quarta-feira, 30 de julho de 2014

Uma jornada para o céu! Por Jonathan Edwards (1703-1758)


Confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.  14 Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria.”. (Hebreus 11:13, 14)
O apóstolo está aqui estabelecendo as excelências da graça na fé, pelos efeitos gloriosos e resultado feliz disto nos santos do Antigo Testamento. Ele havia falado na parte anterior do capítulo particularmente, de Abel, Enoque, Noé, Abraão e Sara, Isaque e Jacó. Tendo enumerado esses exemplos, ele observa que “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra...” [Hebreus 11:13].

terça-feira, 29 de julho de 2014

O Caminho do Céu - Por Pr J Miranda



O céu é o lugar onde está o trono de Deus. É o lugar preparado para os remidos. É a casa do Pai, a cidade santa, a nova Jerusalém. O céu é nossa origem, pois nascemos de cima e o céu é o nosso destino, pois iremos para lá. O céu é lugar de alegria sem mescla de tristeza. O caminho para o céu é Jesus - "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14.6). A porta do céu é Jesus. O deleite do céu é Jesus. A recompensa do céu é Jesus. Lá o veremos face a face. Lá reinaremos com ele pelos séculos eternos. Se você não encontrar esse caminho, é porque tomou o rumo errado.


A Bíblia, em João 1:1, diz que “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Mais adiante um pouquinho, no mesmo livro, lê-se: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1:14). Ou seja, está cristalino que Jesus veio à terra para cumprir a missão de salvar a humanidade das garras de satanás. E no plano de Deus para o verbo se fazer carne era preciso nascer igual a todos nós – inclusive para nos deixar a lição que qualquer pessoa de carne e osso que tenha fé em Deus é capaz de superar as adversidades impostas pelo inimigo e conseguir a salvação em Cristo Jesus. Se você não encontrar esse caminho, é porque não encontro Jesus.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Templo de Salomão ou Templo da Enganação? Por Rev. Leandro Lima


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Algumas considerações me vêm a mente sobre a inauguração do “templo de Salomão” por Edir Macedo e a Igreja Universal. Antes de tudo é preciso “admirar” a capacidade administrativa e empreendedora deste homem. Ele, provavelmente, enriqueceria vendendo qualquer produto. Pena que escolheu vender a fé…

 A grande habilidade do Macedo é saber aproveitar os “filões” do “mercado” religioso. Ele fez a Universal avançar nadando nas águas do sincretismo religioso brasileiro, especialmente na relação com as religiões afro-brasileiras e com o catolicismo popular. Se aproveitou dos símbolos, superstições e temores próprios dessas religiões para construir seu império baseado no slogan “pare de sofrer”, e na suposta vitória sobre os espíritos que produzem sofrimento. Ao invés de “sacrifícios físicos”, passou a exigir “sacrifícios financeiros”, no que se deu muito bem. Agora, mais uma vez, imitando o catolicismo e outras religiões sacramentais, ele estabelece um “santuário” com o objetivo de atrair multidões, e especialmente, contribuições.


Foto: Templo de Salomão? - IURD/SP
Em poucas palavras, entretanto, posso dizer que essa construção é uma aberração. Antes de tudo é uma aberração arquitetônica, pois tenta recriar algo de uma época que já passou e que não faz mais sentido no mundo atual. Além de ser um equívoco histórico, pois trata-se de uma cópia mal feita do templo de Herodes, aquele que foi reconstruído um pouco antes do tempo de Cristo. Por isso, em vez de Templo de Salomão, deveria ser chamado de “réplica do Templo de Herodes”. Mas nesse caso, não daria muito “marketing”…

 Acima de tudo é uma aberração teológica. Imagino que ele não tenha ido tão longe ao ponto de fazer as divisões internas do templo (santo lugar, santo dos santos), até porque isso limitaria o número de pessoas lá dentro e, consequentemente, de ofertas. A menos que ele quisesse se entronizar lá dentro do Santo dos Santos… (a vantagem é que só um homem o veria uma vez por ano).

 De qualquer maneira, é uma aberração teológica, pois tenta recriar, mesmo que em termos ilustrativos e comerciais, algo que o próprio Deus autorizou a destruição. Foi o Senhor Jesus quem disse, sobre aquele templo de Israel, que seria destruído e não sobraria pedra sobre pedra (Mt 24.1ss). De certo modo, ao reconstruir o simbolismo, ele está erguendo novamente algo que Deus quis que terminasse. E a razão é simples: Jesus é tudo aquilo que o Templo de Israel prefigurava. Jesus cumpre em sua pessoa todas as promessas e realizações do antigo Templo. Reconstrui-lo, mesmo que apenas como uma homenagem ou dedicação, é uma forma de praticar tudo aquilo que o livro de Hebreus condena, é um modo de rejeitar a Cristo e a tudo o que ele fez.

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Fonte: Perfil do autor no Facebook
Via: Reformers
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QUEM DESEJA O EPISCOPADO, EXCELENTE OBRA DESEJA



I Timóteo 3:1-7                                                  I Timóteo 1:1

                   A palavra "episcopado" significa pastorado. dado que as palavras gregas "epíscopos", "poimen" e "presbítero" são de significado idêntico - bispo, pastor, presbítero ou ancião.

                     Assim, Paulo ensina que aquele que anseia, deseja, o pastorado, ou o bispado, excelente obra deseja. De facto, o pastorado é um ministério especialmente digno de nota. O pastor é aquele que leva o rebanho às pastagens melhores e mais seguras.

                     O Pastor ou Bispo é um líder que cuida principalmente da vida espiritual do seu rebanho, mas não descuida nenhum aspecto da vida da comunidade.

                     Para isto ele deve ser especialmente chamado e vocacionado por Deus, e deve ter como prioridade servir abnegada e totalmente  ao Senhor na pessoa do rebanho que lhe foi confiado. Deve dar o exemplo de vida cristã. Ser marido de uma só mulher (casado, portanto), vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar, não vicioso, nem espancador, não avarento, nem ganancioso, mas moderado em todas as coisas.

                      O Pastor deve sentir que o seu rebanho o olha como líder a imitar e, por isso, cumprir com zelo, amor e entrega completa o seu ministério. O ministério pastoral não deve ser assumido como uma profissão, mas como um sacerdócio, ao qual nos damos sem reservas. Completamente separado para o serviço do Senhor.

                       O pastorado é um ministério muito especial, com muitos espinhos e dificuldades, mas também repleto das graças  maravilhosas e incomparáveis. Pela parte que me toca, jamais quereria outro trabalho, não pelas mordomias materiais auferidas, já que cheguei pobre ao trabalho do Senhor e, depois de 57 anos de trabalho e trabalhos, vou morrer, operando no ministério, pobre como entrei.

