Nossa geração deseja todas as coisas
que os povos idólatras do passado desejavam, e quando a igreja deseja ser
relevante para mentes assim, ela entra no mesmo jogo.
Pense na idolatria no passado. Ela
tinha uma fórmula simples. Tudo que a maioria das pessoas buscam é uma maneira
simples de resolver seus problemas, ser “feliz”... um atalho. A fórmula deles
era crie um deus, esculpa um deus numa madeira, ou ouro, ou... e o deus irá
entrar neste ícone que você criou. Assim você tem um deus no seu meio e um deus
controlável. Você agora tem toda a atenção dele quando você quiser e para os
seus próprios fins.
Agrade a esse deus, satisfaça as
necessidades dele, e ele satisfará as suas. Você tem com ele um elemento de
barganha. Eles precisam de comida e sacrifícios... você precisa de benções.
Faça a sua obrigação e ele estará obrigado a fazer a dele. Esse era a ideia...
não parece com a maior parte do “evangelho” pregado hoje?
Outra característica da idolatria é que
ela é fácil. O deus não tinha interesses morais em você, era uma atividade
religiosa vã. A questão era: faça o que quiser com a sua vida, contanto que
você ofereça os sacrifícios exigidos. O resto é contigo. Como e bom ouvir um
“evangelho” assim...
Por isso a idolatria sempre é
conveniente. Deuses do mundo antigo eram fáceis de encontrar, um para cada
necessidade, o acesso era em toda parte, você pode levar o amuleto para casa,
enquanto se desloca...
A idolatria era normal. E como isso
define para a maioria das pessoas o seu padrão – a maioria faz isso – quase
todos prestam culto assim... Todo mundo faz isso. Cultuar assim não pode estar
errado.
A idolatria é lógica para a mente
natural. Nações são diferentes, pessoas são diferentes... suas necessidades e
desejos são diferentes... Obviamente deve haver uma divindade diferente, ou que
pelo menos se ajuste a todas essas diferenças. Dessa forma cada um pode
encontrar algo que lhe seja confortável e satisfaça suas necessidades. Isso não
é lógico? Quanto mais opções melhor, mais pessoas podem ser alcançadas.
A idolatria era e é agradável aos
sentidos. Temos que ter algo que impressione vários sentidos das pessoas –
audição, visão, tato... para ajudá-las ver o seu deus... objetos de contato, de
fé... é muito difícil alguém ficar impressionado com algo que não pode ver,
tocar, sentir...
A idolatria sempre é indulgente. Grande
parte dos sacrifícios não exige de fato muito sacrifício do adorador, ele
continua senhor de sua própria vida... e depois de tudo ele podia desfrutar do
sacrifício... sobrava muito para o homem... bebida, comida... ou os benefícios
que seriam recebidos... não havia perdas reais. Generosidade para com os deuses
colocava você na festa deles...
A idolatria era sensual... Todo sistema
era cheio de erotismo. Que assunto mais encanta essa geração? Como os sermões
seriam, na mente de muitos, mais interessantes se estivessem cheios de
erotismo... sensualidade... como podemos ter mais, como podemos ser mais plenos
e realizados eroticamente... esse é o grande tema da nossa geração, dentro e
fora da igreja. A idolatria naqueles dias era assim, sensual. Os rituais
poderiam se transformar em orgias. Sexo na terra significava sexo no céu, e
sexo no céu significava chuva na terra, colheitas e grandes rebanhos... ah! Os
deuses da fertilidade...
Você pode perceber porque havia e há
tanta atração na idolatria? Você pode ver porque Israel ao se misturar com os
povos nunca esses povos se voltavam para Deus e sim Israel para a idolatria?
Você como esse tem sido o ponto
nevrálgico da igreja no mundo? Você entende porque o mundo está na igreja e a
“igreja” ao crescer o mundo não tem se tornado como a igreja mais o oposto tem
acontecido? Você como a estratégia de ser cada vez mais parecido com o mundo em
seus valores, temas... já é uma derrota disfarçada de estratégia?
Porque nossa geração, porque muitos que
estão na igreja visível tem esse coração que diz: “Eu quero uma
espiritualidade que me deixe senhor de mim mesmo, que me custe pouco, que seja
fácil de ver, fácil de fazer, que tenha poucos limites éticos e doutrinários,
que me garanta o sucesso, que me faça sentir bem, que não me ofenda, que não
ofenda os que me rodeiam... pregue isso e eu ouvirei.”
A tragédia é que nós, nossa geração,
grande parte das pessoas que enchem as igrejas... querem o mesmo que todos os
povos idólatras mostrados na Bíblia queriam.
Podemos ir a todas essas coisas de uma
maneira um pouco diferente, mas...
Queremos uma fé que nos leve as coisas
desejadas e que garanta o sucesso em nossas vidas (Evangelho da prosperidade).
Queremos um discipulada que é sempre
conveniente (Igreja virtual).
Queremos uma religião ritualística (
Cristianismo nominal ).
Queremos culto que satisfaça desejos
não espirituais ( Culto ao entretenimento)...
Queremos seguir a Deus de uma maneira
que faça sentido para o mundo, que nos faça sentir bem, e que seja fácil para
qualquer homem natural entender.
Em toda a Bíblia, nos dois Testamentos,
a idolatria sempre foi a maior tentação para o povo de Deus. Dê uma olhada
honesta ao seu redor, para dentro do seu próprio coração – e diga a verdade, a
idolatria ainda é a maior tentação para aqueles que se dizem povo de Deus.
Ainda é, nunca minimize isso, pois esse foi um erro trágico no passado, e ainda
é o erro trágico de nossos dias.
“Filhinhos,
guardai-vos dos ídolos. Amém”.
1 João 5:21