“Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência” (1Pedro 3.15-16a).
Quando paramos para pensar em apologética, a imagem que mais se assimila é a de alguém beligerante que discorda de todos. Porém, a palavra “apologética” na tradição cristã tem origem jurídica. Os primeiros apologetas do cristianismo não ficariam o dia inteiro no Facebook respondendo a perguntas que as pessoas fazem sobre teologia. Eles iriam para o contexto de uma defesa jurídica porque, se fizessem uma boa defesa de que o cristianismo é razoável, que não é uma religião ateísta – como eram acusados os cristãos –, que não praticavam canibalismo – isto por conta da ceia – evitariam a morte. Esses apologetas, portanto, entram no cenário porque estão diante de alguns cristãos que serão lançados aos leões e a defesa que farão pode salvá-los.
A apologética, no início, tem o tom de mostrar a relevância do evangelho, mas com a finalidade de defendê-lo, pois a defesa dele garantiria a prática cristã, a vida baseada no evangelho. O contexto de uma vida baseada no evangelho, na ocasião, era uma vida marginalizada. A ideia era defender o evangelho para mostrar que os cristãos não eram nocivos à sociedade, que não deveriam ser tratados como estavam sendo tratados.
Curvar-se diante de Cristo não significava que eles não obedeciam às leis. Eles queriam ter o direito de dizer que somente Cristo era o Senhor, mas isso não significava que César não tinha que ser respeitado. Ao não se curvarem diante do imperador, não significava que não respeitavam César com toda autoridade que lhe era concedida.
A alegoria da caverna de Platão
Todos nós conhecemos a alegoria da caverna. O que Platão dizia que aconteceria se aqueles prisioneiros fossem libertos de suas correntes e vissem a luz, se vissem o sol brilhando? O que aconteceria se vissem que o mundo deles não se resume àquela “caixinha”, mas que existe um mundo superior e que aquilo são apenas sombras? Eles sofreriam. Ficariam cegos por causa da luz, sentiriam dor porque não estão acostumados a fazerem isso.
Similarmente, você somente irá se sentir à vontade quando começar a estudar o evangelho. No início, terá sono. Só quando começarmos a praticar é que não irá doer. Isso exige de nossa parte um movimento que dói. Temos que ler o texto bíblico várias vezes. Dói. Com o passar do tempo, porém, esse movimento se torna comum e deixa de doer, você se acostuma.
Quando o prisioneiro fica cego, isto é o símbolo da ignorância. Quando alguém se converte e se depara com o evangelho, fica cego, ignorante. Isto acontece, por exemplo, com pessoas que vão à igreja pela primeira vez. Não sabem o que fazer. A constatação da ignorância não é algo gostoso. Temos dificuldade de reconhecer nossa ignorância.
Como podemos resumir o evangelho em três minutos? Isso diz muito sobre se compreendemos ou não o evangelho. No momento de olharmos para a luz, podemos ficar cegos. Mas a cegueira passa com o tempo.
O texto da caverna é a alegoria de que todos estão presos. Platonismo e cristianismo se parecem bastante, mas possuem muitos contrapontos. No caso da caverna, é o homem que se liberta. Basta que ele reflita sobre a realidade à sua volta. Em contrapartida, no cristianismo, nós é que somos libertos pelo Espírito Santo. Somente Ele liberta nosso coração para enxergarmos o evangelho.
Para pregarmos o evangelho, para que possamos defendê-lo e o anunciarmos, temos que nos aprofundar. As pessoas se aproximarão não por causa de argumentos, mas por causa de nosso testemunho. Somente pelo Espírito Santo seremos libertos. Não adianta explicarmos através da lógica que o evangelho é a verdade se não aceitarmos a Bíblia na cabeça. A obra é do Espírito Santo.