                       Mas, graças a Deus que me teve por fiel, pondo-me no ministério (I Timóteo 1:12), guardando-me do mal e dando-me forças para trabalhar como servo.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

O ensino precioso da Depravação Total


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A Total Depravação antes de ser o primeiro ponto da TULIP, é um ensinamento bíblico, uma verdade que contrasta efusivamente com a visão que a grande maioria tem do ser humano. A visão influenciada pela ideia (Pelagiana) de que o homem precisa de uma receita apenas, pois o problema dele é temporário ou remediável vem nos forçar a ir contra as Escrituras. Uma enfermidade moral resultando uma parcialidade corrompida, isto é, podendo ainda ser “ele” responsável pelas suas escolhas e decisões. Estamos convictos que esse pensamento é uma heresia, não pós-moderna, pelo contrário, bem antiga.
“A expressão ‘pecado original’ não significa que o pecado faça parte da natureza humana como tal, pois ‘Deus fez o homem reto’ (Ec 7.29). Mais exatamente, ‘pecado original’ significa que a pecaminosidade marca a cada um desde o nascimento, na forma de um coração inclinado para o pecado, antes de quaisquer pecados de fato cometidos. Essa pecaminosidade íntima é a raiz e a fonte desses pecados atuais. Ela nos foi transmitida por Adão, nosso primeiro representante diante de Deus. A doutrina de pecado original nos diz que nós não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores, nascidos com uma natureza escravizada ao pecado.” [1]
Segundo o autor Gise Van Baren:
O que nós devemos entender por 'depravação total'? 'Depravação' significa perversidade, corrupção, o mal inato do homem não regenerado. Adicionar a palavra 'total' a depravação, é enfatizar sem nenhuma sombra de dúvida, a verdade que não há absolutamente nenhuma bondade no homem natural, no homem que é nascido do Adão caído.” [2]
As Escrituras Sagradas afirma com clareza a condição humana caída.
Efésios 2.1 Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”.
Colossenses 2.13 e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos”.
O Apóstolo Paulo é claro, oferecendo a realidade do nosso estado antes da regeneração ou novo nascimento. Estávamos mortos, isto é, mortos por conta dos nossos pecados, corrompidos totalmente, de fato, depravados. Todavia, esse homem foi criado à imagem (Ec 7.29) e semelhança de Deus (Gn 1.26-27). Deus deu uma ordem (Gn 2.16-17) ao homem e através dessa obediência o homem poderia obter vida. De forma consciente o homem falhou desobedecendo a Deus (Gn 3.6), rebelando-se contra o seu Criador. Pecado esse conhecido como a "Queda do Homem", trazendo uma trágica realidade: o homem está morto espiritualmente e sofreu uma ruptura na ligação da sua alma com Deus o que mais adiante resultou em morte física.
Romanos 5.12 Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”.
Adão como representante de toda a raça humana, afetado pelo pecado e pelo pecado a morte, condicionando assim toda a humanidade a um estado de destituição para com o Criador. Com isso tornando o homem objeto da justa ira de Deus, e por conta desse pecado a morte passa a todos os homens. A humanidade recebeu essa herança da culpa do pecado e por isso todos nascem totalmente depravados e espiritualmente mortos. Significando uma natureza má, não de forma intensiva e sim extensiva, no que se define todo o nosso ser, isto é, intelecto, emoções e vontades, no qual, estão corrompidos pelo pecado.
Romanos 3.10-18 Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; Cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Eclesiastes 7.20 Pois não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque”.
Salmos 14.1-3 “Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem. O Senhor olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento, que buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um”.
Compare com o salmo 53 e perceba que é o único Salmo que se repete, gerando uma inabilidade total para reconciliar-se com o Seu Criador, esse homem depravado, por si só, é completamente incapaz de crer em Cristo verdadeiramente. 
Vejamos o que mais uma vez Paulo diz:
Romanos 3.23 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.
Esse estado "destituído" do homem para com Deus o torna eternamente morto, se Deus não tomar a iniciativa de salvá-lo, ele continuará assim. Impossível ao homem fazer algo de si mesmo que contribua para a sua salvação. Essa doutrina chamada por alguns da incapacidade humana ensina que de fato, torna-se impossível que um pecador escolha a Deus. Devendo isso preceder a obra vivificadora e regeneradora do Espírito Santo. O próprio Cristo afirma que a eleição é incondicional, a graça é irresistível.
 João 6.44 “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia”.
Essa obra chamada "regeneração" antecede o arrependimento, confissão e crença genuína no Evangelho. O próprio Espírito Santo cumpre a sua função de convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo. (João 16.8)
Na Confissão de Fé de Westminster, encontramos a seguinte afirmação:
O homem, por sua queda em um estado de pecado, perdeu completamente toda a capacidade de desejar qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação; portanto como homem natural inteiramente contrário ao bem e morto em pecado, ele não é capaz, por sua própria força, de converter-se ou mesmo preparar- se para isso”. [3]
Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado de graça, Ele o liberta de sua natural escravidão ao pecado, e somente por Sua graça, Ele permite que ele livremente deseje e faça o que é espiritualmente bom [...].
No Catecismo de Heidelberg observamos:
“Somos então tão corruptos ao ponto de sermos totalmente incapazes de fazer qualquer bem que seja, e inclinados para todas as perversidades?" Resposta: "Certamente nós somos, exceto se formos regenerados pelo Espírito de Deus”. [4]
Na Confissão Belga há uma declaração:
Tornando- se ímpio, perverso e corrupto em todas as suas práticas, ele perdeu todos os dons excelentes, que tinha recebido de Deus. Nada lhe sobrou destes dons, senão pequenos traços, que são suficientes para deixar o homem sem desculpa.” [5]
As Escrituras Sagradas, inerrante e suficiente, afirma fazendo assim das confissões e catecismo relevante:
Tito 3.3-5 Porque também nós éramos outrora insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e deleites, vivendo em malícia e inveja odiosos e odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e o seu amor para com os homens, não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo.
Ao declarar a depravação em sua totalidade, queremos afirmar três coisas:
Primeiro, todos os homens, exceto Cristo, são depravados e transgressores (Sl 142-3; Sl 53.2-3)
Segundo, em cada parte, são depravados. Seus atos, emoções, vontades, corações, pensamentos são comprometidos pela sua condição diante de Deus.
Terceiro, de forma completa em cada parte, os homens são depravados. Não há uma parcialidade, cada parte do homem é totalmente depravada e não há nenhum bem em parte alguma.
Com isso veremos a necessidade da Cruz, revelação da Sua Graça, que impossibilita o homem a fazer qualquer coisa para concertar sua real situação para com o Criador de todas as coisas, para a Sua Glória.
____________Notas:[1] Bíblia de Estudo de Genebra, Editora: Cultura Cristã. [2] BAREN, Gise Van. Depravação Total. Fireland Missions: janeiro de 2013 [3] Confissão de Fé de Westminster - Capítulo IX: III-IV.[4] As três formas de Unidade das Igrejas Refromadas – A Confissão Belga, O catecismo de Heidelberg e Os Canones de Dort. Editora: Puritanos, 2009. (Parte 1, Dia do Senhor 3, Pergunta 8. Ref.: Gn 6.5; Jó 14.4; Is 53.6; Jó 3.3-5.)[5] As três formas de Unidade das Igrejas Refromadas – A Confissão Belga, O catecismo de Heidelberg e Os Canones de Dort. Editora: Puritanos, 2009. (Confissão Belga - artigo XIV.)
***Divulgação: Bereianos

