Se há alguma simples solução para os
problemas da nossa sociedade moderna - à exceção de um reavivamento - deve ser
a seguinte: que cristãos professos devessem todos tornar-se bons pais. Colocar
a questão dessa forma é admitir que há hoje, entre nós, um problema na área da
paternidade. A maioria, se não todos, concordariam com isso. A experiência de
muitos pais que se sentem fracassados confirmam esse fato. A triste observação
de muitos presbíteros e ministros também o confirmam como verdadeiro. Cristãos
não têm, recentemente, se destacado como pais.
Que isso seja assim não é surpreendente, em vista
da dramática queda, durante os últimos trinta anos, dos padrões na sociedade
como um todo. Porque se o aumento da criminalidade infanto-juvenil é alarmante,
ele deve refletir, acima de tudo, o fracasso dos pais em criarem seus filhos como
deviam. Estritamente falando, há hoje, não tanto um problema juvenil, mas sim
um problema paternal, pois crianças são grandemente o produto dos seus próprios
lares. Não se quer desculpar a delinqüência infantil e adolescente, mas pôr a
culpa onde ela mais pertence.
É de se esperar que a séria extensão da quebra da
autoridade dos pais na sociedade em geral alertaria pais cristãos da
necessidade de extrema preocupação quanto a esse problema. A deplorável
negligência que eles vêem em pais não-crentes, juntamente com os amargos frutos
disso no mundo ao seu redor, deveriam tocar um alarme nas mentes de pais
crentes que têm filhos para criar. Mas esse não tem sido sempre o caso. É sim,
talvez, antes a exceção que a regra.
Por que crentes têm sido lentos em reconhecer os
perigos que ameaçam as almas de seus filhos nos dias de hoje? Existem várias
razões. Particularmente, é porque há uma relutância em todos nós em acreditar
que existe uma crise em nossas mãos. Pais têm freqüentemente acalmado seus
medos ocasionais dizendo a si mesmos que “somos todos pecadores”; “crianças têm
que aprender a viver em um mundo real” ; “Deus os salvará se for da Sua
vontade”, e outras coisas mais.
Há, é claro, alguma verdade em todas essas
afirmações. O problema está no fato de que elas são, na melhor das hipóteses,
meias verdades. Elas todas reivindicam a questão de que, queiramos ou não, as
crianças de hoje estão vivendo em um ambiente anormalmente ímpio. Nossa
convicção e argumento é que de fato estão. Nossa razão para afirmar isso é que
hoje as comportas têm sido escancaradas para a admissão pública de pecados
perigosos e escandalosos, os quais seriam impensáveis há uma geração atrás.
Juntamente com essa tolerância pública de males
grosseiros tem marchado um verdadeiro exército de tentações. Isso tudo ameaça
as almas das crianças, não somente nas ruas e no mercado, mas também na sala de
aula, no playground, e onde mais a mídia é permitida, até no próprio lar.
ONDE COMEÇAMOS ?
Nós pressupomos aqui que pais crentes crêem não só
que Deus é soberano mas também que Ele nos chama para usar-nos como
instrumentos da Sua vontade. Nós não limitamos a obra de Deus à nossa
diligência; mas nós acreditamos que Deus comumente abençoa a diligência da
nossa parte como pais. Ainda que Deus salve o mal instruído e o não instruído,
deve se esperar mais que Ele abençoe crianças e jovens que têm sido bem
instruídos nas Sagradas Escrituras, que têm sido cuidadosamente disciplinados
em casa e que são acostumados a freqüentar a casa de Deus como a grande
prioridade da vida.
Tomando isso como ponto de partida, nós
prosseguimos para o estado de que pais crentes deveriam estimar a salvação de
seus filhos acima de qualquer outra coisa em suas vidas. Nós deveríamos fazê-lo
por boas razões. Perder a alma é o pior de todos os males. Obter sucesso em
qualquer coisa ou até mesmo em tudo e ainda assim entrar no inferno ao fim da
vida é pior que nunca haver nascido. Portanto o crente deseja nada menos para
os seus filhos que eles sejam nascidos de novo, justificados, redimidos por
Cristo e finalmente levados ao céu. Essa é a nossa prioridade. Isso nós
almejamos.
