sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Poderemos negar a existência do inferno? - Por Pr. Miranda


 Está escrito! 

• Mat 5:22  Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.

• Mat 5:29 Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno.

• Mat 5:30  E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno.

• Mat 10:28  Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo. 

• Mat 11:23  Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. 

• Mat 16:18  Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 

• Mat 18:9  Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo. 

• Mat 23:15  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós! 

• Mat 23:33  Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? 

• Marcos 9:43  E, se tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível 

• Marcos 9:45  E, se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é melhor entrares na vida aleijado do que, tendo os dois pés, seres lançado no inferno 

• Marcos 9:47  E, se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o; é melhor entrares no reino de Deus com um só dos teus olhos do que, tendo os dois seres lançado no inferno, 

• Lucas 10:15  Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno. 

• Lucas 12:5  Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer. 

• Lucas 16:23  No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. 

• Mat 13:42 e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes. 

• Mat 3:12 A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível. 

• Mat 25:41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna. 

• João 15:6 Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. 

• Mat 22:13 Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.   Que diremos amados, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? (Rom 9:22-24). Queridos leitores nunca se aparte dessas verdades. Está escrito!  

• Mat 5:22  Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.

• Mat 5:29 Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno.

• Mat 5:30  E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno.

• Mat 10:28  Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.

• Mat 11:23  Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje.

• Mat 16:18  Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

• Mat 18:9  Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo.

• Mat 23:15  Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!

• Mat 23:33  Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?

Marcos 9:43  E, se tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível

Marcos 9:45  E, se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é melhor entrares na vida aleijado do que, tendo os dois pés, seres lançado no inferno

• Marcos 9:47  E, se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o; é melhor entrares no reino de Deus com um só dos teus olhos do que, tendo os dois seres lançado no inferno,

• Lucas 10:15  Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno.

• Lucas 12:5  Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer.

• Lucas 16:23  No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.

• Mat 13:42 e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.

• Mat 3:12 A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.

• Mat 25:41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.

• João 15:6 Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.

• Mat 22:13 Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.

Que diremos amados, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? (Rom 9:22-24). Queridos leitores nunca se aparte dessas verdades. Está escrito!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Carta a um Pastor Pentecostal que Virou Reformado Postado por Augustus Nicodemus Lopes


Embora a situação e o destinatário dessa carta sejam fictícios, ela se baseia em fatos reais.
Meu caro Fernando,

Fiquei muito feliz em saber que você vem se fortalecendo mais e mais nas doutrinas da Reforma. Lembro-me bem das suas interrogações e de seus conflitos quando você começou a ler Martin Lloyd-Jones, Spurgeon e outros autores reformados e se deparou com a visão reformada de mundo e com as doutrinas da soberania de Deus, da graça absoluta e da nossa profunda depravação. Quantas perguntas e quantas interrogações! Pelo que entendi da sua carta, esse período inicial de conflito interior e de "arrumação" da mente já passou e agora você enfrenta uma outra fase, que é o antagonismo de colegas pastores da sua denominação e de membros da sua igreja para com o novo conteúdo das suas pregações e do seu ensino.

Você me perguntou se temos espaço em nossa igreja para pastores como você, que é pentecostal e que recentemente encontrou as doutrinas reformadas. Estou vendo essa possibilidade com alguns outros colegas pastores, mas eu pessoalmente não creio que a solução seria você sair de sua igreja e passar para uma reformada. Creio que você deveria tentar ficar onde está o máximo de tempo que puder. Os reformadores, como Lutero, a princípio não pretendiam sair da Igreja Católica, mas ficar e reformá-la de dentro para fora. Somente após algum tempo é que ficou claro que isso era impossível. No caso de Lutero, o papa se encarregou de expulsá-lo com a excomunhão. Seu caso é diferente, pois é um absurdo comparar a situação de um reformado dentro da Igreja Católica com a situação de um reformado dentro de uma igreja pentecostal. Portanto, minha sugestão é que você permaneça o máximo que puder, só saia se for obrigado a isso. Deixe-me dar alguns conselhos nessa direção.

1. Mantenha sempre em mente que apesar das diferenças que existem em doutrinas e práticas (nem sempre discutidas de maneira cristã), os reformados no Brasil sempre reconheceram os pentecostais históricos como genuínos irmãos em Cristo. Nós chegamos ao Brasil primeiro. Vocês vieram depois. É verdade que a princípio houve relutância em reconhecê-los como evangélicos por causa da estranheza com as práticas e doutrinas pentecostais, mas apesar delas, eventualmente vieram a ser reconhecidos como irmãos dentro da fraternidade evangélica.

2. Existem muitos pontos de convergência entre os reformados e os pentecostais. Além dos pontos fundamentais contidos, por exemplo, no Credo Apostólico, compartilhamos com eles ainda o apreço pelas Escrituras, o reconhecimento da necessidade de uma vida santa, a busca da glória de Deus, o desejo de um legítimo avivamento espiritual e o zelo pela doutrina. Nesses pontos e em outros, pentecostais e reformados sempre se alinharam contra liberais e libertinos. Tente se concentrar nesses pontos comuns nas suas pregações e no seu ensino.

3. Enquanto permanecer em sua igreja, responda sempre com mansidão e humildade aos que questionarem as "novas doutrinas" que você agora professa. Diga que as doutrinas ensinadas pelos reformados são muito mais antigas que a própria Reforma e que remontam ao ensino de Jesus e dos apóstolos. Elas têm sido adotadas e ensinadas por pastores e pregadores de todos os continentes e de muitas denominações diferentes. Elas serviram de base para o surgimento da democracia, da visão social, das universidades e da ciência moderna, e vêm abençoando a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Naturalmente, o que vai realmente fazer a diferença em sua resposta é sua habilidade de mostrar biblicamente que você não está abraçando nenhuma heresia ou doutrina nova. Para isso, é necessário que você estude as Escrituras e que se familiarize com sua mensagem, especialmente com as passagens e porções que tratam mais diretamente das doutrinas características da Reforma.

4. Evite dar a falsa impressão de que ser reformado é cantar somente salmos sem instrumentos musicais, não ter corais nem grupos de louvor, proibir as mulheres de orar em público e não levantar as mãos ou bater palmas no culto. Concentre-se nos pontos essenciais, como a soberania de Deus, a sua graça absoluta na salvação de pecadores, a depravação total e a inabilidade do homem voltar-se para Deus por si mesmo, a necessidade de conversão e arrependimento e a centralidade das Escrituras na experiência cristã.