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Os Cinco Contraditórios Pontos do Arminianismo -


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a) O dogma do livre arbítrio

Como resultado da queda de Adão no Éden, a Bíblia diz que n'Ele, toda a raça humana está espiritualmente morta (Gn 2:17; Ef 2:1,5; Cl 2:13). Estando espiritualmente mortos, todos os filhos de Adão tendem a refletir a atitude de seu pai, ou seja, fugirem da presença de Deus (Gm 3:8-10) e não se reconhecerem como culpados (pecadores) diante de Deus (Gn 3:11-13), razão pela qual o Espírito Santo têm que convencê-los de seu pecado (Jo 16:7-9). Ora, se houvesse após a queda a capacidade de escolher a Deus por parte do homem espiritualmente morto, certamente Adão procuraria a Deus, e não Deus a Adão! E o resultado da queda de Adão sobre os seus descendentes é que segundo a Bíblia, "viu o SENHOR... que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração ERA SÓ MÁ continuamente" (Gn 6:5 ACF). Embora as Escrituras digam que após a queda no Éden o homem está completamente morto (totalmente depravado) e arruinado, todavia, à revelia da Bíblia, os arminianos dizem que "a natureza humana foi indubitavelmente prejudicada pelo pecado, porém não arruinada totalmente" (Rev. José G. Salvador; Arminianismo e Metodismo, p.87). 

Não só o dogma do livre arbítrio é falso e blasfemo, mas também contraditório. Ele entra em contradição com o segundo ponto do arminianismo - a eleição condicional. Os arminianos dizem que "desde a fundação do mundo, Deus sabia quem iria crer ou não crer em Cristo. Assim, com base nessa presciência, elegeu os que iriam crer para a salvação, e da mesma forma, predestinou, designou, recusou ou reprovou de antemão [desde a eternidade] os que não iriam crer para a condenação" (Pr. Raimundo Ferreira de Oliveira; Lições Bíblicas [CPAD], Quarto Trimestre de 1987, pp.32-33). Com base nisto, perguntamos: Aqueles que, pela presciência de Deus, não crerão em Cristo e que foram de antemão por Deus predestinados, designados e reprovados para a condenação possuem a capacidade de escolherem a Deus? Se Possuem essa capacidade, onde fica, então, a presciência de Deus?

Harpa Cristã, hinário das Assembleias de Deus, canta a doce melodia da total depravação do homem (esmigalhando o dogma do livre arbítrio), dizendo: "Longe do Senhor, andava no caminho do horror, por Jesus não perguntava, nem queria o seu amor no juízo não pensava, nem na minha perdição, nem na minha alma desejava a eterna salvação" (169:1,2).

Tais frases refletem o ensino bíblico. Os ímpios, antes de serem regenerados pelo Senhor, não tem nenhum interesse por Deus (Rm 10:20). Nenhum deles tem ou podem ter qualquer desejo de ir até a Cristo (Jo 3:20; 5:40; Jó 21:14-15). O ímpio não pensa no juízo nem em sua perdição, uma vez que, em seu estado de total morte espiritual, ele não se julga um pecador (Mt 23:30; Lc 18:11-12). Por conta de seu estado caído (a sua natureza pecaminosa), ele não entende que o juízo de Deus está sobre ele (Pv 28:5 compare com Sl 7:11; Rm 1:18). E por que os ímpios não estão convencidos de que estão debaixo do juízo (ira) de Deus? Porque estando espiritualmente mortos, "eles nada sabem, nem entendem; vagueiam em trevas" (Sl 82:5 ARA); "Os perversos são inimigos da luz, não conhecem os seus caminhos" (Jó 24:13 ARA). Os ímpios estão totalmente impossibilitados e incapacitados de chegarem a esta conclusão por si mesmos. O Espírito Santo têm que convencê-los disso (Jo 16:7-8). Agora imaginem alguém que têm condições de chegar as suas próprias conclusões necessitar da ajuda de outro alguém para chegar a estas conclusões? Complicado, não é? Os ímpios não podem jamais desejar a salvação, visto que eles odeiam tanto a Deus (Rm 5:10; 8:7; Cl 1:21) e reputam as trevas como "luz" (Is 5:20). Em suma, o dogma do livre arbítrio não encontra respaldo nas Escrituras!

(b) O dogma da eleição condicional

A Bíblia diz que a eterna eleição para a salvação (Ef 1:4) é "a eleição da graça" (Rm 11:5,6), e se "graça" é "favor imerecido", como ela pode ser condicionada a qualquer futura atitude do homem? Embora a Bíblia diga que a eleição é da graça (isto é, incondicional = At 13:48), os arminianos, contrapondo as Escrituras, dizem que ela é condicional. Não só este dogma é blasfemo e antibíblico, como também contraria o terceiro ponto do arminianismo. Ora, se em sua presciência, Deus já sabia quem vai crer e quem não vai crer em Cristo, elegendo os futuros crentes em Cristo para a salvação, bem como predestinando, designando, recusando ou reprovando de antemão os que não crerão em Cristo, como, então, Cristo poderia morrer por aqueles que de antemão Ele próprio havia predestinado, designado, recusado e reprovado para a condenação? Poderia Cristo morrer por aqueles que de antemão sabia que jamais creriam n'Ele? Morreria Cristo em vão? E onde estaria a sua presciência? Justamente por isso, cantamos com a Harpa Cristã a doce melodia da eleição incondicional (que é a eleição da graça): "Fomos nós predestinados, para crermos em Jesus" (236:3)

As palavras da Harpa Cristã ensinam o que a Bíblia ensina: A fé é a consequência, não a causa da eleição para a salvação. Em outras palavras - fomos eleitos para crermos, e não porque creríamos (At 13:48). 

(c) Expiação Geral

Enquanto a Bíblia explicitamente diz que Cristo não morreu por todos os homens, sem exceção (Mt 26:28; Mc 14:24), e que seu sangue foi derramado em favor apenas dos eleitos (1 Pe 1:2), os arminianos, contradizendo as Escrituras, dizem que Ele morreu por todos os homens sem exceção, isto é, por cada indivíduo. Tal dogma arminiano é uma blasfêmia, pois se é verdade que era parte do plano de Deus que Cristo morresse por toda a raça humana sem exceção (com o objetivo de salvar à todos), e se todos não serão salvos, então o plano de Deus foi frustrado e não alcançou o seu objetivo, que é a salvação de todos. Porém, de acordo com a Bíblia, nenhum plano de Deus ficou sem ter o seu objetivo alcançado; antes, todos os seus planos se realizaram perfeitamente (Jó 42:2; Sl 135:6; Is 46:10). Além do mais, a Bíblia diz que Cristo ficaria satisfeito com o resultado de sua obra expiatória (Is 53:11). E qual foi o motivo desta satisfação? O plano de Deus era que Cristo morresse pelos eleitos para que estes obtivessem a vida eterna, que foi algo que eficazmente ocorreu (Is 53:11; Dn 12:10; Mt 20:28; Jo 17:2,4,6). 

