O pacto da graça é o que cura e consola uma alma ferida. E um pacto que mostra uma porta aberta de escape para o pecador. As promessas desse pacto são absolutamente grátis no que nos diz respeito. Contudo, o pacto da graça é um pacto com uma condição.
A. A. Hodge coloca isso muito bem quando diz: "Aqui está um pacto com uma condição — todo aquele que crê será salvo, e todo aquele que não crê será condenado. O Senhor Jesus Cristo aparece como sendo o Mediador do pacto, porque tudo depende de sua obra mediadora. E acima de tudo, ele representa o Fiador. Você se ajoelha e promete fé, e o Senhor Jesus Cristo assina por você".
É verdade que o pacto da graça, tomado por si só, é pura graça e exclui todas as obras. O Evangelho do Senhor Jesus Cristo é Boas Novas e é simplesmente uma dádiva de Deus. Mas este Evangelho vem para nós dentro da estrutura de uma condição, essa condição não sendo outra coisa senão nossa fé em aceitar com disposição o que Deus nos quer dar. A vontade de Deus para isso se realiza somente pela nossa razão e nossa vontade.
Tudo isso coloca sobre nós como cristãos uma grande responsabilidade de pregar o Evangelho a todo aquele com quem entramos em contato. Pois realmente todo aquele que crê será salvo e todo aquele que não crê será condenado, pois tal é a condição compreendida no pacto da graça. Pode-se muito bem dizer, falando teologicamente, "que uma pessoa, pela graça que recebe, deve crer e se voltar do pecado para Deus" (Bavinck). Isso significa que o evangelismo, segundo os Padrões de Westminster, é algo que deve ser desempenhado por todo crente nascido de novo. Não há espaço na Fé Reformada para a noção errada mantida por muitos de que não há lugar para o trabalho pessoal dentro da estrutura dosPadrões de Westminster.
Cabe a todos nós que perseveramos nos Padrões, lembrar de nossa responsabilidade como tão apropriadamente declarada por Paulo: "Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns (ICo 9:22). O Pacto da Graça, com sua condição, deve nos motivar ao evangelismo pessoal.
Pergunta 20. Deixou Deus todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria?
Resposta: Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade, desde toda a eternidade, escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um pacto de graça, para os livrar do estado de pecado e miséria e os levar a um estado de salvação por meio de um Redentor.
Referências Bíblicas: Ef 1.4-7; Tt 3.4-7; Tt 1.2; Gl 3.21; Rm 3.20-22.
Perguntas:
1. Quem Deus leva a um estado de salvação?
Deus leva todo seu povo eleito a um estado de salvação para o qual os escolheu.
2. Quem são as pessoas que fazem parte do povo eleito de Deus?
Os eleitos de Deus são aqueles que ele escolheu para a vida eterna, escolhidos desde toda a eternidade por sua boa vontade.
3. O que queremos dizer ao usar o termo "por sua boa vontade " ?
Queremos dizer que, embora o homem esteja perdido e decaído, nada merecendo de Deus, foi do prazer de Deus fazer provisão para algumas pessoas mediante aquilo que é chamado de pacto da graça.
4. Como Deus leva seus eleitos a um estado de salvação ?
Deus leva seus eleitos à salvação por meio de um Redentor (At 4.12).
5. O que é o pacto da graça?
É um pacto de vida eterna e salvação para pecadores, a lhes ser dado por graça e misericórdia gratuitas. É um acordo entre Deus e seus eleitos.
6. Há condições estipuladas para o pacto da graça ?
Sim, há uma condição. A condição é a fé, pela qual os eleitos têm um interesse ativo em Jesus Cristo (Jo 3.15; At 16.31).
7. Qual é a promessa inferida no pacto da Graça?
A promessa é que Deus fará com que seu Santo Espírito habite nos eleitos e opere neles, criando a fé e virtude que ele deseja. Em outras palavras, o que Deus requer, ele dá (J. B. Green).