Pouco se
sabe a respeito dos primeiros anos de sua vida. Supõe-se que tenha nascido
entre os anos 1505 a1515. Estudou teologia e foi ordenado sacerdote,
possivelmente em 1536. Não se sabe quando e em que circunstâncias ocorreu a sua
conversão. Em 1547 foi levado para a França, onde ficou preso dezenove meses,
por causa de sua fé. Libertado, foi para a Inglaterra, onde exerceu o pastorado
por dois anos. Em 1554 teve que fugir da Inglaterra, indo, inicialmente, para
Frankfurt, e depois para Genebra, onde foi acolhido por Calvino. Em 1559 voltou
para a Escócia, onde liderou o movimento de reforma religiosa. Sua influência
extrapolou a área religiosa, atingindo também a vida política e social do
país. Sob a sua influência, o parlamento escocês declarou o país
oficialmente protestante, em dezembro de 1567. A igreja organizada
por ele e seus auxiliares recebeu o nome de Igreja Presbiteriana. John Knox
faleceu no dia 24 de novembro de 1587.
Abaixo trazemos um
trecho do livro ”A Poderosa Fraqueza de
John Knox“, por Douglas Bond (parte da coleção: Um Perfil de Homens Piedosos).
Desde a
primeira até a última página das obras escritas por ele, o leitor é levado de
volta à fonte da grandeza de Knox: Cristo era o centro de todas as dimensões de
sua vida. Isso, e somente isso, era o que tornava Knox tão poderoso em sua
fraqueza. Descasque as diversas camadas da história e leia nas entrelinhas –
não há, jamais, resquício de falsa modéstia no homem; as suas declarações –
quer positivas quer negativas – são corroboradas por aqueles que estavam mais
próximos dele. Em sua época não se admitia fraqueza; leões devoradores estavam
à espreita, esperando esmagar homens fracos. Contudo, Knox admitia, impassível,
suas fraquezas: “estremeço, tenho medo, e tremo”. Era a admissão honesta dessa
fraqueza e sua correspondente dependência de Cristo que lhe dava tanta força
contra os inimigos do evangelho. Não era uma pose quando admitia seus temores.
Porque sabia que era homem de inerente fraqueza, e por ser homem sincero e
humilde, podia dizer sem pretexto: “Não busquei eminência, glória ou riquezas.
Minha honra era que reinasse Cristo Jesus”.
Quando
alguém é tão submisso à graça de Deus no evangelho que uma autoavaliação dessas
é acertada, tal pessoa – quer a amemos ou a odiemos – se destaca na multidão.
Foi assim que John Knox alcançou eminência em toda a Escócia. No entanto, em
desproporção a essa eminência, ele não obteve glórias nem riquezas. Foi
destacado porque, diferente de tantos, não a buscou: não se dispôs a conquistar
o mundo para si mesmo. Não havia pretexto ao escrever: “Agradou à misericordiosa
Providência fazer de mim, entre outros, simples soldado e portador de
testemunho diante dos homens”. Como testemunha, usou cada nervo espiritual de
sua existência para que “reine Cristo Jesus”. Cercado por homens de ascendência
social mais elevada e maior preparo formal, ele surgiu em 1559 como o maior
líder da Reforma Protestante na Escócia. Conseguiu essa façanha sem a
existência de aparelhagem moderna, sem auxílio de audiovisuais de última
geração, sem manchetes na mídia social. Era um megapregador num mundo onde
inexistia tal categoria. No entanto, era um pastor carinhoso: um simples pastor
guiando simples ovelhas a um Salvador profundamente grandioso. Apesar de sua
pequena estatura, havia em volta de Knox a essência da grandeza e força que
desafiam as medidas modernas.