Agora, não só o dogma arminiano (expiação geral) é blasfemo e antibíblico como também entra em contradição com o quarto ponto do arminianismo. Ora, o quarto ponto do arminianismo (resistibilidade da graça divina) ensina que a graça de Deus pode ser resistida não só por uma parte da raça humana (os eleitos), mas por toda as duas partes (eleitos e não eleitos [reprovados]). Neste sentido, se Cristo morreu por toda a raça humana para dar-lhe a vida eterna, e se qualquer uma das partes da humanidade (os eleitos ou os reprovados) pode resistir ao seu chamado interno, isto faria com que o Salvador morresse em vão!

Ao contrário do terceiro ponto do arminianismo, prefiro abrir a Harpa Cristã e cantar a doce melodia da "Expiação Particular", que diz: 

"Só mesmo o tão profundo amor Do nosso bendito Deus, mandava ao mundo de horror, o Seu Filho, para salvar os seus" (475:4).

"Por Ele abençoada é toda a nação, que foi predestinada a grande vocação" (135:3).

"Já dantes desta criação me preparava a mais perfeita salvação; Oh! Quanto a mim amava" (219:2).

A estrofe 3, do hino 135, ensina que somente a nação predestinada (ou escolhida) por Deus recebia a benção da vida eterna, como diz a Bíblia (1 Cr 17:21-22; 2 Sm 7:23). A estrofe 4, do hino 465, ensina que Cristo foi enviado para morrer pelos eleitos conforme diz a Bíblia (Jo 10:11,14-16; 17:2,6,9). A estrofe 2, do hino 219, nos ensina que Cristo amou os seus escolhidos bem antes da fundação do mundo com o amor de um Salvador, conforme diz mais uma vez a Bíblia.

(d) Graça resistível

A Bíblia diz que, dentre a raça humana, apenas alguns são escolhidos para a vida eterna, e que aqueles que foram escolhidos para este fim não resistirão ao chamado interno do Espírito Santo e certamente virão a Cristo (Jo 6:37; 10:14). 

Contudo, à revelia da Bíblia, os arminianos dizem que todos (inclusive os eleitos) podem resistir ao chamado interno do Espirito Santo, frustrando, assim, os propósitos de Deus. Todavia, este dogma arminiano não só é blasfemo e antibíblico, mas também contraria o segundo ponto do arminianismo. 

Ora, se é verdade que desde a eternidade Deus já sabia quem iria crer em Cristo, e que com base nesta presciência elegeu estes para a salvação, como, então, estes podem resistir ao chamado interno do Espírito Santo? Este dogma resultaria em negar a presciência de Deus bem como todo o dogma da eleição condicional para a salvação.

Rejeitando este dogma arminiano (resistibilidade da graça divina), preferimos abrir a Harpa Cristã e cantar a doce melodia da "irresistibilidade da graça divina" (para os eleitos), dizendo:

- "Hoje é o dia aprazível,
- Vem a Jesus, teu Salvador
- o Seu amor é irresistível" (238:4).

A estrofe 4, do hino 238, nos ensina que, uma vez amados por Jesus desde a eternidade, os eleitos irresistivelmente passam a amá-lo neste mundo no momento da regeneração (1 Jo 4:19).

(e) Cair da graça ou perder a salvação

A Bíblia ensina explicitamente que é impossível um cristão ser enganado pelos ministros de Satã a vida toda, porém, o engano pode ocorrer temporariamente (Jo 10:4,5). O verdadeiro cristão não pode ser arrebatado das mãos de Cristo e do Pai (Jo 10:28-29) e que não podem ser derrotados pelo maligno e pelo mundo (1 Jo 5:4). Entretanto, em oposição às Escrituras, os arminianos (especialmente os wesleyanos) dizem que é possível um cristão perder a salvação. Todavia, este dogma arminiano, não só é falso e blasfemo, como também entra em contradição com o segundo ponto do arminianismo. Ora, se desde a eternidade Deus sabia quem iria crer nele e perseverar até o fim, e com base nesta presciência, os elegeu para a salvação, como é possível eles se perderem? Este dogma resultaria tanto em negar a presciência de Deus como também negar o dogma arminiano da eleição condicional. Mas, rejeitando o quinto dogma arminiano (remonstrante), prefiro abrir a Harpa Cristã e cantar a doce melodia do "uma vez salvo, para sempre salvo", que afirma:

"Nunca jamais hei de perecer" (146:2)

"Me guardarás por teu amor, fiel até o fim" (229:3)

"Vem a Cristo, sem tardar,Com seus dons te quer fartar, com riquezas que jamais se perderão" (281:3)

"Pra escravidão do Egito nunca mais voltarei" (316:3)

"Jesus para sempre me salvou" (424).

A estrofe 2, do hino 146, revela que é impossível um cristão perecer (Jo 10:28). A estrofe 3, do hino 281, revela que é impossível as riquezas da salvação serem perdidas. E sabe por quê? Porque se a nossa eleição para a salvação e se a nossa vocação para a salvação são dons de Deus (Ef 2:8-9; 2 Tm 1:9), e se "os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Rm 11:29 ARA), como, então, poderia Deus anular o seu chamado (interno) e anular a própria salvação? Como poderia Ele retirar de nós a fé salvífica? (Hb 12:2). A estrofe 3, do hino 316, diz que uma vez libertos da escravidão do pecado jamais poderemos outra vez nos tornarmos seus escravos totalmente (Jo 8:36; 2 Co 3:17). Paulo chega até a ensinar que os verdadeiros cristãos jamais se desviam para a perdição (Hb 10:39). O hino 424 simplesmente está ensinando e afirmando: "Uma vez salvos, para sempre salvos" (Jo 5:24; 10:28-29). A estrofe 3, do hino 229, nos ensina a coroa da doutrina reformada-protestante da perseverança dos santos. Tal estrofe nos diz que a nossa perseverança final não é produto de nossos esforços, mas da graça de Deus (Jr 32:40; Fl 1:6; 1 Co 1:8).

Portanto, concluímos que, além dos quatro pontos do arminanismo remonstrante não se sustentarem biblicamente e de serem uma herança da Contra Reforma (através dos cânones do Concílio de Trento, 1547 d.C), para piorar ainda mais a sua situação vexatória, ambos contradizem a si mesmos e se excluem. 

Que Deus abençoe a todos!

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Fonte: Presbiterianos Calvinistas
Imagem: Contradição, flor crescendo em uma pedra - Crazy Ivan. | Arte: Bereianos

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Não a nós Senhor - Por Pr. J Miranda



        Colossenses 2.13 - “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos”.
O perdão de Deus foi derramado abundantemente sobre nós por meio das riquezas de sua graça. O perdão exigiu abundância de graça porque tínhamos muitos pecados. A parábola do credor incompassivo (Mt 18.21-35) afirma que temos uma dívida impagável e indescritível. Devemos nossa salvação ao Deus que desejou nos ter como sua propriedade peculiar. Somos perdoados independentemente de nossa indignidade. “Em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra.”
Deus nos iluminou porque Ele mesmo o quis. Se não fosse por causa de seu beneplácito, permaneceríamos nas trevas, incapazes de participar do seu plano. Nossa fé vem de Deus (Ef 2.8-9). Ele abre nossos ouvidos para atendermos à mensagem da verdade e nos capacita a crer. Todo o processo de salvação é realizado pelo Espírito Santo; sem Ele, ninguém poderia esperar ou crer em Cristo. A Deus demos glória!

terça-feira, 22 de julho de 2014

O Diabo era um anjo chamado Lúcifer?


