segunda-feira, 29 de junho de 2015

Mude seu olhar - Por Pr. J Miranda



            A Bíblia ensina que, mesmo que nunca tivéssemos pecado – nunca feito algo errado – ainda seriamos contados como pecadores diante de Deus. Essa é a doutrina bíblica do pecado original.
Nascemos em delitos e pecados, sofrendo a mesma penalidade que Deus anunciou no principio (Gn 2.17) A morte que passou a todos os homens (Rm 5,12). 

A maioria das pessoas não gosta dessa doutrina bíblica porque parece muito injusto para elas.
É uma doutrina importante por nos mostrar que não existe nenhuma possibilidade salvação, exceto em Jesus Cristo.

O testemunho divino relativo ao homem é um ser de natureza corrompida, seus olhos estão voltados simplesmente para o pecado. Deixe de lado o pecado e olhe para aquele que após a morte tem poder para destinar uma alma alheia a sua existência, para o inferno.

Queridos, o pecador não somente traz o pecado diante de si, mas ele o carrega consigo, como seu segundo eu; ele é um "corpo de pecado" (Rm. 6:6), e "corpo de morte" (Rm. 7:24), não sujeito à lei de Deus, mas a "lei do pecado" (Rm. 7:23).

"Olhai para mim, e sede salvos, vós, todos os termos da terra; porque Eu sou Deus, e não há nenhum outro" (Is. 45:22), um "Deus justo e Salvador" (v. 21). "Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar" (Is. 55:7).