Quando alguém enxerga a realidade, porém, ele volta para a caverna para tentar libertar os demais. Fazemos a mesma coisa quando conhecemos o evangelho. Nasce em nós o desejo de ir à caverna para proclamá-lo. Isso, no entanto, só irá acontecer quando admirarmos o evangelho. Antes de desenvolvermos qualquer argumento, o que você e eu precisamos é da experiência do evangelho. Ele não é um folheto evangelístico, é o fundamento da igreja. Também não é apenas uma mensagem para ganhar pessoas para Cristo, é o fundamento da igreja. Enquanto não nos aprofundarmos nesse evangelho e fizermos dele nossa reflexão diária e o tema de nossa vida, não conseguiremos falar da Palavra de Deus ao mundo.
O que é o evangelho?
Gostaria de encerrar pensando no evangelho.
O que é o evangelho? Imagine um artista que está focado em sua obra e nada desvia sua atenção dela. Ele é perito na obra. Ele é o ser criador. Ele não falha. É da natureza do barro estragar, mas é da natureza do oleiro criar. Embora o barro esteja estragado, o oleiro não o joga fora, ele pega o mesmo barro e cria novamente. Isso é redenção.
Deus criou o mundo de uma maneira perfeita e maravilhosa e estragamos tudo. Mas não é o fim. A natureza do Criador também é a natureza do redentor. Temos a natureza da destruição, mas Ele tem a natureza da redenção. Eu e você podemos estragar histórias lindas que Deus está criando, mas não temos o poder de estragar a história eterna que Deus prepara para nós. Não podemos destruir Deus. Enquanto Deus existe, há redenção dos estragos.
Não é bonito o evangelho, a história de Deus? Ele cria tudo de maneira perfeita porque Ele é perito. Ele não desiste. Esta é a história do evangelho. Você não pode fazer um estrago tão grande para o qual não haja redenção. Para defender o evangelho, temos que amá-lo, admirá-lo. Como está nossa admiração pelo evangelho pela obra de redenção? O peso de nossa admiração representa o peso de nosso amor às respostas que são feitas ao nosso tempo. Não só apresentando e defendendo o evangelho de uma maneira lógica, mas, sobretudo, fazendo com carinho e gentileza, que só os seres dóceis podem ter diante dos seres brutos. Que o evangelho seja dito de uma forma dócil, mas não de uma forma domesticada, ou seja, uma forma que não desestabilize. Não espere que a pregação do evangelho não mexa com as estruturas das pessoas. Não temos que ficar de chateados quando alguém nos ofende. Isso irá acontecer sempre quando pregarmos o evangelho. O que não pode faltar em mim e em você é o amor. Amor por Deus e por pessoas, ou seja, que não iremos humilhá-las. Não temos que mostrar que somos inteligentes. Estamos aqui para pregarmos o evangelho e mostrar o que ele tem feito conosco.
***Todos nós conhecemos a alegoria da caverna. O que Platão dizia que aconteceria se aqueles prisioneiros fossem libertos de suas correntes e vissem a luz, se vissem o sol brilhando? O que aconteceria se vissem que o mundo deles não se resume àquela “caixinha”, mas que existe um mundo superior e que aquilo são apenas sombras? Eles sofreriam. Ficariam cegos por causa da luz, sentiriam dor porque não estão acostumados a fazerem isso.
Similarmente, você somente irá se sentir à vontade quando começar a estudar o evangelho. No início, terá sono. Só quando começarmos a praticar é que não irá doer. Isso exige de nossa parte um movimento que dói. Temos que ler o texto bíblico várias vezes. Dói. Com o passar do tempo, porém, esse movimento se torna comum e deixa de doer, você se acostuma.
Quando o prisioneiro fica cego, isto é o símbolo da ignorância. Quando alguém se converte e se depara com o evangelho, fica cego, ignorante. Isto acontece, por exemplo, com pessoas que vão à igreja pela primeira vez. Não sabem o que fazer. A constatação da ignorância não é algo gostoso. Temos dificuldade de reconhecer nossa ignorância.
Como podemos resumir o evangelho em três minutos? Isso diz muito sobre se compreendemos ou não o evangelho. No momento de olharmos para a luz, podemos ficar cegos. Mas a cegueira passa com o tempo.
