segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ACERCA DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO


O batismo com o Espírito Santo foi prometido por Deus através de Joel e de outros
profetas no Velho Testamento,bem como através de João Batista e pelo Senhor Jesus
Cristo no Novo Testamento.Essa promessa cumpriu‐se no dia de Pentecoste, quando o
Espírito Santo, já presente e atuante na Igreja do Antigo Testamento, veio operar na
Igreja Cristã nascente com poder e glória superiores à Sua operação sob o Antigo Pacto,
para capacitá‐la a testemunhar do Cristo exaltado.Deste batismo participam todos os crentes de todas as épocas ao serem incluídos na Igreja, o Corpo de Cristo, quando da sua regeneração‐conversão.O batismo com o Espírito Santo no dia de Pentecoste marcou o início da fase
neotestamentária da Igreja de Deus, confirmou a exaltação de Cristo à direita de Deus
Pai, e inaugurou "os últimos dias".O poder prometido pelo Senhor Jesus aos seus
discípulos, e que viria a eles por ocasião do Pentecoste, está relacionado com a
evangelização apostólica até aos confins da terra, e consiste essencialmente na
capacitação de cada crente para testemunhar de Cristo e para viver uma vida em que se
veja o fruto do Espírito.A Escritura ensina que a experiência normal do batismo com o Espírito Santo coincide com a regeneração‐conversão, e que são selados por este mesmo Espírito todos
os que crêem genuinamente em Cristo Jesus.Portanto, o batismo com o Espírito Santo,
indispensável para a genuína regeneração‐conversão, não se confunde com a chamada
"segunda bênção," referente ao derramamento do Espírito no livro dos Atos dos
Apóstolos. Antes, é a graça vitalizadora e capacitadora disponível a todos os crentes, e
não apenas a alguns. Acresce que a indizível bênção da regeneração‐conversão de modo
Jl 2.28,29; ver Is 32.15; 59.21; Ez 36.26,27; 37.14.Jo 7.37‐39; ver Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7‐16; At 1.4‐8.At 2.16‐21.1 Co 12.13; Ef 1.13‐14. A tradução em 1 Co 12.13 da expressão e)n e(niì pneu/mati (“em um Espírito”), é debatida, mas a maioria das traduções em inglês, alemão e francês, a tem traduzido como “por um Espírito,” entendendo que a preposição aqui tem força instrumental.At 2.16‐17; 2.32‐36.At 1.8; Lc 24.49.Tt 3.5; At 2.38; Rm 5.5; 8.9; 1 Co 12.13. Ver At 11.17; 19.2, e ainda Ef 1.13‐14; 2 Co 1.22; Ef 4.30.5algum é inferior à chamada “segunda bênção.” Portanto, a recepção inicial de Cristo, pela fé, está associada ao batismo com o Espírito Santo.A Escritura também ensina que o batismo com o Espírito Santo, como narrado no
livro de Atos, foi dado soberanamente por Deus em circunstâncias especiais, ocorrendo
algumas vezes de forma súbita, como no Pentecoste. Quando o Espírito veio sobre os
apóstolos e os demais reunidos no cenáculo, tomou‐os de surpresa, vindo "de repente"
(At 2.2a). Eles esperavam o cumprimento da promessa, mas não sabiam quando e nem
como ela se daria. Em outras ocasiões, o batismo com o Espírito ocorreu de forma
inesperada, como na casa de Cornélio,e ainda em outras através da imposição de mãos
dos apóstolos.A Escritura dirige‐se a todos os que já são crentes como tendo já sido
batizados com o Espírito. Em nenhum lugar ela encoraja os que já são crentes a buscar
esse batismo, quer por preceito, quer por exemplo. Na expressão "batizar com o Espírito
Santo," o verbo ocorre no tempo futuro ("batizará") apenas antes de Pentecoste, e
aponta para aquele evento como o futuro cumprimento da promessa do Antigo
Testamento.Após o Pentecoste, nas cartas escritas pelos apóstolos às comunidades, os
crentes são reconhecidos como já tendo sido batizados com o Espírito. Paulo escreveu
aos Coríntios: "em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo” (1 Co
12.13).A Igreja alegra‐se com o desejo de muitos dos seus pastores e membros de ter
uma vida espiritual mais profunda e plena, e encoraja‐os a buscar continuamente o ser
cheios do Espírito, como Paulo ensina1 Co 12.3; Rm 8.9‐10; 1 Jo 4.2.
At 10.44‐46.At 8.14‐16; 19.6. Neste sentido, aquelas experiências foram únicas, já que não temos mais apóstoloscomo os Doze ou Paulo.Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; e At 11.16.