sábado, 27 de junho de 2015

A Ira de Deus- por Arthur W. Pink




É triste ver tantos cristãos professos que parecem considerar a ira de Deus como uma coisa pela qual eles precisam pedir desculpas, ou, pelo menos, parece que gostariam que não existisse tal coisa. Conquanto alguns não fossem longe o bastante para admitir abertamente que a consideram uma mancha no caráter divino, contudo, estão longe de vê-la com bons olhos, não gostam de pensar nisso e dificilmente a ouvem mencionada sem que surja em seus corações um ressentimento contra essa idéia. Mesmo dentre os mais sóbrios em sua maneira de julgar, não poucos parecem imaginar que há na questão da ira de Deus uma severidade terrificante demais para propiciar um tema para consideração proveitosa. Outros dão abrigo ao erro de pensar que a ira de Deus não é coerente com a Sua bondade, e assim procuram bani-la dos seus pensamentos.
Sim, muitos há que fogem de visualizar a ira de Deus, como se fossem intimados a ver alguma nódoa no caráter divino, ou algum defeito no governo divino. Mas, o que dizem as Escrituras? Quando a procuramos nelas, vemos que Deus não dez tentativa alguma para ocultar a realidade da Sua ira. Ele não se envergonha de ar a conhecer que a vingança e a cólera Lhe pertencem. Eis o Seu desafio: "Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum Deus comigo; eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro; e ninguém há que escape da minha mão. Porque levantei a minha mão aos céus, e direi: Eu vivo para sempre. Se eu afiar a minha espada reluzente, a travar do juízo a minha mão, farei tornar a vingança sobre os meus adversários, e recompensarei aos meus aborrecedores"(Dt.32:39-41). Um estudo na concordância mostrará que há mais referências nas Escrituras à indignação, à cólera e à ira de Deus, do que aos Seu amor e ternura. Porque Deus é santo, ele odeia todo pecado; e porque ele odeia todo pecado, a Sua ira inflama-se contra o pecador. (Sl.7:11).
Pois bem, a ira de Deus é uma perfeição divina tanto como a sua fidelidade, o Seu poder ou a Sua misericórdia. Só pode ser assim, pois não há mácula alguma, nem o mais ligeiro defeito no caráter de Deus, porém, haveria, se Nele não houvesse "ira"! A indiferença para com o pecado é uma nódoa moral, e aquele que não odeia é um leproso moral. Como poderia Aquele que é a soma de todas as excelência olhar com igual satisfação para a virtude e o vício, para a sabedoria e a estultícia? Como poderia Aquele que é infinitamente santo ficar indiferente ao pecado e negar-Se a manifestar a Sua "severidade"(Rm.11:22) para com ele? Como poderia Aquele que só tem prazer no que é puro e nobre, deixar de detestar e de odiar o que é impuro e vil? A própria natureza de Deus faz do inferno uma necessidade tão real, um requisito tão imperativo e eterno como o céu o é. Não somente não há imperfeição nenhuma em Deus, mas também não há Nele perfeição que seja menos perfeita do que outra.
A ira de Deus é sua eterna ojeriza por toda injustiça. É o desprazer e a indignação da divina equidade contra o mal. É a santidade de Deus posta em ação contra o pecado. É a causa motora daquela sentença justa que ele lavra sobre os malfeitores. Deus está irado contra o pecado porque este é rebelião contra a Sua autoridade, um ultraje à Sua soberania inviolável. Os insurgentes contra o governo de Deus saberão um dia que Deus é o Senhor. Serão levados a sentir quão grandiosa é aquela Majestade que eles desprezaram, e como é terrível aquela ira de que foram ameaçados e a que não deram a mínima importância. Não que a ira de Deus seja uma retaliação maldosa e mal intencionada, infligindo agravo só pelo prazer de infligi-lo, ou devolver a ofensa recebida. Não; embora seja verdade que Deus vindicará o domínio como Governador do universo, ele não será revanchista.
Evidencia-se que a ira divina é uma das perfeições de Deus, não somente pelas considerações acima apresentadas, mas também fica estabelecido claramente pelas declarações expressas da Sua Palavra. "Porque do céu manifesta a ira de Deus..."(Rm.1:18). "Manifestou-se quando foi pronunciada a primeira sentença de morte, quando a terra foi amaldiçoada e o homem foi expulso do paraíso terrestre; e depois, mediante castigos exemplares como o dilúvio e a destruição das cidades da planície com fogo do céu, mas, especialmente pelo reinado da morte no mundo todo. Foi proclamada na maldição da lei para cada transgressão, e foi imposta na instituição do sacrifício. No capítulo 8 de romanos, o apóstolo Paulo chama a atenção para o fato de que a criação inteira ficou sujeita à vaidade, e geme e tem dores de parto. A mesma criação que declara que existe um Deus, e publica a Sua glória, também proclama que Ele é inimigo do pecado e o vingador dos crimes dos homens. Acima de tudo, porém, do céu se manifestou a ira de Deus quando o Filho de Deus veio a este mundo para revelar o caráter divino, e quando essa ira foi demostrada nos Seus sofrimentos e morte, de maneira mais terrível do que por todas as provas que Deus antes dera da Sua aversão pela pecado. Além disso, o castigo futuro e eterno dos ímpios agora é declarado em termos mais solenes e explícitos do que antes. Sob a nova dispensação há duas revelações dadas do céu, uma da ira, a outra da graça"(Robert Haldane).
Mais: que a ira de Deus é uma perfeição divina está demostrado claramente pelo que lemos nos Salmo 95:11: "Por isso jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso". Duas sãos as ocasiões em que Deus "jura": quando faz promessas (Gn22:16), e quando faz ameaças(Dt.1:34). Na primeira, jura com misericórdia dos Seus filhos; na Segunda, jura para aterrorizar os ímpios. Um juramento é feito para confirmação: Hb.6:16. Em Gn.22:16 disse Deus: "Por mim mesmo, jurei". NO Sl.89:35 ele declara: "Uma vez jurei por minha santidade". Enquanto que no Sl.95:11 ele afirma: "Jurei na minha ira". Assim é que o grande Jeová pessoalmente recorre à Sua "ira" como a uma perfeição igual à sua "santidade": tanto jura por uma como pela outra! Ainda: como em Cristo "...habita corporalmente toda a plenitude da divindade"(Cl.2:9), e como todas as perfeições divinas são notavelmente manifestadas por Ele (Jo.1:18), por isso lemos sobre "... a ira do Cordeiro"(Ap.6:16).
A ira de Deus é uma perfeição do caráter divino sobre a qual precisamos meditar com freqüência. Primeiro, para que os nosso corações fiquem devidamente impressionados com a ojeriza de Deus pelo pecado. Estamos sempre inclinados a uma consideração superficial do pecado, a encobrir a sua fealdade, a desculpá-lo com escusas várias. Mas, quanto mais estudarmos e ponderarmos a aversão de Deus pelo pecado e a maneira terrível como se vinga dele, mais probabilidade teremos de compreender quão horrível é o pecado. Segundo, para produzir em nossas almas um verdadeiro temor de Deus: "... retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e piedade ("santo temos"); porque o nosso Deus é fogo consumidor"(Hb.12:28-29). Não podemos serví-lO "agradavelmente" sem a devida "reverência" ante a sua tremenda Majestade e sem o devido "santo temor" de Sua ira, e promoveremos melhor estas coisas trazendo freqüentemente à memória o fato de que "o nosso Deus é um fogo consumidor". Terceiro, para induzir nossas almas a fervoroso louvor a Deus por Ter-nos livrado "... da ira futura"(I Ts.1:10).
A nossa prontidão ou a nossa relutância em meditar na ira de Deus é um teste seguro de até que ponto os nossos corações reagem à Sua influência. Se não nos regozijamos verdadeiramente em Deus, pelo que ele é em Si mesmo, e por todas as perfeições que nEle há eternamente, como poderá permanecer em nós o amor de Deus? Cada um de nós precisa vigiar o mais possível em oração contra o perigo de criar em nossa mente uma imagem de Deus segundo o modelo das nossas inclinações pecaminosas. Desde há muito o Senhor lamentou: "... pensavas que (Eu) era como tu"(Sl.50:21). Se não nos alegramos "... em memória da sua santidade"(Sl.97:12), se não nos alegramos por saber que num dia que logo vem, Deus fará uma demonstração sumamente gloriosa da Sua ira, tomando vingança em todos os que agora se opõem a Ele, é prova positiva de que os nossos corações não estão sujeitos a Ele, que ainda, permanecemos em nossos pecados, rumo às chamas eternas.
"Jubilai, ó nações (gentios), com o seu povo, porque vingará o sangue dos seus servos, e sobre os seus adversários fará tornar a vingança..."(Dt.32:43). E ainda lemos: "E, depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de grande multidão, que dizia: Aleluia; Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus; Porque verdadeiros e justos sãos os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. E outra vez disseram: Aleluia..." (Ap.19:1-3). Grande será o regozijo dos santos naquele dia em que o Senhor irá vindicar a sua majestade, exercer o Seu domínio formidável, magnificar a Sua justiça, e derribar os orgulhosos rebeldes que ousaram desafiá-lO.
"Se tu, Senhor, observares (imputares) as iniquidades, Senhor quem subsistirá? (Sm. 130:3). Cada um de nós pode bem fazer esta pergunta, pois está escrito que "...os ímpios não subsistirão no juízo..." (Sl.1:5). Quão dolorosamente a alma de Cristo padeceu ao pensar na ação de Deus observando as iniquidades do Seu povo quando estas pesaram sobre Ele! Ele "... começou a Ter pavor, e a angustiar-se"(Mc. 14:33). Sua agonia terrível, Seu suor de sangue, Seu grande clamor e súplicas (Hb.5:7), Suas reiteradas orações: "Se é possível, passe de mim este cálice", Seu último e tremendo brado, "Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?"- tudo manifesta que pavorosas apreensões Ele teve quanto ao que era para Deus "observar iniquidades". Bem que nós, pobres pecadores, podemos clamar: Senhor, quem subsistirá, se o próprio Filho de Deus tremeu tanto sob o peso da Tua ira? Se tu, meu leitor, ainda não correste em busca do refúgio em Cristo, o único salvador, "... que farás na enchente do Jordão?"(Jr.12:5).
"Quando considero como a bondade de Deus sofre abusos da maior parte da humanidade, não posso senão apoiar quem disse: "O maior milagre do mundo é a paciência e generosidade de Deus para como mundo ingrato. Se um príncipe tem inimigos metidos numa de suas cidades, não lhes envia provisões, mas mantém sitiado o local e faz o que pode para vencê-los pela fome. Mas o grande Deus, que poderia levar todos os Seus inimigos à destruição num piscar de olhos, tolera-os e se empenha diariamente para sustentá-los. Aquele que faz o bem aos maus e ingratos, pode muito bem ordenar-nos que bendigamos os que nos maldizem. Não penseis, porém, que escapareis assim, pecadores; o moinho de Deus mói devagar, mas mói fino; quanto mais admirável é agora a Sua paciência e generosidade, mais terrível e insuportável será a fúria resultante dos abusos feitos à Sua bondade. Nada é mais brando do que o mar; contudo, quando se agita e forma temporal, nada se enfurece mais. Nada é tão suave como a paciência e bondade de Deus, e nada tão terrível como a sua ira quando se inflama" (William Gurnall, 1660). "Fuja", pois, meu leitor, fuja para Cristo; fuja "... da ira futura"(Mt.3:7), antes que seja tarde demais. Nós lhe rogamos com todo o empenho, não pense que esta mensagem tem em vista outra pessoa. É para você que está lendo! Não fique satisfeito em pensar que você já fugiu para Cristo. Obtenha certeza disso! Rogue ao Senhor que sonde o teu coração e te revele o que tu és (pois o erro ou engano, será fatal e eterno).

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Como evangelizar os adeptos das seitas? Por Luciano Sena




Não podemos fechar os nossos olhos para o mundo das seitas. Os seus seguidores não são inimigos apenas, mas são vítimas, tal como o é um pecador moral. Ele é um perdido também. Porém, se o fato evangelístico é uma raridade na Igreja hoje, o que dizer do apologético?

Primeiro, falarei dos desafios e perigos de evangelizar pessoas seguidoras de alguma seita. Depois apresentaremos um caminho viável para tal necessidade.

