
encabeçado por Osama bin Laden! É com tristeza profunda que eu constato e
registro esta realidade.
Ao ler a biografia de Armínio e suas obras
completas, desconfio de sua insanidade. Desconfio também da insanidade do
sistema "teológico" que seus discípulos criaram, uma monstruosidade
humanista resultante do autonomismo apóstata, que solapa a salutar visão da
Escritura que, realmente, desde que humildemente abraçada, pode produzir
instrumentos realmente poderosos nas mãos de Deus. A proposta teológica
arminiana prefigurava embrionariamente a desconstrução da genuína teologia bíblica
e, forçosamente, não poderia fazer outra coisa. Muito embora seus defensores
hoje digam que não apoiam o desconstrucionismo, na prática, porém, eles estão
desconstruindo toda a sã doutrina. Deus já se encontra desconstruído em seus
atributos e, ao que tudo indica, a própria Trindade não poderá escapar das
propostas insanas dos arminianos extremados.
Em contrapartida, para você recuperar o fôlego, a
teologia bíblica genuína já invadiu as vidas de muitos pecadores na história e
produziu santos na Igreja do Deus vivo, a ponto de um desses santos, Jonathan
Edwards, poder soar o alerta em sua congregação, mostrando vividamente os
perigos que correm os"Pecadores nas mãos de um Deus irado".
(Com ar de zombaria, de repente, os liberais diriam que isso foi um dos
"desatinos" do período pré-iluminista!). Ao que me parece, e também
creio que a R. C. Sproul, a teologia arminiana e seu parceiro muito chegado, o
liberalismo, refletem nada mais nada menos do que a cena de um "Deus
(ou deus) nas mãos de pecadores irados!".
Que Deus nos guarde das idéias perniciosas desses
pecadores irados, que estão imergindo muitos cristãos sinceros num verdadeiro
buraco negro e a fé cristã num lago de areia movediça. Coisas estranhas estão
surgindo por aí afora, como o teísmo libertário, a teologia do processo, a
teologia da abertura de Deus (que implica num lógico e total esvaziamento da
onisciência de Deus, a partir do qual Deus passa a não conhecer o futuro), a
emergência veloz de um neo-gnosticismo gospel e a última novidade - digo última
por que eu não sou onisciente como os arminianos extremados, graças a Deus, e
não sei o que eles estão aprontando ao redor deste mundo - é que eles já estão
trabalhando para esvaziar o inferno [7]. Era só o que faltava. Será que eles,
no fundo, não estão é com medo de ir para lá? Claro, pelo sistema arminiano
extremado, ninguém pode ter certeza absoluta de salvação e de que não vai parar
lá. Então, dizem eles agora, vamos construir um túnel "teológico"
para resgatar aquelas pobres almas que supõem os adversários que estejam lá
(bem baixinho: os calvinistas!) e comecemos a empreitada de diminuir sua
temperatura, pois pode ser que paremos lá, ninguém sabe o futuro, nem Deus nem
nós! Para os liberais a tarefa foi fácil, bastando desconstruir o inferno e pronto:
problema resolvido!
O arminianismo extremado, querido leitor, é, na
realidade, a "teologia" da incerteza, da insegurança e da
desesperança: um buraco negro de areia movediça. Fortalece o homem e enfraquece
ou quase extingue Deus. É antibíblico desde os seus fundamentos e inconsistente
com a Escritura. Saiamos de sua região inóspita correndo, aborrecendo até a
roupa manchada de suas nódoas miasmáticas e sigamos em direção aos pastos
verdejantes da sã doutrina da Escritura, onde ouvimos a voz doce e suave do Bom
Pastor, encontramos garantia de vida eterna, como também paz e segurança
absolutas por estarmos seguros nas mãos Daquele de quem ninguém pode arrebatar
suas ovelhas, porque Ele é maior do que todos e do que tudo. Nas mãos desse
Deus verdadeiro, não nas de uma deidade desconstruída por pecadores irados,
você pode ser realmente uma bênção!
Reafirmando os ideais da Reforma:
Sola Scriptura
Sola Gratia
Sola Fide
Solus Christue
Soli Deo Gloria