Não é necessário que essa ambição evangelística da
parte dos pais ponha fim a todas as outras ambições. Um pai sábio deve também
desejar que seu filho se realize em uma ou outra carreira: talvez um curso
universitário, ou como uma pessoa de habilidades sociais, ou politicamente
ativo, ou alguém provável a ganhar um bom salário. O ponto aqui é pais crentes
nunca devem almejar essas coisas em primeiro lugar.
Quando pais colocam qualquer coisa antes da
salvação de seus filhos eles tornam-se culpados de desprezar suas almas
imortais. Tais pais mal se dão conta que estão em perigo de pecar por
profanação. Pois é profanação colocar o sucesso mundano antes do bem da alma de
uma criança. Esses pais que almejam um sucesso secular para seus filhos antes
que uma bênção espiritual, podem receber aquilo que eles pedem a Deus, mais
também obtêm pobreza para suas almas (Sl. 106:15).
AMOR, ENSINO, DISCIPLINA
Paternidade, como a própria vida, é algo em que nós
não podemos nos permitir errar. Se nós arruinarmos o caráter de uma criança
pela nossa negligência ou por nossa indulgência é quase impossível corrigi-lo
depois. O caráter de uma criança é maleável apenas por poucos breves anos.
Muito depressa o barro endurece. Pensamentos e conversas habituais, bons ou
maus, rapidamente se tornam duros como cimento na vida da criança. O pai crente
deve tentar com todo o jeito e graça que possua criar cada filho cuidadosamente
para Deus.
Os elementos da criação de qualquer criança são
amor, ensino e disciplina.
Por amor nós queremos dizer que os pais devem
mostrar terna afeição e cuidado para com a criança, desde o momento do
nascimento e durante toda a vida. Esse é o vínculo sagrado pelo qual a mãe
especialmente (mas também o pai) liga a vida da criança à sua. As crianças,
como educadores e psicólogos admitem, necessitam profundamente da satisfação
que vem dos generosos afetos da mãe. Não há substituto para isso. A mãe provê
seu filho com milhares de palavras e gestos que formam sua vida interior. A
criança se desenvolve emocionalmente de uma maneira que toda a experiência de
sua vida futura dificilmente desfará. Essa relação de amor produz o que nós
chamamos “um profundo senso de dependência” na criança. Se tornará instintivo
para a criança procurar com os pais conhecimento, sabedoria, e direção,
principalmente nos primeiros anos de vida.
Nenhuma criança deve ser encorajada, quando
pequena, a tentar viver independentemente ou tomar suas próprias decisões, mas
a procurar os pais e consultá-los sempre. Essa dependência não será uma coisa
nociva porque normalmente na adolescência o caráter começa a solidificar-se e
os próprios padrões e normas dos pais tornam-se também do adolescente. Se uma
base de estabilidade moral e espiritual tiver sido estabelecida na alma desde a
tenra infância, independência virá naturalmente, uma vez vinda a maturidade.
Um pai crente, à luz do que foi dito anteriormente,
nunca deixará a criança ser criada por qualquer outra pessoa. Exceto em
circunstâncias muito excepcionais, além do nosso controle, e por breves
períodos necessários para o descanso, devemos criar nós mesmos nossos filhos.
Ninguém mais, por melhor que seja, pode absolutamente fazer o trabalho de um
pai. Na maioria dos casos isso significa que a mãe de uma criança pequena deve
estar preparada para ser cem por cento mãe por alguns anos até que o vínculo do
amor tenha gerado na alma da criança a dependência a que já nos referimos. Se
às vezes isso parece um papel exigente, deve se lembrar que dentro de poucos
anos será uma generosa recompensa.
COMEÇANDO A ENSINAR
Tão logo um pensamento consciente comece a se
desenvolver na criança, o pai crente deve resolver fazer um firme e constante
esforço para ensiná-la tanto no conhecimento bíblico como na sabedoria geral.
Isso, obviamente, começa a acontecer nos primeiros anos de vida, antes mesmo da
criança andar ou falar. Quando palavras como “Bíblia”, “Deus” ou “igreja” forem
pronunciadas, serão ditas com um tom de especial seriedade e devoção.
A mente tênue da criança deve despertar no lar para
um mundo de pensamentos que seja totalmente da Palavra de Deus. Instintivamente
(e, nós oramos, definitivamente) a criança aprende com os pais a ver a si mesma
como “criada por Deus”, “pecadora”, “sujeita à enfermidade e a morte”,
“necessitada de um Salvador”, “precisando orar a Deus sempre e por tudo”,
“preparando-se na Terra para a eternidade”, como “tendo de enfrentar o grande
julgamento de Deus ao final”, “obrigada a guardar a Lei de Deus”, e como
“ciente do céu e do inferno”.