5. Quando chegar ao tema do livre arbítrio, escolha com cuidado as suas palavras. Você sabe que a posição reformada clássica é de que a soberania de Deus e a responsabilidade humana são duas verdades igualmente ensinadas na Bíblia, muito embora não saibamos como elas se reconciliam logicamente. Deixe claro que você em momento algum está anulando a responsabilidade do homem para com as decisões que ele toma, e que, quando ele toma essas decisões, ele as toma porque quer tomá-las. Ele é, portanto, responsável pelo que faz e pelo que escolhe, mesmo que, ao final, o plano de Deus sempre prevalecerá e será realizado. Não tente resolver o mistério dessa equação. Seja humilde o suficiente para dizer que você reconhece o aparente paradoxo dessa posição e que não consegue eliminar nenhum dos seus dois pontos. Mantê-los juntos em permanente tensão é o caminho da Reforma, e um caminho que muitos pentecostais vão entender e apreciar. O que eles receiam é que se acabe por eliminar a responsabilidade do homem e reduzi-lo a um mero autômato. Deixe claro que não é isso que os reformados defendem.

6. Creio que será muito útil você estar familiarizado com as experiências espirituais vividas por John Flavel, Lloyd-Jones, Jonathan Edwards, David Brainerd, George Whitefield e muitos outros reformados. Os reformados e particularmente os puritanos deram grande ênfase à religião experimental, isto é, ao fato de que os cristãos deveriam ter profundas experiências com Deus. Nossos irmãos pentecostais apreciam essa ênfase, pois o surgimento do pentecostalismo, entre outros fatores, foi uma reação contra a frieza e a formalidade de muitas igrejas históricas do início do século XX nos Estados Unidos e Europa.

7. Tente ainda mostrar que as doutrinas da graça, aquelas da Reforma, são as que mais tendem a glorificar a Deus, visto que exaltam a sua soberania e humilham o homem, colocando-o no devido lugar. Todo cristão genuíno tem anseios de dar a glória a Deus e de vê-lo exaltado. Nossos irmãos pentecostais buscam a glória de Deus, e quando entendem que as doutrinas da graça tendem a exaltá-lo mais que outras, passam a ter uma atitude de reflexão e abertura para com elas.

8. Um outro conselho. Pregue a Palavra, exponha as Escrituras com fidelidade. Ao fazer isso, você estará pregando as grandes doutrinas da graça em vez de pregar sobre a Reforma. Evite citar autores reformados o tempo todo. Muitos pregadores reformados estragaram seu ministério porque dão a impressão que conhecem Lutero, Calvino, Spurgeon e os puritanos mais do que o apóstolo Paulo, pela quantidade de vezes que ficam citando autores reformados em seus sermões. Evite clichés evangélicos e reformados. Pregue a Palavra e deixe que seus ouvintes concluam que as doutrinas reformadas são, na realidade, bíblicas.

9. Não estou dizendo que você deve "esconder o jogo" para evitar ser colocado para fora de sua igreja. Faz parte da integridade e da honestidade cristãs assumirmos o que pensamos. Assuma sua posição, mas de forma inteligente e sábia, de forma que muitos entendam a mudança que ocorreu em você. Por outro lado, evite a síndrome de mártir. Eu pessoalmente detesto essa atitude que por vezes alguns reformados adotam quando estão em minoria e estão sofrendo resistência. Se ao final não tiver jeito e você tiver mesmo de sair da sua igreja, saia com dignidade, não saia atirando nem acusando as pessoas.

10. Não veja as perseguições que você tem sofrido dentro de sua igreja como algo pessoal, mas como a reação de irmãos sinceros do outro lado de um conflito que já dura séculos dentro da igreja cristã, que é aquele entre semipelagianos-erasmianos-arminianos, de um lado, e agostinianos-calvinistas-puritanos, de outro. Lembre que em ambos os lados há crentes verdadeiros e sinceros.

Por fim, existem já no Brasil várias igrejas pentecostais-reformadas, pequenas, é verdade, ainda nascentes. Mas, mesmo não sendo pentecostal, profetizo que esse movimento pode crescer muito no Brasil. Muitas igrejas históricas já são pós-reformadas e é muito triste ver o esquecimento das suas heranças e como vai ficando cada vez mais difícil um retorno verdadeiro. Quem sabe os pentecostais não estejam predestinados a avançar bastante a teologia da Reforma no Brasil?

