sábado, 31 de dezembro de 2011

O Retrato do Mundo – por Pr. Miranda

O Mundo tem ensinado aos homens a viverem em torno de si mesmo A base inteira da sociedade atual. . . (é a suposição) de que tão logo o homem é corrigido quanto a este ou àquele particular, resultará disso que, por fim, ele estará perfeitamente correto. Essa é a fundamentação racional da crença moderna naquilo que se chama de aplicação social do Evangelho. É também a base das numerosas sociedades que atravancam o território da religião como se fossem cogumelos. É o pano de fundo da crença de que, mediante maior conhecimento e instrução, serão curados os males da humanidade. Nunca o mundo esteve mais ocupado, procurando tratar a si mesmo, do que nos últimos cem anos... Não há que duvidar, porém, que os problemas persistem... Ligas e movimentos contra este ou aquele pecado em particular, organizações para propagarem ensinamentos vários... Nunca o mecanismo para tornar a vida mais feliz e aprazível foi mais elaborado e aperfeiçoado. Mas, quais têm sido os resultados?... Todos os esforços parecem ter resultado em fracasso. . . e isso por esta importante razão... que foi esquecido o homem propriamente dito. O homem pode ser corrigido em muitos aspectos, e, contudo, continuar pessoalmente miserável e infeliz. Não conhecemos todos nós pessoas inteligentes, doutas, de boas maneiras, populares, que, até onde possamos saber, tinham tudo a seu favor e tudo o que se poderia desejar mas que, não obstante, sabiam ser completamente fracassados na vida e se sentiam intimamente uns miseráveis? Tais homens têm podido controlar qualquer pessoa e qualquer coisa, menos a si mesmos - (Martyn Lloyd-Jones) . O indivíduo pode ser inteligente. Pode ter pontos de vista idealistas sobre a maioria dos assuntos. Pode realizar muitos atos de beneficência. Mas, continua de pé a pergunta: Quais são os seus motivos? O seu centro vital está correto? Se Cristo não for o centro vital de sua vida nada, nada vai bem. Salmos 81. 12 – 16 Mas o meu povo não quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis. 12 Portanto eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram nos seus próprios conselhos. 13 Oh! Se o meu povo me tivesse ouvido! Se Israel andasse nos meus caminhos! 14 Em breve abateria os seus inimigos, e viraria a minha mão contra os seus adversários. 15 Os que odeiam ao SENHOR ter-se-lhe-iam sujeitado, e o seu tempo seria eterno. 16 E o sustentaria com o trigo mais fino, e o fartaria com o mel saído da rocha. “Que em 2012 Cristo exerça o centro de sua vida”.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Podem os mortos retornar a este mundo? Por: Rev. Augustus Nicodemus Lopes

Uma conferência recente numa escola americana sobre experiências extrasensoriais e viagens fora do corpo deixou claro que cresce assustadoramente o número de pessoas que afirmam ter tido experiências desse tipo. Pesquisas indicam que quase 50% dos americanos adultos acreditam ter tido algum tipo de contato com pessoas que já morreram nos últimos 10 anos. 23% deles acredita em reencarnação. Até mesmo entre os cristãos há quem acredite ter tido algum tipo de contato com alguém que já morreu, especialmente parentes queridos. Conheci cristãos que afirmaram ter visto o espírito de parentes ou ouvido vozes dos que já haviam falecido. Aparições, visões, vultos, vozes... será que realmente os que já morreram tentam se comunicar conosco? O que realmente acontece nesse tipo de experiências? A Bíblia nos diz algumas coisas com relação aos que já morreram e ao contato com eles. 1) É proibido buscar contato com os mortos. A Bíblia condena claramente a necromancia, isso é, a consulta aos mortos. Moisés disse ao povo de Deus:"Não ofereçam os seus filhos em sacrifício, queimando-os no altar. Não deixem que no meio do povo haja adivinhos ou pessoas que tiram sortes; não tolerem feiticeiros, nem quem faz despachos, nem os que invocam os espíritos dos mortos. O Deus Eterno detesta os que praticam essas coisas nojentas" (Deut 18.10-12). 2) Os mortos não podem voltar a esse mundo nem aparecer aos vivos sob qualquer forma. Jesus contou de certa feita a história de um homem que morreu e foi ao inferno. Em meio ao sofrimento, queria regressar ao mundo dos vivos para avisar a seus irmãos. Foi-lhe dito que "há um grande abismo entre nós, de modo que os que querem atravessar daqui até vocês não podem, como também os daí não podem passar para cá." Diante da sua insistência para que Deus mandasse alguém que já havia morrido para aparecer aos seus irmãos e avisá-los, Deus lhe respondeu: "Os seus irmãos têm a Lei de Moisés e os livros dos Profetas para os avisarem. Que eles os escutem!" O homem insistiu:"Só isso não basta... porém, se alguém ressuscitar e for falar com eles, aí eles se arrependerão dos seus pecados." Mas Deus respondeu: "Se eles não escutarem Moisés nem os profetas, não crerão, mesmo que alguém ressuscite." (Lucas 16.26-31). Ou seja, nenhum morto poderia regressar à terra. 3. O diabo pode se disfarçar para enganar as pessoas. O grande perigo que existe quando as pessoas desobedecem a Deus e procuram contato com os mortos, é que elas ficam expostas às mentiras de Satanás. A Bíblia diz que "Satanás pode se disfarçar e ficar parecendo um anjo de luz" (2 Coríntios 12.14). Há um caso na Bíblia em que aparentemente o diabo apareceu disfarçado como alguém que já havia morrido. Quando o rei Saul foi consultar uma necromante (o que era proibido por Deus), ele pediu para falar com o profeta Samuel, que já havia morrido. O resultado foi que "Samuel" apareceu quando invocado pela mulher: "Estou vendo um espírito subindo da terra!" -disse ela ao rei Saul. "Como é o jeito dele?" -perguntou Saul. "É um velho que está subindo! -respondeu ela. -Ele está todo enrolado numa capa". Aí Saul entendeu que era Samuel: ajoelhou-se e encostou o rosto no chão, em sinal de respeito (2 Samuel 28.13-14). Provavelmente era Satanás fazendo-se passar por Samuel, para enganar o rei Saul e faze-lo desobedecer a Deus ainda mais. Como então explicar os depoimentos de pessoas – até cristãos – de que tiveram algum tipo de experiência com pessoas que já morreram? Acredito na sinceridade dessas pessoas. Elas realmente tiveram algum tipo de experiência. Acredito, entretanto, levando em conta o ensino da Bíblia conforme vimos acima, que tais experiências não foram realmente com os espíritos de pessoas que já morreram. Mortos não voltam, não aparecem aos vivos, não se comunicam com eles. É possível que foram vítimas de algum tipo de fenômeno psicológico ou mesmo até de demônios desejando enganá-los. Minha recomendação, seguindo o ensino da Bíblia, é que não se busque qualquer contato com os mortos e que se rejeite qualquer aparição, visão, voz ou comunicação que pareça vir do mundo dos mortos. Deus já determinou que fala conosco somente pela Sua Palavra, a Bíblia. Não são os espíritos de mortos que procuram contato conosco. Trata-se da nossa imaginação ou de um truque de Satanás

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

religiosidade não faz parte do NOVO padrão de vida dos REMIDOS - Por Pr. Miranda

Liberto da Religiosidade Cuidado com religião. O maior inimigo da verdadeira fé chama-se religião. Lembre-se que Satanás tem seus obreiros. Não espere encontrá-los sempre negando a verdade abertamente. Isto seria muito alarmante! Ele o afastará da verdade mediante seus acréscimos. Ele não procurará mantê-lo afastado da palavra Cristo, mas do Cristo real. Submeta todos os modelos de espiritualidade ao padrão do Novo Testamento. Em especial ao teste da graça. Na nova aliança trazida por Cristo a doutrina é a graça e a ética é a gratidão! Fuja dos acréscimos da religião. Quando alguém lhe propuser fazer alguma coisa em nome da religião, pergunte-lhe a seguinte coisa: “de que página das Escrituras Sagradas você tirou este mandamento?” Lembre-se que existe uma liberdade de consciência na Bíblia que diz respeito não apenas aos rudimentos deste mundo oriundos do paganismo, mas uma liberdade referente aos rudimentos do próprio Antigo Testamento. Fique com o Antigo Testamento naquilo que ele é compatível com os termos estabelecidos pela aliança no sangue de Cristo. Liberto da Falsa Adoração Estas são as marcas do verdadeiro cristianismo: adoração a Deus, exultação em Cristo e humildade. Fuja de todo modelo de espiritualidade que o mantenha entretido com as tolices da religião, enquanto você permanece esquecido das porções mais importantes da vontade revelada de Deus para sua vida. Em meio a tudo o que você tem feito em nome da fé, é capaz de dizer que adora a Deus? É natural em sua vida louvá-lo? Ele lhe é amável? Olhar para Ele produz senso de maravilha no seu coração? Sua vida tem sido uma liturgia? Qual o lugar de Cristo no seu conceito de cristianismo? Você se gaba de conhecê-lo? Compreende que Ele é o único motivo para sua exaltação? Ele é a sua estrela da manhã? Você tem procurado a humildade de coração? Sua maior tristeza é a percepção que ainda há muito orgulho no seu coração? Enfim, há simetria em seu cristianismo? Há exultação junto com humildade de espírito? Alegria com temor? Uma das áreas da vida espiritual do homem onde a falsificação tem se tornado mais presente e produzido resultados mais prejudiciais é a área da adoração. Na perspectiva de ganhar o favor de Deus os seres humanos tem se submetido às práticas espirituais mais insensatas e profundamente reveladoras de um conceito de Deus que não pode ser resultado de um conhecimento verdadeiro da verdade. Senão, vejamos: que Deus é esse que exige do homem o que avilta a este e torna sua vida inviável? Por que Deus haveria de pedir ao homem que este se afligisse a fim de comprar sua bondade? Podemos conceber a idéia de um Deus santo se satisfazer com velas acesas, peregrinações a lugares supostamente santos a fim de ali encontrá-lo de um modo que ele não poderia ser encontrado em outro lugar? O que falar de todo o trabalho de pessoas que suam a fim de impressioná-lo? Examine, pois, o seu conceito de Deus. Muitos tornaram-se presunçosos. Sentem-se satisfeitos com suas conquistas religiosas. Confiam na carne. Mas, ninguém entrará no reino de Deus se não se humilhar. Os regenerados não confiam em si mesmos, mas em Cristo. Examine, pois, seu conceito de si mesmo. Sabemos de pessoas que estão presas a uma religiosidade formal. Não há paixão. Não há a compulsão do Espírito. Muito envolvimento da carne, e pouco envolvimento do coração. A carne até mesmo literalmente ferida, mas sem a ferida santa do coração. Igrejas com liturgia impressa em papel, mas sem liturgia impressa no coração. Cultos com muita energia humana, mas sem atividade divina. Examine, pois, seu conceito de vida cristã. Segundo Rev. Antonio Carlos Costa "Se existe uma coisa que podemos chamar de verdadeira transformação de vida, só pode ser esta que é preconizada pelo apóstolo Paulo. Lá estavam os judeus circuncidando a carne, imersos numa espiritualidade formal e caracterizada por uma preocupação com aquilo que não preocupa a Deus". Amados irmãos,Deus estava chamando os crentes da cidade de Filipos a se preocuparem com aquilo que preocupava a Deus. A fugirem de toda a formalidade religiosa a fim de buscarem o culto no Espírito. A exultarem não em desempenho religioso, mas na graça trazida por Cristo. Em fazendo assim, estariam evidenciando que seus corações já haviam sido circuncidados por Deus. Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo; tendo sido sepultados juntamente com ele no batismo, no qual fostes igualmente ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos”. - FILIPENSES 3: 1-3

domingo, 25 de dezembro de 2011

A Suprema ambição de Paulo – Martyn Lloyd-Jones (1899-1981)

A Suprema ambição de Paulo – Martyn Lloyd-Jones (1899-1981) Teus dons por si sós não bastam, a menos que também os entreguemos a Ti «Se me perguntais», diz Paulo, «qual é o meu maior desejo, é este: Conhecê-lo» (Filipenses 3.10). Você pode notar que a suprema ambição dele. . . não é a de ser um grande conquistador de almas. Aquele será apenas ambição sua, embora correta. Não era nem mesmo a de ser um grande pregador... Porque, como o apóstolo nos relembra, por toda parte, se você puser as demais coisas em primeiro lugar, verá que, mesmo sendo um pregador, acabará sendo rejeitado. Mas quando colocamos o desejo de Paulo no centro da nossa vida, não há perigo. Paulo vira a face do Cristo vivo, o Senhor ressurreto. Entretanto, aquilo do que sente fome e pelo que suspira é este mais amplo, mais profundo e mais íntimo conhecimento dEle, conhecimento pessoal, revelação pessoal do Senhor vivo. . . Não há nada mais elevado do que isso. Observe o idoso João, escrevendo sua carta de despedida aos cristãos. Seu grande desejo, diz-lhes em 1 João 1,4, é «que a vossa alegria seja completa». De que modo ele quer que seja completa? . . . que comungueis conosco como partícipes da bem-aventura experiência que desfrutamos. . . Não é tanto que você se ocupe na obra de Deus. É claro que significa isso, mas esse é o nível inferior. O nível mais elevado consiste realmente em conhecer a Deus. «E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste» (João 17.3). . . Quando um homem perguntou (a Jesus) qual era o maior de todos os mandamentos, Ele disse: «Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. . .» (Mateus 22.37). A primeira coisa, a coisa mais importante da vida, é que conheçamos de tal modo a Deus que O amemos com todo o nosso ser. Satisfazer-se com qualquer coisa menos que isso é compreender mal todo o fim, objetivo e propósito da salvação cristã. Não se limite ao perdão. Não se detenha nas experiências. O fim é conhecer a Deus, e nada menos. Este salmista (Salmo 73) pode dizer que agora anela por Deus, por amor a Ele, e não por aquilo que Deus dá ou faz. Faith on Trial, p. 110,11

Nossa incapacidade não serve como desculpa, ela nos condena!