Pais não devem contentar-se em dar graças nas
refeições e nada mais. Refeições deveriam ser usadas para estimular conversas
sobre temas espirituais: “Por que Jesus chamou a Si mesmo o Pão da Vida?”; “Por
que as pessoas não podem viver só de pão? ”; “Como podemos socorrer ao
faminto?”, etc. Nós não estamos sugerindo que a hora da refeição deva ser
totalmente devotada a conversas especificamente espirituais, mas que elas devem
acontecer regularmente. A hora das refeições são momentos dados por Deus e
devem ser gastos em conversas que não sejam sufocadas pelo controle da mídia.
Crianças, como os adultos, precisam desembaraçar-se em suas conversas.
Nós firmemente aconselhamos os pais a tomar como
prática o dirigir um culto familiar em suas casas a cada manhã e noite. De preferência
o pai (quando não, a mãe) dirigirá o cântico de alguns versos, então lerá um
capítulo da Bíblia e orará. Nós recomendamos a leitura da Bíblia ao invés de
qualquer tipo de “livro de culto familiar”.
Se no entanto tal tipo de livro for usado, seja
somente após lido o capítulo bíblico. O que mais importa é que as crianças
sejam completamente familiarizadas com a Bíblia. Comentários de homens são
valiosos, mas não substitutos dos próprios “oráculos de Deus”. Deixe que as
crianças sejam encorajadas por todos os meios a ler livros devocionais. Mas no
culto familiar nós somos veementes em aconselhar que à Bíblia, em toda a sua
autoridade e majestade, seja dado lugar central. Crianças não conhecerão a
Bíblia exceto por um aprendizado diário e repetitivo da maneira que sugerimos
aqui.
Enquanto as crianças crescem, espera-se que elas
tenham seus próprios momentos devocionais, tanto de manhã como à noite, e
também que compareçam aos cultos na casa de Deus. Nós não aprovamos a prática,
encontrada em alguns círculos, de retirar-se as crianças do sermão. Certamente,
se a criança não pode manter-se em silêncio pela sua pouca idade, ela deve ser
conduzida a uma sala onde não possa perturbar o culto. Mas nos primeiros anos
de vida a criança pode aprender a ficar quieta na igreja e a comparecer ao
sermão. Pregadores adoram ver crianças na igreja, e o mais sábio deles, aqui e
ali, jogará um punhado de grãos especialmente para elas durante o sermão.
DISCIPLINA
Disciplina é onde a maioria dos pais caem e
fracassam no seu dever para com os seus filhos. Disciplina, entretanto, é
essencial por pelo menos três razões:
· porque nossos filhos possuem uma natureza
pecaminosa como nós;
· porque Deus requer que os pais disciplinem seus
filhos;
· porque as crianças irão de mau a pior se não a
receberem.
Os problemas da juventude nos dias de hoje são
grandemente agravados porque os pais não se têm permitidos serem dirigidos
somente pelas Escrituras nesse ponto, mas, ao contrário, têm sido influenciados
pelas atuais idéias liberais espalhadas pelos humanistas.
Disciplina deve ser dada na forma de advertência,
seguida, se desobedecida, por uma controlada punição física a uma parte do
corpo onde não cause dano. No caso de crianças pequenas, tal castigo deve ser
bem moderado. O propósito da disciplina é reforçar a obediência ao que é
correto. Nós não castigamos as crianças quando elas erram por desconhecimento,
embaraço, ou confusão. Mas nós as castigamos com firmeza - e até demonstramos
uma controlada irritação de nossa parte - quando elas são desobedientes ou
desonestas espontaneamente. A maior “dor” para a criança deve ser a de perceber
que nós, como pais, estamos aborrecidos e descontentes com seu comportamento.
Disciplina é a maneira correta, bíblica, e dada por
Deus com a qual os pais devem responder à desobediência de seus próprios
filhos. Nossa autorização para a disciplina é encontrada em trechos das
Escrituras como os seguintes:
Pv. 13:24 : “O que retêm a vara aborrece a seu
filho, mas o que o ama cedo o disciplina.”