Fique em paz. Um abraço do seu irmão e amigo,

Augustus

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

INOCENTES PEQUENINOS? - Sinclair B. Ferguson



“Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras.” – Salmos 58.3
Ao final do dia, quando nossos filhos ainda eram pequenos, eu costumava observá-los enquanto dormiam: estavam lá, respirando quase imperceptivelmente, relaxados no seu sossego, curtindo o “sono da inocência”. Esta é a impressão do homem natural (e especialmente de um pai), que só enxerga aquilo que está diante de seus olhos (1 Samuel 16.7). Mas, que dizer do coração dessas crianças?
Usando as lentes da Bíblia, passamos a ver uma realidade mais sinistra: nossos filhos podem ser ingênuos, mas jamais inocentes. Assim como todos os homens, eles são culpados e depravados. Como Robert Murray McCheyne escreveu certa vez, mesmo nessa idade, a semente de todo tipo de pecado já está plantada em seus corações.
A verdade não se resume à possibilidade de nossas crianças se desviarem espiritual e moralmente, caso alguma coisa saia errado; muito pior que isso é a tendência para seguir esse caminho tortuoso, que já veio plantada nelas. A única coisa que falta para o trágico desfecho é elas darem vazão aos seus desejos carnais. A teologia reformada faz uso do termo “depravação total” para se referir a essa realidade. Como Louis Berkhoff expressou, essa depravação é: “(1) ... uma corrupção inerente que se estende a cada parte ... da natureza [humana], a todas as faculdades e capacidades tanto da alma como do corpo; e (2) que não há nenhum bem espiritual ... no pecador, mas somente perversão”. (Systematic Theology, p. 247)
A depravação total de nossos filhos é uma doutrina que exige fé nas Escrituras. Nossos instintos naturais nos levam a olhar para os recém-nascidos como “tábuas rasas” morais e espirituais; como folhas em branco, prontas para que se escreva nelas uma vida de sucesso. E, ao que normalmente presumimos, essas páginas podem até ser manchadas, mas na sua essência sempre serão brancas.
Não é assim, de acordo com as Escrituras: “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras.” (Salmos 58.3), insiste o salmista. No entanto, até mesmo se essas palavras se referissem apenas a algumas pessoas, lutaríamos para minimizar o ensino de Davi, de que o fruto do pecado vem desde a raiz. A Bíblia diz que nós pecamos porque nossa natureza é corrompida.
Assim como esta verdade é aplicável ao ímpio, foi aplicada a Davi. Foi isso que Deus mostrou a Davi, ao usar o profeta Natã para repreendê-lo por causa de seu adultério com Bateseba e do assassinato de Urias (2 Samuel 11-12; conf. Salmos 51.5).
Este ensino não se trata de uma desculpa para as transgressões; é antes uma confissão de pecado. A transgressão de Davi não foi um erro de percurso numa vida regrada, mas a expressão de um coração que era inerentemente doentio.
Como isso pode acontecer? Paulo responde a esta pergunta em Romanos 5.12-21, ao tratar da unidade da raça humana em Adão. O pecado entrou no mundo por meio dele e, como consequência, a morte também veio. Todos pecaram em Adão, pois ele era o representante de toda a humanidade.
A prova desta realidade é observada no fato de que a morte alcança a todos e reina sobre todos. Paulo acrescenta: “entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da morte de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir” (Rm 5.14); isto é, aqueles que não tinham recebido a revelação especial/verbal da vontade de Deus.
Paulo pode não estar pensando aqui exclusivamente dos infantes; entretanto, nenhuma classe de pessoas ilustra tão claramente esta terrível consequência da queda como fazem as crianças que morrem antes de serem capazes de compreender os desígnios de Deus.
Por que isto acontece? Definitivamente, porque a morte nos vem como herança que nosso representante (Adão) catastroficamente nos legou após a queda, e não simplesmente como resultado de causas naturais. Isto é o que os cristãos primitivos sabiamente ensinavam aos seus filhos: “Na queda de Adão, todos nós pecamos”. Por sua desobediência, todos nós também nos tornamos pecadores (Romanos 5.19). Como resultado de descendermos dele, compartilhamos de sua depravação desde os primeiros momentos de nossa existência. Nós somos imperfeitos desde a nossa concepção.
Num mundo que segue à deriva no mar da confusão moral e espiritual dos pais, a doutrina da depravação total de nossos filhos é verdadeiramente uma importante âncora. Os pais que compreendem seu significado reconhecem a sabedoria divina, mesmo quando Sua vontade é exposta da forma mais crua. Também reconhecem a importância de ensinar a lei de Deus no contexto da graça doada em Cristo por meio do Espírito Santo.
Deus não nos deu anjos, mas pecadores, para nos aperfeiçoar no caminho da santidade. Levando-se em conta que a situação é mais complicada pelo fato de que nós, os pais, somos também pecadores, é necessários que constantemente recorramos aos ensinamentos e diretrizes da Escritura. Eis algumas delas:
Reconheça que, espiritualmente falando, seus filhos são versões em miniatura de você mesmo. Aprenda a pensar mais em termos de Adão e Cristo, pecado e graça. Isso por si só o ajudará a perceber por que Deus lhe deu o mandamento de não irritá-los (Ef 4.4).
Ao educar seus filhos, não cometa o erro de endeusá-los (por seguir o princípio do “é proibido proibir”) ou de se autoendeusar (ao dizer consigo mesmo: “terei muito orgulho dele/dela”). Em vez disso, esforce-se para conduzi-los no caminho da santidade, auxiliado pela graça de Deus.
Leve a sério a promessa da Palavra de Deus, de que Ele será o seu Deus e o Deus dos seus filhos. Entretanto, se você aceita o batismo infantil, não cometa o erro de presumir que os filhos da aliança não precisam se arrepender e crer no Evangelho. Aliás, no batismo, reconhecemos a necessidade da lavagem da regeneração e colocamos nossos filhos sob as obrigações da Aliança: arrependimento dos pecados e fé em Jesus Cristo durante toda a vida.
Quando eles cometerem pecados repugnantes, nunca se esqueça de que a graça que há em Cristo é maior que a transgressão do seu coração somada à dos corações deles. Por causa de Cristo, há sempre um recomeço, até mesmo para aqueles cujo estilo de vida era a expressão máxima de um coração depravado. Isto foi o que Mônica descobriu após anos de intercessão por seu filho Agostinho.
Afinal de contas, “alguns de vocês eram assim” (1 Coríntios 6.11 - BLH), mas encontraram a graça por meio de Cristo. 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Chamado para Apóstolo - por Dr. David Martyn Lloyd-Jones