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A resposta para a pergunta que intitula este artigo é um sonoro não. De fato Satanás, o nosso Inimigo não possui esse nome, e eu diria mais: também não temos clareza bíblica quanto a sua origem angelical. O que a Bíblia nos diz sobre ele com todas as letras é que ele não passa de um enganador. “Pai da Mentira” é a sua alcunha (Jo 8:44). Sendo assim, talvez essa seja uma boa explicação acerca desta confusão criada há muito tempo sobre o termo Lúcifer.

O texto de Isaías 14, mal interpretado, corrobora para este equívoco. Lá, o profeta que exerceu o seu ministério entre os anos 750 - 686 a.C, fala ao povo que estes sofreriam com um castigo divino, resultante da idolatria e da imoralidade. O castigo virá por meio do Rei da Babilônia, que levará a muitos cativos, destruindo Jerusalém. Todavia, o Senhor de forma soberana fará com que a própria Babilônia caia em desgraça. A profecia do capítulo 14 está voltada para o rei babilônico (v.4). Ele ensoberbecido tentou ocupar o lugar do Altíssimo (v. 12 ao 15) porém viria ruir de maneira vertiginosa o seu poderio, sendo escarnecido pelos povos que dantes havia dominado, estes celebrariam a ruína do Império Babilônico (v.7). 

O verso 12 é a chave para se compreender o amplo equívoco que tomou a cristandade (Talvez pela influência de teólogos como Tertuliano e Orígenes). Lá está escrito: “como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!” Bem, já vimos que esta queda não é a de Satanás e sim o do Rei da Babilônia e para que não aja dúvidas quanto a isso atente para os seguintes fatos:

A - O futuro dele é a morte e será como um cadáver pisado, comido pelos vermes (v. 11 e 19).
B - A profecia claramente se trata de um homem (v. 16).
C - Aquele que “caiu” tem descendentes, isto é, uma linhagem que também será assolada (v. 21 e 22).

Insistir que a profecia trata do Diabo é ignorar o contexto da referida passagem. E quanto ao nome Lúcifer, presente no versículo 12, este não é um substantivo próprio no hebraico. A palavra em questão é הילל (hêlel) identificada como a estrela d’alva ou estrela da manhã. As versões ARC, ARA, NVI e NTLH utilizam a palavra traduzida. Algumas como a ACF utilizam o termo latino lucifer, adotado por Jerônimo para a tradução das Escrituras em latim, a conhecida Vulgata. 

O que muitos desconhecem é que o termo latino que é atribuído como o verdadeiro nome do Diabo também é usado em outras passagens da Vulgata para se referir até mesmo a Jesus em seu retorno definitivo. Comparem a versão portuguesa com a latina, o versículo em questão é 2Pedro 1:19:

E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações”.

et habemus firmiorem propheticum sermonem cui bene facitis adtendentes quasi lucernæ lucenti in caliginoso loco donec dies inlucescat et lucifer oriatur in cordibus vestris”.

Por isso devemos tomar mais cuidado ao reproduzir certos ensinamentos a respeito da origem e da nomenclatura daquele que é o Inimigo de nossas almas. O conceito massificado de que ele era um “anjo de luz” e que regia o coral celestial (até isso eu já ouvi) não é biblicamente comprovado. Paulo diz que o Diabo pode se fazer passar por anjo de luz e não que ele é ou era um (veja 2Co 11:14).

Mas e quanto outras passagens bíblicas, fora a mencionada de Isaías 14? Elas não dariam respaldo para afirmarmos que o Diabo é um anjo caído? Vamos analisar brevemente as mais comuns.

Ezequiel 28:12-16

Esta, assim como Isaías 14 é mal interpretada. Uma menção sobre o Éden (v. 13) faz com que muitos afirmem de “bate-pronto” que o trecho em questão fala sobre Satanás. Contudo vendo o contexto, fica nítido que é uma profecia endereçada ao Rei de Tiro (v. 2 e 12). O Éden aqui não é literal, o profeta usa a figura de linguagem para ligar a questão do pecado de Adão (Gn 3) e sua queda por querer ser igual a Deus com a queda de Tiro, por também se engrandecer diante do Todo-Poderoso.

Lucas 10:18

Este é o texto em que Jesus diz que viu “Satanás cair como um raio”. Embora não seja algo muito simples de se compreender, o cenário da volta dos 70 discípulos, exclusivo a narrativa de Lucas, extasiados com o que tinha acontecido durante o anúncio do Evangelho, realizando curas e exorcismos, pode nos dar uma pista do que o Mestre pretendeu com a sua frase: Jesus correspondendo de uma maneira positiva e animadora ao relato dos discípulos diz que aquela obra incumbida aos setenta representou uma derrota de Satanás e de seu reino tenebroso, pelo qual Cristo foi capaz de visionar a sua queda enquanto os seus enviados levavam as boas-novas aos povoados. 

Apocalipse 12: 7-9

Talvez esta seja a passagem mais difícil de se compreender. Porém é sabido que o texto de João era um encorajamento para a Igreja que padecia uma forte perseguição. Será que discorrer sobre as origens de Satanás seria útil para encorajar aqueles irmãos? Creio que não. Por isso o texto em questão, recheado de figuras de linguagem e simbologia é, assim presumo, um relato de como o Inimigo da Igreja foi derrotado pelo aparecimento de Cristo e Sua obra. O encorajamento está no fato de relatar Satanás já vencido pelo Messias, Senhor da Igreja, atribulada, mas vitoriosa. 

Mesmo não tendo a sua origem tão definida, sabemos que o Diabo é um ente espiritual que ele é o adversário do Corpo de Cristo, sempre nos tentando a pecar para em seguida nos acusar. Ele é mentiroso, ladrão, homicida, influencia este mundo perverso e anda em nosso derredor. Todavia, sabemos que Jesus Cristo triunfou sobre as obras malignas deste ser, que não é o arqui-inimigo de Deus. Satanás nem ousa medir forças com o SENHOR, o seu alvo é a raça humana. Não precisamos ir em busca de respostas que estão aquém da Bíblia para matar nossa curiosidade. O que é preciso saber já está escrito e nos é útil para vencer as ciladas do Inimigo: 

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.” Efésios 6:11.

Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Tiago 4:7.

Portanto, afirmamos categoricamente que Lúcifer não é o nome do Diabo. Quanto a sua natureza angelical, isto não podemos negar com veemência, tampouco podemos afirmar. 

A Deus toda glória!

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Abreviaturas:
ACF: Bíblia Almeida Corrigida Fiel
ARA: Bíblia Almeida Revista e Atualizada.
ARC: Bíblia Almeida Revista e Corrigida.
NTLH: Nova Tradução na Linguagem de Hoje.
NVI: Nova Tradução Internacional.

