O Livro de Hebreus
revela que Cristo é o “Mediador de superior aliança instituída com base
em superiores promessas” (Hb 8.6). Ela é mais excelente porque as
promessas do pacto mosaico eram condicionais, terrenas, carnais e temporárias,
enquanto as promessas do Novo Testamento são incondicionais, espirituais e
eternas.
Quais as
diferenças entre o Antigo Testamento e o pacto abraâmico?
Deus estabeleceu a
aliança mosaica (Antigo Testamento) com a nação de Israel, no Monte Sinai. Esse
pacto não foi o primeiro que Deus firmou com o homem, mas foi o primeiro que
Ele fez com Israel como nação. A aliança mosaica foi escrita 430 anos depois da
aliança abraâmica, e não alterou, não anulou, nem revogou as cláusulas da
primeira aliança, a abraâmica (Gl 3.17-19), que era incondicional, irrevogável
e eterna.
Muitas pessoas, hoje em
dia, confundem a aliança mosaica com a abraâmica e afirmam que a Terra
Prometida não pertence mais ao povo judeu porque a nação perdeu seu direito em
razão do pecado. Entretanto, Deus garantiu a Israel a posse permanente da
terra, não através da aliança mosaica, mas da aliança abraâmica (Gn 15.7-21;
17.6-8; 28.10-14).
As promessas do pacto
mosaico eram condicionais. O pré-requisito era que Israel obedecesse aos
mandamentos para que Deus cumprisse as promessas de bênçãos, estabelecidas no
pacto (Êx 19.5). Mas Israel não cumpriu as cláusulas do pacto. A falha não
estava na Lei, pois o mandamento era “santo, e justo e bom” (Rm 7.12), mas
na natureza pecaminosa do homem, que se rebelou contra as condições estipuladas
no pacto. Essa aliança tinha um poder limitado e não podia conceder vida
espiritual nem justificar os pecadores (Hb 8.7-9).
Quais são
as promessas da Nova Aliança?
- Em primeiro lugar, a Nova Aliança
proporciona uma transformação interior da mente e do coração, que só pode
ser produzida através da regeneração espiritual. Deus disse:“Nas suas
mentes imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações as
inscreverei” (Hb 8.10). A Antiga Aliança era exterior, lavrada na
pedra (Êx 32. 15-16); a Nova Aliança é escrita “em tábuas de
carne, isto é, nos corações” (2 Co 3.3), através do ministério do
Espírito Santo. Isso acontecerá com Israel, como um todo, na Segunda Vinda
de Cristo, quando Deus derramará o Seu Espírito sobre o povo judeu
não-salvo, fazendo com que se arrependa de seus pecados e aceite Jesus
como seu Messias (Zc 12.10; Rm 11.26).
- Em segundo lugar, a aliança mosaica
estipulava que os conceitos da Lei, com seus complicados rituais e
regimentos, só fossem ensinados pelos líderes religiosos. Os que vivem sob
os preceitos da Nova Aliança são ensinados pelo Senhor, por meio do
Espírito Santo que habita em seu interior, e recebem poder para andar nos
caminhos do Senhor e guardar os Seus estatutos (Ez 36.27).
- Em terceiro lugar, na Antiga Aliança, o
pecado era lembrado sempre que um animal era oferecido em sacrifício (Hb
10.3). Na Nova Aliança, Jesus foi o Cordeiro do sacrifício, que, de uma
vez por todas, removeu o pecado (Hb 10.15-18) através do Seu sangue. O
Senhor disse: “Pois, para com as suas iniqüidades usarei de
misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Hb 8.12; cf. Jr
31.34). A palavra jamais é uma dupla negativa no
texto grego, o que significa que “não, nunca, sob nenhuma circunstância”
Deus se lembrará dos pecados do Israel redimido.
- Em quarto lugar, Cristo é o Mediador da
Nova Aliança (Hb 9.15-20). O mediador atua como um intermediário entre
duas partes que desejam estabelecer um acordo entre si. Os mediadores põem
seus próprios interesses de lado pelo bem das partes envolvidas no acordo.
Um mediador precisa ser digno de confiança, aceitável pelas partes e capaz
de assegurar o cumprimento do pacto. Através de Sua morte, Cristo
tornou-se o Mediador da Nova Aliança, e possibilitou a reconciliação de
todos aqueles que confiam em Sua obra redentora.
A mediação de Cristo
também se estende aos santos que viveram debaixo da Antiga Aliança, bem como
aos que virão a crer, no futuro. Cristo concede uma herança eterna a todos os
crentes, através da Nova Aliança. Um beneficiário só pode entrar na posse legal
da herança com a morte do testador. Para que a Nova Aliança tivesse efeito e,
legalmente, pudesse conceder a salvação aos pecadores, Cristo tinha que morrer
(Hb 9.15-17).