“...Servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho...” (Romanos 1:1)
Neste texto vemos 3 declarações:
1) SERVO DE CRISTO - Paulo enfatiza a pessoa de Cristo. Jesus é o centro da vida do apóstolo e por isso ele O serve. Antes ele o perseguia quando perseguia os cristãos (“Saulo, Saulo, por que me persegues?” Atos 9:4).
Mas Paulo não apenas fala de ser servo de Jesus, mas que Jesus é o Messias, O Cristo, O Ungido de Deus para realizar a obra salvífica do seu povo. Paulo sempre fala de Jesus como aquele que padeceu na cruz; era sua pregação: Cristo crucificado! Este era o propósito de Jesus ao vir ao mundo. Mas o apóstolo sempre dizia que este Jesus Salvador era o Messias prometido, o Cristo.
Por isso Paulo afirma que Jesus Cristo é o tema da sua pregação - Cristo e este crucificado. Este é um grande ensino para nós pois o que deve caracterizar um servo do Senhor é que ele proclame Cristo crucificado. Deve ser esta a nossa prova de fé. Ele é o centro da nossa vida? O centro da nossa mensagem ao mundo? Paulo era assim. Só nos primeiros 14 versículos da Epístola aos Efésios Paulo menciona a palavra Jesus 15 vezes. Acontece isso conosco? Ou preferimos contar nossas experiências achando que com isso pregamos o evangelho? Isto não é evangelho! Evangelho é Cristo. Quanto mais crescemos na graça, menos falamos de nós e mais falamos de Jesus Cristo.
Por isso Paulo se vangloriava em ser servo de Jesus . A palavra correta no original é “escravo” (servo). O que ele está afirmando é que é “escravo de Cristo”. Quando Paulo diz em I Co 6:19-20, que somos templo do Espírito Santo conclui dizendo que não somos mais de nós mesmos porque fomos “comprados por preço”. É como se ele estivesse dizendo: “Vocês não percebem que seus corpos são templo do Espírito Santo e não são de vocês mesmos? Que não têm o direito de fazer o que bem desejarem com seus corpos pois foram comprados pelo preço do sangue de Cristo? Não percebem que foram libertos da escravidão pelo precioso sangue de Cristo? Foram livres da escravidão de satanás para servirem ao Deus vivo e verdadeiro?”. Isto é o que significa ser redimido.
Nós nascemos escravos do diabo (Ef. 2:1-3) e fomos libertos por aquele que é o único que pode nos libertar por aquele que é o caminho que pode nos libertar - Cristo e seu precioso sangue. É o que Pedro diz em I Pedro 1:18-19. Somos agora livres de Satanás e pertencemos a Cristo. Ele nos comprou, agora somos cativos dEle. Ele é nosso Senhor. Concluímos que jamais somos livres. Livres, sim, de Satanás e do pecado, mas escravos de Cristo, a Ele servimos.
Possivelmente quando Paulo disse: “Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Cl 2:20), estava se referindo a esta escravidão à pessoa a quem se ama e se honra. Em II Co 2:14, Paulo usa a figura dos súditos de um grande general que depois de ter feito uma grande conquista, entra triunfante na cidade em um desfile militar com as pessoas capturadas na guerra por este general que estão em volta dele.
Paulo diz que ser escravo de Cristo o constrange a pregar e o que seria dele se não pregasse o evangelho. Tudo por devoção a Cristo, porque Ele o livrou do mercado de escravos, o conquistou para Si. Agora é um escravo voluntário. Um escravo que ama seu Senhor. Este é um grande exemplo para nós. Aliás esto aconteceu conosco. Aconteceu mesmo? Você sente-se assim? Você não mais se pertence, mas pertence ao seu Senhor?
2) “CHAMADO PARA SER APÓSTOLO”.
Temos de entender bem estas duas palavras. Isso por causa do contexto em que vivemos hoje. Há muita confusão na Igreja de hoje.
O que um apóstolo? Paulo, no sentido geral era um servo de Cristo, mas num sentido especial era um apóstolo.
Por que diz que foi “chamado” para ser apóstolo? Porque Paulo se preocupa logo no início desta Epístola em dizer que foi chamado para ser apóstolo? Bem, muitas pessoas naquela época estavam questionando Paulo como apóstolo, eram seus opositores e assim Paulo era difamado. Era considerado um falso apóstolo. Estava apenas representando. Diziam que ele nunca havia estado com Jesus. Mas Paulo diz claramente e com vigor que era tão apóstolo como os doze.
O que é um apóstolo? É um ofício muito especial e peculiar. Uma prova disto é que Jesus chamou os 12 discípulos (Mt 10) e “...deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para expulsarem, e para curarem toda enfermidade e todo mal”. No v.1, Mateus os chama de discípulos e no versículo 2 muda para apóstolos. Por que isso? Porque nem todo discípulo era apóstolo. Só alguns discípulos tornaram-se apóstolos.
Provamos isso ao ler Lucas 6:12-13. “...chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze dentre eles, aos quias deu também o nome de apóstolos”. Somente doze dos discípulos foram nomeados e escolhidos.
A palavra “apóstolo” vista nos dicionários é alguém “enviado”. Às vezes este termo é usado com este significado no Novo Testamento, porém é mais que isto. O termo diz que é um enviado com uma missão a quem são dados poderes para cumpri-la. Na Bíblia, “apóstolo” é alguém escolhido e enviado a uma missão especial como representante autorizado de quem o envia.
Quais as marcas e sinais de um apóstolo?
1. Teria que ser testemunha do Senhor ressurreto.
Em Atos vemos os apóstolos reunidos no cenáculo conversando sobre quem substituiria a Judas Escariotes. No cap. 1:21-22 lemos: “É necessário pois, que, dos homens que nos acompanham todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós , começando no batismo de João, até ao dia em que dentre vós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição”.
Paulo diz que viu Jesus ressurreto: “Não sou, porventura livre? Não sou apóstolo? Não vi a Jesus, Nosso Senhor?” (I Co 9:1). Era ele dizendo que vira Jesus ressurreto no caminho de Damasco e era testemunha disto.
2. O apóstolo tinha de ter um chamado especial para exercer este ofício. Ele foi chamado pelo próprio Senhor.
3. Era alguém a quem foi dada autoridade e comissão de operar milagres. Isso fica bem claro em II Co 12:12 - “Pois as credenciais do meu apostolado foram manifestados no meio de vós com toda a persistência, por sinais prodígios e poderes miraculosos”. Era como se ele dissesse: “Como vocês podem questionar meu ofício de apóstolo se as minhas credenciais foram apresentadas claramente entre vós”. Sinais, milagres e atos maravilhosos.
4. Os apóstolos tinham poder para dar e comunicar dons espirituais a outros; podiam transmitir o Espírito Santo pela imposição das mãos (Atos 8:17). Isso significava sinal de autoridade da sua comissão.
5. O apóstolo tinha autoridade para ensinar e definir a doutrina firmando as pessoas na verdade.
6. Tiveram autoridade para estabelecer a ordem nas igrejas. Nomeavam os presbíteros, decidiam questões disciplinares e questões doutrinárias ( ensino e doutrina. Falavam com autoridade do próprio Jesus: “...mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”(Jo 14:26).
Tudo isso tem conseqüências importantes:
a) Falavam com autoridade vinda de Deus.
b) Eram representantes de Cristo e as pessoas os ouviam como quem falava da parte de Deus. Por isso Paulo diz aos crentes da igreja de Tessalônica: “...é que tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens e, sim, como em verdade é a palavra de Deus...”(I Ts 2:13). Paulo está lembrando que eles não estavam ouvindo (lendo) palavras de homens. Deus dera autoridade para edificar não só aos crentes de Tessalônica, mas de Corinto: “...a respeito da nossa autoridade, a qual o Senhor nos conferiu para edificação...” (II Co 10:8). Ou ainda: “Portanto, escrevo estas cousas, estando ausente, para que, estando presente, não venha a usar de rigor segundo a autoridade que o Senhor me conferiu para edificação...” (II Co 13:10). Era uma autoridade excepcional que somente Deus podia dar; uma palavra inspirada, infalível.
Uma prova disso se vê quando Pedro diz: “...como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada...nas quais há certas cousas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras”... (outras Escrituras) - II Pedro 3:16. Aqui Pedro está igualando o que Paulo escreveu às demais Escrituras do VT. Pedro está dizendo que Paulo escreveu Bíblia.
As palavras escritas pelos apóstolos têm autoridade divina - Os apóstolos foram comissionados pelo Senhor Jesus Cristo e foram guiados e dirigidos pelo Espírito Santo. São palavras divinamente inspiradas. Lembremo-nos que foi Jesus que deu autoridade aos seus servos, os apóstolos, como Paulo. Se alguém disser que só crê no que Jesus disse, responda dizendo que esta afirmação é contraditória pois o próprio Jesus que deu autoridade ao Seu servo, aos apóstolos que reconheceram, como Pedro, que Paulo escrevera de forma tão inspirada como o VT.
Quando a igreja primitiva chegou a definir e determinar o Cânon do Novo Testamento, pois havia muitos escritos cristãos, o Espírito Santo levou a Igreja a decidir desta maneira: ela dizia que, se um documento que pretendesse ser um Evangelho ou Epístola, e não pudesse ser rastreado direta ou indiretamente, até as suas raízes num apóstolo, alguém com autoridade apostólica, ele não devia ser incluído. A prova era a apostolicidade, o caráter apostólico na determinação do Cânon do Novo Testamento. Por que? Porque um apóstolo é um homem dotado de autoridade única, autoridade de fazer doutrina, de fazer Bíblia. O Senhor guiou a Paulo pelo Seu Espírito Santo, o Senhor o chamou para ser apóstolo.
Por que Paulo se diz “chamado para apóstolo” e logo no início da Epístola? Sem dúvida Paulo queria deixar bem claro para os crentes de Roma que ele era verdadeiramente um apóstolo. Como seria bom que hoje, os que se dizem apóstolos mostrassem as credenciais que Paulo mostrou. Sem dúvida não teriam estas credenciais e por isso não são Apóstolos. Na carta que ele escreve à igreja da Galácia, Paulo é mais enfâtico ainda quando diz: “Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos...” (Gl. 1:1).
Paulo aqui está dizendo àqueles crentes que não pensem de forma errada que ele mesmo havia se declarado apóstolo como hoje se faz. Não! Os falsos mestres é que fazem isso. Ele diz claramente que é apóstolo, “não da parte de homens, nem por intermédio de homens, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai”. Paulo foi “chamado”, escolhido pelo ato soberano de Jesus Cristo. Havia sido chamado da mesma forma que os doze e tinha a mesma autoridade. Paulo diz isso de si mesmo.
Há algo admirável aqui. O Senhor escolhe um homem para apóstolo, quando antes este mesmo homem tinha sido um dos seus maiores inimigos. Um homem com quem Jesus não estivera durante Seu período aqui no mundo, quando encarnado; alguém que não ouvira Seu ensino, não vira Seus milagres, que não O vira na cruz, que não estivera com os doze no cenáculo quando lhes apareceu após a ressurreição; era um blasfemador, um perseguidor do cristianismo. Como pode ser isto? Mas o Senhor se revela a Paulo e o chama, exatamente como chamou aos outros. Lemos em 1Co 15:7 - “Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo”. Ele está dizendo como Jesus lhe aparecera e o comissionara para ser apóstolo, mesmo depois do Pentecoste, mesmo depois do Senhor fazer várias revelações a pessoas especialmente escolhidas. Paulo vai a Damasco “respirando ameaças e mortes” e o Senhor aparece e o comissiona dizendo: “Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (Atos 26:16-18). Ele mesmo diz que não foi “desobediente à visão celestial” que teve. Um comissão de proclamar a verdade de forma autoritativa.
7. Não podemos esquecer desta outra marca do apostolado: A verdade lhe foi ensinada pessoalmente pelo Senhor. Em Gálatas 1:11-12 Paulo diz: “Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem; porque eu não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo”. Este evangelho não foi ensinado por outra pessoa,; se fosse ele não seria apóstolo. Ele ainda diz nesta epístola aos Gálatas que foi separado desde o ventre materno pela graça de Deus, quando revelou Jesus para que O pregasse entre os gentios e para isso não consultou a “carne e sangue”, nem subiu à Jerusalém para os que já eram apóstolos antes dele mas partiu para a Arábia e depois voltou para Damasco. Três anos depois vai à Jerusalém para avistar-se com Pedro (Gl.1:15-18). Ele vaia a Pedro, mas não para aprender com Pedro pois era igual aos demais apóstolos pois a verdade lhe fora dada pessoalmente por Cristo.
Por que isto é importante? Porque esta é uma credencial apostólica: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei...” (Co.11:23). Recebe diretamente de Jesus. Ele se iguala aos demais apóstolos nisso: “Porque eu sou o menor dos apóstolos....mas pela graça de Deus sou o que sou...portanto, seja eu, ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes” (I Co 15:9-11). Ele foi tão apóstolo como Pedro. Ao comissioná-lo o Senhor o chamou para ir aos gentios: “Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério” (Rm 11:13).
O que Paulo deseja, é que os crentes de Roma compreendam que ele é realmente apóstolo de fato e de direito. Por que esta ênfase? Porque muitos naquela época estavam se dizendo apóstolos. Em Apocalipse 2:2: “...puseste à prova os que a si mesmo se declaram apóstolos e não são, e os achastes mentirosos”. Isto ér muito prático pois estamos vivendo uma época em que muitos estão se dizendo apóstolos ou que são da sucessão apostólica. Isso não existe. A Igreja Católica não só afirma que o Papa é o vigário de Cristo, como também faz outra reivindicação: da sucessão apostólica. Mas não só a Igreja Católica, outros ramos ditos cristãos reivindicam esta sucessão apóstólica e isso é um grande argumento para terem bispos, terem um episcopado. É verdade que muitos que acreditam em bispos não aceitam a sucessão apostólica. Mas os Bispos da Alta Igreja Anglicana e Católicos costumam dizer que não existe igreja sem bispos, que isto é a essência da igreja.
Esta foi uma grande questão no século XVII e trouxe até divisão. Os bispos se diziam e ainda se dizem sucessores diretos dos apóstolos, mas “apóstolo’ é só aquele que viu e deu testemunho de Cristo ressurreto. A base para este pensamento não é bíblica e sim fruto da tradição. Isso é impossível. Além do mais Paulo diz que a Igreja Cristã é edificada “...sobre o fundamento dos apóstolos é profetas...” (Ef 2:20). Com certeza não continuamos a construir qualquer fundamento ou alicerce, pois é algo do começo da igreja. Esse alicerce que foi fincado sobre os apóstolos e profetas não continua sendo edificado. Desde que o Cânon se completou, não há mais necessidade de apóstolos. Não esqueçamos de que o ensino apostólico era autoritativo. Os apóstolos falavam como homens enviados por Deus de maneira tão inspirada como os profetas do Velho Testamento.
Por isso, ao termos as Escrituras do Novo testamento — O Cânon do NT — já temos todo ensino autorizado e não precisamos mais de apóstolos. Quando o Cânon não estava completo, os apóstolos e aqueles que estavam ligados a eles tinham uma função importantíssima: instruir a igreja que não tinha Bíblia completa. Uma vez completo o Cânon os apóstolos não mais existem.
Outra coisa interessante é que Paulo em I Co 1:1 diz: “Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo, e o irmão Sóstenes”. Sóstenes aqui é apenas citado como irmão. Não estaria Paulo sendo muito egoísta? Por que ele não chamou “eu e Sóstenes?”. Paulo sabia que ele era apóstolo e que Sóstenes, apezar de excelente e santo homem, não era apóstolo. Por isso, a expressão; “e o irmão Sóstenes”. A mesma coisa acontece com Timóteo, quando Paulo o trata como irmão mas diz antes: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo” (Cl 1:1). Paulo não diz: “Timóteo é o homem que vem após mim, ele vai ser apóstolo por sucessão apostólica e assim pelos séculos afora”. Timóteo era apenas irmão e Paulo apóstolo, mas quando vemos em Fl.1:1 - “Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos ...”. Quando Paulo se descreve como servo, ele e Timóteo são iguais, pois os dois são servos no mesmo nível. Mas quanto ser apóstolo, há uma diferença: Paulo o é e Timóteo não.
Toda pretensão de ser apóstolo hoje vai de encontro com o ensino do Novo Testamento acerca do sentido do termo. Quando pulamos frases como esta que mostra que Paulo foi chamado para ser apóstolo como um ofício especial que não se repete, percebemos o quanto é grave negligenciar a doutrina e caímos nos argumentos falsos dos falsos mestres.