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Fonte: Bereianos

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Rubem Alves: lembranças pouco agradáveis - Por Pb. Solano Portela


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Patrulhamento teológico, ou responsabilidade cristã?
... exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”. Judas 1.3
Vivemos em meio a heresias e distorções do cristianismo histórico, e somos impelidos, pela própria Bíblia a, repetidamente, reafirmar os ensinamentos das Escrituras. É verdade que por vezes cansamos e chegamos a duvidar se vale a pena gastar tempo em tanta discussão. Alguns críticos, neste nosso blog, várias vezes aventaram se não estávamos forçando um pouco a barra em cima dos liberais. Deveríamos falar de outras coisas; de pontos mais positivos. 
É verdade que ninguém gosta muito de controvérsia. Apesar de umas poucas pessoas darem a impressão de serem alimentadas por dissonâncias de opiniões, a grande maioria, principalmente do Povo de Deus, procura a concórdia e a harmonia. Não nos sentimos bem discutindo questões a toda hora e isso é um reflexo de que Deus nos tem chamado “à paz” (1 Co 7.15). No entanto existe “paz” que pode ser enganosa, superficial e até mortal. Controvérsias doutrinárias, por mais desagradáveis que sejam, ocorrem no seio da igreja. Muitas vezes somos sugados a uma batalha que não nos alegra, nem representa o nosso desejo. Estas ocorrem na época e na providência divina, exatamente para nos testar, para que o nosso testemunho possa ser renovado, para que aqueles que introduzem falsos ensinamentos sejam revelados e identificados na igreja visível. A história já provou como a doutrina verdadeira é depurada, triunfa e é cristalizada e esclarecida às gerações futuras, no cadinho da controvérsia.
Como bem indica Judas 1.3 (acima), esta é uma luta não só de especialistas ou de algum "clero especializado, mas de todos nós. Temos que ter a consciência de que vivemos uma batalha na qual nossas mentes e corações são testados pelas mais diferentes correntes de pensamento. Ela é vencida quando brandimos a Espada do Espírito – a Palavra de Deus; quando nos empenhamos no estudo das Escrituras e enraizamos suas doutrinas nas nossas vidas, de tal forma que vamos ficando equipados a reconhecer o erro e seus propagadores. Sempre mantendo uma postura cristã no trato, devemos ter firmeza doutrinária sobre o que cremos, principalmente porque existem aqueles que não possuem o mínimo apreço pela Bíblia, mas sorrateiramente possuem seguidores em nossos arraiais.
Um grande exemplo claro disso foram os convites que eram feitos ao famoso educador, escritor e ex-pastor Rubem Alves para conferências e palestras em igrejas presbiterianas, nos no início deste século (>2000). Ele estava sendo convidado, apresentado e reverenciado em certos círculos presbiterianos e isso motivou até umadecisão do concílio maior da igreja - para que ele não tivesse a plataforma eclesiástica, contra a qual havia se pronunciado e se insurgido em tantas ocasiões. Agora, com o seu falecimento neste dia 19 de julho de 2014, ressurgem pronunciamentos enaltecendo não apenas as qualificações literárias do falecido, mas também a presença de um suposto espírito cristão elevado e uma mensagem essencialmente cristã em suas palavras e textos.
Ora, ninguém disputa as grandes qualificações acadêmicas e o enorme talento que o Sr. Rubem Alves possuiu. Ele encantou multidões, principalmente educadores, com suas palestras e livros de histórias. No entanto, como desconhecer que foi uma pessoa que abjurou publicamente da fé? Como ignorar que ele, tanto explicitamente como nas entrelinhas, propagou uma mensagem destrutiva contra os ensinamentos da Palavra de Deus? Se a situação de tietagem teológica equivocada estava se alastrando a um ponto em que o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, definiu explicitamente que ele não deveria ocupar púlpitos da denominação, será que com a sua morte haverá o esquecimento disso e caminhamos para uma quase "canonização" protestante? É claro que o seu nome é alvo da abordagem politicamente correta que, em ocasiões do falecimento, oblitera as falhas e exalta as virtudes, mas o problema é que essa visão enaltece pronunciamentos metafísicos do Rubem Alves, que são letais para a alma. Não podemos passar às gerações à frente a ideia de que tombou no campo de batalha um grande general, ou mesmo soldado, cristão, que foi injustiçado ou incompreendido em suas proposições.
Se você duvida da propriedade dessa análise (ou até da decisão conciliar da Igreja Presbiteriana), veja algumas frases que Rubem Alves proferiu, em 2004, em uma igreja presbiteriana do Rio de Janeiro que o havia convidado para uma cerimônia (pasmem!) de comemoração da Reforma do Século 16 – logo ele, que é contra tudo o que os reformadores ensinaram. Disse ele: “... Deus criou o homem e viu que era bom. Ser homem deve ser, na realidade, melhor do que ser Deus tanto que Deus se encarnou como homem. Somente um Deus cruel e sádico enviaria seu próprio filho para morrer daquela forma para pagar os pecados humanos. Essa ideia é construção do medievalismo. Acho que Deus quis ser homem porque ser homem deve ser melhor do que ser Deus”.
Acho que dá para entender por que não podemos deixar passar esse resgate de sua biografia em branco. Faz parte do "batalhar pela fé". Deus é todo-poderoso e não precisa de nós para cumprir seus propósitos. Na realidade, é o próprio Cristo que nos ensina que “as portas do inferno” não prevalecerão sobre a sua igreja. No entanto, é a sua Palavra que nos comissiona a vigiar e orar; a estarmos alerta porque Satanás está nos rodeando, almejando a nossa queda. Que Deus nos capacite e nos dê discernimento sobre a multidão de ensinamentos falsos que estão infiltrados no meio dos evangélicos pela ação dos falsos mestres. Rubem Alves pode ser lembrado como um grande escritor e exímio contador de estórias, mas nunca como um teólogo, ou como alguém que tinha uma mensagem verdadeira das coisas espirituais.
***Fonte: O Tempora! O Mores!Foto: Divulgação/Instituto Rubem AlvesArte: blog Bereianos

