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Conjuro-te, perante Deus e Cristo
Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:
prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende,
exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não
suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as
suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a
dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas
as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre
cabalmente o teu ministério. (2Tm 4:1-5)
O que você pode aprender dos Puritanos para seu ministério e sua vida
pessoal? Quero delinear rapidamente sete lições fundamentais para nossas
próprias vidas e mais sete para os ministros da Palavra.
Mas antes, quem foram os Puritanos? Na história da Igreja, quando temos
um avivamento em uma geração, há sempre o perigo de a próxima geração ignorar
as verdades pregadas, não dando o devido valor. Os Puritanos foram uma reação a
esta geração que veio depois da geração dos reformadores, sendo um movimento
que se deu no fim do século XVI até o começo do século XVIII.
Os Puritanos construíram em cima da teologia dos reformadores, buscando
aplicá-la a todos os aspectos da vida e, assim, purificar a família e a igreja.
Eles enfatizaram (1) a necessidade da restauração da pregação, (2) a
necessidade de piedade pessoal e bíblia que acompanha a pregação e (3) a
necessidade de restauração da pureza do culto público.
Por causa da profundidade dos livros escritos, nos últimos 50 anos têm
surgido um novo interesse pelos livros e pela a teologia dos Puritanos.
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Sete Lições
Fundamentais dos Puritanos para nossa Vida Pessoal
Leitura Bíblia
Eles chamavam a Bíblia de o Livro Vivo, a Biblioteca do Espírito Santo.
Eles acreditavam que Deus os transformava através da Bíblia. Eles ensinavam
seus filhos a ler a fim de lerem a Bíblia e o alfabeto através de exemplos
bíblicos. Eles guiavam tudo em suas vidas pelas Escrituras.
Você tem vivido a sua vida moldada pela Bíblia ou você decide o que você
irá crer e obedecer das Escrituras? Você deixa de lado aquilo que você discorda
na Palavra ou a coloca como regra para a vida?
Oração
Os Puritanos oravam em suas devocionais diárias, mas também buscavam
orar sem cessar, tornando as ações corriqueiras da vida em oração. Por exemplo:
quando se vestiam, oravam sobre serem cobertos pela justiça de Cristo.
Os puritanos entendiam que a oração era algo trinitariana. Expressaram
isso através de uma corrente: a verdadeira oração nasce na eternidade no
coração do Pai, recebe seu mérito através da morte de Cristo, é orada pelo
cristão através do Espírito, que a leva até Cristo, o qual a retorna para o
Pai.
Os puritanos não se contentavam com orações rasas. Que isso nos
incentive a orar.
Meditação
Um sermão meditado é melhor que mil sermões engolidos sem meditação.
Provações
Os puritanos falaram muito sobre provações. A atitude que eles tinham
era bem diferente das que temos atualmente. Eles não desejavam um feliz ano
novo, no sentido de alguém não ter problemas, mas um ano novo abençoado,
desejando que eles pudessem passar por toda e qualquer prova que Deus trouxesse
de forma submissa.
JonhBunyan disse: “O povo de Deus é como sinos; quanto mais forte lhes
baterem, melhor será o som”.
Repreender o Orgulho
Os puritanos tinham um ódio especial pelo orgulho, pois sabiam que Deus
odiava de forma especial o orgulho. O orgulho é um ataque contra Deus que eleva
nosso coração acima de Deus e busca se entronizar. Jonathan Edwards dizia que o
orgulho é como uma cebola – quando pensamos que tiramos uma camada, encontramos
outra.
John Bunyan disse a uma mulher que elogiou seu sermão: “você é a segunda
pessoa que disse isso; o primeiro foi o diabo”.
Depender do Espírito Santo
Os Puritanos nos ensinam a como depender do Espírito Santo. Thomas
Watson afirmou que o pregador pode bater na porta, mas é o Espírito que a abre,
mostrando que o ministro sempre deve se lembrar que é o Espírito que converte
pecadores através da pregação da Palavra. Eles diziam que em toda pregação
havia dois ministros: o pregador é o ministro externo e o Espírito Santo o
interno.
Como viver em dois mundos
Os puritanos diziam que nós temos dois olhos: um deve estar na
eternidade e um no tempo.
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Sete Lições
Fundamentais dos Puritanos para nossa Vida Ministerial
Pregação
Os puritanos nos ensinam a acreditar na pregação. Eles acreditavam que
Deus usava cada sermão.
Doutrina com Prática
Eles acreditavam na união da doutrina com a prática. Nos sermões eles buscavam
alcançar as mentes com clareza (expondo as Escrituras de forma simples e
metódica – Eles acreditavam que o cristianismo sem mente criaria um
cristianismo sem coluna), a consciência com firmeza (muitos hoje pregam sem a
intenção) e o coração com paixão (eles mostravam Cristo como desejável e
atraiam o pecador a Cristo). Pela mente, através da consciência eles chegavam
ao coração e levavam o pecado a Jesus Cristo, pela benção do espirito Santo.
Piedade Prática
Os puritanos enchiam suas pregações de aplicações para vários tipos de
públicos: crente, não crente, desviados, novos crentes, etc. Eles faziam um
aconselhamento espiritual do púlpito.
Pregar experiencialmente
Os puritanos nos ensinam a pregar de forma que as doutrinas fossem
experimentadas na alma.
Era como se estivessem iluminando cada verso da Bíblia procurando Jesus
para exaltá-lo. “Pregue um Cristo, por Cristo, para o louvor de Cristo”, assim
termina um livro de homilética dos puritanos.
Equilíbrio Bíblico
Manter o equilíbrio entre o evangelho objetivo e a experiência
subjetiva, a soberania de Deus e a responsabilidade do homem.
Catequese
Os puritanos nos ensinam a importância de catequisar a igreja e as
crianças. Comumente eles iam às casas dos crentes para ensinar como se faz um
culto doméstico e ensinar os pais a educarem os filhos.
O que aprendemos dos Puritanos acima de tudo é essa espiritualidade
abrangente. Eles não foram perfeitos, mas, hoje, nos apontam para uma vida
piedosa, tendo nossos olhos na eternidade. Temos muitos para aprender com eles
e muito para segui-los no que eles seguiram a Cristo, aplicando seus ensinos à
nossa geração, para a glória de Deus e pelo bem de cada alma, através de
Cristo.