“Separado para o evangelho”
Não significa apenas que foi colocado à parte para pregar o evangelho, mas Paulo está colocando seu chamado a um nível mais alto. Ele já havia dito que Deus o chamara para ser servo, para ser apóstolo e agora para ser “separado para o evangelho”.
O que significa ser “separado”? Significa “posta à parte”. Paulo tinha sido “posto à parte” para o evangelho. O que significa isto? Bem, Paulo está lembrando que antes ele era um perseguidor de Cristo, um fariseu de fariseu. Ora a palavra “fariseu” significa “separado” e os fariseus se colocavam à parte, não queriam nem ter contato físico com ninguém para não se contaminarem, não queriam nada com publicanos e pecadores. Era como se Paulo estivesse: “antes eu me separei a mim mesmo como fariseu, mas a grande verdade sobre mim é que fui separado pelo próprio Deus para esta grande obra que tenho o privilégio de realizar, parte da qual estou realizando agora quando escrevo esta Epístola”. Paulo está dizendo que ele teve uma falsa separação e uma verdadeira separação. Uma foi feita pelo homem e a outra foi feita por Deus.
Paulo havia sido chamado, “separado” desde o ventre materno (“Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou (“separou” - corrigida) pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios...” (Gl 1:15-16). É isso que ele quer dizer. Que Deus o separou “para o evangelho de Deus”. Paulo foi separado desde o ventre materno para esta obra. O mesmo aconteceu com Jeremias (“Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações” - Jm 1:5). O mesmo nós vemos acontecer com João Batista.
Percebemos que esta separação é um grau muito maior do que um simples chamado para ser “servo” como acontece com todos os cristãos. É verdade que ele foi chamado para ser apóstolo, mas ele diz que não parou aí, Deus o “separou para para o evangelho”. Deus pré ordenou Paulo para ser um pregador do evangelho. Aqui chegamos à grandiosa doutrina da soberania de Deus. Deus na Sua soberania o escolhe como Lhe apraz para executar um plano que Ele mesmo elaborara. Não foi nada acidental que Paulo tivesse tido uma educação grega e hebraica, que tivesse adquirido a condição de cidadão do Império Romano. Tudo foi elaborado e decretado por Deus. E Deus fez isso no tempo determinado por Ele.
Podemos concluir dizendo que a mesma coisa acontece com nossa salvação. É algo maravilhoso e ao mesmo tempo humilhante. Segundo Paulo, nossa salvação foi determinada antes da fundação do mundo (Ef.1). Antes da fundação do mundo nossos nomes estavam escrito no livro da vida do Cordeiro (Ap 13:8). Isso é algo assombroso! Assim como Deus separou Paulo para ser pregador do evangelho antes dele mesmo nascer, o mesmo é verdadeiro em relação a nós Especialmente aos pregadores ainda hoje. Será que os pregadores de hoje estão advertidos quanto a isto? Será que estão exercendo esta função para a qual foram “separados”?. Será que estão cumprindo os propósitos de Deus? Será que estão se dando conta de que Deus está com Seus olhos sobre nós? Será que estamos pregando o evangelho de Cristo? “Arrependei-vos e crede no evangelho”!! 

