terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Primeiro: Controle da mente

Adultério: Crente Não Cai Nesse Pecado Escrito por RádioC Qui, 30 de Junho de 2011 23:03 Várias pesquisas realizadas no Brasil indicam que a grande maioria dos homens e 50 a 60% das mulheres têm praticado ou praticam o adultério ou, como se diz na linguagem mais em uso, “transam” com pessoas que não são sua esposa ou seu marido. Com a ênfase dada ao sexo na TV, no cinema, na literatura, e até nas instituições de ensino, chegando ao extremo da obsessão, não é de se admirar que o homem secular, sem a convicção espiritual e os princípios da Palavra de Deus, caia nesse pecado. O crente em Cristo, porém, não cai nesse pecado. Ele entra nele aos pouquinhos. Isso porque não observa a sinalização que o adverte do perigo. Faz vista grossa a esses sinais porque, embora não deseje precipitar-se no abismo da desgraça da imoralidade, quer sentir pelo menos um pouco a gostosura dos seus prazeres. Assim, avançando sinal após sinal, deixa a vida pegar embalo no caminho errado até ao ponto de não conseguir mais fazer a manobra de frear para evitar o desastre. Diz, então, que “caiu no pecado”, quando este, de fato, há tempo já estava no seu caminho. O primeiro sinal é falta de carinho e afeto na conversa e relacionamento cotidianos com o cônjuge. A comunicação começa a limitar-se a frases como: “Tive um péssimo dia no escritório hoje”; “Já pagou a conta do dentista?”, ou, pior ainda: “Você já gastou todo o dinheiro que lhe dei no mês passado?”; “Se você não comprar logo uma geladeira nova, eu simplesmente vou parar de cozinhar”. Quando você percebe que é difícil conversar com sua esposa ou seu marido com aquela linguagem carinhosa que usava durante o namoro, tome cuidado – é um dos primeiros sinais de perigo. Perto desse sinal vem outro: a falta de conversa sobre assuntos espirituais, a leitura da Bíblia em conjunto e a oração com a esposa. Quando essas coisas não fazem parte da vida conjugal, é um sinal de alerta. Prosseguindo nesse caminho pode haver adultério mais adiante. Há mais sinais. Quando você começa a compartilhar os problemas de relacionamento no lar com algum amigo ou amiga do sexo oposto, você está aproximando-se mais do perigo. Freqüentemente essa outra pessoa tem problemas também, e está disposta a ouvir, a conversar e demonstrar simpatia, o que gera ainda mais intimidade. Não demora muito para que aconteça o “toque inocente”. O patrão põe a mão no ombro da sua secretária ao pedir que ela digite uma carta; ela encosta seu corpo ligeiramente no dele ao entregar a carta pronta, depois um abraço fraternal, um beijinho no rosto. Você argumenta que não há nada de errado nisso, que é apenas amizade. Quando você percebe que é difícil conversar com sua esposa ou seu marido com aquela linguagem carinhosa que usava durante o namoro, tome cuidado. Aos poucos vocês estão gastando mais tempo juntos. “Acontece” que saem para o almoço na mesma hora e “por que não almoçarem juntos”? Ela precisa pegar o metrô para ir para casa; “por que não levá-la no seu carro?” Você precisa trabalhar duas horas extras para terminar o projeto, e ela, sendo boa amiga, fica também para ajudar. Se parar um pouco para pensar, você perceberá que tem prazer na companhia dela ou dele. Não, vocês não estão dormindo juntos mas estão em grande perigo. Nessa altura, o sinal é um luminoso vermelho piscando a todo vapor. Se você não retroceder, haverá um envolvimento emocional que provavelmente o arrastará para a fossa fatal do adultério. E com amargura de coração você dirá – “Caí no pecado”. Não, você não caiu... você entrou nele aos pouquinhos. O pastor Charles Mylander, num artigo publicado no periódico “Moody Monthly”, sugere três áreas onde é preciso aumentar o controle para evitar ser arrastado ao pecado do adultério: Adultério, como a maioria dos pecados, começa na mente. O crente em Cristo precisa levar“cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5). O apóstolo Paulo exorta o cristão a uma transformação “pela renovação da... mente” (Rm 12.2), e Jesus Cristo, no Sermão da Montanha, disse: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt 5.28). A porta principal da mente são os olhos. E nessa área de imoralidade o homem, muito mais que a mulher, precisa desenvolver o controle a fim de ter uma mente pura. O homem que permite aos seus olhos o prazer de assistir aos programas de TV que apelam para sexo a fim de obter mais IBOPE (e são muitos); que toma tempo para folhear revistas como “Playboy”, que deixa seus olhos analisarem o corpo das mulheres para uma avaliação sexual, logo vai perder a primeira batalha contra a tentação. Sua mente vai QUERER o adultério, e este querer só espera a oportunidade para se realizar com a experiência. A mulher também precisa praticar o controle. Talvez mais na maneira de vestir-se do que pelo olhar. É interessante que a Bíblia exorta a mulher a vestir-se com modéstia, bom senso, etc., e não o homem, isso porque a mulher não é tão facilmente levada à tentação sexual pelos olhos como o homem. Mas a mulher que é indiscreta na