Os Perigos

Os seguidores das seitas, não raro, são mais envolvidos com as suas crenças do que os crentes em Cristo. Embora olhamos isso como um fato negativo, mas na verdade não é. O ponto é que eles precisam saber mais, pois muitos deles acham que serão salvos pelo tanto que sabem das suas doutrinas, ou, pelo quanto propagam bem a sua religião. Mas, isso coloca-nos em desvantagens quando iniciamos uma conversa com alguns deles. É muito comum membros de igrejas evangélicas tornarem-se fervorosos seguidores de seitas. Pois tentaram ‘evangelizar’ um adepto de alguma seita, e acabou sendo ele o alcançado.

Um outro aspecto desafiador, é que os seguidores das seitas investigam as nossas crenças. Não apenas a deles. Eles estudam o que os crentes sabem sobre alma, trindade, céu, inferno, volta de Cristo, profecias, etc. E então formulam questionamentos que os crentes medianos não estão prontos para responder.

Sugestões

Os crentes que conhecem a Fé Reformada, não estão em apuros quando for confrontado por um adepto de alguma seita. Isso mesmo. Se você ter um conhecimento básico dos princípios de fé protestantes, o membro da seita não terá muito chão para caminhar. Estude um livro de Teologia Sistemática. Dedique-se em estudar de modo sério. Logo perceberá que as “fortalezas” heréticas são frágeis.

Outro fator importante é que quando eles criticam nossas crenças, não é comum ver que seus ataques são contra caricaturas de nossas doutrinas, não elas como de fato são definidas. Por isso, a dica acima é mais necessária do que imaginamos.

Como evangelizá-los?

Pelo que sabemos, a especialização na área apologética é um caminho cansativo, não tem muitos resultados, mas é o mais viável na evangelização de seitas. O que queremos dizer com especialização? Você terá que ler livros sobre seitas, os livros das seitas, acompanhar o andamento histórico deles, enfim, se dedicar nessa área de forma completa. Isso demora anos. Mas na Igreja é necessário que alguns irmãos se engajem nessa empreitada.

Depois de se especializar em grupos hereges e contraditórios (pelo menos os principais), você deverá procurar ocasiões e oportunidades para evangelizá-los. Preparar folhetos, com ajuda de pastores e livros, e procurá-los tal como evangelizamos qualquer pessoa.

Siga esse roteiro, pelo menos inicialmente:

1) Mostre os erros da religião que ele defende: Isso para nós talvez não seria grande coisa, visto que nossa religião também tem defeitos. Mas é muito diferente. Para ele, a religião é o caminho da salvação. Um erro desabonará essa pretensão.
2) Sempre peça para ele procurar saber se o que você está mostrando é verdadeiro ou falso: geralmente os seguidores de seitas acreditam cegamente nos líderes. Ele acha que sua acusação é uma perseguição contra ‘os profetas de Deus’. Mas se você conseguir colocá-lo na busca de informações, os fatos revelaram a verdade.
3) Evite acusá-lo de propagar a mentira: Por enquanto ele não pode perceber isso. Caso ele se sinta acusado disso, o assunto pode não lograr êxito. Para ele, por enquanto, aquela é a verdade ‘de Deus’.
4) Se coloque no lugar dele: Pense em tudo que ele perderá ou sofrerá, caso saiba da verdade. Por isso, tenha um amor cristão, para que você tenha uma paciência infindável.

Muitas outras sugestões poderiam ser dadas. Mas  você também desenvolver um roteiro. Pode ser que dependendo da seita, o método mude.

Tenha sempre em mente o texto bíblico:

"Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediencia de Cristo." II Co 10.4,5

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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Nuvens escuras na vida cristã




A caminhada cristã não é fácil. É interessante que na medida em que os anos passam, vamos descobrindo que nem todas as coisas na vida são tão simples e divertidas como pensávamos quando éramos crianças. Na jornada cristã este movimento não é muito diferente. Nem tudo é doce e brilhante como aparenta e nem só de dias ensolarados se faz a vida. Mas nas adversidades (e diante das nuvens) podemos enxergar a graça de Deus e seu zelo, aprender muito com aquilo que se opõem e descobrir o que realmente tem – ou deveria ser reconhecido como tendo – valor para nossas vidas.


O livro de Atos dos Apóstolos apresenta diversos episódios cuja fé dos cristãos em geral e dos apóstolos em específico eram moldadas pelas adversidades. Neste estudo vamos nos ater ao relato de At 16.12-40. Paulo e Silas estavam em Missão conforme textos anteriores (junto com Lucas e Timóteo) e alguns fatos anteriores mostram conversões acontecendo, através da pregação do Evangelho e pela obra do Santo Espírito (At 16.13-15). Deus estava com seus servos assim como permanece com os Seus nos dias de hoje. Talvez para muitos a sequência de fatos que foram se desenrolando podem soar como injustas para quem estava tão somente fazendo a obra de Deus. Vejamos.

A falsa religião como fonte de lucro

Passando pela maravilhosa experiência de compartilhar o Evangelho e ver corações – como o de Lídia, v.14 – se prostrando ao Senhor, encontramos mais uma vez a forma impressionante como a religiosidade pode engordar os bolsos de líderes nefastos. Tal prática não nasceu ontem, ela está enraizada na humanidade como um culto paralelo cujo fim é a riqueza e o bem-estar momentâneo. Enquanto Paulo e Silas avançavam na pregação do Evangelho e na comunhão com os novos crentes, uma jovem possessa “que tinha um espírito adivinhador” os seguia gritando uma suposta glorificação ao nome de Deus (v.17), porém tal glória era falsa e tal jovem servia tão somente como fonte de lucro aos seus senhores. A jovem estava possessa por um espírito mau e era explorada por seus senhores.

Outras passagens nos mostram – ainda em Atos – a luta da Igreja contra estas investidas. Veja por exemplo Pedro contra Simão em At 8.14 e Paulo com Bar-Jesus em At 13.4. No caso de Simão, seu ato pecaminoso passou a nomear a prática de aferir lucro no comércio das coisas sagradas: “Simonia”. Pela narrativa da história da igreja encontra-se na obra “Apologia” de Justino Mártir – datada de 150 a.D. que posteriormente Simão passou a ser seguido por muitos e se autodenominava como “Manifestação do Deus Supremo”.

Segundo os versículos de At 16.16-19 diante de uma perturbação diária gerada pela jovem possessa, pois poderia com sua “glorificação” levar as pessoas a desacreditar o Evangelho, associando-o ao ocultismo [1], Paulo se aborreceu e ordenou que o espírito saísse da jovem, ao que pela ordem e sujeito ao nome de Jesus tal espírito foi expulso. Deus foi verdadeiramente glorificado, enquanto a fonte de lucro de homens perversos secou. Não houve júbilo a estes homens, mas tal decepção que denunciaram Paulo e Silas às autoridades, e em praça pública foram acusados e espancados sem chances de defesa.

Muitos de nós se indignariam diante de Deus com perguntas do tipo “Por que? Qual o motivo, oh Deus!”. Paulo e Silas estavam fazendo a obra de Deus e ainda assim foram injustamente condenados.