SOBRE AS LÍNGUAS

Aprouve a Deus que o batismo com o Espírito Santo, ocorrido no dia de Pentecoste, como um evento histórico‐escatológico crucial, fosse marcado por manifestações especiais, como o som de vento impetuoso, línguas de fogo e o falar em línguas estrangeiras. As duas primeiras destas manifestações foram restritas àquele evento, e a última ocorreu ocasionalmente na era apostólica. Todas elas estavam ligadas ao processo de universalização do Evangelho, segundo At 1.8, e pertenceram, assim,como sinal do cumprimento da promessa do Espírito, àquele período específico da história da redenção.É importante notar que ao relatar à Igreja de Jerusalém a descida
do Espírito sobre Cornélio e os de sua casa, o apóstolo Pedro só pôde referir‐se a uma
experiência semelhante, ocorrida alguns anos antes, ou seja, à de Pentecoste, e não a
experiências mais recentes.Isto sugere que entre o Pentecoste e a conversão de
Cornélio, que ocorreu vários anos depois, nenhuma outra experiência semelhante à do
Pentecoste havia ocorrido que pudesse servir de referencial mais recente.
Alguns têm entendido e afirmado que as línguas são a evidência inicial mais
importante do batismo com o Espírito Santo. Essa afirmação baseia‐se principalmente nas
narrativas do livro de Atos em que o batismo com o Espírito Santo é seguido pelo falar em línguas.
1 Co 12.28,29.At 2.1‐4; 8.14‐17; 10.44‐48; 19.6‐7.At 11.15.11Entretanto, o livro de Atos igualmente relata várias outras ocasiões, que podem ser descritas como “batismo com o Espírito Santo,” em que as línguas não aparecem,como a conversão dos três mil no dia do Pentecoste,o caso dos Samaritanos,e a conversão de Saulo.Embora o argumento do silêncio não seja conclusivo, no mínimo revela que, para o autor de Atos, as línguas não eram indispensáveis como evidência do
batismo com o Espírito Santo. Quando o autor de Atos as menciona ao narrar o ocorrido
na casa de Cornélio e com os discípulos de João Batista, seu propósito é deixar claro que a
descida do Espírito sobre estes grupos foi da mesma ordem do ocorrido no Pentecoste,
como desdobramentos de um evento inaugural único. Em nenhum lugar do Novo
Testamento as línguas são mencionadas como a evidência normal do batismo com o
Espírito Santo, ou da Sua plenitude, para os crentes, após o Pentecoste. A evidência
inconfundível da plenitude espiritual, segundo Paulo, é o fruto do Espírito.Portanto, o
falar em línguas não deve ser considerado como a evidência de nenhuma destas duas experiências.