O texto da caverna é a alegoria de que todos estão presos. Platonismo e cristianismo se parecem bastante, mas possuem muitos contrapontos. No caso da caverna, é o homem que se liberta. Basta que ele reflita sobre a realidade à sua volta. Em contrapartida, no cristianismo, nós é que somos libertos pelo Espírito Santo. Somente Ele liberta nosso coração para enxergarmos o evangelho.
Para pregarmos o evangelho, para que possamos defendê-lo e o anunciarmos, temos que nos aprofundar. As pessoas se aproximarão não por causa de argumentos, mas por causa de nosso testemunho. Somente pelo Espírito Santo seremos libertos. Não adianta explicarmos através da lógica que o evangelho é a verdade se não aceitarmos a Bíblia na cabeça. A obra é do Espírito Santo.
Quando alguém enxerga a realidade, porém, ele volta para a caverna para tentar libertar os demais. Fazemos a mesma coisa quando conhecemos o evangelho. Nasce em nós o desejo de ir à caverna para proclamá-lo. Isso, no entanto, só irá acontecer quando admirarmos o evangelho. Antes de desenvolvermos qualquer argumento, o que você e eu precisamos é da experiência do evangelho. Ele não é um folheto evangelístico, é o fundamento da igreja. Também não é apenas uma mensagem para ganhar pessoas para Cristo, é o fundamento da igreja. Enquanto não nos aprofundarmos nesse evangelho e fizermos dele nossa reflexão diária e o tema de nossa vida, não conseguiremos falar da Palavra de Deus ao mundo.
O que é o evangelho?
Gostaria de encerrar pensando no evangelho.
O que é o evangelho? Imagine um artista que está focado em sua obra e nada desvia sua atenção dela. Ele é perito na obra. Ele é o ser criador. Ele não falha. É da natureza do barro estragar, mas é da natureza do oleiro criar. Embora o barro esteja estragado, o oleiro não o joga fora, ele pega o mesmo barro e cria novamente. Isso é redenção.
Deus criou o mundo de uma maneira perfeita e maravilhosa e estragamos tudo. Mas não é o fim. A natureza do Criador também é a natureza do redentor. Temos a natureza da destruição, mas Ele tem a natureza da redenção. Eu e você podemos estragar histórias lindas que Deus está criando, mas não temos o poder de estragar a história eterna que Deus prepara para nós. Não podemos destruir Deus. Enquanto Deus existe, há redenção dos estragos.
Não é bonito o evangelho, a história de Deus? Ele cria tudo de maneira perfeita porque Ele é perito. Ele não desiste. Esta é a história do evangelho. Você não pode fazer um estrago tão grande para o qual não haja redenção. Para defender o evangelho, temos que amá-lo, admirá-lo. Como está nossa admiração pelo evangelho pela obra de redenção? O peso de nossa admiração representa o peso de nosso amor às respostas que são feitas ao nosso tempo. Não só apresentando e defendendo o evangelho de uma maneira lógica, mas, sobretudo, fazendo com carinho e gentileza, que só os seres dóceis podem ter diante dos seres brutos. Que o evangelho seja dito de uma forma dócil, mas não de uma forma domesticada, ou seja, uma forma que não desestabilize. Não espere que a pregação do evangelho não mexa com as estruturas das pessoas. Não temos que ficar de chateados quando alguém nos ofende. Isso irá acontecer sempre quando pregarmos o evangelho. O que não pode faltar em mim e em você é o amor. Amor por Deus e por pessoas, ou seja, que não iremos humilhá-las. Não temos que mostrar que somos inteligentes. Estamos aqui para pregarmos o evangelho e mostrar o que ele tem feito conosco.
Fonte: Este artigo é um sermão pregado pelo pastor Jonas Madureira no dia 24/05/14 no culto “Inter Jovens” realizado na Igreja Batista Maranata em São José dos Campos, SP. Não se trata de uma transcrição integral do sermão, embora grande parte dele tenha sido transcrita. Alguns trechos foram adaptados para a linguagem formal e a essência da mensagem não foi alterada.
Via: Tuporém