sábado, 19 de julho de 2014

A oração na vida do Pastor



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Os pastores são pessoas escolhidas por Deus para exercer o ministério da Palavra. No entanto, a expressão “ministério da Palavra” pode levar muitos pastores e pregadores menosprezar suas reais funções diante de Deus. Atos 6.4 demonstra que a preocupação principal do pastor deve ser a oração e o ministério da palavra.Os pastores realizam um grande número de atividades em suas igrejas: visitação, aconselhamento, administração eclesiástica, etc. O ensino e a pregação da Palavra de Deus também é algo que exige muito tempo do pastor, desde a preparação até a exposição. Por causa desse grande número de atividades o pastor pode ser tentado a deixar de orar. Por imaginar ser dispensável, ou por falta de compreensão, ou por qualquer outro motivo, ignoram a sua necessidade. Por esse motivo, apresento, neste trabalho, a urgência da oração na vida dos ministros de Deus. Muito embora o temas “pregação” e “oração” serem desenvolvidos neste trabalho, o tema da oração será o tema central.1. A Oração e o ministério1.1. Oração e a dependência do PastorO primeiro ponto a ser desenvolvido é a dependência do pastor. Como todo cristão ele é dependente de Deus. Geralmente a falta de oração na vida de um pastor é a falta de compreensão do real significado e motivo dela. O ministro de Deus não realiza seu ministério por suas próprias forças. Ao se colocar diante de Deus em oração ele está demonstrando submissão à vontade de Deus. Sua pregação não pode ser melhor que sua oração, pois isto não está em acordo com os ensinos de Cristo.[1] Holdt afirma que:“O ministro que não ora por seu rebanho não é ministro de jeito nenhum. Ele é orgulhoso, porque faz seu trabalho como se pudesse obter algum sucesso sem o poder de Deus”.[2]  Rosscup neste sentido argumenta que “se Jesus, o homem, dependeu do poder divino, quanto mais necessitamos nós de fazer o mesmo”.[3] De fato, Deus não precisa da oração do líder da igreja para realizar a sua obra, mas o pastor precisa de Deus para realizar qualquer coisa. “Uma vida de oração é o calvinismo em sua melhor forma; é uma declaração simples, aberta e honesta na presença de Deus, de total impotência”.[4]  Neemias é um grande exemplo neste ponto. Como líder do povo de Deus, demonstrava grande dependência através da oração. A oração era algo comum para ele. Logo no primeiro capítulo encontramos Neemias jejuando e orando a Deus. Enquanto estava na presença do rei Artaxerxes precisando dizer palavras sábias a ele, Neemias orou (Ne 2.4). Por diversas vezes ele roga a Deus com a expressão “lembra-te” (Ne 5.19; 6.14; 13.14,22,29,31) mostrando sua dependência.No mesmo sentido, Jesus é outro grande exemplo. Sendo o próprio Deus ele demonstrava sua dependência do Pai em todo momento através da oração. Do começo ao fim do seu ministério esteve em oração. Ferguson nesse sentido afirma que a “oração é a expressão de fraqueza e de necessidade”. É por esse motivo que oramos, porque reconhecemos nossa incompetência apresentando “nossos rogos porque não podemos satisfazer-nos a nós mesmos”.[5] 1.2. oração pelo ministérioA oração pelo próprio ministério é algo primordial. De fato o pastor deve orar pelo rebanho, mas antes disso, o pregador precisa ter o costume de orar por si e por seu próprio ministério. Russell Shedd argumenta que a oração é o meio ordenado por Deus para levantar os líderes da Igreja. Moisés foi levantado em resposta do clamor do povo. Os discípulos foram escolhidos após Jesus ter passado uma noite inteira orando.[6] E ressalta, também, que após tê-los escolhidos passou a ensiná-los sobre a necessidade da oração.[7] Essa oração deve ser praticada não somente pelos próprios pastores, mas por todos os que estão à sua volta. Cristo em sua oração, ora pelos seus discípulos e pela missão que eles receberam (Jo 17). Paulo em Romanos 15.30-33 pede para a igreja orar pelo seu ministério para que assim ele fale com ousadia. “Esse tipo de oração deveria estar nos nossos lábios constantemente, apresentada a Deus em favor daqueles cuja tarefa é anunciar o evangelho a outros”.[8] Portanto, para que o pregador possa realizar sua tarefa de maneira que agrade a Deus e tenha o melhor desempenho possível em seu ministério, é preciso orar pelo seu ministério e conseguir fazer seu rebanho esteja sustentando-o em oração.[9]  1.3. A vida de oração do PastorÉ necessário entender que a oração deve fazer parte da vida do pastor. Não somente para a pregação em si, mas primeiramente pelo fato do ministro ser um cristão. No entanto, a sua vida de oração deve se destacar acima dos outros cristãos, pois senão “estaria desqualificado para o cargo que assumiu”.[10]  Ao olharmos para a história de grandes pregadores, veremos que a oração sempre foi algo primordial e destacado.[11] James E. Rosscup utiliza grande parte do seu artigo “A Prioridade da pregação na pregação” relatando a importância que alguns desses grandes pregadores e professores de pregação dão a oração.[12] Neste artigo ele cita o professor de homilética David Larsen que diz que é mais importante ensinar seus alunos a orar do que a pregar.[13] Esta relação entre a oração e o pastor é um conceito ressaltado desde o princípio da Igreja. Os apóstolos ao nomearem os diáconos no capítulo 6 de Atos, o fazem para que não deixassem de lado sua obrigação de pregar a Palavra. Neste instante, ao dar as características dos diáconos, eles ressaltam qual seria a obrigação dos apóstolos: oração e ao ministério da Palavra.Neste sentido, podemos perceber que aquele que se consagra ao ministério da Palavra tem a obrigação de ter uma vida de oração. Não há como um pastor se preocupar com a vida espiritual de sua igreja se ele não se preocupa com a sua. Ele deve antes de ensinar a Igreja a como ter uma vida espiritual ser um exemplo para ela.[14] Conforme Holdt:“Os pastores precisam, invariavelmente, orar, assim como todas as outras pessoas. Eles devem fazer aquilo que todos os cristãos fazem: começar o dia com oração, programar-se a passar o dia com oração, e terminar o dia com oração, porém eles precisam ir além disso.” [15] 2. O Pastor como pregadorTodo pastor deve ser pregador. Como foi apresentado acima, uma das prioridades do pastor deve ser a pregação. Desprezar esta tarefa é ignorar uma de suas principais tarefas. Ele deve se esmerar em ser um bom transmissor da Palavra de Deus. Portanto, uma das grandes questões a ser tratada é a relação entre a oração e a pregação.2.1. A prática da oração pelo pregadorTanto Lloyd-Jones quanto Spurgeon enfatizam que a oração deva ser constante na vida do pregador. Não somente no ato de orar, mas todo seu serviço como ministro está relacionado com oração cumprindo a ordem: “orai sem cessar”.[16] Ou seja, a todo o momento o pregador deve estar em espírito de oração.Stott ressalta que muitos pastores têm seus ministérios em decadência por não darem a devida atenção ao ministério ao qual foram chamados: da Palavra e de oração. Argumenta, também, que estes pastores têm uma Igreja que não realiza sua obra por ter um pastor que trabalha por eles ao invés de se dedicar à pregação e a oração.[17] Neste sentido temos um grande exemplo do puritano Richard Baxter. Seu ministério era realizado de duas formas: pregações e reuniões pastorais com os membros para discussões e oração.[18] Ele mesmo afirma que é necessário conhecer o seu rebanho para poder pregar e orar por ele.