A Natureza das Línguas

Quanto à exata natureza das línguas faladas miraculosamente no Novo Testamento, devemos buscar indícios nos relatos do livro de Atos e na primeira carta de Paulo aos Coríntios. O final do Evangelho de Marcos (16.9‐20) traz o falar “novas línguas”como um dos sinais que haveriam de acompanhar os que crêem (v. 17). Alguns têm sugerido que as “novas línguas” ali mencionadas se referem a um novo tipo de línguas,diferente da linguagem humana. Entretanto, o adjetivo kaino/j (“novo”), empregado na expressão, não significa necessariamente “um novo tipo,” mas simplesmente algo que é novidade, ainda não costumeiro ou conhecido (comparar com At 17.21), em oposição a palaio/j, “velho”. O sentido natural seria o de falar línguas até o momento ainda nãoVer At 2.1‐4; 10.44‐47; 19.1‐7.É evidente em At 2.38‐39 que os três mil haveriam de receber o mesmo Espírito que os apóstolos receberam. Entretanto, Lucas limita‐se a narrar que os mesmos foram batizados com água e agregados à Igreja, cf. 2.41.At 8. 14‐18. Embora não mencionado, é possível que o fenômeno tenha também ocorrido naquela ocasião.At 9.17‐19. A afirmação de Paulo em 1 Co 14.18, de que ele fala em línguas, não implica necessariamente que ele as tenha falado em sua conversão (ou batismo com o Espírito).Gl 5.22‐23.12 faladas pelos que criam, e portanto, uma novidade para eles. A palavra traduzida como“línguas,” aqui, e em todo o Novo Testamento, é a palavra normal em grego para linguagem humana, glw=ssa.Parece evidente que as línguas descritas em Atos 2 eram idiomas humanos conhecidos pelos ouvintes presentes por ocasião do Pentecoste.A declaração de Lucas em At 2.4 deixa pouca dúvida de que o milagre foi o de os apóstolos falarem em outras línguas que não as suas próprias, e não, como alguns têm sugerido, o de os presentes ouvirem em suas próprias línguas.O fenômeno, pois, foi dictivo, e não auditivo. Não há qualquer indício de que as línguas faladas nas demais ocasiões mencionadas em Atos
fossem de natureza diferente. Pedro considerou o que ocorreu na casa de Cornélio como
sendo idêntico ao fenômeno ocorrido em Pentecoste (At 11.15).Quanto às línguas mencionadas por Paulo na sua primeira carta aos Coríntios,embora sua exata natureza seja de mais difícil interpretação, não há qualquer evidência exegética, teológica, ou histórica, de que fossem diferentes do precedente estabelecido em Atos, ou seja, dos idiomas falados no Pentecoste. Alguns têm apontado para a expressão “outras línguas,” que ocorre várias vezes em 1 Co 14, como indício de que se trata de línguas diferentes dos idiomas humanos. Porém, a palavra “outras” não ocorre
no original grego, tratando‐se de uma interpretação dos tradutores para o português Alguns ainda apelam para 1 Co 14.2 para apoiar a idéia de que Paulo está lidando em 1 Coríntios com um fenômeno distinto de At 2.4‐11. O texto afirma que “quem fala em língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistério.” Porém, à luz do contexto, transparece que Paulo está se referindo ao que fala em língua, e o mesmo não é entendido ou interpretado. Para os que o ouvem, o At 2.6,8,11. Estes versículos se referem às línguas maternas dos que as ouviram naquela ocasião,das quais quatorze são citadas por Lucas. Portanto, fica claro que eram línguas estrangeiras, e não “estranhas.”A expressão “línguas maternas” em At 2.8, literalmente, tv= i)di/# diale/kt% h(mw=n e)n v(= e)gennh/qhmen; “no nosso próprio dialeto em que fomos nascidos,” reforça este ponto.O uso de e(teraij, “outras,” por Lucas em At 2.4 (“começaram a falar noutras línguas”) não fornece apoio decisivo para a sugestão de que as línguas faladas em Pentecoste eram de um gênero diferente, e que,portanto, não eram idiomas humanos. O adjetivo e(teroj “outro” freqüentemente expressa a idéia de um outro item de uma mesma série, sem a conotação de que se trata de algo diferente em sua essência. Por exemplo, “do outro barco” (Lc 5.7), “outro dos discípulos” (Mt 8.21), “outra (passagem da) Escritura” (Jo19.37).
