domingo, 27 de maio de 2012

OS 10 MELHORES LIVROS



Seguindo o exemplo de alguns amigos e colegas de ministério, resolvi elencar os dez melhores livros que li durante o ano de 2009. Li muita coisa boa durante o ano que passou, de maneira que, é perfeitamente possível que eu cometa alguma injustiça com alguma excelente obra. No entanto, após examinar a lista composta de sessenta e nove livros, cheguei ao seguinte veredicto:

10º: GALILÉIA – Ronaldo Correia de Brito (Objetiva)
Ronaldo Correia de Brito é um médico cearense (meu conterrâneo!), radicado na capital pernambucana (Recife), colunista semanal na revista Terra Magazine, no portal Terra. Galiléia é um romance denso que conta a estória de três primos (Davi, Adonias e Ismael), que atravessam o sertão dos Inhamuns, no Ceará, para visitar o avô moribundo, em uma fazenda cujo nome é o título da obra. Em Galiléia, os três primos se defrontam com questões difíceis e segredos do passado. Interessante na obra é que quase todos os personagens receberam nomes bíblicos, e.g., Davi, Adonias, Ismael, Tobias, Tio Josafá, Tio Salomão, e etc.

9º: O ROMANCE MORREU – Rubem Fonseca (Companhia das Letras)
Rubem Fonseca é um conhecido escritor do público brasileiro, famoso por várias de suas obras, incluindo alguns romances, contos e crônicas. Em O Romance Morreu, ele apresenta algumas crônicas que retratam situações do seu cotidiano e acontecimentos narrados por ele in loco, como por exemplo, a queda do Muro de Berlin.


8º: PREGAÇÃO E PREGADORES – Martyn Lloyd-Jones (Fiel)
Obra magistral do “Doutor” do País de Gales. Nela, Lloyd-Jones apresenta uma série de preleções a respeito de assuntos que giram em torno da pregação: sua primazia, a diferença entre sermão e pregação, a forma do sermão, questões pertinentes à pessoa do pregador, a estrutura do sermão, o uso de ilustrações, coisas que devem ser evitadas e etc. extraordinária é a exposição de dez argumentos contra o uso de apelos, algo extremamente comum em nossos dias, mas que se configura como banalização da graça e do evangelho.

7º: VENCENDO O MUNDO – Joel Beeke (Fiel)
Joel Beeke, diretor do Puritan Reformed Theological Seminary, é bastante conhecido do público reformado no Brasil. A obra em questão está dividida em três seções: 1) uma exposição de 1 João 5.4,5, onde o autor discorre sobre o mundanismo e a forma de vencê-lo; 2) uma exposição do pensamento de João Calvino a respeito da piedade como instrumento indispensável para se vencer o mundo; e 3) uma exposição de Atos dos Apóstolos 20.28 voltada para os pastores, que também estão sujeitos aos enormes perigos do mundanismo. Numa época em que a cristandade tem se mundanizado cada vez mais, a presente obra é de extrema relevância e urgência para os protestantes reformados brasileiros.

6º: EU DISSE ADEUS AO NAMORO – Joshua Harris (Atos)
Comecei a leitura desse livro “com um pé atrás”, visto que não possuía familiaridade com o autor e o seu pensamento. Entretanto, à medida que me aprofundava na leitura comecei a me entusiasmar com a visão apresentada por Harris a respeito dos malefícios do namoro ocidental. O objetivo do livro é estimular os jovens crentes a buscarem uma vida de pureza nos seus relacionamentos, primando por uma amizade saudável e alicerçada na Palavra de Deus. Que bom seria se nossos jovens se dispusessem a lê-lo. E não apenas isso, que maravilhoso seria se buscassem aplicar os princípios ensinados às suas vidas.


5º: SANTIDADE SEM A QUAL NINGUÉM VERÁ O SENHOR – J. C. Ryle (Fiel)
O livro do bispo de Liverpool aborda um assunto relegado ao “arquivo morto” do evangelicalismo, a santidade. Trata-se de uma obra clássica, um verdadeiro patrimônio teológico-literário do protestantismo mundial. O livro consta de exposições feitas por J. C. Ryle, apresentando os princípios bíblicos a respeito da santidade e aplicando-os à sua época com uma maestria impressionante. Interessantemente, as aplicações feitas por ele não perderam a vitalidade e a relevância. Elas permanecem atuais e urgentes para a geração evangélica pós-moderna, uma geração carente de vida piedosa.