maneira de vestir-se, sem dúvida, é cúmplice do diabo na tentação ao homem. A admoestação da Bíblia de “glorificar a Deus no vosso corpo” (1 Co 6.20), com toda a certeza inclui o cuidado que cada mulher precisa ter em não provocar a concupiscência, revelando a beleza do seu corpo, seja por falta de roupa adequada ou pelo uso de roupa colante. Argumentar que “está na moda” não mudará em nada a opinião do Autor das Sagradas Escrituras. Segundo: Controle de palavras A porta principal da mente são os olhos. E nessa área de imoralidade o homem, muito mais que a mulher, precisa desenvolver o controle a fim de ter uma mente pura. O homem casado, ou a mulher casada, jamais devem usar as palavras carinhosas de amor no trato com outras pessoas além do cônjuge. Nunca compartilhe problemas de casa com amigos do sexo oposto. E não procure conselho com alguém que tenha seus próprios problemas. Quem é perdedor dificilmente ajudará outro a ganhar. Ao encontrar problemas sem solução, procure conselho com alguém que descobriu a fórmula para constituir uma família feliz e vive essa felicidade no lar. Muitos adultérios tiveram o seu início na intimidade da “sala de aconselhamento”. Terceiro: Controle de toque Homens, não ponham suas mãos noutra mulher a não ser a sua própria esposa. E, mulheres, não conversem com o homem em “Braille”. O prazer da intimidade física é algo que Deus reservou para a santidade do casamento. Sexo antes ou fora do casamento sempre contamina o sexo no casamento, e o contato físico é um prazer que leva à consumação do desejo dessa intimidade. É preciso avaliar sinceramente se os abraços e beijos que damos e recebemos são uma expressão de estima recíproca ou um prazer “inocente” que podemos desfrutar sem compromisso. Deus reconhece o nosso desejo de intimidade, mas não aprova tal intimidade fora do casamento. “Por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” (1 Co 7.2). O conselho de Salomão ainda é válido: “Bebe a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço... alegra-te com a mulher da tua mocidade... e embriaga-te sempre com as suas carícias... O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa” (Pv 5.15,18-19; 6.32). (Haroldo Reimer - A chamada

A natureza da igreja - Por Ronaldo Lidório

Repensando nossa funcionalidade eclesiástica Ao refletir sobre a natureza da Igreja nos confrontamos imediatamente com algumas claras limitações. A primeira seria uma limitação sociológica, na medida de que todos nós, de alguma forma, temos sido influenciados por 2 fatores construtores da presente sociedade, o hedonismo e o narcisismo. Junto a alguns outros, os tenho chamado de elementos da anti-missão. Isto devido a capacidade que eles tem de postar o homem, e consequentemente a Igreja, no centro do universo, em nosso imaginário. Nos tornarmos, aos nossos próprios olhos, os atores principais do evento histórico. É natural entender, portanto, que enquanto influenciados por esta limitação sociológica, teremos bastante dificuldade de conceber uma Igreja que seja chamada para servir a Deus com toda a sua alma, suas energias, seu dinheiro e seu tempo. Ao contrário, tal limitação lança-nos a consequências puramente humanistas, como o triunfalismo e ufanismo, e desemboca no orgulho, raiz de grandes males. O hedonismo é esta tendência humana sociocultural, e teologicamente carnal, que nos leva a crer que existimos para nossa própria realização. Que nossa alegria e felicidade pessoal são os bens mais preciosos, pelo qual vale a pena tudo. Que para nos realizarmos podemos, e devemos, romper com quaisquer valores, religiosos ou sociais, passando por cima da Palavra, da família, do ministério e do relacionamento com o Pai. A sociedade e seus meios de comunicação, as escolas e os púlpitos de muitas de nossas igrejas se tornaram hedônicos. Vivemos para nós mesmos, pensamos em nós mesmos, investimos em nós mesmos, teologizamos para nós mesmos e, consequentemente, não servimos ao Cordeiro Jesus, mas sim a nós mesmos. Ainda parte desta limitação sociológica, há outro fenômeno que aqui podemos chamar de narcisismo. É o desejo - e desenfreada busca – pela beleza pessoal e público reconhecimento da mesma. Não basta estar no centro das atenções, é necessário que todos saibam disto. O narcisismo é este elemento da anti-missão que faz com que nós trabalhemos e nos esforcemos para o Senhor e Sua obra, desde que sejamos reconhecidos pelos nossos pares, aplaudidos, elevados em pedestais. Tanto o hedonismo quanto o narcisismo corrompem não apenas a alma humana, sua integridade e santidade, mas também sua motivação. Há, portanto, muitas igrejas, pastores, líderes e missionários fazendo a coisa certa pela motivação errada. É necessário neste momento, percebermos, que o desejo do Senhor revelado em toda a Sua Escritura não é formar um povo-escravo para o serviço, nem mesmo um centro qualificado de produção, mas discípulos que o amam, que sejam apaixonados por Seus projetos, e que o sigam. O desejo de Deus não é tão somente nos tornar funcionais, mas santos; não apenas nos tornar produtivos, mas íntegros; não apenas nos tornar servos, mas filhos. A segunda limitação que temos ao refletir sobre a Igreja e sua natureza é uma limitação teológica, e me refiro aqui à teologia do serviço, ou teologia da missão. A maneira como nós compreendemos o nosso papel no Reino, e nos posicionamos em relação a ele. Para conversarmos sobre esta limitação leiamos o texto que se encontra em Atos 2: 37 a 47 37 Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? 