O adjetivo “estranha,” colocado pelos tradutores da versão Almeida Revista e Corrigida após glw=ssa,na passagem de 1 Co 14, não aparece no texto grego, e certamente tem contribuído para difundir a idéia errônea de que o fenômeno tinha a ver com línguas misteriosas, intraduzíveis e estáticas.sentido é desconhecido. Portanto, é um mistério. Este seria o efeito se alguém falasse em
um idioma humano completamente desconhecido dos seus ouvintes. Neste sentido, ele
fala não aos homens, mas a Deus.A palavra grega traduzida em 1 Co 14.2 como “língua”
é glw=ssa, que é a palavra usada comumente para “linguagem” ou “idioma”, que ocorre
também em Atos. Além disto, devemos ainda notar que “falar mistérios” pode também
significar “falar um mistério divino ainda não revelado,” ver 1 Co 2.7. A expressão
“gemidos inexprimíveis” em Rm 8.26, semelhantemente, não pode ser tomada como
referência ao dom de línguas, mas sim como referência à intercessão do Espírito pelo
crente.Caso as línguas faladas em Corinto, ou em qualquer outra igreja neotestamentária,
fossem diferentes das faladas em Atos, esperar‐se‐ia que o apóstolo Paulo, ou outro
escritor do Novo Testamento, estabelecesse a diferença em seus escritos. O silêncio de
Paulo sobre a natureza das línguas, em sua primeira carta aos Coríntios, revela que o
apóstolo está assumindo que seus leitores, vivendo alguns anos após o Pentecoste,
estavam a par do que ocorrera naquela ocasião. À luz do precedente estabelecido em
Atos, torna‐se mais natural supor que as línguas de Corinto eram, como em Atos, idiomas
humanos. Devemos observar que há várias evidências a este favor na própria carta aos
Coríntios. Paulo claramente se refere ao dom como sendo falar “línguas de homens” (1Co 13.1). A expressão “e de anjos” foi possivelmente adicionada por Paulo como exagero
intencional, como também as expressões seguintes “conhecer toda a ciência” e “ter fé
capaz de remover montes.”Em 1 Co 14.20‐21 Paulo claramente se refere a idiomas
humanos. O dom de “interpretar” (1 Co 12.10, e(rmhnei/a glwssw=n)pode também ser
entendido como tradução de um idioma conhecido para outro (ver At 9.36; Jo 1.42). Os
argumentos acima, se tomados juntamente com o precedente em Atos, constituem‐se
em indício importante de que as línguas mencionadas em Corinto e no resto do Novo
Testamento são um único e mesmo fenômeno. Em nenhum lugar a Escritura fala de dois
A expressão “não fala aos homens, mas a Deus” ainda pode ser entendida à luz de At 2.11 e 10.46. É aparente destas passagens que os apóstolos no Pentecoste e os Gentios na casa de Cornélio dirigiram‐se a Deus ao falar em línguas (idiomas), e não aos homens ali presentes.
Nesta passagem Paulo utiliza o argumento conhecido como redutio ad absurdum, que consiste em
argumentar hipoteticamente um determinado ponto. Ele não afirma que exista alguém que tenha todo o conhecimento, que tenha fé que remova montes ou que fale línguas de anjos. O que ele afirma é que,mesmo que estas coisas ocorressem, ainda assim, sem amor, elas nada seriam.14
dons de línguas distintos, e nem existem indícios inegáveis nas mesmas que nos obriguem a crer na existência de dois fenômenos distintos.