Nossa incapacidade não serve como desculpa, ela nos condena! Não está no poder de um homem natural converter-se, porque é uma nova criação. Como não podemos fazer-nos criaturas, também não podemos fazer-nos novas criaturas. " Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. -." 2 Coríntios 5:17 Mas alguém pergunta: Mas por que Deus nos ordena converter-nos se não temos o poder? Ezequiel 18:31:" Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes, e fazei-vos um coração novo e um espírito novo..." Ezequiel 18:31 A resposta é óbvia: Certa vez, certa época, o homem tinha o poder. Deus nos deu um estoque de santidade, mas nós o perdemos. Se um mestre dá o seu dinheiro ao empregado para empregar em seu serviço e este o desperdiça e rouba, não pode o mestre exigir seu dinheiro dele? Embora tenhamos perdido nossa capacidade de obedecer a Deus; Deus não perdeu Seu direito de comando. A incapacidade humana é fruto e consequência do seu próprio pecado. Sola Gratia!! Josemar Bessa

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Verdade ultrajante! – John MacArthur

Em Lucas 4.24 Jesus diz: "De fato vos afirmo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra". Em vez de usar a expressão "de fato", algumas traduções mantêm o grego "Amém", significando "Eu solenemente lhes asseguro". E a expressão bíblica para "Estou lhes dizendo a verdade. Nenhum profeta é bem recebido em sua própria cidade: nenhum profeta é dektos, aceito, em sua própria cidade". Os especialistas em geral vêm de outras cidades, não é? Isso é mais uma prova de que a familiaridade gera desprezo. Jesus fazia uma concessão. Dizia-lhes com muitas palavras: "Compreendo que é difícil para vocês superar o fato de que eu sou de casa, cresci aqui, sou o filho de José e o menino da Maria, e vocês me viram nesta sinagoga durante toda a minha vida. Eu compreendo isso". Penso que existe misericórdia nas palavras de compreensão de Jesus ao reconhecer que nenhum profeta é bem recebido em sua terra. Ele repetiu a mesma frase um ano e meio depois quando voltou àquela sinagoga, como está registrado em Mateus 13.57 e em Marcos 6.4. Isso está registrado também em João 4.44. Jesus fez essa concessão à luz do fato de que assim é o comportamento humano. Mas, então, ele fez uma transição brilhante e profunda. Mencionou dois profetas, primeiro Elias em Lucas 4.25 e depois Eliseu no versículo 27, os quais o povo de Israel havia odiado, rejeitado e recusado. Todos aqueles ouvintes de Jesus sabiam a respeito de Elias, o grande profeta de Israel. Durante seu ministério, aproximadamente em 850 a.C, havia muitas viúvas. Além disso, o culto a Baal estava por todos os lugares, porque o rei Acabe havia se casado com uma devota de Baal, Jezabel. Acabe começou a adorar Baal sob a influência de sua esposa, e logo todo o Israel seguiu seu exemplo. Acabe era tão mau, que, segundo lReis 16.33: "...cometeu mais abominações para irritar ao SENHOR, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele". O capítulo 17 de IReis inicia com o profeta Elias invocando o julgamento de Deus sobre Acabe e seus súditos. O profeta orou ao verdadeiro Deus pedindo uma seca para provar que Baal, o deus da chuva e da fertilidade era um deus incapaz, falso e impotente. Deus respondeu com uma seca que durou três anos e meio. Em Lucas 4.25,26, Jesus relembrou aos seus ouvintes o fato de que Deus enviou Elias, no auge da seca, a uma viúva pobre da cidade de Sarepta propondo a ela, em nome do Senhor, que, se ela compartilhasse com ele seu último alimento, o Senhor supriria todas as suas necessidades até que a chuva retornasse. Ela foi obediente ao verdadeiro Deus a despeito do fato de ter apenas o suficiente para uma última e insuficiente refeição para si e para seu filho. Ela deu a Elias o alimento solicitado. Foi uma decisão de vida ou morte para ela. Sem nenhum outro sustento, a viúva e seu filho esperavam morrer de inanição depois de consumirem o último bocado que havia na casa. Compartilhar o pouco que tinham com aquele estranho os levaria a um fim desesperado mais cedo ainda. Entretanto, porque ela foi obediente, Deus lhe mostrou sua misericórdia, e daquele momento, até o fim da seca, ele miraculosamente reabasteceu diariamente sua panela de farinha e sua botija de óleo. Essa história enfureceu os judeus porque a viúva de Sarepta era uma gentia numa cultura que adorava a Baal, e, entretanto, Deus preteriu muitas viúvas necessitadas de Israel e enviou Elias apenas a mulher que nunca fizera qualquer esforço para cumprir as leis religiosas pelas quais os judeus eram tão obcecados. O que importava era sua fé individual no verdadeiro Deus e não sua linhagem tribal ou religiosa. Como isso podia ser possível? Como poderia Deus abençoar essa gentia desprezível enquanto aparentemente ignorava os judeus praticantes da lei? Ultrajante! Embora as pessoas na sinagoga ficassem cada vez mais irritadas, Jesus continuou mostrando a verdade. No versículo 27 ele prosseguiu com a história de Eliseu, que sucedeu Elias durante o período de 850 a 790 a.C, quando havia muitos leprosos em Israel. A lepra era uma espécie de termo de classificação que envolvia grande variedade de doenças antigas que afetavam a pele, descritas em Levítico 13, incluindo tudo, desde um problema superficial até os mais sérios. Pode ter incluído também aquilo que hoje chamamos de lepra, a doença assustadora também conhecida como hanseníase. Eram doenças deformadoras, e algumas espalhavam-se de modo assustadoramente rápido. Suas vítimas eram consideradas como pessoas imundas; eram afastadas de todo relacionamento, atividade social e contato familiar, eram isoladas porque os outros temiam o contágio (embora hoje, com os tratamentos modernos, o risco de contágio da hanseníase é considerado ínfimo). Israel tinha muitos, muitos desses párias fisicamente postos em quarentena em razão de suas horríveis doenças. Era o tempo de Eliseu, e eles não gostavam de Eliseu, assim como não gostavam de Elias. Ele não era mais honrado em seu país do que fora Elias. O povo ainda adorava Baal, e virava as costas ao Deus vivo e verdadeiro, e, ao mesmo tempo, havia leprosos por todos os lados. Lucas 4.27 diz que Deus não purificou nenhum dos leprosos, exceto Naamã, o sírio. Como os judeus odiaram essa história! Naamã era o comandante do exército de um país conhecido como Arã. Ele comandava os terroristas que estavam sempre pilhando Israel. Eles cruzavam a fronteira, faziam um ataque de surpresa, matavam os judeus e levavam homens e mulheres de volta para a Síria como escravos. Naama era um líder inimigo violento, como os modernos militantes palestinos que atacam os judeus. Além do mais, era um gentio e um leproso! Era tão desprezível quanto se pode ser. Num de seus ataques de surpresa, descrito em 2Reis 5, ele capturou uma menina e a levou para servir como escrava de sua mulher. Surpreendentemente a menina tinha uma atitude compassiva: ela soube de sua lepra e lhe disse que ele precisava ir a Israel e procurar pelo homem de Deus chamado Eliseu, porque Deus poderia curá-lo por meio de seu profeta. Naamã começou a crer no poder do Deus de Israel e, finalmente, depois de uma série de acontecimentos, ele se encontrou com Eliseu. Eliseu mandou dizer que o Deus de Israel curaria Naama se ele se lavasse sete vezes no rio. A sugestão deixou Naamã furioso. Ele tinha uma personalidade orgulhosa que se considerava como um homem muito importante, de grande honra, um líder militar de estatura, dignidade e nobreza. De modo algum ele se humilharia mergulhando sete vezes. Ele até reclamou contra a sugestão de entrar no rio sujo de Eliseu quando tinha um rio limpo e bonito em seu próprio país. Naamã saiu da casa de Eliseu e seu servo lhe disse: "Bem, é melhor um rio sujo, mas um homem purificado, não é?" Ele começou a refletir melhor. E compreendeu seu desespero, compreendeu que não havia nenhum alívio, nenhuma cura, nenhuma purificação, exceto por meio do Deus de Israel. Naamã refletia: "Será que este homem de Deus é realmente um homem de Deus? Será que Deus é verdadeiramente Deus? Será Eliseu na realidade seu profeta? Como saberei a não ser que me submeta àquilo que ele pediu? Em meu desespero, minha carência e minha doença, tenho de fazer o que o homem me mandou fazer. Então saberei se ele é o homem de Deus e se o Deus de Israel é o verdadeiro Libertador". Assim, ele foi e mergulhou sete vezes no rio sujo de Eliseu. E, adivinhem! Ele foi purificado de toda a sua lepra! Se estivéssemos sentados na sinagoga naquele momento diríamos: "Isto não vai indo bem. Então somos piores que uma viúva gentia da cidade de Jezabel? Somos piores do que um terrorista sírio, gentio e leproso? Isso é intolerável.