[19] É necessário, portanto, orar por todo o rebanho.[20] Baxter também afirma:“Como a oração também é força motora na realização da nossa obra, pois quem não ora por seu rebanho não lhe pregará poderosamente. Se não persuadirmos Deus a dar-lhes fé e arrependimento, não teremos probabilidade de os persuadir a crer e arrepender-se. [...] Se não persuadirmos Deus a ajudar os outros, nosso trabalho será vão.”[21]  Portanto, assim como Holdt ressalta, é de estrema importância orar por toda a Igreja de forma nominal, ou seja, lembrando-se “de cada um individualmente”.[22] 2.2. Oração para o preparo da pregaçãoComo pregador, o momento em que ele mais necessita de ter uma vida comprometida com a oração está no preparo da pregação e no transmitir a Palavra de Deus. Pois, para compreender as Escrituras é necessário a orientação do autor da mesma. Paulo nos ensina que as escrituras são inspiradas por Deus (2ª Tm 3.15-17). O mesmo vai nos ensinar Pedro dizendo a Palavra de Deus foi escrita por homens santos movidos pelo Espírito Santo (2ª Pe 1.21). Baseado nesta verdade, Paulo argumenta que somente o Espírito Santo conhece as grandezas de Deus (1ª Co 2.10-13). Neste sentido, MacArthur está correto ao dizer que “orar é buscar a fonte divina do entendimento – o próprio Deus”.[23] Grande parte das orações de Paulo tem como ênfase, que a igreja tivesse uma real compreensão das doutrinas bíblicas. Em sua carta aos efésios onde encontramos duas orações, ele roga a Deus que iluminasse o coração dos leitores (Ef. 1.15-19; 3.14-19). Da mesma forma aos colossenses, ele revela que constantemente orava pela igreja para que pudessem ter uma real compreensão da vontade de Deus (Cl 1.9). Podemos, portanto, perceber por essas afirmações de Paulo, não somente seu interesse em orar por seus rebanhos, mas que a oração para compreensão das Escrituras é algo essencial.Anglada ressalta que devemos aprender com os reformadores, como Calvino e Lutero, que faziam do estudo e da oração a melhor regra hermenêutica:Orare e labutare foram palavras empregadas por Calvino para resumir a sua concepção hermenêutica. Com estes termos ele expressou a necessidade de súplica pela ação iluminadora do Espírito Santo e do estudo diligente do texto e do contexto histórico, como requisitos indispensáveis à interpretação das Escrituras. Com o mesmo propósito, Lutero empregou uma figura: um barco com dois remos, o remo da oração e o remo do estudo. Com um só destes remos, navega-se em círculo, perde-se o rumo, e corre-se o risco de não chegar a lugar algum.[24]E conclui:Não é tempo de fazermos da oração uma prática hermenêutica, suplicando pela iluminação do Espírito Santo; e de labutarmos no estudo diligente das Escrituras, dando a devida atenção à língua e às circunstâncias históricas em que foram escritas? [25]Para Calvino um coração devotado ao Senhor através da oração era algo primordial para a preparação de um texto. Para ele oração, e ensino estão unidos. Aquele a quem Deus chamou para ensinar na Igreja deve ser diligente na oração. [26]  Os teólogos da Assembléia de Westminster compreendiam bem a necessidade de oração para a correta compreensão das Escrituras. Enquanto formulavam as doutrinas na Igreja eles passavam grandes momentos em oração e pregação. O início de cada sessão começava com uma oração e os jejuns eram freqüentes, pelo menos uma vez por mês:“O Rev. Robert Baillie nos conta como num dia desses de jejum e culto houve quem orasse duas horas, sermões de uma hora entrecortados por orações de quase duas horas.” [27] Portanto, a oração deve vir antes de se preparar um sermão.[28] O pregador que não tem uma vida de oração demonstra falta de intimidade com o autor da Palavra. MacArthur afirma que pregar sem orar é desrespeitar o autor da Palavra:Nenhum cristão deve olhar para baixo, para a Palavra, sem primeiro olhar para cima, para a fonte da Palavra e pedir direção. Engajar-se no estudo da Bíblia sem oração é presunção, ou até mesmo um sacrilégio.[29]Spurgeon diz que somente através da oração as riquezas e os verdadeiros ensinos de uma determinada passagem serão encontrados.[30] “Os comentadores são bons instrutores, mas o próprio Autor é muito melhor, e a oração faz um apelo direto a Ele e O alista em nossa causa”.[31]  2.3. A oração e a aplicação da mensagemHá uma necessidade de que a oração e a pregação estejam ligadas. Os pregadores não têm poder para aplicar a mensagem no coração de seus ouvintes. Mas são totalmente dependentes do poder do Espírito Santo. Paulo demonstrava sua total dependência do Espírito Santo em sua pregação (1ª Co 2.4). A oração, dessa maneira, tem grande influência para a pregação. Se na preparação do sermão, houve dependência do Espírito, na pregação não será diferente. Orando, o pregador declara sua dependência na transmissão das verdades bíblicas. Não somente isto, mas demonstra sua dependência e completa confiança de que é o Espírito que aplicará a mensagem aos ouvintes.“De fato, nenhuma outra coisa pode qualificar-vos tão gloriosamente para pregar como alguém que desce do monte da comunhão com Deus a fim de falar com os homens.” [32]  Nesse sentido Spurgeon também afirma que melhor que qualquer método de eloqüência que o homem possa criar, não substitui a comunhão com Deus em oração.[33] ConclusãoSe nós cremos que, tanto a oração quanto a pregação bíblica, são meios que Deus se utiliza para nos abençoar, estes meios devem andar juntos. Os pastores devem ter esta consciência de que a oração é essencial para eles. Deve-se ter sempre em mente a ordem divina de “orai sem cessar”. Os pastores não foram chamados simplesmente para pregar, mas também para orar. Isso é cumprir a vocação divina. O mesmo Espírito que inspirou homens a escrever a Bíblia é o Espírito que todo pregador deve buscar em oração. Desprezar a oração ou a Palavra é desprezar o próprio Espírito Santo. Se o ministro de Deus despreza a necessidade da oração em sua vida ele não compreende o seu chamado. Ele precisa compreender que ele deve orar por sua vida, pelo seu ministério, pelo seu rebanho e por todos os que estão à sua volta. Como foi apresentado, a própria pregação em si necessita da oração. Desde sua preparação até a aplicação no coração dos ouvintes é necessário a atuação do Espírito Santo. Em todos os momentos o pregador é dependente desta atuação. Esta dependência é expressa através da oração do pregador e da Igreja.É necessário, portanto, que haja um despertar no coração de cada pregador para a necessidade da oração. Não há como ter um bom ministério sem uma vida entregue a comunhão com Deus. Não é errado se preocupar com outras atividades do ministério, no entanto, é um grande erro desprezar as principais atividades: pregação e oração.__________Notas:[1] SPURGEON, C. H. Lições aos meus alunos. São Paulo, SP: PES, 1990. (2). p. 66.[2] HOLDT, Martin. Ore sempre. In: ASCOL (Ed.). Amado Timóteo. S. J. Campos, SP: Fiel, 2005. Cap.Cap. 6. p. 87-99. p. 91.[3] ROSSCUP, James E. The Priority of Prayer in Preaching. 29 de agosto, 2008. p. 23.[4] HOLDT. Ore sempre.p. 95.[5] FERGUSON, Sinclair B. O Espírito Santo. São Paulo, SP: Puritanos, 2000. p. 261.[6] SHEDD, Russell Philip. A oração: e o preparo de líderes cristãos. São Paulo, SP: Shedd Publicações, 2005. p.25-27[7] Ibid. p. 28.Artigo gentilmente cedido pelo autor ao blog Bereianos.


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