Pv. 19:18 : “Castiga a teu filho, enquanto há
esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo.”
Pv. 22:15 : “A estultícia está ligada ao coração da
criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.”
Pv. 23:13,14 : “Não retires da criança a
disciplina, pois se a fustigares com a vara , não morrerá. Tu a fustigarás
com a vara e livrarás a sua alma do inferno.”
Há hoje uma linha de pensamento que diz que
crianças não devem receber punição física. Os frutos dessa teoria anti-cristã
são vistos em todo lugar: sujeira, pichações, arruaças, furtos, ataques a
idosos, e uma atitude orgulhosa que não pode ser corrigida por ninguém - nem
pelos próprios pais, se eles tiverem negligenciado a disciplina desde cedo.
É lógico que se a disciplina for amorosamente, mas
firmemente, reforçada na infância, freqüentemente não será necessária na
adolescência. Não é sem razão que Deus diz “Tu a fustigarás com a vara e
livrarás a sua alma do inferno” (Pv. 23:14).
O inferno é diariamente enchido com as almas de
homens e mulheres que não foram corrigidos na infância porque seus pais foram
“gentis demais”, demais tímidos, ou demais ocupados para cuidar dos problemas
quando e enquanto eles surgiram. Muitos pais, e dentre eles muitos cristãos,
têm sido como Eli (1 Sm. 2) envergonhados e reprovados porque foram demais
indulgentes. Não se espantem da Bíblia dizer: “O filho estulto é tristeza para
o pai, e o pai do insensato não se alegra” (Pv. 17:21).
TRABALHO
O pai cristão deve ensinar, por preceitos e
exemplos, que Deus nos colocou neste mundo para servi-Lo e obedecê-Lo. Nossa
vida, devemos ensinar a nossos filhos, é curta e incerta. Nosso primeiro dever
é reconciliar-nos com Deus pela fé no Senhor Jesus Cristo; o segundo, e que
dura para a vida toda, é buscar agradar a Deus através do cumprimento da Sua
santa Palavra. Uma das principais partes da nossa obediência é trabalhar duro
nos “seis dias” que se seguem ao sábado cristão (o domingo), ou Dia do Senhor
(Ex. 20:9). Na nossa sociedade moderna há uma quantidade absurda de tempo gasta
com esportes e entretenimento ocioso, muitos dos quais nada contribuem para o
bem da alma, pelo contrário são nocivos em todos os aspectos para o
desenvolvimento e progresso espiritual.
Uma vez que “Satanás ainda acha travessuras para
mãos inativas fazerem”, é sábio para um pai manter seus filhos proveitosamente
ocupados. Deixe-os ter trabalhos para fazer enquanto ainda são jovens; mais
tarde, no período escolar, deixe-os ter fartura de deveres de casa. Os pais
podem facilmente verificar isso para que, se necessário, a quantidade dada pela
escola seja suplementada. Pais, afinal de contas, não a escola, são em última
análise responsáveis pela educação de seus próprios filhos.
Muitas crianças da igreja são desfavoravelmente
afetadas pelas más companhias que encontram fora de casa. Ainda que não
possamos tecer um casulo em volta de nossos filhos, nós podemos tomar algumas
medidas efetivas nesse ponto. Pais crentes devem “analisar” os amigos de seus
filhos, discretamente, ainda que cuidadosamente. Se um mau linguajar, maus
hábitos ou más atitudes são percebidas em tais amizades elas devem ser
firmemente terminadas pelos pais: “João, você terá que se despedir de seu amigo
Pedro. Ele não é uma amizade adequada para você. Nós precisamos procurar outro
amigo para você”.
O pai crente que pretende fazer tudo que estiver ao
seu alcance para ter seus filhos convertidos deve encarar a dolorosa
possibilidade de que nem todas as crianças da Escola Dominical ou da igreja são
amigos adequados para seus filhos. Isso deve envolvê-los em delicadas e diplomáticas
medidas para resguardar suas crianças dos filhos de alguém que atende à mesma
congregação. Nós sabemos que alguns crentes são maus pais; mas também,
alegremente descobrimos que através da providência de Deus alguns não-crentes
são surpreendentemente bons pais, ao menos em assuntos não especificamente
espirituais. Nós devemos isso a Deus, de colocar o bem da alma de nossos filhos
antes de todo fator humano, como, no caso, a amizade. Nossos filhos nem sempre
podem compreender no momento. Mas, quando se converterem, nos agradecerão a
firme e delicada proteção que demos a eles, até mesmo dentro da igreja.