Arrependimento bíblico - J. I. Packer

Observar um texto bíblico clássico que traça o perfil do arrependimento que vem de dentro nos será útil aqui. No Salmo 51, de acordo com a tradição, Davi publicamente poetiza a penitência que expressou a Deus depois de ter-se convencido do seu pecado na questão de Bate-Seba e Urias. Ele quebrou o décimo mandamento ao desejar a mulher do seu próximo; o oitavo, ao roubá-la; o sétimo, ao adulterar com ela; o nono, indiretamente, ao tentar enganar Urias para que cuidasse da criança que estava por nascer como se fosse sua; e o sexto, diretamente, matando Urias à longa distância. Então, como observamos anteriormente, Davi passou um ano indiferente ao que havia feito até que o profeta Nata, falando em nome de Deus, mostrou-lhe o descontentamento divino pela situação (2Sm 11-12). Mas, no Salmo 51, encontramos um Davi consciente, e que agora expressa total arrependimento em seis etapas distintas: 1. Os versículos 1 e 2 são uma súplica por misericórdia e perdão. Revelam uma verdadeira compreensão da aliança divina. Davi apela ao "inesgotável amor" ("benignidade" e "bondade" em outras traduções) de Deus, ou seja, à fidelidade da aliança divina com quem ele mesmo se comprometeu. A aliança pela qual Deus e os seres humanos se comprometem em pertencer um ao outro para sempre é a base de toda a religião baseada na Bíblia. Quando os servos de Deus tropeçam e caem, a fidelidade de Deus à aliança para com a qual seus servos foram infiéis é sua única esperança. O relacionamento nesta aliança é, enfaticamente, um dom da graça de Deus. E ele quem inicia e sustenta essa aliança, suportando todas as loucuras e vícios de seus parceiros que a constituem. Pois os santos de Deus foram, são e continuarão sendo criaturas loucas e pecadoras, que só podem che-gar à sua presença por meio do constante perdão de seus constantes pecados. No entanto, o arrependimento é o único caminho que leva ao perdão. 2. Os versículos 3 a 6 são um reconhecimento da culpa e a punição que merecemos por nossos pecados. Mostram a compreensão do pecado como a perversidade inata do nosso coração que encontra sua expressão nos pecados, atos específicos de maldade e erro aos olhos de Deus. As profundas verdades encontradas aqui são: primeiro, não somos pecadores porque pecamos, mas, pelo contrário, pecamos porque somos pecadores (v. 5,6); segundo, todos os nossos pecados, nossas crueldades e nossas idolatrias são pecados contra Deus (v. 4). 3. Os versículos 7 a 9 são um pranto vindo do coração para a purificação do pecado e anulação da culpa. Mostram a compreensão da salvação como uma obra de Deus que restaura a alegria da comunhão com ele mesmo por meio da convicção de perdão dos pecados. Os "ossos" de Davi (sua própria consciência, quem ele sabe que é) são "esmagados" (incapazes de funcionar propriamente) como conseqüência de sua consciência acusadora. Ele pede que seus "ossos" literalmente "dancem" ("exultem", como encontramos em diversas traduções)por causa desta garantia (v. 8) - uma metáfora vivida para a revitalização da vida interior de uma pessoa que a compreensão de seu pecado produz. 4. Os versículos 10 a 12 são uma petição para a vivificação e renovação em Deus. Mostram uma compreensão da vida espiritual como, em essência, a resposta firme e positiva do espírito do Homem para Deus - uma resposta que é produzida e mantida pelo ministério regenerativo do próprio Espírito de Deus que habita em nós. E a maneira que Deus usa para remover nosso demérito, nossa corrupção e nossos desvios. Ele não nos salva em nossos pecados, mas dos nossos pecados. Aquele a quem ele justifica, também santifica. Onde não existe vestígio algum de um coração puro (um coração que abomina o pecado e que reflete a pureza de Deus) ou de um espírito "voluntário" (uma disposição para honrar e obedecer a Deus, e resistir as tentações do pecado), podemos duvidar se a pessoa está realmente em um estado de graça de qualquer modo. Certamente, buscar uma renovação em justiça e afastar-se do pecado é, daqui em diante, a essência do arrependimento. Sem isto, a pessoa não manifestará contrição, e não é, de modo nenhum, penitente. 5. Os versículos 13 a 17 são uma promessa de proclamar a misericórdia perdoadora de Deus por meio do testemunho e da adoração. Mostram uma compreensão de ministério para Deus e para o nosso próximo: para o santo Deus, por meio do louvor que expressa gratidão; e para os pecadores, pela declaração da graça que salva. Observemos que os santos são salvos para servir - celebrar e compartilhar o que Deus lhes tem dado. Uma dedicação renovada para fazê-lo, além de todas as outras boas obras, é uma prova da realidade do arrependimento. 6. Os versículos 18 e 19 são uma oração que pede a bênção da igreja, a Jerusalém de Deus, o povo na terra que leva o seu nome. Os versículos mostram uma compreensão do que mais agrada a Deus - pecadores salvos, penitentes que agora estão perdoados e prosperam espiritualmente, que são movidos pela gratidão e alegria a oferecer "sacrifícios de justiça" (v. 19). (A idéia aqui é de oferecer presentes a Deus com amor, embora talvez os sacrifícios de novilhos, sobre os quais Davi fala, não sugiram isto para o leitor moderno). A intercessão de Davi por todo o povo de Deus não indica, na verdade, uma mudança do tema da penitência que ele estava expressando anteriormente. A intercessão brota naturalmente das experiências do amor perdoador de Deus que o arrependimento desencadeia. Uma pessoa que sabe que é amada mostrará amor pelos outros, e esse amor irá levá-la a orar por eles. Davi honrou a pureza de Deus pelo modo como se arrependeu de seus vergonhosos atos. Ao se humilhar, ele reconheceu o desafio que havia lançado, procurou libertação do poder e da culpa de seus pecados e ofereceu-se novamente para realizar a obra de Deus e progredir em seu louvor. Este foi um ato de verdadeiro arrependimento, e, como tal, serve como modelo para nós. Os cristãos, em seus sonhos e desejos, ainda que não mostrem isto em suas atitudes exteriores, também têm suas falhas no que se refere à cobiça, lascívia, avareza, malícia e engano. Os cristãos, como outros, são tentados a ser indulgentes consigo mesmos, abusar e explorar o seu próximo, usar sua autoridade como um direito no campo dos relacionamentos e, de vez em quando, desejar a morte de outros. Se Deus, em sua providência, nos impede ou não de realizar esses "sonhos" não é a questão. O ponto é que existem os desejos desordenados e quando o nosso coração se envolve com eles, ele está no caminho errado. Este é o motivo pelo qual precisamos nos arrepender. Algumas formas do assim chamado ensino da santidade nos encorajam a ser insensíveis ou despreocupados com os pensamentos e motivos impuros que estão ocultos dentro de nós, mas um indício da santidade verdadeira é uma consciência crescente desses pensamentos e motivos, um aborrecimento crescente em relação a eles e um profundo arrependimento por eles quando nos vemos fomentando-os no nosso coração. Vimos este santo aborrecimento na vida de John Bradford, e Deus quer vê-lo em nós todos, pois sua pureza não pode ser honrada de outra forma.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

É o natal uma festa cristã? - POR RENATO VARGENS

Como muitas vezes acontece, a Igreja Evangélica Brasileira polemiza sobre assuntos dos mais diversos. Na verdade, têm sido assim no decorrer recente de sua história. Ultimamente, têm-se falado demasiadamente sobre o natal, sua história e implicações. Como era de se esperar, opiniões diferentes surgiram quanto ao assunto. Existem aqueles que não vêem nenhum problema quanto à celebração da data, e outros que radicalizaram abdicando de toda e qualquer celebração relacionada ao tema em questão. Antes de qualquer coisa , por favor façamos algumas considerações: o Natal não era considerado entre as primeiras festas da Igreja. Os primeiros indícios da festa provêm do Egito. Os costumes pagãos ocorridos durante as calendas de Janeiro lentamente modificaram-se na festa do Natal”. Foi no século V que a Igreja Católica determinou que o nascimento de Jesus Cristo fosse celebrado no dia da antiga festividade romana em honra ao nascimento do Sol, isto porque não se conhecia ao certo o dia do nascimento de Cristo. Não se pode determinar com precisão até que ponto a data da festividade dependia da brunária pagã (25 de dezembro), que seguia a Saturnália (17-24 de dezembro) celebrando o dia mais curto do ano e o “Novo Sol”. As festividades pagãs, Saturnália e Brumária estavam a demais profundamente arraigadas nos costumes populares para serem abandonadas pela influência cristã. A festividade pagã acompanhada de bebedices e orgias, agradavam tanto que os cristãos viram com benevolência uma desculpa para continuar a celebra-la em grandes alterações no espírito e na forma. Ontem e Hoje: A conclusão que chegamos é que o natal surgiu com a finalidade de substituir as práticas idólatras e pagãs que influenciava sociedade da época. Hoje como no passado à humanidade continua fazendo desta festa pretexto pra bebedeiras, danças e orgias. Se não bastasse isso, todos sabemos que milhões de pais em todo o mundo (Muitos destes cristãos) levam seus filhos pequenos a acreditarem em Papai Noel, dizendo-lhes que foi o bochechudo velhinho que lhes trouxe um presente. Ora, a figura do papai Noel tem origem nos países nórdicos, referindo-se a um senhor idoso, denominado Klaus, que saía distribuindo presentes a todos quanto podia. Infelizmente, numa sociedade materialista e consumista, o tal Papai Noel é mais desejado do que Jesus de Nazaré, afinal de contas, ele é o bom velhinho que satisfaz os luxos e desejos de todos quanto lhes escrevem missivas recheadas de vaidades e cobiças. Se não bastasse, junta-se a isso a centralidade em muitos lares cristãos de uma Árvore recheada de bolinhas coloridas. O espírito consumista e mercantilista do natal, bem como a ênfase na árvore e no papai Noel, se contrapõe a mensagem do evangelho que anuncia que Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho pra morrer por nós. Aliás, esta é a grande nova! Deus enviou seu filho em forma de Gente! Sem sombra de dúvidas, sou absolutamente contra, duendes, Papai Noel e outras coisas mais que incentivam este “espírito mercantilista natalino”. No entanto, acredito que antes de qualquer posição, decisão ou dogmatização, quanto ao que fazer “do e no natal” devemos responder sinceramente pelo menos três indagações: 1. Será que existe alguma festividade ou festa no mundo que tenha o poder de convergir tanta gente em torno da família, do lar como o natal? 2. Em virtude do grande poder e influência que o natal exerce na sociedade ocidental será que não deveríamos aproveitar a oportunidade e anunciar a todos quanto pudermos que um “menino nos nasceu e um filho se nos deu”? 3. Seria inteligente de nossa parte desconsiderarmos o natal extinguindo-o definitivamente do “nosso” calendário em virtude do“espírito mercantilista natalino” que impera na nossa sociedade? Outras considerações: Apesar de não observarmos textos bíblicos que incentivem a celebração do natal, é absolutamente perceptível em diversas passagens a importância e relevância do nascimento e encarnação do Filho de Deus. As escrituras, narram com efusão o nascimento do Messias. Se não bastasse isso, sem a sua vinda, não nos seria possível experimentarmos da salvação eterna e da vida vindoura. Portanto, comemorar o natal, (ainda que saibamos que o Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro) significa em outras palavras relembrar a toda a humanidade que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, pra que todo aquele que nele cresse não perecesse mais tivesse vida eterna. Isto nos leva a seguinte conclusão: 1. O natal nos oferece uma excelente oportunidade de evangelização. Em todos os registros históricos percebemos de forma impressionante o quanto os irmãos primitivos eram apaixonados, entusiastas e extremamente corajosos na proclamação do evangelho. Estes homens e mulheres de Deus eram movidos por um desejo incontrolável de pregar as Boas Novas. Eram pessoas provenientes de classes, níveis e posições sociais das mais diversas: artesãos, sacerdotes, empresários, escravos, gente sofisticada bem como pessoas simples e iletradas. Entretanto, ainda que diferentes, todos tinham em comum o sentimento de “urgência” em anunciar a Cristo. Vale a pena ressaltar que Jesus comumente usou as festas judaicas como meio de evangelização. Os 04 evangelhos, nos mostram o Senhor pregando e ensinando coisas concernentes ao reino de Deus a um número considerável de pessoas em situações onde a nação celebrava alguma festividade. Na verdade, ele aproveitava os festejos públicos pra anunciar as boas novas da salvação eterna. Ora, tanto nosso Senhor quanto à igreja do primeiro século tinham como missão prioritária à evangelização. Portanto, acredito que o natal seja uma excelente ocasião pra anunciar a cristo aos nossos familiares e amigos. Isto afirmo, porque geralmente é no natal onde a maioria das famílias se reúnem. O natal nos propicia uma grande oportunidade de proclamarmos com intrepidez a cristo. Junta-se a isso, que o período de fim de ano é um momento de reflexão e avaliação pra muitos. E como é de se esperar, em um mundo onde a sociedade é cada vez mais competitiva e egoísta, a grande maioria, sofre com as dores e marcas deste mundo caído e mau. É comum nesta época o cidadão chegar a conclusão de que o ano não foi tão bom assim. A conseqüência disto é a impressão na psique do individuo de sentimentos tais como frustração, depressão, angústia e ansiedade.E é claro que tais sentimentos contribuem consideravelmente a uma abertura maior a mensagem do evangelho. Abertura pro Sagrado Um outro fator preponderante que corrobora pra evangelização é significativa abertura ao sagrado e ao sobrenatural que a geração do século XXI experimenta. No inicio do século XX, acreditava-se que quanto mais o mundo absorvesse ciência menor seria o papel da religião. De lá pra cá a tecnologia moderna se tornou parte essencial do cotidiano da maioria dos habitantes do planeta e permitiu que até os mais pobres tivessem um grau de informação inimaginável 100 anos atrás. Apesar de todas essas mudanças, no inicio do século XXI o mundo continua inesperadamente místico. O fenômeno é global e no Brasil atinge patamares impressionantes. A Revista Veja encomendou uma pesquisa ao Instituto Vox Populi, perguntando as pessoas se elas acreditavam em Deus. A maioria absoluta ou seja, 99% dos brasileiros responderam que acreditavam. Sem dúvida, o momento é impar na história, até porque, com exceção de alguns períodos da história mundial o mundo nunca esteve tão aberto ao sagrado como agora. Diante disto, será que o natal não representa uma excelente oportunidade de evangelização? 2. O natal nos oferece uma excelente oportunidade de reconciliação e perdão.Você já se deu conta que a ambiência do natal proporciona uma abertura maior à reconciliação e perdão? Repare quantas famílias se recompõem, quantos lares são reconstruídos, quantos pais se convertem aos filhos e quantos filhos se convertem aos pais. Será que a celebração do natal não abre espaço nos corações pra reconciliação e perdão? Ora, O senhor Jesus é aquele que tem o poder de construir pontes de misericórdia bem como de destruir as cercas da indiferença e inimizade. 3. O natal nos oferece uma excelente oportunidade de sermos solidários em uma terra de solitários.Por acaso você já percebeu que no natal as pessoas estão mais abertas a desenvolver laços de fraternidade e compaixão com o seu próximo? Tenho para mim que o natal pode nos auxiliar a lembrarmos que a vida deve ser menos solitária e mais solidária. Isto afirmo porque o natal nos aponta o desprendimento de Deus em dar o seu filho por amor a cada de um nós. O Nosso Deus se doou, se sacrificou e amou pensando exclusivamente no nosso bem estar e salvação eterna. Você já se deu conta que o natal é uma excelente oportunidade pra nos aproximarmos daqueles que ninguém se aproxima além de exercermos solidariedade com aqueles que precisam de amor e compaixão? Conclusão Sem qualquer sombra de dúvida devemos repulsar tudo aquilo que seja reflexo deste “espírito mercantilista natalino”. Duendes, papai Noel, devem estar bem longe da nossa prática cristã. Entretanto, acredito que como portadores da verdade eterna, devemos aproveitar toda e qualquer oportunidade pra semear na terra árida dos corações a semente da esperança. Jesus é esta semente! Ele é a vida eterna! O Filho de Deus, que nasceu, morreu e ressuscitou por cada um de nós. A missão de pregar o Evangelho nos foi dada, e com certeza, cada um de nós deve fazer do natal uma estratégia de proclamação e evangelização. Celebremos irmãos e anunciemos que o Salvador nasceu e vive pelos séculos dos séculos amém. Soli Deo Gloria