O Propósito das Línguas


Evidenciar a Universalidade da Graça As línguas mencionadas no livro de Atos ocorreram por ocasião da descida do Espírito Santo sobre judeus (2.1‐13), sobre gentios que eram simpatizantes do judaísmo(10.44‐46; 11.16‐17), e finalmente sobre alguns discípulos de João Batista (19.1‐7).
Aparentemente, elas funcionaram como evidência externa da descida do Espírito sobre estes diferentes grupos, refletindo o progresso do Evangelho a partir dos judeus,passando por grupos intermediários até alcançar, finalmente, os gentios, conforme Jesusdeterminou em At 1.8. Podemos concluir que, como evidência do cumprimento dasdiferentes etapas do Pentecoste, as línguas cessaram.


Sinal do Juízo de Deus sobre os incrédulos


É importante ainda notar que as línguas serviram como sinal do juízo de Deus
sobre os descrentes. Escrevendo aos Coríntios sobre o propósito das línguas, Paulo
afirma: “Na lei está escrito: Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios
de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas constituem um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos” (1 Co 14.20‐22). A citação de Paulo vem de Is 28.11‐12. Nesta passagem, Isaías profetiza a invasão de Israel pelos caldeus, povo cuja língua era totalmente desconhecida para os judeus. Os gritos dos soldados caldeus invasores eram o sinal de que o juízo de Deus estava se abatendo sobre a nação incrédula. A profecia de Isaías baseia‐se no que Moisés escreveu em Dt 28.49‐53,sobre Deus usar um povo de linguagem desconhecida para castigar Israel em decorrência da desobediência, um tema também desenvolvido em Jr 5.15 (ver ainda Is 33.19 Alguns têm defendido a diferença entre as línguas de Atos e de Corinto com base nas diferenças na manifestação do fenômeno nas duas ocasiões: em Atos as línguas foram faladas por todos, não precisaram de intérprete para serem entendidas e vieram de forma inopinada sobre os presentes. Em Corinto, as línguas não eram faladas por todos, careciam de intérprete para sua compreensão e estavam sob o controle dos que falavam. Porém, essas diferenças são mais bem entendidas como circunstanciais, e não como essenciais. Em ambos os casos, a essência do milagre consistia em pessoas falando fluentemente em línguas que lhes eram previamente desconhecidas.
Paulo, por sua vez, partindo da profecia de Isaías, aplica o mesmo princípio aos seus dias, ao escrever aos Coríntios sobre o propósito do dom de línguas. Assim como no
passado o juízo de Deus sobre os judeus descrentes evidenciou‐se através da destruição
da nação por um povo cuja linguagem lhes era desconhecida, assim também o juízo de
Deus sobre os judeus descrentes na época do Novo Testamento, tirando‐lhes o Reino e
passando‐o para outro povo, manifestou‐se através das línguas faladas miraculosamente
pelos gentios que receberam o Messias de Israel.Portanto, como sinal do juízo de Deus
sobre um Israel incrédulo, as línguas serviram a um propósito histórico e definido. Assim,
podemos concluir que, sob o prisma de sinal do juízo de Deus, as línguas cessaram.