PROFESSANDO A FÉ EM CRISTO
Um pai crente não deve se perturbar se um de seus
filhos reclamar de ser “criado com muito rigor”. Tais reclamações ocasionais
são esperadas porque nossos filhos, possuindo uma natureza pecaminosa,
compreensivelmente, se ressentem do senhorio de Cristo no lar. Mas, no fundo,
filhos de bons lares costumam saber, ainda que nem sempre admitam abertamente,
que estão melhores e mais felizes do que aqueles que eles conhecem de lares
mundanos, onde televisão sem limites e o excesso de tolerância são a regra.
Pais crentes sabem que eles não podem converter
seus filhos. Mas devem sempre lembrar-se de pelo menos duas coisas: de que há
uma promessa ligada à paternidade desempenhada com fidelidade; e que, ainda que
nós não possamos dar a salvação a nossos filhos, nós podemos insistir que eles
sejam corteses e respeitosos conosco e com os outros adultos.
A promessa a que nos referimos acima é, em outras
palavras: “Ensina a criança no caminho que deve andar, e ainda quando for velho
não se desviará dele” (Pv. 22:6). Nós podemos agarrar firmemente tal graciosa
promessa e suplicá-la a Deus ainda que, ao mesmo tempo, devamos amar, ensinar e
continuar a disciplinar nossos filhos.
É uma feliz experiência dos pais crentes quando -
embora nem sempre - vêem seus filhos ou filhas chegarem ao ponto de desejarem
confessar a Cristo por si mesmos. É uma experiência de ouro para qualquer
crente. É música para os ouvidos.
Entretanto, mesmo nesse ponto precisamos ser um
tanto cautelosos. Nós oferecemos os seguintes conselhos:
1 - Nunca pressione uma criança a “aceitar a
Cristo”, a “tornar-se um membro”, a “descer às águas do batismo” (quando for o
caso da igreja dos pais utilizar esse tipo de batismo), ou a “ir à mesa do
Senhor”. Danos são causados por uma pressão emocional desse tipo. Quando
crianças são pequenas, dizem o que elas sabem que agradará os mais velhos. Mas
voltarão, cedo ou tarde, às suas verdadeiras personalidades se uma regeneração
não houver acontecido.
É melhor deixar a verdade de Deus fazer o seu
trabalho e esperar que as pétalas da rosa se abram por si mesmas sob a bendita
influência do Sol da Justiça.
2 - Não dê, de imediato, crédito demais a uma
criança que professa ter sido convertida recentemente. Espere para ver que
mudanças acontecem na sua vida em certo período de tempo. Procure por mudanças
em seus interesses e em suas atitudes. É melhor ser cauteloso demais do que
crédulo demais. A graça não evapora se não receber uma generosa recepção em sua
primeira profissão. O que os levará - e a nós também - para a glória é o poder
de Deus que vem da plenitude de Cristo, um poder que não pode ser perdido uma
vez desfrutado.
3- Não despreze ou menospreze a profissão de fé de
uma criança, mas, mostre por todos os meios que você valoriza a fé verdadeira
nelas acima de todas as honras que esse mundo jamais poderia lhes dar.
Não é uma coisa fácil ser um bom pai hoje em dia.
Misericordiosamente Deus é capaz de sobrepujar nossos muitos erros e conduzir
nossos filhos a Ele, a despeito de todas as nossas falhas e deslizes. Graça,
afinal de contas, é graça porque é imerecida e soberana.
Provavelmente nenhum pai jamais existiu que não
tenha olhado para trás com pesar pelos muitos erros que ele ou ela cometeram no
processo de criar uma família. Até grandes homens como Davi e Eli tiveram dor e
pesar por causa da incredulidade de seus filhos e filhas.
No entanto somos ousados para dirigir-nos a pais
crentes com jovens famílias para que eles sejam encorajados a superarem-se na
tarefa de criarem seus filhos para Deus, da melhor maneira possível. É uma
grande tarefa e pode ser extremamente gratificante ao final.
Nosso mais respeitoso desejo e oração é que tais
pais vejam seus filhos um dia assentados com eles no reino da graça - e
finalmente no reino da glória.
(Artigo publicado na revista Banner of Truth)