Os Puritanos e a Bíblia - Um Paradigma para a Igreja - Ken L. Sarles

Na crença popular, o termo puritano traz consigo a imagem de um estraga-prazeres austero, pedante, farisaico, um caçador de bruxas. Mas nada poderia estar mais distante da realidade histórica. Embora utilizado originalmente como rótulo degradante, o termo puritano simplesmente denotava aquele que queria purificar a adoração da Igreja e a vida dos santos. O puritanismo inglês surgiu por volta de 1560. Apareceu pela primeira vez com o movimento de reforma litúrgica, mas rapidamente se expandiu, tornando-se uma forma distinta de se ver a vida cristã. O fenômeno puritano poderia ser definido como um movimento na Igreja da Inglaterra, da metade do século XVI até o começo do século XVIII que buscou reformulação na vida da Igreja e purificação na vida dos crentes, individualmente. Era calvinista quanto à teologia e pietista em sua maneira de enxergar as coisas. Sabemos ter havido vários movimentos de reforma na história da Igreja - mas o que destaca o movimento dos puritanos dentre os demais é ser compromisso radical de viver para a glória de Deus. Nesse sentido, ninguém conseguiu resumir o caráter puritano de forma mais eloqüênte que J. I. Packer: Os puritanos foram almas grandiosas servindo a um grande Deus. Neles, fundiam-se a paixão bem definida e a compaixão de um coração afetuoso. Visionários e práticos, idealistas e realistas também, norteados por metas e metódicos, eles foram crentes magníficos, gente de muita esperança, valorosos obreiros e grandes sofredores. Mas seus sofrimentos, nos dois lados do Oceano (Na antiga Inglaterra - nas mãos das autoridades e na Nova Inglaterra, a mercê dos elementos), amadureceram-nos e tornaram-nos experientes, a ponto de adquirirem uma estatura nada aquém de heróica... as batalhas dos puritanos contra o deserto espiritual e climático no quela Deus os colocara produziram virilidadde de caráter, inabalável e destemida, vivendo do desalento e dos temores. Os puritanos ocupam um lugar de grande honra entre o povo de Deus, conclui Packer, porque eles permaneceram "doces, pacíficos, pacientes, obedientes, e esperançosos sob pressões e frustrações duradouras e aparentemente intoleráveis. A estabilidade e a firmeza promotora da honra de Deus que caracterizavam os puritanos é certamente digna de imitação hoje, em nossa sociedade apressada, extremamente móvel, de adulta tecnologia, autogratificadora. Essas mesmas características também permaneceram a forma bíblica de se ver o aconselhamento. Para se compreender o aconselhamento puritano, e desta forma imitar sua prática, precisamos destacar certos elementos de seu pensamento, incluindo a visão que tinham das Escrituras, de Deus, do homem, e do Pecado. Compromisso com as Escrituras. As Escrituras constituíam a peça central do pensamento e da vida puritana. O puritanismo foi, acima de tudo, um movimento bíblico. Para o puritano, a Bíblia era, na verdade, o bem mais precioso que há neste mundo. Sua profunda convicção era de que a reverência para com Deus implicava em reverência para com as Escrituras, e servir a Deus significava obedecer as Escrituras. Para ele, portanto, não haveria maior insulto ao Criador que negligenciar Sua Palavra escrita: e, de maneira contrária, não poderia haver ato de homenagem mais genuínos para com Deus que valorizá-la e atentar para o que ela diz, e assim viver e repassar seus ensinamentos. A intensa veneração das Escrituras, como Palavra viva do Deus vivo e uma dedicada solicitude quanto a conhecer e fazer tudo que ela prescreve, constituía marca registrada do puritanismo. Para os puritanos, a Bíblia era suprema em tudo, inclusive na prática do aconselhamento. E a base bíblica para o aconselhamento puritano repousava sobre a doutrina da inspiração divina. O método de inspiração, conforme enxergavam os puritanos, foi por meio do divino superintender do Espírito Santo na escolha das palavras, sem violar o conhecimento ou a personalidade do autor humano. O resultado foi uma inspiração do texto entendida como sendo verbal, plenária, infalível, e inerrante. Embora muitos evangélicos contemporâneos concordem com essa visão de inspiração, os puritanos foram além de um simples concordar verbal com a doutrina. Os teólogos puritanos enfatizaram a perspicácia, a clareza e o proveito das Escrituras. Até a forma literária do texto inspirado tornou as Escrituras particularmente relevante a condição humana. "Quanto a forma de expressão, as Escrituras não explicam a vontade de Deus por meio de regras universais e científicas, mas sim por intermédio de histórias, exemplos, preceitos, exortações , advertências e promessas. Este estilo se adequava melhor ao dia-a-dia do homem comum além de influenciar grandemente a vontade, mexendo com as motivações piedosas que se constituem no alvo principal da teologia." Por seu próprio propósito, as Escrituras visam comunicar a verdade de tal modo que o leitor seja direcionado rumo a Deus. A Bíblia não é, tão somente, apenas clara naquilo que afirma; ela também autentica a si mesma. Nesse sentido, William Ames afirmou:"As Escrituras não precisam de nenhuma explicação proveniente de luz exterior, especialmente quanto às coisas necessárias. Elas se auto-iluminam, e cabe ao homem ser diligente nesse descoberta" Essa importante declaração revela a recusa do puritano em introduzir teorias psicológicas estranhas em sua interpretação do texto. A Bíblia era vista como fonte de toda direção, instrução, consolo, exortação e encorajamento divinos. O resultado disso foi um método de aconselhamento centrado nas escrituras, em lugar de uma teoria carregada. Um resultado direto da inspiração da Bíblia é sua autoridade implícita. Carregando a marca daquilo que é divino, a autoridade da Bíblia era considerada como final e absoluta. O que quer que a Bíblia dissesse, Deus disse. Conforme Thomas Watson observou: "Em cada linha que você lê, imagine Deus falando com você". Isto significa que a Bíblia permanecia como prumo de juízo na consciência do indivíduo, quanto a todos os seus mandamentos e promessas. Em tudo o que diz, era como se o próprio Deus estivesse exortando, encorajando, dirigindo, consolando, instando, trazendo convicção, e instruindo. Já que a Palavra de Deus consiste das próprias palavras de Deus, sua autoridade é exaustiva, estendendo-se por toda área da fé e da prática, incluindo tudo o que é necessário para a vida e a piedade. Conforme declarou Richard Sibbes: "Não há qualquer coisa ou qualquer condição que aconteça ao cristão nesta vida sem que exista uma regra geral na Bíblia para tal, e essa regra é estimulada por meio de exemplo" - Em outras palavras, os puritanos possuíam uma perspectiva teológica holística arraigada nas Escrituras, levando William Ames a concluir: "Não há qualquer preceito de verdade universal pertinente ao bem viver quanto a economia doméstica, a moralidade, a vida política, ou a criação de leis que não pertença, por direito a teologia" - Para os puritanos ingleses, toda necessidade psicológica concebível poderia ser satisfeita e todo problema psicológico imaginável poderia ser resolvido por uma aplicação direta de verdade bíblica. A aplicação das Escrituras era feita de forma mais consistente por meio da pregação expositiva. Conforme explicou Ames: "o dever do pregador comum é destacar a vontade de Deus a partir da Palavra, para de forma coletiva, edificando o corpo dos cristãos ali reunidos". Pela perspectiva puritana, se os santos não eram edificados, então a Palavra não foi pregada. Falando aos pregadores, contemporâneos seus, Ames advertiu: "Pecam, portanto, os que aderem à descoberta e a explicação nua da verdade, mas negligenciam o uso e a prática em que consistem a religião e a bem-aventurança. Esses pregadores pouco ou quase nada edificam a consciência"- A pregação puritana, portanto, constituía-se em uma forma de aconselhamento preventivo, à medida que as verdades das Escrituras eram aplicadas à cosnciência. Para atingir esse propósito, cada sermão foi dividido em duas partes principais: doutrina e prática. O resultado era que a pregação ser tornava tanto profundamente reológica quanto intensamente prática. A passagem das Escrituras a ser pregada era analisada a luz da gramática, da lógica, e contextualmente, e aí relacionada a outros textos de forma a assegurar sua importância doutrinária . Então, "cada doutrina, quando suficientemente explicada, deveria ser aplicada imediatamente" (Ames) - O uso da doutrina estava relacionado tanto ao discernimento quanto ao direcionamento. O discernimento inclui ou a informação dada a mente ou reforma feita ao entendimento (informação é a revelação de alguma verdade enquanto correção é a condenação da vida que deve ser evitada. A forma que o pastor deveria aplicar a verade bíblica a congregação foi delineada por Ames: "Aplicar uma doutrina quanto a seu uso é afiar e tornar alguma verade geral especialmente pertinente, com efeito tal, a ponto de penetrar a mente do ouvinte, despertando disposições piedosas" - Os puritanos leigos estavam completamente aparelhados com motivação adequadas, quanto ao viver para Deus, por meio da instrução prática a partir da Palavra de Deus. o fundamento no qual eles alicerçaram suas vidas foi a Bíblia.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Podemos Perder a Salvação em Cristo Jesus?