SOBRE O DOM DE PROFECIA



A Natureza da Profecia


Os profetas do Velho Testamento foram pessoas vocacionadas por Deus, que
falaram da parte de Deus e comunicaram corajosamente Sua mensagem ao Seu povo, a
nação de Israel.
Parte das profecias veio a ser escrita e registrada no Antigo Testamento.
A profecia consistia não somente da predição de eventos futuros
relacionados com a ação de Deus na história, os quais se cumpriram literal e infalivelmente,
mas especialmente da exposição desses eventos e sua aplicação aos dias em que os profetas viveram.As expressões, “assim diz o Senhor” e “veio a mim a Palavra do Senhor dizendo,” caracterizavam a palavra inspirada e infalível dos profetas,que deveria ser recebida pelo povo de Deus como Sua palavra. O ministério desses profetas encerrou‐se séculos antes da vinda de Cristo ao mundo.Os sucessores dos antigos profetas foram os apóstolos do Novo Testamento, os
quais também receberam um chamado específico,predisseram futuros eventos, entre
os quais a segunda vinda do Senhor e o juízo final,foram inspirados para escrever o Novo Testamento
Hb 1.1; Lc 1.70.
2 Pe 1.21; 2 Tm 3.16; cf. o termo “Escrituras proféticas” em Rm 16.26.
 O teste da verdadeira profecia era o seu cumprimento, ver Dt 18.20‐22; cf. 1 Rs 13.3,5; 2 Rs 23.15‐16.
Há várias palavras para “profeta” no Velho Testamento. A mais usada é )ybn (nabi). Ela expressa a idéia de;
alguém que fala por outro, como “sua boca,” ver Ex 4.16; 7.1. Este sentido básico da palavra pode ser 
visto em Dt 18.14‐22. O profeta era, então, primariamente, alguém que falava da parte de Deus, inspirado e 
orientado por Ele.
Os escritores do Novo Testamento se referem aos profetas antigos como um grupo fechado e definido,
ver Mt 23.29‐31; Mc 8.28; etc.
Mt 10.1‐4; Gl 1.15‐16.
1 Co 15.51‐52; 2 Ts 2.1‐12. O livro de Apocalipse é uma profecia (ver Ap 1.3; 22.18‐19) escrita por um 
apóstolo.
e a palavra deles deveria ser recebida, à semelhança dos profetas 
antigos, como Palavra de Deus, cheia de autoridade e definitiva.
Pouco sabemos acerca dos profetas do Novo Testamento. À semelhança dos profetas do Antigo Testamento, eles eram capazes de prever futuros eventos, os quais se cumpriram exatamente como preditos,e também exortavam e confortavam as igrejas.Alguns profetas participaram, com os apóstolos, da recepção da revelação fundamentalde Cristo e da inclusão dos gentios na igreja e, portanto, como receptores desta revelação fundamental, estão na base histórica e teológica da igreja.Quanto ao ministério dos profetas nas igrejas locais, pouco sabemos.Historicamente, tem‐se entendido a profecia neotestamentária como sendo a própria proclamação da Palavra. Esta posição se harmoniza com passagens do Novo Testamento onde a profecia é descrita como trazendo instrução, edificação e conforto à Igreja (cf. 1Co 14.3). A condição para que um profeta falasse era que recebesse “revelação” da parte de Deus (1 Co 14.30). Muitos estudiosos acreditam que Paulo aqui não está usando a palavra “revelação” (a)poka/luyij) no mesmo sentido da revelação histórica e única dada
aos apóstolos (cf. Rm 16.25‐26; Cl 1.26; Gl 1.15‐16), mas sim num sentido secundário,como iluminação ou mesmo direção em circunstâncias especiais relacionadas com o ministério apostólico (ver Gl 2.2; At 16.9; 18.9). O mais provável, tendo em vista 1 Co 14.3 e At 15.32, é que a revelação recebida pelos profetas nas igrejas locais consistia em uma mensagem baseada nas Escrituras, que visava a edificar, a confortar e a instruir a Igreja, à semelhança dos profetas do Antigo Testamento, cuja atividade principal consistia em aplicar a Lei de Deus às consciências do povo, exortando, instruindo, sondando os corações e consolando.Fosse qual fosse a natureza da profecia, deveria ser examinada e julgada pela comunidade ou demais profetas (observe o imperativo “julguem” em 1 Co14.29, diakrine/twsan), para ver se estava em harmonia com a doutrina apostólica 1 Ts 2.13; 2 Pe 3.16.Gl 1.8‐9; 1 Co 14.37.Ver At 11.27‐28; 21.11. Notar que estes são os dois únicos casos registrados no Novo Testamento de profecia predictiva relacionada com eventos contemporâneos e a vida particular de alguém. Notar ainda que, em ambos os casos, estas profecias envolviam a vida do apóstolo Paulo e suas viagens missionárias. As 
palavras de Ágabo cumpriram‐se literalmente, à semelhança das palavras dos antigos profetas.
Ver At 15.32; 1 Co14.3.
Ef 3.5 
Ver 1 Co 14.3,31; 14.24‐25. Sobre o efeito penetrante da Palavra, e seu poder para sondar os corações,ver Hb 4.12‐13.20(notar como Paulo exige dos profetas reconhecimento de que seu ensinamento é Palavra de Deus, 1 Co 14.37). Está claro que as palavras dos profetas não deviam ser desprezadas,
porém, não eram para ser aceitas sem avaliação e exame, ao contrário das 


