sábado, 21 de abril de 2012

As Doutrinas da Graça e a Paixão John A. Broadus - John A. Broadus




Porque eu mesmo desejaria ser anátema,
separado de Cristo, por amor de meus irmãos.
               (Romanos 9.3)
A preocupação com a salvação
dos outros não é anulada pela crença
naquilo que chamamos “As Doutri-
nas da Graça”. Tal preocupação não
diminui por crermos na soberania di-
vina, na predestinação e na eleição.
Muitas pessoas demonstram intensa
antipatia às idéias expressas nestes
últimos vocábulos. Recusam-se a
aceitá-las, porque, em suas mentes,
tais idéias estão associadas ao con-
ceito de indiferença apática. Estas
pessoas dizem que, se a predestinação
é verdadeira, conclui-se que um ho-
mem não pode fazer nada por sua
própria salvação; se tiver de ser sal-
vo, ele o será, não podendo fazer
coisa alguma para isso, nem ele nem
qualquer outra pessoa precisa se im-
portar com isso.
Mas isto não é verdade; eu o pro-
varei mediante o fato de que o próprio
Paulo, o grande porta-voz dessas
doutrinas nas Escrituras, pronunciou
essas palavras de interesse e amor ar-
dente, em favor da salvação dos ou-
tros, vinculando-as intimamente às
passagens em que ele ensinou as dou-
trinas da graça. Volte os seus olhos a
algumas frases anteriores a Romanos
9.3 e encontrará a própria passagem
sobre a qual muitos tropeçam. “E aos
que predestinou” — muitas pessoas
estremecem ao ouvir essas palavras
— “a esses também chamou; e aos
que chamou, a esses também justi-
ficou; e aos que justificou, a esses
também glorificou” (Rm 8.30).