Ler: Hb 6.4-8 Introdução: Já ouvimos uma resposta afirmativa a essa pergunta, com certeza. Alguns chamam a certeza da salvação - "Orgulho dos Crentes" Muitos abrigam a insegurança por "necessidade de preservar a vida cristã". Essa noção está presente em muitas novas denominações e na doutrina pentecostal. Aceitar isso representa uma falta de entendimento da doutrina da salvação. A CFW - Apresenta a "certeza" como sendo algo adicional e não essencial à fé. Quando lemos textos como este, que acabamos de ler, (Hb 6.4-8 ) ficamos um pouco confusos. Nosso propósito é procurar entender alguns textos que parecem ir contrários à doutrina da Perseverança dos Santos. 1. Duas passagens difíceis; a. Alguns "provam o dom celestial" e caem. Hb 6.4-6 4 É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, 5 e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, 6 e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia. b. Alguns "escapam" do mundo, "conhecem", mas voltam ao erro: 2 Pe 2.20-22 20 Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. 21 Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. 22 Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal. 2. As Explicações de João: "Ninguém as arrebatará" - O Espírito Santo moveu-o a registrar em seu evangelho, no capítulo 10. 26-28, o fundamento da doutrina da Perseverança dos Santos: 26 Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. "Saíram de nós, mas não eram dos nossos". 1 Jo 2.18-20: 18 Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. 19 Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. 20 E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento. O que "ultrapassa a doutrina" não tem Deus. 2 Jo 9 9 Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. "Ultrapassa" - Ir além, como em Gl 1.8 = "outro evangelho" - "...vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema". A permanência na prática do mal evidencia que aquele "jamais viu a Deus". 3 Jo 11. 11 Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus. 3. O contexto das passagens difíceis. Hb 6.4-8, não pode ser lido isolado dos versos 7 e 8. 7 Porque a terra que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da parte de Deus; 8 mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada. Vemos aqui a harmonia com a parábola do semeador - Mateus 13.18-23, especialmente o v. 22. O trecho, em Hebreus, não está falando dos verdadeiramente salvos, mas dos semeados em espinhos. Recebem a chuva, igual à que cai na terra fértil, ou seja, "provam o dom", no sentido de que são participantes das bênçãos, mas são sufocados pelos cuidados do mundo. 2 Pe 2.20-22, deve ser lido a partir do verso 9. Os que "escapam" do mundo, conhecem, mas voltam ao erro, são contrastados com os "piedosos": 9 Porque o Senhor sabe livrar da provação os piedosos e reservar sob castigo os injustos, para o dia do juizo. 10 especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores, 11 ao passo que anjos, embora maiores em força e poder, não proferem contra elas juízo infamante na presença do Senhor. 12 Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser destruídos, 13 recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam. Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco; 14 tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos; 15 abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça 16 (recebeu, porém, castigo da sua transgressão, a saber, um mudo animal de carga, falando com voz humana, refreou a insensatez do profeta). 17 Esses tais são como fonte sem água, como névoas impelidas por temporal. Para eles está reservada a negridão das trevas; 18 porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro, 19 prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor. Conclusão: A Palavra de Deus é clara em muitas passagens - somos salvos para sempre. Aquele que iniciou a obra em nós é poderoso para completá-la. Isso não é encorajamento para o pecado, mas motivo de ações de graças - somos salvos pelo poder de Deus e preservados por este mesmo poder, não por nossas frágeis forças. Esses trechos difíceis, são entendidos pelas explicações de João e pelo contexto dos dois textos principais. Que possamos confiar no preservador da nossa salvação. Que nunca nos abalemos.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Jesus em quinto lugar no Brasil cristão - por Augustus Nicodemus Lopes

Saiu uma pesquisa no site da revista Forbes que mostra que Jesus Cristo está em quinto lugar no ranking dos nomes mais admirados pelos brasileiros. Na frente de Jesus estão Angelina Jolie, Lula, Silvio Santos e Bill Gates. Acho que a pesquisa simplesmente revela o que já sabíamos. Ela mostra que apesar da grande maioria dos brasileiros declararem que acreditam em Deus, poucos realmente têm a fé correta. Mais de 90% dos brasileiros têm fé, mas em que e em quem? Somente a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador único pode realmente salvar. A pesquisa mostra um quadro mais realista da situação religiosa brasileira do que as pesquisas que indicam um grande número de pessoas que acreditam em Deus. Acho também que a pesquisa mostra que grande parte dos que se declaram católicos ou evangélicos não freqüentam as igrejas ou não praticam sua religião. É preciso apenas esclarecer que a proporção de desigrejados e não praticantes é provavelmente muito maior entre os católicos do que entre os evangélicos. Apesar de menor do que se pensa, todavia há crescimento sensível no Brasil dos que professam fé verdadeira na pessoa de Jesus Cristo, conforme o encontramos nas Escrituras. Outro dado interessante da pesquisa é que a maioria das pessoas entrevistadas dizem não acreditar que alguém precisa ser rico para ser feliz. Todavia, as pessoas que elas mais admiram, de acordo com a lista, são pessoas ricas ou milionárias, além de bem sucedidas. O que transparece é que quando os brasileiros dizem que o dinheiro não traz felicidade, estão apenas sendo politicamente corretos. Os indícios de que todos desejam ser ricos estão em todo lugar. A própria teologia da prosperidade, que domina grande parte dos que se chamam evangélicos neopentecostais, é uma teologia que promete felicidade mediante o sucesso financeiro. Não somente a sociedade brasileira, como também a igreja evangélica brasileira, está profundamente influenciada pelo materialismo e secularismo que predomina no mundo ocidental hoje. O que nos fortalece é saber que Deus nunca deixou de ter uma igreja fiel que o ama e serve acima de todas as coisas.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A Consciência Descobrirá Tudo – Richard Sibbes

Richard Sibbes imagina a consciência como um tribunal no conselho do coração humano. Na sua imaginação, a consciência assume o papel de cada integrante do drama do tribunal. É o ARQUIVO que grava com detalhes exatos tudo o que foi feito (Jr 17.1). É o ACUSADOR que apresenta uma denúncia contra o culpado, e o DEFENSOR que apóia o inocente (Rm 2.15). Ela também atua como uma TESTEMUNHA contra ou a favor (2Co 2.12). É o JUIZ, que condena ou absolve (1Jo 3.20). É o CARRASCO que castiga o culpado com tristeza quando a culpa é descoberta (1Sm 24.5). Sibbes compara a punição de uma consciência ofendida a um “lampejo do inferno”. A consciência conhece todos os nossos motivos e pensamentos secretos. É o testemunho mais preciso e mais temível no julgamento da alma do que qualquer observador externo. Aqueles que evitam falar sobre uma consciência acusadora, preferindo confiam em um conselheiro, entraram num jogo perigoso. Pensamentos e motivos ruins podem se esconder dos olhos do conselheiro, mas não se esconderão dos olhos da consciência. Muito menos escaparão dos olhos do Deus onisciente. Quando tais pessoas forem convocadas para o julgamento final, a própria consciência delas estará ciente de cada transgressão e se apresentará como testemunha eterna de tortura contra elas. Isso, Sibbes escreveu, deveria nos desencorajar de cometer pecados secretos.: “Não deveríamos pecar na esperança de ocultar os pecados. Se os ocultarmos das pessoas, poderemos oculta-los da nossa própria consciência? Como alguém já disse muito bem: O que vale para ti que ninguém saiba o que foi feito, quando tu és o que te conheces? Que proveito terá isso para quem tem uma consciência que o acusa, que nenhum homem o fará, mas sim ele mesmo? Ele é como milhares de testemunhas contra ele mesmo. A consciência não é uma testemunha secreta. Ela é como milhares dela. Portanto, nunca peque esperando ocultar o seu pecado. Seria melhor que todos os homens soubessem do seu pecado do que você mesmo. Um dia tudo será estampado na sua testa. A CONSCIÊNCIA IRÁ TRAÍ-LO. Se ela não puder falar a verdade agora, embora possa ser subornada nesta vida, terá poder e eficácia na vida por vir... Temos a testemunha dentro de nós; e Isaías disse: “Nossos pecados testemunham contra nós”. Tentar manter segredo será em vão. A consciência descobrirá tudo.

Por quem Cristo intercedeu? – John Owen

Na própria obra de nossa salvação, há duas ações que Cristo fez. (Não me refiro ao plano eterno que torna possível nossa salvação, mas apenas na sua produção em tempos históricos). Estes dois atos históricos de Cristo, são: 1. Sua entrega voluntária,no passado,e 2. Sua intercessão por nós, agora. Na entrega que Cristo fez de Si mesmo, incluo Sua prontidão para sofrer tudo o que estava envolvido em Sua vinda para morrer, isto é, o esvaziar-Se de Sua própria glória, e o nascer de uma mulher, Seus atos de humildade e obediência à vontade do Pai através de toda a Sua vida, e, finalmente, Sua morte na cruz. E na intercessão de Cristo por nós, incluo também Sua ressurreição e ascensão, pois são a base de Sua intercessão. Sem elas, não poderia haver intercessão. Veremos estas duas coisas em maiores detalhes depois, mas quero fazer alguns comentários agora. Estes dois atos têm a mesma intenção. Sua entrega voluntária e intercessão destinam-se a "trazer muitos filhos à glória." (Hebreus 2:10). Os benefícios intencionados por estes dois atos destinam-se às mesmas pessoas; Ele ora em favor daqueles por quem morreu. (João 17:9). Sabemos que Sua intercessão deve ser bem sucedida- "Pai, graças te dou, por me haveres ouvido", disse Ele certa vez. (João 11:41). Segue-se, então, que todos por quem Ele morreu necessariamente receberão todas as boas coisas obtidas através daquela morte. Isso claramente destrói o ensino de que Cristo morreu por todos os homens! A entrega voluntária de Cristo e Sua intercessão são o único meio para realizar nossa redenção. É importante verificar, nas Escrituras, como a entrega voluntária de Cristo e Sua intercessão estão ligadas intimamente. Por exemplo: Cristo justifica aqueles cujas iniqüidades (ou pecados) Ele carregou (lsaías53:l 1). Cristo intercede por aqueles cujos pecados Ele carregou (lsaías53:12). Cristo ressuscitou dos mortos para justificar aqueles pelos quais Ele morreu (Romanos 4:25). Cristo morreu pelos eleitos de Deus e agora ora por eles (Romanos 8:33-34). Isso deixa claro que Cristo não pode ter morrido por todos os homens, pois se tivesse, então todos os homens seriam justificados, o que, sem dúvida alguma, não acontece. Sacrificar e orar são tarefas requeridas de um sacerdote. Se ele falhar em qualquer uma delas, terá falhado na qualidade de sacerdote de Seu povo. Jesus Cristo é mencionado tanto como nossa propiciação (sacrifício) quanto como nosso advogado (representante) (l João 2:1-2). Ele é mencionado tanto como oferecendo Seu sangue (Hebreus 9:11-14), quanto como intercedendo por nós (Hebreus 7:25). Posto que é um sacerdote fiel, Ele precisa realizar estas duas tarefas com perfeição. Visto que Suas orações são sempre ouvidas, Ele não pode estar intercedendo por todos os homens, porquanto nem todos os homens são salvos. Isso deixa claro que Ele também não pode ter morrido por todos os homens. Devemos também nos lembrar da maneira como Cristo agora intercede por nós. As Escrituras dizem que é pela apresentação de Seu sangue no céu (Hebreus 9: 11-12, 24). Em outras palavras, Ele intercede apresentando Seus sofrimentos ao Pai. Os dois atos, sofrimento e intercessão, devem, portanto, estar relacionados à mesma pessoa, caso contrário, não adiantaria usar um como base para o outro. O próprio Cristo associa Sua morte e Sua intercessão como o único meio para nossa redenção, em Sua oração no capítulo 17 de João. ( “Não oro pelo mundo, mas por aqueles...) Nessa oração, Ele Se refere à entrega de Si mesmo na morte, e Sua oração é por aqueles que o Pai havia dado a Ele. Não podemos separar estes dois atos, se o próprio Cristo os une. Um sem outro não teria valor, como Paulo argumenta: "E, se Cristo não ressuscitou (e portanto não está intercedendo agora), é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados." (1 Coríntios 15:17). Portanto, se separarmos a morte de Cristo de Sua intercessão, não há segurança de salvação para nós. De que valeria dizer que Cristo morreu por mim, no passado, se Ele agora não intercede por mim? E somente se Ele nos justifica agora que somos salvos da condenação de nossos pecados. Eu ainda poderia estar condenado se Cristo não intercedesse por mim. É claro que Sua intercessão deve ser em favor das mesmas pessoas pelas quais Ele morreu - e, sendo assim, Ele não pode ter morrido por todos! Fonte: Josemarbessa.com

Implicações da Eternidade de Deus – Thomas Watson (1620-1686)