A Verdade não trouxe alegria aos ímpios. Muito tem a ensinar o texto de At 16.20-24. Por mais que a jovem estivesse livre, o que realmente interessava era o lucro perdido. Além disso, aprendemos que todo aquele que defende a fé cristã e está comprometido com o Evangelho deve estar atento, em alerta constante em relação às amizades falsas e interesseiras, pois para muitos a glorificação da jovem poderia inflar o ego do pregador quando na verdade visava desviar o culto. E ainda: estar preparado para ferrenha oposição e “revolta dos magistrados” que declaram guerra contra Paulo e Silas.

Paulo cura a menina; no entanto, o bem, em vez de trazer-lhe glória e gratidão, trouxe-lhe açoitamento e prisão. Há um dito popular que diz: ‘Não há mal que não traga algum bem’. Talvez também devêssemos dizer o oposto: ‘Não há bem que não traga algum mal’. Talvez isso seja um tanto exagerado, mas, com frequência, é verdade. Vivemos em um mundo caído que, por essa razão, é dominado pelas estruturas do pecado. Por isso, quando nos opomos ao pecado, estamos nos opondo aos interesses de alguém. Paulo cura a menina; mas ao fazer isso, ele prejudica os interesses econômicos dos donos dela, que, portanto, acusam-no e conseguem que seja açoitado e preso. [2]

Um costume maligno foi destronado e a fé dos servos de Deus estava posta a prova.

Um exemplo de como se portar diante da adversidade e o milagre da salvação

Não vamos nos ater a pensar no que a maioria faria diante de tudo que estava sobrevindo naquele momento de humilhação. Vamos focar nosso olhar para o exemplo de Paulo e Silas. Trancafiados injustamente, acoitados, pés presos ao tronco, entoavam louvor a Deus orando e cantando hinos. Deus respondeu rompendo as cadeias e colocando o injustiçado em liberdade.

Interessante que a resposta de Deus não era um fim em si própria, mas um meio de fazer um obra ainda maior e trazer glória ao nome dEle!

A liberdade que Deus proporcionou aos Seus servos foi o bálsamo em relação ao injusto castigo que lhes foi afligido sem a menor possibilidade de defesa.

Diante de tantos feitos maravilhosos e miraculosos, o maior dos milagres chega à casa do carcereiro. Aquele que estava outrora separado e apartado pode se achegar à graça salvadora de Jesus: “Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?” pergunta este homem no verso 30. Perceba que somente àquele cujo Espírito de Deus colocou a consciência de perda e condenação pode clamar para ser salvo. Somente o perdido pode clamar pela salvação.

Naquela mesma noite não somente o carcereiro como todos os seus foram alcançados. Era Deus – ao Seu tempo – produzindo o bem das circunstâncias que apenas registravam o mal e a injustiça.

Não há nada de mágico neste contexto e neste versículo em específico (“Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.” Atos 16:31) uma vez que a salvação de um indivíduo não depende da crença de outrem. Foi pela ação de Deus e pelo poder de Sua palavra que o Evangelho pregado alcançou morada e a contemplação da misericórdia divina.

Concluindo

Depois de toda a luta enfrentada, mesmo fazendo aquilo que estava certo e que era para Deus e Seu Reino, ainda que diante da injustiça dos homens, Paulo e Silas não esmoreceram na fé. Pelo contrário, houve ainda tempo de retornarem aos irmãos recém-convertidos e os encorajarem. Deus deu a estes homens a oportunidade de ver o fruto de seu trabalho:

Esta é nossa luta constante. Ainda que sob o céu nublado das adversidades é possível ver a graça de Deus presente, e ainda que tudo possa parecer desfavorável, o Senhor pode fazer daquilo que é mal, o bem. Confiança é algo que se constrói na certeza de estarmos com Deus em nosso dia-a-dia, e mesmo que tudo pareça difícil, sempre haverá oportunidade para consolar e encorajar o próximo, ainda que muitas adversidades nos possam parecer injustas.

Vamos prosseguir, sempre olhando para o Alvo!

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NOTAS:
[1] STOTT, John R.W. A Mensagem de Atos. ABU Editora. São Paulo: 1994. p. 298
[2] GONZÁLEZ, Justo. Atos. Hagnos. São Paulo: 2011. p.232

terça-feira, 23 de junho de 2015

AS CARACTERÍSTICAS DA VERDADEIRA ORAÇÃO - Wilhelmus à Brakel




As características da oração são as seguintes: ela é feita com humildade, em espírito e em verdade, com sinceridade, fervor, incessantemente, e pela fé.

Em primeiro lugar, há a humildade. Esta é a sensível e humilde disposição do suplicante, decorrente de uma visão da majestade de Deus e da sua própria pecaminosidade, indignidade e impotência para suplicar por sua deficiência ou tê-la suprida por Deus. Em tudo deve o homem ser humilde diante de Deus: “... o que o SENHOR pede de ti... e Andes humildemente com o teu Deus” (Miquéias 6.8). Particularmente, este deve ser o caso daquele que se engaja na oração, para:

(1) A criatura, então, se aproxima do seu Criador, humildemente daquele que é majestoso e exaltado, o pecador do Único Santo, o desprezado do Único Glorioso, e o merecedor da condenação do Juiz do céu e da terra, que tem o poder sobre a vida e a morte. Quando Moisés se aproximou da sarça ardente, a voz de Deus ressoou: “Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é terra santa” (Êxodo 3.5). Aqui, alguém pode pensar em verdade:“Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso?” (Miquéias 6.6). Abraão disse: “Eis que me atrevo a falar ao Senhor, eu que sou pó e cinza” (Gênesis 18.27). “O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador” (Lucas 18.13).

(2) Humildade na oração é muito agradável a Deus: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmo 51.17); “... por ti o órfão alcançará misericórdia” (Oséias 14.3).

(3) Deus ouve e responde suplicantes humildes: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Isaías 57.15).

(4) Um piedoso suplicante encontra um deleite especial – sim, ele a reconhece como uma grande graça e como uma resposta à sua oração – se, com tal disposição humilde e reverente, ele pode ter uma visão da majestade e glória do Senhor, mesmo se ele não recebeu mais nada à sua oração. Entretanto, ele recebe a segurança imediata de que Deus o ouviu e proporcionará, segundo a Sua vontade, pois Ele “aos humildes concede a sua graça” (1 Pedro 5.5).

FONTE: Wilhelmus à Brakel. The Christian's Reasonable Service. Vol. 3. Grand Rapids, MI: Reformation Heritage Books, 2007. pp. 456-457.