4º: THE WORSHIP OF GOD – Joseph A. Pipa, Org. (Christian Focus Publishing)
Essa obra reúne os ensaios apresentados por estudiosos eruditos na conferência anual Spring Theology Conference, em 2003, no Greenville Presbyterian Theological Seminary. Os capítulos abordam assuntos relacionados ao culto bíblico-reformado, como por exemplo: “The Regulative Principle”, de Terry L. Johnson; “Calvin and the Worship of God”, de W. Robert Godfrey; “The Purpose of Worship”, de Joseph A. Pipa, Jr.; “The History of Worship in Presbyterian Churches”, de Morton H. Smith; “The Psalms and Contemporary Worship”, de W. Robert Godfrey; “Reformed Liturgy”, de Joseph A. Pipa, Jr.; “Worship from the Heart”, de Terry L. Johnson; “The Biblical Case for Exclusive Psalmody”, de Brian Schwertley; “A Defense of Biblical Hymnody”, de Benjamin Shaw; e “The Few on Behalf of the Many”, de Cliff Blair”. Alias, este ultimo capítulo é extraordinário, nele, Cliff Blair faz uma análise bíblica, histórica e teológica acerca da impropriedade da existência de corais no culto protestante reformado. Obra muitíssimo importante!

3º: ATEÍSMO REMIX – R. Albert Mohler Jr. (Fiel) 
Estamos assistindo o irrompimento de uma onda de ataques ao Teísmo de um modo geral, e, de modo mais específico, ao Cristianismo. Homens como Richard Dawkins, Daniel Dennet, Sam Harris e Christopher Hitchens (conhecidos como os “Quatro Cavaleiros do Apocalipse Ateísta”), tentam desacreditar a fé cristã atacando de forma violenta a existência de Deus, as Escrituras, a pessoa de Jesus Cristo e etc. Interessantemente, apesar de sua propaganda anti-religiosa, estes homens acabam empregando argumentos e termos religiosos para defenderem suas idéias. Em Ateísmo Remix, Albert Mohler, faz uma apresentação sucinta do que é o neo-ateísmo, suas alegações e suas inconsistências. O autor faz uma síntese das principais obras de cada um dos quatro estudiosos mencionados, familiarizando o leitor com o pensamento neo-ateísta. Obra relevante para aqueles que desejam defender a fé e encontrar argumentos interessantes contra as alegações céticas.

2º: MEDITA ESTAS COISAS – Richard Baxter (Knox Publicações)Richard Baxter foi um pastor puritano inglês do século XVII. Ele é imensamente conhecido por ser o autor de clássicos como O Pastor Aprovado e O Descanso Eterno dos Santos. Na obra Medita estas Coisas, Baxter faz uma exposição de alguns princípios essenciais para que alguém possa ter certeza acerca da genuinidade da sua conversão. Ele expõe três princípios: 1) ter um correto entendimento da natureza do Cristianismo e do Evangelho; 2) examinar as Escrituras todos os dias para confirmar aquilo que se ouve; e 3) refletir seriamente, em secreto com Deus, acerca das verdades aprendidas. Se todos aqueles que têm ojeriza ao termo “puritano” se dispusessem a ler uma obra como essa, veriam que suas convicções são apenas preconceitos malignos e prejudiciais... para eles mesmos!

1º: O PEREGRINO – John Bunyan (Martin Claret)
O melhor livro do ano de 2009 é o célebre O Peregrino, obra escrita pelo puritano John Bunyan, em 1678, quando estava em cadeias. Além disso, foi lida por Charles Spurgeon mais de cem vezes! Trata-se de um clássico universal, traduzido para quase todas as línguas, e no Ocidente apenas a Bíblia ultrapassa a sua popularidade. O livro é escrito em forma de uma alegoria, apresentando a viagem de um personagem chamado Cristão à Jerusalém Celestial. A associação dos acontecimentos vividos por Cristão com as verdades bíblicas acerca da caminhada cristã é impressionante. Todos aqueles que leem essa obra se veem como o personagem principal, pois suas experiências, talvez com uma pequena diferença de intensidade, são exatamente as mesmas. Os pontos altos do livro são: 1) a chegada de Cristão aos pés da Cruz; e 2) a travessia do rio “da morte”. É quase impossível ler tais passagens e não chorar!

Espero despertar nos leitores do Cristão Reformado o interesse em ler os livros aqui elencados. Acredito piamente que, nossa maior deficiência reside na falta do hábito da leitura. Acredito também que, a explicação de tanta debilidade nos púlpitos de hoje é a recusa de muitos líderes de se dedicarem ao estudo, tanto das Sagradas Escrituras quanto de outros livros!

Kyrie Eleison