Aqui está um trovão e um relâmpago para o ímpio. Deus é eterno, portanto os tormentos do ímpio são eternos. Deus vive para sempre e pelo tempo que viver punirá o condenado. A conseqüência deve ser como a da escrita na parede: "as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro" (Dn 5.6). O pecador peca com liberdade, quebra a lei de Deus como uma fera selvagem que estoura a cerca e entra em pasto proibido. O pecador peca insaciavelmente, o mais rápido que pode (Ef 4.19). Mas lembre-se, um dos nomes de Deus é Eterno e, conquanto seja eterno, tem tempo suficiente para tratar de todos os seus inimigos. Para fazer os pecadores tremerem. Que pensem nestas três coisas: os tormentos do condenado são ininterruptos, são puros e são eternos. Os tormentos dos condenados são ininterruptos. Suas dores devem ser agudas e pungentes, sem alívio. O fogo não deverá se apaziguar ou cessar. "E não têm descanso algum, nem de dia nem de noite" (Ap 14.11). É como alguém colocado numa máquina de esticar, que estica continuamente, que não tem descanso. A ira de Deus é comparada a um ribeiro de enxofre (Is 30.33). Por que um ribeiro? Porque um ribeiro corre sem cessar, a ira de Deus flui assim como um ribeiro que manda água sem cessar. Nas dores desta vida há abatimento e alívio. A febre passa, uma convulsão vem, mas passa e o paciente fica tranqüilo. Contudo, as dores do inferno são na mais alta intensidade e na pior violência. A alma condenada nunca dirá que está mais tranqüila que antes. Os tormentos dos condenados são sem misturas. O inferno é um lugar de pura justiça. Nesta vida, Deus, quando irado, lembra-se da misericórdia e mistura compaixão com sofrimento, à semelhança da tribo de Aser, cujos sapatos eram de ferro, porém, imersos no azeite (Dt 33.25). A aflição é o sapato de ferro, mas a misericórdia está misturada com a aflição. Mas, os tormentos do condenado não têm mistura alguma. "Esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado sem mistura, do cálice da sua ira" (Ap 14.10). Nenhuma mistura de misericórdia. Contudo, o cálice da ira também está cheio de mistura. "Porque na mão do SENHOR há um cálice cujo vinho espuma, cheio de mistura, dele dá a beber; servem-no, até às escórias, todos os ímpios da terra" (SI 75.8). O livro de Apocalipse diz que é sem mistura e no salmo diz que não. O cálice é cheio de mistura no que se refere aos ingredientes que o fazem amargo. O bicho, o fogo, a maldição de Deus são ingredientes hostis. O cálice é misturado e, ao mesmo tempo. puro. Não haverá nada que possa produzir consolo, nenhuma mistura de misericórdia, por isso é sem mistura. Na oferta de ciúmes (Nm 5.15), nenhum azeite era adicionado, da mesma maneira nos tormentos do condenado, não há azeite de misericórdia para fazer cessar seus sofrimentos. Os tormentos dos condenados são eternos. Os prazeres do pecado só duram um período, mas os tormentos do ímpio são para sempre. Pecadores têm uma alegria passageira, mas uma longa retribuição. Orígenes4" erroneamente pensou que após mil anos o condenado deveria ser liberto de suas misérias, porém o verme, o fogo e a prisão são eternos. "A fumaça de seu tormento sobe pelos séculos dos séculos" (Ap 14.11). Próspero48 (da Aquitânia) disse assim: "Os tormentos do inferno punem continuamente, nunca terminam". A eternidade é um mar sem fundo e sem praias. Depois de milhões de anos, não há sequer um minuto desperdiçado na eternidade. O condenado deve ser queimado para sempre, mas nunca consumido, sempre morrendo, mas nunca morto. "Os homens buscarão a morte e não a acharão" (Ap 9.6). O fogo do inferno é um fogo que multidões de lágrimas não o saciarão, uma grande quantidade de tempo não o findará. O frasco da ira de Deus sempre gotejará sobre o pecador. Conquanto Deus seja eterno, vive para se vingar do ímpio. Oh! eternidade! Eternidade, quem pode medi-la? Os marinheiros têm suas sondas para medir as profundezas do mar, mas que linha ou que sonda usaremos para medir a profundeza da eternidade? O sopro do Senhor alimenta o lago infernal (Is 30.33). Onde encontraremos bombas d'água ou baldes para apagar tal fogo? Oh! eternidade! Se toda a massa da terra e do mar fosse transformada em areia, e todo o ar até o céu estrelado fosse areia, e um pequeno pássaro viesse a cada mil anos e apanhasse com o bico a décima parte de um grão de toda essa imensidão de areia, seriam necessários inúmeros anos até que a imensidão de areia fosse toda transportada. Porém, se ao final de todo esse tempo, o pecador pudesse sair do inferno, haveria alguma esperança, mas a palavra "sempre" quebra o coração. "A fumaça de seu tormento sobe pelos séculos dos séculos." Que terror é isso para o ímpio, o suficiente para fazê-lo suar frio e pensar. Conquanto Deus seja eterno, vive para se vingar do ímpio. Aqui pode ser feita uma pergunta: Por que um pecado que é cometido por pouco tempo deve ser punido eternamente? Devemos entender como Agostinho que "os julgamentos de Deus sobre o ímpio podem ser secretos, mas nunca injustos". A razão pela qual um pecado cometido em um curto espaço de tempo é eternamente punido é que cada pecado é cometido contra a infinita essência, e nada menos que a punição eterna pode satisfazê-lo. Se a traição contra a pessoa de um rei, que é sagrada, é punida com o confisco e a morte, muito mais contra a coroa e a dignidade de Deus, que é de uma natureza infinita e cheia de ira contra o pecado. Não pode ser satisfeita com menos que a punição eterna

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O natal e o nascimento de Jesus - por. Pr. Folton

Quem comemora apenas o natal, comemora a possibilidade de gastar um pouco mais. Afinal o tal “espírito natalino de generosidade” é apenas uma faceta a mais do velho e perverso consumismo. Quem comemora o nascimento do Deus-Homem, comemora o inusitado, o inaudito: Deus fazendo-se semelhante à suas criaturas para, redimindo-as, fazê-las cumprir o propósito original para que foram criadas. Quem comemora apenas o natal, completa o tal “espírito natalino de generosidade” entregando-se, com dissolução, a uma alegria efêmera vinda da comida e da bebida, ou de coisas piores. E declara, sem dar-se conta do que está confirmando debochadamente, que o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores - diante de quem se dará de toda palavra frívola (Mt 12.36) - nasceu. Quem comemora o nascimento do “Deus-Conosco” alegra-se na esperança de que a maior festa que possa fazer será nada, comparada com a que celebrará, com ele e com todos os queridos que já estão com ele. Porém não deixa de ser um antegozo, se feita para seu louvor. Quem comemora apenas o natal, degrada o sacrifício eterno, que não se limitou à cruz, mas começou na manjedoura, exatamente com um comportamento oposto às pompas, luxo, usura e devassidão com que uma mídia insensata e uma multidão supersticiosa a tratam. Quem comemora o nascimento daquele que é a “expressão exata do Pai” dobra-se ajoelhado diante de tal mistério e de tal pessoa, e, sem saber como, mas crendo na promessa e na misericórdia - essência de seu proceder - oferta o ouro de suas posses, o incenso de seu louvor e a mirra de sua vontade alquebrada, aos pés de seu Senhor, ao dispor de sua vontade. Quem comemora apenas o natal, faz sua própria vontade, atende seus próprios desejos, gasta para promover-se, presenteia para ser lembrado ou para receber outros em retribuição, ou, ainda, para acalmar uma consciência cheia de cicatrizes de remorso pelo que não fez de bom o ano inteiro. Quem comemora o nascimento daquele em quem “habita a plenitude da divindade” esvazia-se de si mesmo, como ele fez, e presenteia mais com o coração do que com bolso. Mais com o amor mais do que com o interesse. Mais de si mesmo do que daquilo que o dinheiro pode adquirir. Quem comemora apenas a natal, entrega-se a símbolos supersticiosos e comerciais de coisas que nunca fizeram parte daquele momento sublime e chega a idolatrá-las e as vezes a impô-las. Quem comemora o nascimento daquele que “não se envergonha de ser chamado nosso irmão” - apesar de sermos menos do que nada, e muitas vezes desonrarmos sua amizade - tem os motivos certos para alegrar-se, festejar, e depositar tudo aos pés do Rei dos reis e Senhor dos senhores. Que neste natal tenhamos a sabedoria de, nos momentos mais efusivos, manter nosso pensamento em seu real significado, e sermos gratos. Gratos, pelo grande amor como que fomos e somos amados

O Irromper de Uma Lepra - por John F. MacArthur Jr.

No final do século XIX, Spurgeon vislumbrou essa tendência de se trazer diversão para dentro da igreja. Na medida em que se alastrava A Controvérsia do Declínio, em 1889, a saúde de Spurgeon se tornava precária, e, por isso, ele deixou de pregar em vários domingos. Mas, em uma Quinta-feira à noite, no mês de abril, Spurgeon pregou, no Tabernáculo, uma mensagem na qual ele afirmou: Creio não estar procurando erros onde o erro não existe; mas não consigo abrir os olhos sem ver coisas sendo feitas em nossas igrejas que, há trinta anos, não eram nem sonhadas. Em termos de diversão, os professos têm avançado no caminho do relaxamento. O que é pior, as igrejas agora pensam que sua responsabilidade é entreter as pessoas. Discordantes que costumavam protestar contra a ida a um teatro, agora fazem com que o teatro venha a eles. Muitos [templos de igrejas] não deveriam receber licença para exigir peças teatrais? Se alguém fosse sério em exigir obediência às leis, não teriam de obter uma licença para que suas igrejas funcionassem como teatros? Tampouco ouso falar a respeito do que tem sido feito nos bazares, jantares beneficentes etc. Se esses fossem organizados por pessoas mundanas decentes, não poderiam alcançar melhores resultados? Que extravagância ainda não foi experimentada? Que absurdo tem sido grande demais para a consciência daqueles que professam ser filhos de Deus e que não são deste mundo, mas chamados a andar com Deus em vida de separação? O mundo considera as altas pretensões de tais pessoas como hipocrisia; e, de fato, não conheço outro termo melhor para classificá-las. Imaginem aqueles que gostam da comunhão com Deus brincando de tolos, com roupas teatrais! Falam acerca do lutar com Deus na oração em secreto, mas fazem malabarismo com o mundo em uma jogatina irreconciliável. Será que isso está correto? O certo e o errado trocaram de lugar? Sem dúvida, existe uma sobriedade de comportamento que é coerente com a obra da graça no coração, e existe uma leviandade que indica que o espírito maligno está em supremacia. Ah! Senhores, pode Ter havido uma época em que os cristãos eram por demais precisos, mas não é assim em meus dias. Pode Ter existido uma coisa espantosa chamada rigidez Puritana, mas eu nunca a vi. Agora estamos bem livres desse mal, se é que ele existiu. Já passamos da liberdade para a libertinagem. Ultrapassamos o dúbio e caímos no perigoso, e ninguém pode profetizar onde haveremos de parar. Onde está a santidade de Deus hoje?… Ela não passa de algo turvo, tal qual um paio que fumega; é mais um objeto de ridicularização do que de reverência. Será que o grau de influência de uma igreja não pode ser medido por sua santidade? Se grandes hostes daqueles que professam ser cristãos fossem , quer em sua vida familiar, quer em seus negócios, santificados pelo Espírito, a igreja se tornaria uma grande potência no mundo. Os santos de Deus poderão lamentar juntamente com Jerusalém, ao perceberem que sua espiritualidade e santidade estão em níveis baixíssimos! Outros podem considerar isto como algo que não trará qualquer conseqüência; porém, nós o vemos como o irromper de uma lepra. Eis o desafio para a igreja de Cristo: “Purifiquemos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Co 7.1). Não é a engenhosidade de nossos métodos, nem as técnicas de nosso ministério, nem a perspicácia de nossos sermões que trazem poder ao nosso testemunho. É a obediência a um Deus santo e a fidelidade ao seu justo padrão em nosso viver diário. Precisamos acordar. O declínio é um lugar perigoso para ficarmos. Não podemos ser indiferentes. Não podemos continuar em nossa busca insensata por prazer e auto-satisfação. Somos chamados a lutar uma batalha espiritual e não poderemos ganhá-la apaziguando o inimigo. Uma igreja fraca precisa se tornar forte, e um mundo necessitado precisa ser confrontado com a mensagem da salvação; e talvez haja pouco tempo para isso. Como Paulo escreveu à igreja em Roma: “Já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz (Rm 13.11,12).

A Igreja Semelhante a um Barzinho - por John F. MacArthur Jr.