Teologia da Prosperidade - Uma Corrida para a Ruína. - por J Bessa


Teologia da Prosperidade - Uma Corrida para a Ruína.
Por que como um câncer a “teologia da prosperidade” foi se alastrando numa metástase diabólica no seio da igreja protestante? O que vemos hoje (Se olharmos com olhos espirituais e bíblicos), é uma terra arrasada, escombros e ruínas (Como Jeremias viu Jerusalém ) daquilo que devia ter sua existência (igreja) com o único propósito de proclamar a glória de Deus.

Não é difícil resistir algo inicialmente, mas a medida que o tempo passa, a cobiça domina, nossos olhos se tornam a única porta de “verdade” para a “igreja”. Esquecemos a Palavra. A igreja hoje é o retrato fiel dos seus líderes. Um retrato do coração e ambição mundana. “Mas eles foram a causa da sua ruína e da ruína de todo o Israel” (2Cr 28.23).

Acaz voltou de Jeová para servir aos deuses de Damasco. Como hoje. E por quê? Porque a Síria estava gozando de prosperidade. Ao ver o que Acaz viu, a igreja começou a imitar o mundo, e igrejas ao olharem as outras foram imitando a imitação do mundo – Resultado? Metástase que parece irreversível.

O que Acaz fez? “Ele ofereceu sacrifícios aos deuses de Damasco que o haviam derrotado, pois pensava: ‘Já que os deuses da Síria os têm ajudado, oferecerei sacrifícios a eles para que me ajudem também’. Mas eles foram a causa de sua ruína, e da ruína de todo o Israel”.