TRADUÇÃO LIVRE: Rev. Alan Rennê Alexandrino Lima

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Vivificados para a morte - Por Thomas Magnum


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Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria.” - Colossenses 3.5

O que é central na mensagem cristã das boas-novas, o Evangelho para o mundo? Uma coisa somente, a morte redentora do Senhor Jesus Cristo”. - Francis Schaeffer

Ao lidarmos com a morte estamos tratando de algum tipo de separação, algum tipo de distanciamento necessário por algum motivo - seja ele evidente ou não. A morte física é a separação da nossa parte imaterial da nossa parte material; a morte espiritual é a separação de nosso ser interior, nossa alma, de Deus. Esse distanciamento de Deus nos destituiu da sua glória. Na sua glória existe vida e morte, a majestade e julgamento, o poder e a graça, santidade e luz. Mas as Escrituras não tratam apenas dos tipos de morte citadas acima, tratam também da morte do cristão, da mortificação de nossa natureza caída. E não é só isso, mas, como dizia Francis Schaeffer, trata dacentralidade da morte.
           
No limiar do pensamento moderno, a vontade do homem é colocada em evidência e entronizada como senhora da vida e da morte. As Sagradas Escrituras não ensinam assim. As Escrituras nos mostram que somente Deus pode vivificar o homem caído, vide o texto de Ezequiel 37.13,14:
E sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir os vossos sepulcros, e vos fizer subir das vossas sepulturas, ó povo meu. E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o SENHOR, disse isto, e o fiz, diz o SENHOR.
        
O Texto aqui nos mostra que o Senhor é o Deus da vida, ele vivifica seu povo. No conhecido livro A morte da morte na morte de Cristo vemos que a morte também tem um papel central no pensamento do teólogo puritano John Owen, tratando sobre o triunfo de Cristo por sua morte e ressurreição. A morte que foi imputada ao homem como juízo de Deus ao pecado na queda. Sobre as consequências da queda de Adão e os efeitos de sua morte nos diz o Bavinck:
Portanto o pecado que Adão cometeu não ficou restrito somente à sua pessoa. Ele continuou a operar em e através de toda a raça humana. Nós não lemos que por um homem entrou o pecado em uma pessoa, mas no mundo (Rm 5.12), e também a morte sobreveio a todos os homens por causa do pecado desse homem.[i]

Na queda a morte entrou no mundo de Deus, esse fato é de suma importância para teologia cristã, visto que não somente a morte de Adão vai ocupar um lugar importante, mas toda teologia do Antigo Testamento parte de uma questão ou questões relacionadas à morte e a redenção. Em Adão a morte entrou no mundo, mas, pela morte a vida e reconciliação com Deus foram concedidas por Cristo, o segundo Adão, como Romanos 5.8 nos diz: 
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Também em Romanos 4.25 lemos: O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação. 

Isso não é de somenos importância na teologia cristã, a morte do primeiro Adão trouxe juízo e destituiu o homem da glória de Deus, a morte do segundo Adão (Cristo) trouxe reconciliação ao que estava separado pela morte e o restaurou a glória de Deus, “Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória” (Colossenses 1.27). Diz Calvino:
[Paulo] denomina Cristo a esperança da glória, para que soubessem que nada lhes está faltando para a completa bem-aventurança, quando já possuem a Cristo. Não obstante, esta é uma maravilhosa obra de Deus, que em vasos de barro e frágeis (2Co 4.7) rende a esperança da glória celestial.[ii]       

Ao compreendermos então a centralidade da morte expiatória de Cristo e seus gloriosos efeitos redentores sobre os homens, a Bíblia nos continua a mostrar que essa morte tem significado para a vida cristã, não somente no ato salvador de Cristo, mas em nossa união com ele também, Cristo morreu pelo seu povo (Mt 1.21) para que seu povo fosse salvo e santificado, para que os seus continuassem morrendo para o pecado, isso fala de nossa luta contra nossa natureza carnal, pecadora. Nos diz a Escritura em Colossenses 3.5:


Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria.

Diante da importância do tema estamos perante um espectro maravilhoso da Escritura, o sacrifício de Cristo gera em nós na regeneração do Espírito Santo uma vida de santidade e santificação, ato posicional e contínuo. Essa mortificação se dá pela gloriosa operação do Espírito em nós que nos capacita por seu poder a resistirmos e lutarmos contra o pecado, e agora com os olhos do entendimento abertos para o conhecimento da glória, vivermos como mortos para o pecado. Gosto do que Schaeffer diz sobre essa questão:

[...] a Bíblia nos dá uma negativa, de fato, muito definida – uma que não pode se tornar uma abstração, mas que marca as coisas difíceis da vida normal. Já vimos que a Palavra de Deus é clara ao dizer que em todas as coisas, inclusive naquelas que são difíceis, devemos estar contentes e dizer “muito obrigado” a Deus. É uma verdadeira  negativa, a negativa de dizer “não” a qualquer domínio das coisas e do eu.[iii]       

A Bíblia nos mostra que a vida cristã prova essa negativa que Schaeffer nos diz. E essa negativa nos eleva a uma “positividade”, ou seja, uma vida satisfeita em Deus, uma vida que se contenta e se deleita na vontade de Deus que é melhor que a nossa (Rm 12.1,2). Essa negativa só pode ser vivida quando se tem uma correta perspectiva da verdade e da vida, uma vida não vivida pela morte não pode ser mortificada pela vida. Essa mortificação só pode acontecer quando conhecemos a Deus, e como diz o primeiro capítulo das Institutas de Calvino, o homem só conhece a si mesmo se conhecer a Deus, o conhecimento de Deus é a porta para o entendimento da realidade, fora desse conhecimento real não é possível um conhecimento do que é, sem essa morte posicional e contínua não se conhece de fato o real, mas, o que temos é um efeito noético do pecado dominando a mente do homem. Ainda que pela graça comum algum bem possa ser desfrutado, mesmo manchado pelo pecado, é impossível um conhecimento verdadeiro e real sobre o homem interior e sua verdadeira posição e condição no mundo. Somente pela morte de Cristo e por nossa união com ele podemos conhecer de fato. Continua Schaeffer:

É uma perspectiva diferente. É uma perspectiva que é a antítese daquela que o mundo tem, aquela que normalmente nos rodeia. Quando começamos a contemplar essas palavras nesse cenário – a perspectiva é totalmente outra – a perspectiva do Reino de Deus em vez da do mundo caído e de nossa própria natureza caída – é bem diferente. Somos pressionados por um mundo que não quer dizer não ao eu – não só por uma razão menor, mas por falta de princípio, porque os homens estão decididos a ser o centro do universo. Quando nós saímos um pouco dessa perspectiva muito sombria deles e entramos na perspectiva do Reino de Deus, então essas negativas que são colocadas sobre nós assumem um aspecto inteiramente diferente.[iv]

Logo, segundo a linguagem de Schaeffer a perspectiva do reino pode nos dar a dimensão correta da realidade, da verdade. Ainda sobre Colossenses 3.5, Calvino diz:


Até aqui ele esteve falando do desprezo do mundo. Agora avança mais e aborda uma filosofia mais elevada, a saber, a mortificação da carne. Para que isso seja mais bem compreendido, notemos bem que há uma dupla mortificação. A primeira se relaciona com as coisas que nos cercam. Ele tratou desta até aqui. A outra é a interior – a do entendimento e da vontade, bem como de toda nossa natureza corrupta. Ele faz menção de certos vícios a que chama, não com estrita exatidão, mas, ao mesmo tempo, elegantemente: membros. Pois ele concebe nossa natureza como sendo, por assim dizer, uma massa formada de diferentes vícios. Portanto, estes são nossos membros, visto que, de certa maneira, estão fundidos em nós. Ele os chama também de terrenos, aludindo ao que dissera: “Não nas coisas que não da terra” [v.2], mas num sentido diferente. “Tenho-vos admoestado para que as coisas terrenas sejam desconsideradas; no entanto, deveis tomar como vosso alvo a mortificação desses vícios que vos detêm na terra.” Entretanto, ele notifica que somos terrenos na medida em que os vícios de nossa carne são vigorosos em nós, e que se tornam celestiais pela renovação do Espírito.[v]

Fica claro que é legada a nós uma vida santa pela renovação do Espírito e isso promove uma transformação espiritual, social e cultural no homem, a mortificação em nossa vida é fruto da nossa união com Cristo, é fruto do nosso compromisso com o evangelho, é a vida vivida na morte.

          
Não poderia deixar de mencionar o clássico livro do pastor congregacional John Owen, considerado o príncipe dos puritanos, A Mortificação do Pecado:

Cada pecado não mortificado produzirá duas coisas:
a) Enfraquecerá a alma e a privará da sua força. Quando Davi permitiu que um desejo pecaminoso não mortificado se alojasse no seu coração ele ficou sem vigor espiritual [...] Qualquer desejo pecaminoso que não seja mortificado fará murchar o espírito  e todo o vigor da alma de desse modo enfraquecerá para o cumprimento de todos os seus deveres.
b) Assim como o pecado enfraquece, ele também obscurece a alma e a priva do seu conforto e da sua paz. O pecado é como uma nuvem espessa que se espalha sobre a face da terra e a separa dos raios do amor e do favor de Deus. Rouba a pessoa da sua percepção e do gozo dos privilégios da sua adoção. A mortificação é o único remédio contra esses dois efeitos malignos do pecado na alma.[vi]

No entanto meu objetivo não é concluir de forma negativa sobre a negativização do pecado, ou a mortificação. Ainda tomando as palavras de Owen, vejamos:


A Mortificação também tem um efeito muito benéfico sobre o crescimento da graça de Deus no coração humano.Se compararmos o coração humano a um jardim então a mortificação pode ser assemelhada ao trabalho de se remover as ervas daninhas que impediriam o crescimento das plantas da graça de Deus. Pense num jardim onde uma planta preciosa tenha sido plantada. Se o jardim for regularmente cuidado a planta florescerá. Se, porém, ervas daninhas forem deixadas, a planta será fraca, murcha e sem utilidade. Onde a mortificação não consegue destruir as ervas daninhas do pecado, as plantas da graça de Deus estão prestes a morrer (Ap. 3.2). Estão murchando e morrendo. Tal coração é como o campo do preguiçoso – tomado tanto por ervas daninhas que mal podem ver o trigo. Quando você olha para esse coração, as graças da fé, do amor e do zelo lá estão; todavia são tão fracas, tão entrelaçadas de ervas daninhas do pecado, que não tem utilidade. Que esse coração seja liberto do pecado pela mortificação; e então, estas plantas da fé, do amor e do zelo começarão a florescer e estarão em condições de ser utilizadas para todo bom propósito.[vii]

Nosso jardim irá desfrutar mais vida e beleza, ao retirarmos as ervas daninhas, isso só será feito pela morte, só será possível quando nosso desejo e satisfação por Deus for maior que nossa inclinação ao pecado.


Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. - Gálatas 2.20

Deus é mais glorificado em nós quando somos mais satisfeitos nele.” - John Piper

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Notas:
[i] - Teologia Sistemática, Herman Bavinck, p.197 – Sinodal. (Arquivo em PDF)
[ii] - Comentário de Colossenses, João Calvino, p.526,528 – Ed. FIEL
[iii] - A Verdadeira Espiritualidade, Francis Schaeffer, p. 36 – Ed. Cultura Cristã
[iv] - Ibd, p. 40
[v] - Comentário de Colossenses, João Calvino p.566 – Ed. FIEL
[vi] - A Mortificação do Pecado, John Owen, p. 108,109 – Ed. PES
[vii] - Ibd, p.110.

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Autor: Thomas Magnum de Almeida
Fonte: Electus

domingo, 21 de junho de 2015

Os tradicionais – Por Pr J Miranda




O puritanismo influenciou a tradição reformada no culto, governo eclesiástico, teologia, ética e espiritualidade. Quatro convicções básicas: (1) a salvação pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bíblia constitui o guia indispensável para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensino expresso das Escrituras; (4) a sociedade é um todo unificado.

O sentido original do termo “puritano” apontava para a purificação da igreja, na medida em que os puritanos queriam descartar os elementos arquitetônicos, litúrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantes com a simplicidade bíblica. Por exemplo, eles objetavam contra o sinal da cruz no batismo e a genuflexão para receber a Santa Ceia.
Ao invés de paramentos elaborados (sobrepeliz), eles preferiam uma toga preta que simbolizava o caráter do ministro como um expositor culto da Bíblia.
Queriam que cada paróquia tivesse um ministro residente capaz de pregar. Para alcançar esse objetivo, promoviam reuniões de ministros para ouvir sermões e receber orientação pastoral (suprimidas por Elizabete). Sofrendo oposição dos bispos e estando comprometidos com uma eclesiologia que dava ênfase à igreja como uma comunidade pactuada, muitos puritanos rejeitaram o episcopado.

Thomas Cartwright promoveu o presbiterianismo (1570). Robert Browne, mais radical, advogou um sistema congregacional e defendeu a imediata separação da “corrupta” Igreja da Inglaterra (1582). Alguns de seus seguidores “separatistas” foram para a Holanda. Congregacionais mais moderados, conhecidos como “independentes”, não chegaram a defender a separação. Eles influenciaram os puritanos da Baía de Massachusetts e se tornaram a corrente principal do congregacionalismo inglês.
Outros puritanos, como Richard Baxter (†1691), queriam um “episcopado atenuado” que associava características presbiterianas e episcopais.