O pragmatismo radical da “abordagem amigável” rouba da igreja o seu papel profético. Transforma-a em uma organização popular, que recruta seus membros através de oferecer-lhes um ambiente de calor humano e amizade, no qual as pessoas comem, bebem e são entretidas. A igreja acaba funcionando mais como um clube do que como uma casa de adoração. Isso não é um exagero. Um recente “best-seller” que advoga idéias pragmáticas de crescimento de igreja incluiu esta sugestão: Lembra-se como o bar da esquina costumava ser o lugar onde os homens da vizinhança se reuniam para assistir na TV os grandes eventos esportivos, tais como lutas e campeonatos mundiais de box? Embora os tempos tenham mudado, o mesmo conceito pode ser usado pela igreja para causar um grande impacto. A maior delas possui um grande auditório que poderia ser utilizado para reuniões especiais ao redor dos grandes eventos da mídia – esportes, debates políticos, entretenimentos especiais e coisas semelhantes. O cenário é construído em torno de pressuposições que são claramente antibíblicas. A igreja não é um clube à busca de novos sócios. Não é o barzinho do bairro onde a vizinhança se reúne. Não é um grêmio estudantil à procura de calouros. Não é um centro comunitário onde se realizam as festas. Não é um clube de campo para as massas. Não é um comitê eleitoral onde os problemas da comunidade são discutidos. Não é uma corte judicial para corrigir as injustiças sociais. Não é um fórum aberto, ou uma convenção política, ou até mesmo uma cruzada evangelística. A igreja é o corpo de Cristo (1 Co 12.27), e as reuniões da igreja são para adoração e instrução. O único alvo legítimo da igreja é “o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12) – crescimento vital, não apenas expansão numérica. A idéia de que as reuniões da igreja deveriam ser usadas para encantar ou atrair os não-cristãos é um conceito relativamente novo. Nas Escrituras, não há qualquer sugestão quanto a isso; aliás, o apóstolo Paulo falou da presença de incrédulos na igreja como um evento excepcional (1 Co 14.23). Hebreus 10.24,25 indica que os cultos da igreja são para o benefício dos crentes e não dos incrédulos: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos”. Atos 2.42 mostra-nos o padrão que a igreja primitiva seguia, quando se reunia: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.”. Observe que adorar a Deus e encorajar os irmãos eram as prioridades da igreja primitiva. A igreja se reunia para a edificação e se dispersava para evangelizar o mundo. Nosso Senhor comissionou seus discípulos para evangelizarem da seguinte forma: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19). Cristo deixou evidente que a igreja não deve esperar que o mundo venha ou que deve convidá-lo a vir às suas reuniões; Ele mostrou com clareza que a igreja deve ir ao mundo. É a responsabilidade de todo crente. Temo que uma abordagem que enfatiza a apresentação do evangelho de uma forma facilitada dentro da igreja, exime o crente de sua obrigação pessoal de ser uma luz no mundo (Mt 5.16). Novamente ressaltamos que a proclamação da Palavra de Deus deve ser central na igreja (1 Co 1.23; 9.16; 2 Co 4.5; 1 Tm 6.2; 2 Tm 4.2). “Quer seja oportuno, quer não”, é tarefa dos ministros de Deus corrigir, repreender, exortar com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4.2). O pastor que coloca o entretenimento acima da pregação bíblica e vigorosa abdica da responsabilidade primária de sua função, ou seja, apegar-se “à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem” (Tt 1.9). A estratégia da igreja nunca foi de apelar ao mundo utilizando os termos do mundo. Não se espera que as igrejas estejam a competir pelo consumidor no mesmo nível que uma cerveja famosa ou uma grande rede de televisão. Não há como estimularmos crescimento genuíno via persuasão fascinante ou técnicas engenhosas. É o Senhor quem acrescenta as almas à igreja (At 2.47). Metodologias humanas não podem acelerar ou suplantar o processo divino. Qualquer crescimento adicional que venha a produzir não passará de uma pobre e infrutífera imitação. Crescimento artificial ou não-natural, no reino biológico, pode causar deformação – ou pior, câncer. Crescimento sintético, no reino espiritual, é genuinamente doentio.

É Hora do Espetáculo! por John F. MacArthur Jr.

Quando Charles Spurgeon nos advertiu a respeito daqueles que “gostaria de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças”, foi menosprezado como um alarmista. Mas a profecia de Spurgeon se cumpriu diante de nossos olhos. As igrejas modernas são construídas assemelhando-se a teatros (“casas de divertimento”, Spurgeon as chamou). Em lugar do púlpito, o enfoque está no palco. As igrejas estão contratando, em regime de tempo integral, especialistas em mídia, consultores de programação, diretores de cena, professores de teatro, peritos em efeitos especiais e coreógrafos. Tudo isso não passa da extensão natural de uma filosofia norteada por marketing seguida pelas igrejas. Se a igreja funciona apenas com o objetivo de promover um produto, é bom mesmo que seus líderes prestem atenção aos métodos da Avenida Madison. Afinal, a maior competição para a igreja é um mundo repleto de diversões seculares e uma gama de bens e serviços mundanos. Portanto, dizem os especialistas de marketing, jamais conquistaremos as pessoas até que desenvolvamos formas alternativas de entretenimento a fim de ganhar-lhes a atenção e a lealdade, desviando-as das ofertas do mundo. Desta forma, esse alvo estipula a natureza da campanha de marketing. E o que há de errado nisso? Por um lado, a igreja não deveria mercadejar seu ministério, como sendo uma alternativa aos divertimentos seculares (1 Ts 3.2-6). Isto acaba corrompendo e barateando a verdadeira missão da igreja. Não somos apresentadores de carnaval, ou vendedores de carros usados, ou camelôs. Somos embaixadores de Cristo (2 Co 5.20). Conhecendo o temor do Senhor (v.11), motivados pelo amor a Cristo (v. 14), tendo sido completamente transformados por Ele (v. 17), imploramos aos pecadores que se reconciliem com Deus (v. 20). Também, em lugar de confrontar o mundo com a verdade de Cristo, as megaigrejas norteadas por marketing estão promovendo com entusiasmo as piores técnicas da cultura secular. Alimentar o apetite das pessoas por entretenimento apenas agrava o problema das emoções insensatas, da apatia e do materialismo. Com toda franqueza, é difícil conceber uma filosofia de ministério mais contrária ao padrão que o Senhor nos confiou. Proclamar e expor a Palavra, visando o amadurecimento e a santidade dos crentes deveria ser âmago do ministério de toda igreja. Se o mundo olha para a igreja e vê ali um centro de entretenimento, estamos transmitindo a mensagem errada. Se os cristãos enxergam a igreja como um salão de diversões, a igreja morrerá. Uma senhora, inconformada com sua igreja, que tinha abraçado todas essas excentricidades modernas, queixou-se recentemente: “Quando é que a igreja vai parar de tentar entreter os bodes e voltar a alimentar as ovelhas?” Nas Escrituras, nada indica que a igreja deveria atrair as pessoas a virem a Cristo através do apresentar o Cristianismo como uma opção atrativa. Quanto ao evangelho, nada é opcional: “E não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Tampouco o evangelho tem o objetivo de ser atraente, no sentido do marketing moderno. Conforme já salientamos, freqüentemente a mensagem do evangelho é uma “pedra de tropeço e rocha de escândalo” (Rm 9.33; 1 Pe 2.8). O evangelho é perturbador, chocante, transtornador, confrontador, produz convicção de pecado e é ofensivo ao orgulho humano. Não há como “fazer marketing” do evangelho bíblico. Aqueles que procuram remover a ofensa, ao torná-lo entretenedor, inevitavelmente corrompem e obscurecem os pontos cruciais da mensagem. A igreja precisa reconhecer que sua missão nunca foi a de relações públicas ou de vendas; fomos chamados a um viver santo, a declarar a inadulterada verdade de Deus – de forma amorosa, mas sem comprometê-la – a um mundo que não crê.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dia da Bíblia acontece no próximo domingo e SBB comemora - Pr. J Miranda

No próximo domingo (11) será comemorado o Dia da Bíblia no Brasil. E a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) prepara uma comemoração especial no Museu da Bíblia (MuBi), entre às 9h e 12h, em Barueri, na Grande São Paulo. No evento, serão desenvolvidas atividades variadas para 400 crianças, além de um momento de celebração focado na história das traduções para o público adulto.
Sempre celebrado no segundo domingo de dezembro, neste ano o Dia da Bíblia tem como tema “A Bíblia para o Jovem”, baseado no trecho bíblico de Provérbios 3.6: “Lembre de Deus em tudo o que fizer, e ele lhe mostrará o caminho certo”. A iniciativa tem o objetivo de conectar a juventude com a Palavra de Deus e enfatizar a importância dos princípios bíblicos para a vida”, explica Erní Seibert, secretário de Comunicação e Ação Social da entidade.
Como estímulo, a SBB desenvolveu uma série de ferramentas para ajudar igrejas, congregações e ministérios a colocar a Bíblia no dia a dia dos jovens brasileiros.Entre os itens disponibilizados estão: cartazes, material para evangelização de jovens, cofrinho para crianças, envelopes para arrecadação de ofertas pela distribuição da Bíblia, modelo para confecção de camisetas do Dia da Bíblia e Planos de Leitura da Bíblia, além de um para a leitura da Bíblia completa em um ano. Este material pode ser solicitado através do hotsite www.sbb.org.br/diadabiblia, onde também estão reunidas informações detalhadas sobre como usar essas ferramenta e ideias para marcar o Dia da Bíblia 2011.
O Dia da Bíblia – Criado em 1549, na Grã-Bretanha, pelo Bispo Cranmer, o Dia da Bíblia começou a ser celebrado no Brasil em 1850, quando chegaram da Europa e EUA os primeiros missionários evangélicos. Porém, a primeira manifestação pública aconteceu quando foi fundada a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), em 1948. Graças ao trabalho de divulgação das Escrituras Sagradas, desempenhado pela SBB, as comemorações se intensificaram e diversificaram, passando a incluir a realização de cultos, carreatas, shows, maratonas de leitura bíblica, exposições bíblicas, construção de monumentos à Bíblia e ampla distribuição de Escrituras.
A SBB – A Sociedade Bíblica do Brasil, fundada em 1948, é uma organização sem fins lucrativos, de natureza filantrópica, assistencial, educativa e cultural. Sua finalidade é traduzir, produzir e distribuir a Bíblia Sagrada, um verdadeiro manual para a vida, que promove o desenvolvimento espiritual, cultural e social do ser humano, provocando a transformação daquele que com ela entra em contato.

Fonte: Verdade Gospel

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Cristo Esteve no Inferno? Fazer o que no inferno?

texto de 1Pedro 3: 18-20 tem sido motivo
de muitos debates entre teólogos e cristãos.
Mas, será que Cristo desceu
a um mundo inferior entre a sua morte
e ressurreição? É o que vamos analisar.


As várias interpretações


1) Interpretação arminiana - Defende que os contemporâneos de Noé não tiveram nenhum redentor e nenhum guia. Portanto, Deus teve de lhes suprir esta deficiência e, assim, por fim, o Senhor ressuscitado lhes trouxe a salvação. Para eles, a rejeição do Evangelho no passado não foi uma rejeição final e definitiva.

Mas, será que a morte não coloca um fim no período em que Deus opera com Sua graça para salvar pecadores? Será que existe neste texto de Pedro o ensino de uma nova oportunidade para os ímpios se salvarem, mesmo depois de sua morte? A grande dificuldade é que os santos do Antigo Testamento já haviam crido no Messias e, por isso, estavam justificados, Rm 4: 3; Gl 3: 6-9.

2) Interpretação luterana diz que Cristo morreu e, antes de ser ressuscitado, teve seu espírito restituído ao corpo e, na totalidade de sua natureza humana, foi ao inferno e proclamou sua vitória a Satanás. Mas, essa interpretação traz dificuldade porque não havia tido ainda nenhuma manifestação de vitória de Cristo.

3) Interpretação anglicana ensina que a alma de Cristo desceu ao inferno para conquistar a morte e o diabo (tomar as chaves) e para libertar as almas dos homens justos e bons, que desde a queda de Adão morreram por causa de Deus e na fé e na crença em Jesus, que estava para vir. Sua conquista destruiu qualquer reivindicação que o diabo tinha sobre os homens, e a descida foi parte do "resgate" pago por Cristo.

Mas, as Escrituras não ensinam que os crentes do Antigo Testamento foram para o Hades e que Jesus lá desceu para libertá-los. Esses crentes foram estar com Deus após a sua morte, Sl 73: 23-24. Enquanto Cristo estava na terra, Elias e Moisés já estavam com Deus no céu, e não no Hades, 2Rs 2: 11; Lc 9: 29-32.