Não há outro resultado possível. O pragmatismo não pode dirigir quem quer ser guiado por Deus – mas sim uma confiança absoluta em Sua Palavra. O que valia para Israel vale para a igreja no século XXI – A conseqüente introdução de falsos deuses e a profanação do culto a Deus ( e como esse culto tem sido profanado hoje no altar de Mamom ) tornou-se a ruína de Acaz e seu reino.

Esta é a ruína da igreja, a mesma de Acaz e Israel. E ela acontece pelos mesmos motivos. Os ídolos modernos tomaram completamente o lugar da Palavra de Deus e sua glória. Os ídolos estão navamente estabelecidos e adorados alegremente em nossos dias.

Nada mais trágico do que ver o próprio homem ( e igreja ) se arruinando: “...eles foram a causa da sua ruína e de todo o Israel” (2Cr 28.23). Acaz claramente é o tipo de muitos e muitas igrejas destruidoras de si. “A tua ruína, ó Israel, vem de ti” (Os 13.9) – Como seria bom se houvessem vários Oséias proclamando hoje, mas na verdade são tão poucos. Acaz quis ser seu próprio mestre – Esqueceu Deus, esqueceu Sua Palavra – Só conseguia ver a “prosperidade” da Síria. Ficou fascinada e paralisado como uma presa diante da serpente. Isso sempre arruína – arruinou o filho pródigo – arruinou Acaz – arruinou Israel, e arruinará milhões e milhões de outros.

É a arrogância que faz pastor imitar pastor, igreja imitar igreja – todos indo em direção a ruína da “Teologia da Prosperidade”. A arrogância e a arbitrariedade ao pecar: “Andou nos caminhos dos reis de Israel” (2 Rs 16.3,4). Essa é uma corrida morro abaixo. Cada vez mais a velocidade aumenta e o abismo se aproxima – Esta é uma corrida para a ruína.

Um dia a idéia mundana de “prosperidade” custará muito caro. Acaz esbanjou tesouro em sua cópia da adoração dos deuses da Síria invejando a sua prosperidade. Mas é bom que se diga aos iludidos, Acaz gastou muito e ganhou pouco. Isto vale para a igreja e para as pessoas individuais.
Desperdício! O trágico é que nossa vida aqui não é um recurso inesgotável e logo nosso tempo se encerrará. Que legado trágico deixaremos as próximas gerações. Nossas existências só se justificam se forem para a glória de Deus – o mesmo vale para a igreja em geral. Desperdício e muitos outros caminhos errados são caros e ruins.



Quando estamos obstinados, como os dias em que vivemos hoje na igreja, nós somos capazes da loucura de desafiar Deus. Acaz desafiou a punição: “Mesmo nessa época em que passou por tantas dificuldades, o rei Acaz tornou-se ainda mais infiel ao Senhor” ( 1Co 28.22) – Ele estava focado na “prosperidade” dos deuses da Síria. Esta rebeldia ao claro ensino de Deus e contra toda a correção sempre leva à ruína certa.

Nossa geração se acha esperta em seu pragmatismo. Diz “Rico sou e de nada tenho falta” – nós sabemos a resposta que Deus deu a igreja que afirmou isso. Acaz era muito sagaz, e bajulava os grandes. Aos nossos olhos isso parece uma tática perfeita – está funcionando, eles são grandes, por que não nos ajuntarmos a eles? Acaz fez uma cópia do altar dos deuses da Síria e levou para sua casa. Quem é que perece mais rapidamente? Os espertos demais para serem simples e simplesmente seguirem o seu Deus.

Vamos ser justos, Acaz era um homem de “bom gosto” – sabia admirar coisas que fascinam os nossos corações. Ele admirava as antigüidades e o estético na religião. Ah! O estético na religião nunca foi tão admirado como agora.

Se um homem ( Líder ) começasse se enamorar da prosperidade e dos deuses da Síria que supostamente era sua origem – e que levou Acaz a se prostituir com ele – e a grande maioria do povo e dos líderes bradassem contra – Deus ainda estaria sendo honrado em nossos púlpitos e não Mamom. Mas existem loucuras que são coletivas – como isso é real hoje no meio da “igreja”. Veja que quem era para trazer Acaz a razão estava tão fascinado quanto ele: “O sacerdote Urias construiu um altar conforme as instruções que o rei Acaz tinha mandado” (2Rs 16.11). Entre todas as coisas destruidoras na igreja hoje, nós podemos afirmar sem medo de erra – Maus ministros são terríveis destruidores.
Qual é o modelo para a igreja hoje? Quem são seus heróis? Paulo falou “sede meus imitadores como eu sou de Cristo” – Quem dera fosse esse o modelo atual. Acaz imitou pecadores prósperos. O rei da Assíria tornou-se seu tipo, seu paradigma... Isso é conduta ruinosa e destruidora. Ele abandonou todo o culto a Deus. Podemos estar dentro de edifícios adorando e já termos abandonado todo o verdadeiro culto a Deus. Acaz “trancou as portas da casa do Senhor” (2Cr 28.24). Este é o clímax de sua rebelião – não havia lugar para o verdadeiro Deus e os deuses da Assíra que davam “prosperidade”. É verdade, Cristo disse que você não pode servir a Deus e ao dinheiro, a Deus e a Mamom ao mesmo tempo. Isso não pode ser feito nem nos dias de Acaz, nem nos dias de Jesus – e não se engane, nem pela igreja dos nossos dias.
No final de tudo – e o final das escolhas atuais não podem ser diferentes, os deuses falsos foram a ruína de Acaz.

Uma ruína sugere muitas reflexões. Mas a corrida morro abaixo aos deuses da prosperidade é tão desenfreada que não há tempo para reflexões. O que foi? O que poderia ter sido? O que é? O que será? Um dia sentaremos entre as ruínas como Jeremias se sentou entre as ruínas de Jerusalém e choraremos e lamentaremos como ele. Meditações entre ruínas podem ser úteis, apesar de tardias, àqueles que se inclinam a repetir como nossa geração, a experiência de Acaz.