Os puritanos não estavam interessados somente na purificação do culto e do governo eclesiástico. Todo o corpo político também precisava de purificação. Apoiando-se em Martin Bucer e João Calvino, eles insistiram na criação de uma sociedade cristã disciplinada. Achavam que uma nação inteira podia fazer uma aliança com Deus para a realização desse ideal. Esperanças milenaristas e o exemplo do Israel bíblico os impeliram nessa direção. Eles estavam embasados nos ensinamentos do apóstolo Pedro:  "Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação"
( Pedro 2.11-12).


sábado, 20 de junho de 2015

Cheio de corrupção – Por Pr. J Miranda




“Pois, tu, Senhor, desamparastes o teu povo, a casa de Jacó, porque os seus se encheram da corrupção do Oriente e são agoureiros como os filhos dos filisteus e se associam com os filhos dos estranhos”. Isaías 2.6

Na época de Isaías o povo tinha abandonado o Senhor, voltando-se as mesmices “Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniqüidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o SENHOR, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás” (Isaías 1.4), ou seja, estava vivendo em apostasia. E o Senhor levanta o profeta Isaías para falar sobre um retorno à Sua presença. No versículo 16 o Senhor diz: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal”. Deus sempre trata o seu povo com misericórdia. O Senhor repreende o povo pelos seus erros, mas estende as suas mãos mostrando que na Sua direção eles poderiam desfrutar do melhor da terra. Mas por que Deus oferece o melhor a um povo que O tinha abandonado? Porque para seus filhos ele não dá o pior, mas o melhor. O melhor é para os filhos! Mas os filhos muitas vezes não percebem que o Pai tem o melhor; acham que vão encontrar o melhor em outras coisas, em outros lugares; e não na presença do Senhor e se distanciam. Foi isso que aconteceu quando o povo estava no Egito. Numa época em que havia fome na terra, Deus usou José para trazer sua família para o Egito, onde havia comida e ali o povo de Israel cresceu e se multiplicou... e se esqueceu do Senhor. O resultado é que o povo se tornou escravo de seus inimigos, passando a sofrer terrivelmente. E o Senhor ouviu o clamor do seu povo, e o fez “subir daquela terra para uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel” (Êxodo 3.7-8). O Senhor fala de comer o melhor desta terra. Mas será que esse “comer” se refere apenas ao alimento para o corpo? Creio que não. Comer o melhor é desfrutar o melhor de Deus em todos os sentidos. Deus tem o melhor e esse melhor está disponível para nós, mas para isso o Senhor apresenta as condições para que a igreja desfrute do melhor dessa terra.

Deus em sua bondade e misericórdia oferece: “Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fores rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse” (Isaías 1.19). Hoje é o dia de aceitar a misericórdia do Senhor, muitos serão devorados pela ira de Deus (Romanos 1.16).



sexta-feira, 19 de junho de 2015

Hereges “legais”, "relevantes"... são os piores!


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Paulo diz sentir um medo, e esse medo era de heresias vindas de hereges “legais” - “...mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia...”

Os hereges “legais” são os piores. Os hereges que combatem a “teologia da prosperidade” mas ao mesmo tempo semeiam universalismo, liberalismo... são os piores. Piores porque são enganadores mais eficientes, mais sutis... Usam uma capa melhor de respeitabilidade, seriedade, zelo...

Por que foi tão difícil para Paulo e os outros apóstolos combaterem os falsos mestres em seus dias?

Muitas pessoas esperam que aqueles que deturpam e torcem as verdades bíblicas sejam pessoas não amáveis, sem simpatia, sem carisma... Paulo disse aos coríntios: “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.” - 2 Coríntios 11:14. “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” - 2 Coríntios 11:3

Em toda a história da igreja homens que propagaram heresias destruidoras eram amáveis, simpáticos, falavam em amor ao próximo, se empenhavam em caridade... hoje é assim como sempre foi. Podemos ensinar doutrinas antibíblicas enquanto falamos em ajuda aos pobres, missão integral, igreja relevante. Na verdade, todas as religiões podem falar sobre temas simpáticos, agradáveis, caridosos... sendo mesmo assim o oposto da revelação bíblica. Podemos passar horas lendo Confúcio, Budismo... Mas nossa questão aqui são heresias que saem da igreja, de líderes na igreja, simpáticos, caridosos... Paulo quando fala sobre líderes que ensinam doutrinas heréticas e desviam homens da verdade, diz: “e com suaves palavras e lisonjas (bajulações) enganam os corações dos simples.” - Romanos 16:18

Falsos mestres são simpáticos, amáveis e adoram falar sobre amor. Mas o amor que é proposto é um tipo de amor completamente diferente do que a Bíblia ensina. É um sentimentalismo que põe a verdade de lado em nome do que chamam amor. Qualquer amor que é destrutivo para a verdade total do evangelho (com todo seu lado ofensivo ao homem natural), qualquer amor que ignora a verdade e a vê como um obstáculo, chamando-a de dogmatismo... qualquer amor que é tolerante com o erro ou propaga o erro... tem que ser completamente evitado e combatido... porque isso não está nem próximo da essência daquilo que a Bíblia chama de amor. Toda conversa sobre amor, caridade, missão, união... que põe a verdade de lado é exatamente o trabalho dos falsos mestres, falsos profetas... Como é doce ouvir “paz, paz...” – “E curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” - Jeremias 6:14. É isso que Paulo enfatiza: “e com suaves palavras e lisonjas (bajulações) enganam os corações dos simples.” - Romanos 16:18

Na história da igreja homens que ensinaram doutrinas terríveis eram homens simpáticos e amáveis. Ário (Arius 256-336) negava a divindade de Cristo. Ele defendia que o Logos e o Pai não eram da mesma essência, que o Filho era uma criação do Pai, que houve um tempo em que o Filho ainda não existia... Era um líder cristão em Alexandria. Mas é dito sobre ele que era um homem simpático, amável... Era descrito como - brilhante, companheiro, atraente... um tipo de cidadão que todos gostariam de ter ao seu lado em causas nobres. Um tipo de homem que todos gostavam de ver ensinando a Bíblia... ele foi imensamente popular nos seus dias... Exatamente o que Paulo disse: “e com suaves palavras e lisonjas (bajulações) enganam os corações dos simples.” - Romanos 16:18

Outro homem que ensinou as mesmas heresias foi Socino (Fausto Socinus 1539-1604) – Seu ensino rejeitou os pontos de vista ortodoxos da teologia cristã no conhecimento de Deus, sobre a doutrina da Trindade,  divindade de Cristo, e na soteriologia... Mas ele em si era um cara legal, simpático e amável... Ele é descrito como um verdadeiro cavaleiro. Sua moral estava acima de qualquer suspeita e era conhecido por sua cortesia infalível. É descrito como muito mais cortês do que os reformadores que viveram na mesma época; Calvino, Lutero... Enfim, Socino é descrito como homem exemplar.

Eis o motivo porque raramente é ou será popular combater e resistir os falsos mestres. Eis o motivo porque Paulo teve grandes problemas para combatê-los em Corinto, na igreja dos Gálatas, e em todas as outras igrejas. Falsos mestres, hereges... são amáveis, falam muito sobre o amor, em ajuda aos necessitados... são simpáticos, falam sobre “paz paz..” – então eles quase sempre são vistos como uma benção para a igreja. Eles sempre tem palavras cativantes. Eles são atenciosos. Eles falam o que muitos querem ouvir. Eles estão prontos a adaptar a verdade. Eles são cavaleiros... Então Paulo diz: “e com suaves palavras e lisonjas (bajulações) enganam os corações dos simples.” - Romanos 16:18

“Suaves palavras – a frase significa discurso suave. Eles sabem falar de forma inteligente. O diabo coloca os erros mais devastadores não na boca de hereges óbvios... ele não coloca esses erros na boca de homens que são um desastre para o objetivo dele. Palavra suaves e lisonjas. A palavra é eulogia, como elogio. É a ideia de uma eloquência falsa, mentiras bem escolhidas e que tem um som atraente e enganam o coração dos ingênuos,  é o que Paulo diz. Inteligente, eloquente, polido, de fala suave, elogiando, lisonjeiro, abraçando causas nobres... Ele ganha o ouvido e engana o coração.