Análise bíblica de 1Pedro 3: 18-20

1) Qual o significado das expressões
"carne" e "espírito vivificado"?

Neste texto, Pedro está contrastando dois estados de existência de nosso Redentor.

a) O estado de limitação de Cristo.

"Na carne": este estado é a natureza humana de Cristo, 1Pe 4: 1; 1 Jo 4: 2; 2Jo 7; Jo 1: 14; 1Tm 3: 16, Rm 1: 3-4. A expressão "morto na carne" faz referência quando Jesus morreu e saiu do estado de fraqueza e de limitação.

b) O estado de não-limitação

"Espírito vivificado". A expressão "vivificado no espírito" se refere à natureza divina de Jesus. Seu estado antes de sua encarnação. E foi neste estado que Ele pregou aos "espíritos em prisão".

Quando o texto fala que Jesus "vivificado em espírito foi e pregou, não está se referindo a um lugar depois de sua morte, mas onde Ele estava quando havia desobedientes dos tempos de Noé" (v. 20). Foi neste espírito que Ele pregou através dos profetas.

A palavra "também" do v. 19 mostra a ênfase do estado de limitação para o estado de não-limitação. Dito de outra forma: Cristo pregou quando estava em nosso meio, como homem (dias de Sua carne), mas também pregou como Divino (não-limitação) nos dias de Noé através dos profetas.

2) Quando Cristo pregou?

O ensino desta passagem não é o que Cristo fez entre a morte e a ressurreição, mas o que Ele fez no seu estado antes da Encarnação - estado não-limitado, no tempo de Noé, 1Pe 1: 8-12.

3) Qual o conteúdo da pregação? O que Cristo pregou?

Jesus pregou o evangelho aos contemporâneos de Noé. Espiritualmente, Cristo estava presente em Noé quando este era o "pregoeiro da justiça", 2Pe 2: 5. Em 1Pe 1: 10-11, o apóstolo mostra o evangelho sendo pregado pelos profetas. Noé certamente pregou aos seus contemporâneos o evangelho e convocou-os ao arrependimento.

4) Quem são estes "espíritos em prisão"
a quem Cristo pregou?

A expressão "espíritos em prisão" se refere às pessoas que no tempo de Noé (noutro tempo) rejeitaram a sua pregação e que foram consideradas "espíritos em prisão", incapazes de fazer qualquer coisa que os deixassem livres. Permaneceram no cativeiro espiritual; permaneceram incrédulos quanto à mensagem pregada por Noé e na prisão de suas almas.

Concluímos, portanto, afirmando que:

1) Não aceitamos: uma descida literal de Cristo ao Inferno; que o diabo possuía as "chaves" da morte e do inferno, que Jesus as tomou dele; uma segunda chance de salvação aos desobedientes após sua morte.

2) Aceitamos: que Cristo esteve sempre presente tipologicamente no Antigo Testamento, pregando através dos profetas o Evangelho de Salvação, Rm 4: 3; Gl 16-9, 2Pe 2: 5.


Fontes bibliográficas:

1) Revista Fides Reformata, vol. IV, nº 1, 1999.
2) Revista Os Puritanos, nº 1, ano IX, 2001.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Os Sinais de um Homem Carnal – Richard Baxter (1615-1693)

1. Quando um homem em seu desejo de agradar seu apetite, não faz isto visando um objetivo mais elevado, ou seja, a sua preparação para o serviço de Deus, mas somente para seu próprio prazer (claro que ninguém faz tudo conscientemente visando o serviço de Deus. Entretanto, uma vida gasta no serviço de Deus é ausente do prazer carnal, de maneira geral).

2. Quando ele procura mais ansiosa e diligentemente a prosperidade do seu corpo do que de sua alma.

3.Quando ele não se abstêm de seus prazeres, mesmo quando Deus os proíbe ou quando ferem sua alma, ou quando as necessidades de sua alma clamam que os deixe. Mas ele tem que ter seu prazer, não importa o que lhe custe; e é tão persistente nisto, que não o pode negar.

4. Quando os prazeres da carne excedem os deleites em Deus, Sua Santa Palavra e caminhos, e as expectativas de prazer infinito. E isto não só na paixão, mas na estima, escolha e ação. Quando ele prefere estar em um jogo, ou festa, ou outro entretenimento, ou adquirindo boas pechinchas ou lucros do mundo, do que viver na vida de fé e amor, que seria um modo santo e divino de viver.

5. Quando os homens fixam suas mentes em planejar e estudar para fazer provisão para os prazeres da carne e isto ocupa o primeiro lugar em seus pensamentos e lhe é prazeroso.

6. Quando eles conversam, ou ouvem, ou lêem mais coisas agradáveis à carne do que àquelas que deleitam o espírito.

7. Quando eles amam a companhia de pessoas carnais, mais do que a comunhão dos santos, nos quais eles poderiam ser exercitados no louvor ao Seu Criador.

8. Quando eles consideram que o melhor lugar para viver e trabalhar é onde eles podem satisfazer sua carne. Eles preferem estar onde têm coisas fáceis e onde nada falta para o corpo, do que em lugares onde têm muito melhor ajuda e provisão para a alma, apesar da carne ser atormentada por isso.

9. Quando ele está mais disposto a gastar dinheiro para agradar sua carne, do que para agradar a Deus.

10. Quando ele não acredita ou gosta de nenhuma doutrina exceto a "crença-fácil" (isto é, a fé que não requer obediência aos ensinos bíblicos) e odeia a mortificação, que classifica como "legalismo" muito rígido. Por estes sinais e outros semelhantes, podemos facilmente conhecer o homem carnal

domingo, 4 de dezembro de 2011

Namoro misto, pecado?

    Muitos crentes têm o seu coração dividido entre a paixão por uma pessoa descrente e o amor a Deus. O principal objetivo deste estudo visa ajudar jovens crentes que se encontram envolvidos em namoro com descrentes.


Namoro Vantagens e Perigos

    A Bíblia nada nos fala sobre namoro, a razão é porque nos tempos bíblicos os costumes eram outros, o pai era quem escolhia a noiva para seu filho.Uma vantagem no namoro de hoje é o conhecimento mútuo e a liberdade para poder acabá-lo.Um perigo se encontra nas carícias íntimas e um outro em achar que se pode namorar o quanto mais, melhor. Os prejuízos acarretados por uma pessoa assim reflete em uma imagem bastante depreciada, tempo sacrificado, constante exposição à sensualidade.

Namoro misto e separação

    Separação: um dos princípios básicos das Escrituras. Baseando-se nos princípios de separação existe uma exigência divina em que os crentes não devem ter uma comunhão íntima com os não-crentes (Gn 12.1; 2Co 6.14-18).Paulo indica que pessoas diferentes, ou seja, um crente e um descrente, que se encontram ligados entre si, sujeitos as mesmas obrigações e responsabilidades, constitui uma união não aprovada por Deus, um par desigual.Na relação entre crente e descrente o que se requer é: nada de jugo desigual, sociedade, comunhão, harmonia, união ou ligação.Existem relacionamentos que são aprovados entre o crente e o descrente: amizade comum, transação comercial, profissional, grêmios culturais e esportivos em colégios, etc. Da mesma forma os não aprovados: sociedade comercial, casamento, comunhão espiritual.
    Em uma amizade íntima de um crente com um descrente há três grandes perigos:
  1. Esse tipo de amizade desenvolve uma forte influência de um para com o outro.
  2. O crente sente-se de várias formas tentado a se comportar de forma não recomendável para acompanhar o seu amigo descrente.
  3. Esse tipo de amizade toma muito tempo do crente. O namoro desigual colide com outros princípios bíblicos.
    E Mais três princípios: Namoro Misto e o Propósito das Ações
    Um namoro cheio de propósitos puros gera automaticamente atitudes corretas (1Sm 10.7b). O propósito de todo namoro deve ser o casamento e quando esse propósito não está na mente dos namorados, então o namoro fica distorcido.

Namoro Misto e a Pureza do Crente

    No namoro, o sexo mesmo sendo entre crentes, constitui-se em uma das áreas mais delicadas da vida cristã. Sabemos que o sexo em si não é de forma alguma pecaminosa, pois foi dado por Deus, porém este deve ser praticado exclusivamente entre casados. Entre o casal de namorados há sempre uma forte atração sexual. Deve-se cuidar com carinhos que no início são sempre ingênuos, logo avançam e transformam-se em intimidades sexuais.Paulo incita aos crentes a fugirem de toda sorte de imoralidade. Existe uma probabilidade bem grande do crente contaminar a sua pureza com o descrente. Deus exige que seus filhos mantenham-se incontaminados e o descrente dificilmente contribui para isso.
Namoro Misto e o Bom Testemunho

    O namoro misto para o crente, provoca mau testemunho e sofrimento para sua igreja. Ele afeta o testemunho para com os de fora, ocorrendo então vários comentários e cobranças para com o crente. Para com os de dentro o crente pode influenciar recém-convertidos a seguirem o seu exemplo. Paulo nos fala que o crente deve ter um testemunho digno para com todos.

Argumentos???

    Muitos procuram arranjar bons argumentos para lhes servirem de "tábua de salvação". Entre os vários estão:
    "Eu não namoro para casar", porém esquecem que estão deturpando o significado do namoro.
    "Eu não consigo acabar o namoro", muitos culpam a Deus por não conseguirem terminar tal namoro, porém esquecem que 'Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças'. O problema é evidenciado na falta de forças para enfrentar a vida sem aquele namoro. O que estes devem fazer é: primeiro, acabá-lo; segundo, e depois serem capacitados a suportar as consequências. Talvez alegam que gostam mais da namorada ou namorado e não suportaria ficar longe dela, amando mais a ela do que a Cristo; ou alegam que a namorada o ama tanto e sofreria com o seu fim. Mas Cristo nos amou muito mais, sendo cuspido por amor de nós, esbofeteado no rosto, humilhado e escarnecido publicamente e ainda como se não bastasse morreu em uma cruz, tudo por amor a você.
    "Estou evangelizando a minha namorada", mas esquecem que se não estão obedecendo a Deus, como esperar que ela o faça?
    "Muitos namoros desiguais já deram certo", porém se esquecem que fatos isolados não nos dão condições para conclusões definidas. Algumas vezes é a misericórdia de Deus por esse filho, apesar do namoro irregular.
    "Dificilmente conseguirei um crente para namorar e casar", porém esquecem do poder e do cuidado de Deus por seus filhos e que Ele pode providenciar tudo, inclusive uma namorada.
    "Já sou muito fiel em outras áreas", dizendo assim se esquecem que Cristo quer que guardemos todos os seus mandamentos.
    "Já fui disciplinado, agora é que eu namoro mesmo", mas esquecem que a disciplina é para o crente sentir o peso do pecado e voltar para os passos de Cristo; reagir negativamente é acrescentar pecado sobre pecado.

Vale a Pena?

    Os que namoram descrentes e acham que sinceramente não estão cometendo pecado algum, torna-se necessário fazer uma avaliação sobre este assunto da vida cristã baseado nas seguintes perguntas:
  • Tem examinado as Escrituras?
  • Tem orado?

nbsp;   Os que usam os argumentos apenas como mera desculpa se encontram bem mais complicados diante de Deus, pois estão sendo hipócritas e Cristo falou claramente contra esse tipo de pessoa.
    

nbsp;   Uma pergunta pode ser feita: Vale a pena correr o risco de desagradar a Deus com um namoro misto?

    Os riscos possíveis seriam:

  • Entristecer o Espírito Santo;
  • Sofrer disciplina diretamente de Deus;
  • Provocar sofrimento a Igreja em geral e irmãos em particular;
  • Sofrer disciplina da Igreja; mostrar-se indigno do Senhor Jesus Cristo;
  • Vir a casar-se com o descrente, comprometendo sua futura felicidade;
  • Os filhos desse casamento misto serão orientados de uma maneira confusa.
    

    Outra pergunta seria: Vale a pena praticar algo que é, no mínimo, duvidoso?
    A Palavra de Deus diz que aquele que pratica o que se tem dúvida é condenado. Em suma: ele está pecando perante Deus. Não um pecado que é passageiro, sendo por um breve momento cometido, e sim um pecado consciente, contínuo, prolongado.

    O melhor é que o servo do Senhor aguarde por uma serva de Cristo. Saiba que é para sua felicidade e testemunho do servo fiel.

Por Pr. Cleverson de Abreu Faria