Muitos serão arruinados: “Foram a ruína dele e de todo o Israel” – pelo ensino não estamos enchendo a igreja de verdadeiros israelitas, mas de sírios. Pelo exemplo e pelo ensino estamos fazendo pagãos e não filhos de Deus. A sedução da “prosperidade” é tão grande – que pela sedução a virtude está sendo arruinada. Muitas vezes líderes (como Acaz) pela sua próprio presença destroem tudo o que é bom nos seus liderados. Muitas vezes alguém está tão contaminado, que mesmo no momento que não tem a intenção espalham o contágio, como a Peste Negra se espalhou por toda Europa. O contágio do pecado, da ambição, do amor ao dinheiro... A conduta dos Acazes de Hoje, sua religião perversa e deturpada arruína jovens, influencia os inseguros, sua linguagem e ensino influenciam e atraem os maus.
Lembremos a mensagem de Deus que se repete para nós hoje: “Mas eles foram a causa da sua ruína e da ruína de todo o Israel” (2Cr 28.23). Mas a igreja não poderá culpar só seus líderes, os Acazes de hoje – Deus diz “A tua ruína, ó Israel, vem de ti” (Os 13.9).

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Afinal, casamento é bíblico ou só convenção humana? por Augustus Nicodemus Lopes



 Com a desvalorização do casamento em nossa cultura, junto com a relativização dos valores morais e a tendência contra tudo aquilo que é estabelecido, muitos cristãos nutrem esta ideia curiosa de que a Bíblia não ensina o casamento, o qual se resume num acordo mútuo de duas pessoas viverem juntas. Pronto, estão casadas diante de Deus.

Com isto, não é pequeno o número de evvangélicos que têm uma vida sexual ativa com o namorado/namorada.

Alguns anos passados fiquei impressionado com uma estatística publicada por uma revista evangélica após entrevistas feitas com jovens evangélicos de 22 denominações. Estes jovens, a grande maioria composta de solteiros, haviam nascido em lar evangélico e eram freqüentadores regulares de igrejas. De acordo com a pesquisa, 52% deles já haviam tido sexo. Destes, cerca da metade mantinha uma vida sexual ativa com um ou mais parceiros. A idade média em que perderam a virgindade era de 14 anos para os rapazes e de 16 anos para as moças.
Essa reportagem foi publicada em setembro de 2002. Desconfio que os números são ainda mais estarrecedores se forem atualizados para 2012.

Não vou aqui gastar muito tempo defendendo o que, acredito, a maioria dos nossos leitores já sabe que é nossa posição: sexo é uma bênção a ser desfrutada somente no casamento. Namorados que praticam relações sexuais estão pecando contra a Palavra de Deus. Mesmo que não tenhamos um versículo que diga "é proibido o sexo pré-marital" (desnecessário à época em que a Bíblia foi escrita, visto que na cultura do antigo Oriente não existia namoro, noivado, ficar, etc.), é evidente que a visão bíblica do casamento é de uma instituição divina da qual o sexo é uma parte integrante e essencial.

Alguns textos que mostram que contrair matrimônio e casar era uma instituição oficial entre o povo de Deus, e o ambiente próprio para desfrutar o sexo:

"...nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações" (Dt 7.3).

"...Majorai de muito o dote de casamento e as dádivas, e darei o que me pedirdes; dai-me, porém, a jovem por esposa" (Gn 34.12).
"... e lhe dará uma jovem em casamento..." (Dn 11.17).

"... Respondeu-lhes Jesus: Podem, acaso, estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles?" (Mt 9.15).

"... nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento" (Mt 24.38).

"... Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento" (Jo 2.1-2).

"... Estás livre de mulher? Não procures casamento" (1Cor 7.27).

"... Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento..." (1Tim 4.1-3).

"... Se um homem casar com uma mulher, e, depois de coabitar com ela, a aborrecer, e lhe atribuir atos vergonhosos, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Casei com esta mulher e me cheguei a ela, porém não a achei virgem..." (Dt 22.13-14)

"... qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério" (Mt 5.32).

"... Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar" (Mt 19.10).

"... Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado" (1Cor 7.9).

"... Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se a virgem se casar, por isso não peca" (1Cor 7.28).

"... A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor" (1Cor 7.39).

"... ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho marido. Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade" (Jo 4.17-18).

"... alguém (o presbítero e/ou pastor) que seja irrepreensível, marido de uma só mulher..." (Tito 1.6).

"... quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher; mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido." (1Cor 7:1-2)

"... Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros" (Heb 13.4).

"... que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação" (1Tes 4.4-7).

As passagens acima (e haveriam muitas outras) mostram que casar, ter esposa, contrair matrimônio é o caminho prescrito por Deus para quem não quer ficar solteiro ou permanecer viúvo. O casamento era, sim, uma instituição oficial em meio ao povo de Deus. As relações sexuais fora do casamento nunca foram aceitas, quer em Israel, quer na Igreja Primitiva, a julgar pela quantidade de leis contra a fornicação e a impureza sexual e pelas leis e exemplos que fortalecem o casamento como instituição para o povo de Deus em todas as épocas.

O ônus de provar que namorados podem ter relações sexuais como uma coisa normal é dos libertinos. Posso me justificar biblicamente diante de Deus por viver com minha namorada como se ela fosse minha esposa, não sendo casados? Como eu lido com essa evidência massiva de que o casamento é a alternativa bíblica para quem não quer ficar solteiro ou viúvo?

O que existe na verdade é aquilo que Judas menciona em sua carta, sobre pessoas ímpias que transformam a graça de Deus em libertinagem (Judas 4). Os argumentos do tipo, "quem casou Adão e Eva" demonstram o grau de má vontade e a disposição do coração de continuar na prática da fornicação, mesmo diante da resposta: "O caso de Adão e Eva não é nosso paradigma, a não ser que você tenha sido feito diretamente do barro por Deus e sua namorada tenha sido tirada de sua costela. Se não foi, então você deve se sujeitar ao paradigma que Deus estabeleceu para toda a raça humana, para os descendentes de Adão e Eva, que é contrair matrimônio, casar-se, um compromisso público diante das autoridades civis".

Os demais argumentos - "é melhor que os namorados cristãos tenham sexo responsável entre si do que procurar prostitutas, etc." nem merecem resposta. O que falta realmente é domínio próprio, castidade, submissão à vontade de Deus, amor à santificação.

Chegamos ao ponto em que os rapazes e as moças cristãos têm vergonha de dizer, até mesmo em reuniões de mocidade e de adolescentes, que são virgens.

Tenho compaixão dos jovens e adolescentes de nossas igrejas. Mas sinto uma santa ira contra os libertinos, que pervertem a graça de Deus, pessoas ímpias, que desviam nossa juventude para este caminho. "A vingança pertence ao Senhor" (Rom 12.19).