Nunca, nunca será popular resistir falsos mestres na igreja, eles são vistos como benção e não tragédia!

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Fonte: Josemar Bessa

quinta-feira, 18 de junho de 2015

6 Dicas para ser um marido piedoso





O propósito de Deus para o casamento é fazer com que nos tornemos semelhantes a Cristo.

Quando eu me inscrevi para poder casar em cartório, após um ano de ter me formado na faculdade, tudo que eu tinha que fazer era pagar uma taxa. Não houve treinamento, nenhum vídeo ou manual.

Apesar do fato de que eu não tinha habilidades de como fazer um casamento funcionar, a certidão de casamento foi concedida!

Eu sei que existem muitos homens que estão tentando descobrir exatamente o que Deus espera deles como maridos.

Então, eu vim com uma lista das coisas que eu acredito que são fundamentais para ser um marido piedoso.

Seja um líder espiritual

Sua esposa provavelmente entrou no casamento com algumas imagens idealizadas, por exemplo: Os dois juntos no início da manhã, ao redor da mesa, tomando suco de laranja fresco enquanto fazem a devocional.

Ela imaginou você saindo para o trabalho e dizendo: "Eu vou estar de volta à noite, e nós faremos estudo bíblico novamente."

Depois de um mês de casados, sua esposa provavelmente está pensando: O que será que aconteceu? Ler as Escrituras e orar juntos é tão importante. Se eu pudesse rebobinar meu casamento começaria do zero!

Não importa há quanto tempo você está casado, comece a desenvolver hoje, um padrão que possa incluir no seu casamento. Lembre-se, é o marido que tem a obrigação de iniciar isso.

"Um homem pode não ser um teólogo profissional", diz Doug Wilson, autor de Reformando o Casamento. "Mas, em sua casa, ele precisa ser um teólogo firme."

Conduzir com humildade

A razão pela qual existem resistências sobre os homens serem líderes em um relacionamento conjugal é por que, muitos homens não conduzem isso com humildade.

Os homens são chamados por Deus para conduzir suas esposas, mas a nossa liderança deve ser altruísta.

Filipenses 2.3 diz: "Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos" (Nova Versão Internacional).

Coloque este versículo em prática, e ele vai resolver 95 por cento dos problemas que enfrentamos.

Eu nunca conheci uma mulher que falasse: "Eu resisto a liderança de meu marido, mesmo ele sendo humilde e semelhante a Cristo."

As mulheres que eu conheci tem o desejo de líderes piedosos em seu casamento.

Seja piedoso e um homem corajoso

1 Coríntios 16.13 dá uma definição clara de masculinidade bíblica: "Estejam vigilantes, mantenham-se firmes na fé, sejam homens de coragem, sejam fortes." Antes de podermos ser maridos piedosos, devemos ser homens de coragem.

Vamos analisar a definição do que significa ser um homem de coragem. A essência da coragem é ter um grande temor a Deus! Tão grande que não tenha medo de nada mais.

Seja um provedor

O marido deve ter a responsabilidade de arcar com as necessidades básicas de uma casa.

Na verdade, 1 Timóteo 5.8 diz que se um homem não provê a sua família, ele é pior do que um pagão. Esse não é o tipo de reputação que eu quero ter diante da sociedade.

Um provedor é aquele que se antecipa, aquele que faz planos estratégicos para o progresso familiar. Ele pensa sobre as metas, não apenas financeiras, mas as metas espirituais e metas emocionais.

Em outras palavras, ele é o diretor executivo da família, é sua responsabilidade definir a direção.

E muitas vezes a mulher é a chefe de operações, em dois vocês unificam a direção tomada, para o bem da família.

Amar a Deus mais do que você ama sua esposa

Após 3 anos de namoro com Mary Ann, começamos a falar sobre casamento, um pouco mais tarde nós terminamos. Fiquei arrasado.

Certa noite enquanto orava, as coisas tornaram-se muito claras: Mary Ann tinha se tornado um ídolo na minha vida, eu me importava mais com as coisas que a deixava feliz do que as coisas que agradavam a Deus.

Era como se Deus estivesse dizendo: "Você não terá outros deuses diante de mim, e se você colocar algo ou alguém no meu lugar, vou retirá-lo de você."

Em 25 anos de casamento, eu continuo a lutar contra o mesmo problema. Permaneço em “cheque” com esta pergunta: A quem devo temer mais, a minha mulher ou Deus?

O nível de dor pode ser imediato quando eu não agrado a minha esposa. Mas Deus me lembra: "Você fez a coisa certa, mesmo que naquele momento ela não tenha ficado feliz."

Ame-a biblicamente

Para amá-la biblicamente, precisamos nos perguntar: "O que significa o amor de Deus por nós?" A essência do Seu amor por nós é refletida em Seu compromisso e sacrifício. Isso é o que o nosso amor, pela nossa esposa, precisa para se parecer com o de Cristo.

Para mim, muitas vezes, significa colocar as necessidades dela à frente das minhas próprias necessidades. Isso significa que eu ainda vou sacrificar muita coisa por ela, mesmo quando nos desentendemos, ela deve ser a minha prioridade.

Lembre-se do pequeno verso do voto matrimonial, "Deixando os outros, até que a morte nos separe".

Isso significa que seu relacionamento com sua esposa é o mais importante do que qualquer outro relacionamento - amigos, seu chefe ou até mesmo seus filhos.

Simplificando, devemos amar nossa esposa mais do que qualquer coisa na terra; essa é a essência do relacionamento conjugal.

DL Moody resumiu melhor: "Se eu quiser saber se um homem é cristão, eu não iria questionar um ministro, eu iria pedir informações à sua esposa. Se um homem não trata sua esposa da forma correta, eu não quero ouvi-lo falar sobre o cristianismo. Qual é a utilidade de falar sobre a salvação se ele não tem salvação para esta vida? "

Em maio passado, Mary Ann e eu celebramos o nosso 25º aniversário de casamento em Maui, Hawaii. Os cenários foram incríveis e realmente estávamos muito felizes juntos.

Durante o jantar naquela noite, poderíamos dizer que, apesar de todos os desafios que têm vindo em nossa direção, nós não mudaríamos o resultado dos nossos momentos.

Por isso Deus tem usado a nossa relação para compartilharmos uns com os outros, mais do que qualquer outra coisa, para que nos tornemos mais semelhantes a Cristo, o que finalmente é o Seu propósito para o casamento.

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Fonte: cru.org 
Tradução: Daniele Bosqueti