palavras dos profetas do Antigo Testamento.


A Contemporaneidade da Profecia

A Escritura ensina e a Igreja crê que, como instrumento para predizer as várias etapas do plano divino de redenção, a profecia cumpriu sua finalidade através dos antigos profetas e dos apóstolos, os quais registraram de forma inspirada e infalível as etapas ainda futuras da História da Redenção, como a Segunda Vinda de Cristo, a ressurreição dos mortos e o juízo final.Assim, como veículo de revelação divina, ela cessou com os apóstolos e profetas, os quais lançaram os fundamentos da Igreja de Cristo.As Escrituras registram que Deus se revelou muitas vezes e de muitas maneiras através dos profetas ao povo do Antigo Pacto, e que, agora, nos últimos dias, se revelou através do Seu Filho (Hb 1.1‐2). Essa revelação em Cristo se encontra registrada nas
Escrituras, a qual é a nossa única regra de fé e prática, e através da qual Deus ordinariamente guia o Seu povo. Ainda que no Novo Testamento se achem registrados alguns casos de orientação divina através de profecia,os mesmos não devem ser tomados como normativos para a Igreja de hoje, visto estarem ligados à História da Redenção, como no caso mencionado em At 21.11, ou por se tratarem de ocorrências isoladas das quais pouco podemos saber pelos textos (ver 1 Tm 1.18 e 4.14). Assim,revelações ou predições de eventos relacionados com a vida de indivíduos não devem ser encorajadas, esperadas como ocorrência normal e costumeira durante as reuniões do
povo de Deus, e nem recebidas sem avaliação e exame.A profecia, como exposição e aplicação das Escrituras no poder do Espírito Santo,
permanece na Igreja de Cristo em todas as épocas, e deve ser desejada e recebida como 
Em Ap 22.18‐19 proíbe‐se o acréscimo ou a omissão de qualquer coisa à profecia que João escreveu. Ao 
ser colocado pela Igreja ao fim do Cânon das Escrituras, este mandamento adquire uma dimensão mais ampla, que extrapola o livro de Apocalipse, e se estende para os demais livros bíblicos, refletindo a 
convicção da Igreja de que a profecia, como veículo da revelação divina, encerrou‐se com o Cânon.
Ef 2.20; 3.5. O fundamento da Igreja é Cristo. Ao difundir o Evangelho, os apóstolos estavam lançando o 
fundamento da Igreja (cf. 1 Co 3.10‐11).
Ver At 21.11; 1 Tm 1.18; 4.14.21 
sendo o melhor dos dons (1 Co 14.1,39). De acordo com Ap 19.10, “o testemunho de Jesus 
é o espírito da profecia,” significando que o propósito e o cerne da profecia é o 
testemunho da verdade sobre Cristo, a qual se encontra revelada nas Escrituras (ver Jo
5.39).
Ainda que a Igreja reconheça que a verdadeira natureza da profecia e do ministério dos profetas das igrejas locais na época da Igreja Primitiva não é 
absolutamente explícita, ela também reconhece que muito da prática de profecia, em 
voga em algumas de suas comunidades, não corresponde ao ensinamento bíblico sobre o 
exercício dos dons no culto público.






FONTE DAS REFUTAÇÕES:carta pastoral da Igreja presbiteriana do brasil.