38 Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. 39 Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. 40 Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. 41 Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. 42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. 43 Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. 44 Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. 46 Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, 47 Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. Atos é um livro teocrático, uma vez que foi escrito para evidenciar que Deus está no controle de todas as coisas. Ele é apresentado aqui neste livro como o Senhor absoluto da história, de nossas vidas e da Sua Igreja. Jamais se surpreende, jamais se corrompe. Esta imutabilidade do caráter de Deus é a certeza de que somos salvos. Atos é também um livro fidedigno por ter sido escrito de forma a nos mostrar que Deus cumpre todas as suas promessas. Inicia já no capítulo 2 com o cumprimento da promessa do Senhor Jesus de que enviaria o consolador, o parakletos que estaria com a Igreja para conduzi-la a Cristo. O Espírito Santo se manifesta, portanto, para a Igreja e a reveste de autoridade e poder para servir. Atos 2 pinta o quadro desta Igreja chamada segundo o coração de Deus. Perceberemos que ela é uma Igreja Koinônica (orientada pela comunhão dos santos); uma igreja Kerygmática (proclamadora do Nome acima de todo Nome); Martírica (que vive segundo aquilo que crê); Proséitica (que tem vida de oração); Escriturística (que ama e segue a Palavra); Diákona (com paixão pelo serviço); Poimênica (que pastoreia o seu povo); e por fim Litúrgica (cuja vida é a adoração do Pai). Antes de adentrarmos estes desafios bíblicos para nossos corações, podemos nos lembrar da teologia de John Knox quando ele defende que a ponte entre o conhecimento e a transformação é o quebrantamento. Ou seja, muito pode entrar em nossa mente, convencer-nos de verdades bíblicas profundas, mas este conhecimento gerará vidas transformadas somente se houver verdadeiro quebrantamento em nossos corações. E nem quebrantar a nós mesmos nós podemos. Por isto dependemos de Deus. Podemos orar pedindo ao Senhor: quebranta o meu coração para que as verdades da Sua Palavra sejam fogo transformador em nossa alma. KOINÔNICA – A IGREJA NASCIDA PARA AMAR E CONVIVER COM O DIFERENTE O verso 44 nos diz que “todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum”. A expressão “comum” aqui é koinos de onde temos koinonia, ou “comunhão”. Manifesta que a Igreja neste período histórico pós pentecostes era uma Igreja Koinônica. Não significa que a Igreja do primeiro século era homogênea. Ao contrário, eram extremamente distintos. Havia intelectuais e gente simples; judeus e gentios; jovens e velhos. Koinos significa que eles se amavam na diversidade. Que estavam tão deslumbrados com o Senhor Jesus que eram capazes de conviver com o irmão mais diferente, e com ele ter comunhão, porque havia Um que os unia. Indica que a razão maior da nossa desunião não é sociológica – a percepção do diferente e a intolerância com o mesmo – mas sim teológica, nossa própria carnalidade, desejo de sobressairmos, sobressair nosso pensamento, sobressair nossa denominação, sobressair nosso símbolo. Ao fim, o motivo maior da nossa desunião é espiritual, carência profunda de conhecermos mais a Cristo e sermos como Ele. O texto diz que esta Igreja louvava de casa em casa e no templo. O templo era o centro do culto formal (aqueles que gostam dos hinos sacros tocados ao piano de caldas) e as casas representavam os ajuntamentos informais (a turma do violão e dos cânticos contemporâneos, digamos assim). O verso 32 nos diz que era um só coração ( kardia, sentimentos) e uma só alma (psiche, pensamentos). Durante o encontro do CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas) em 2008, houve uma cena cativante no último dia. Era a ceia do Senhor. Irmãos de 47 etnias distintas, além dos não indígenas de várias nacionalidades, como uma pequena multidão de 1.200 pessoas ao redor da mesa de Cristo. Alguns cantavam, outros oravam, alguns traduziam o que estava acontecendo para a língua da sua etnia, e a mensagem era claríssima. Era como se todos declarassem: “somos diferentes, mas amamos a Jesus”. Divisões, partidarismo, esquemas de superioridade teológica ou prática no Corpo de Cristo sempre será um problema de ordem espiritual. É um reflexo, um triste sinal, de que não estamos deslumbrados com o Jesus ao ponto de sua simples presença ser o suficiente para encher nossos corações e amar profundamente os deslumbrados como nós. KERYGMÁTICA E MARTÍRICA – A IGREJA NASCIDA PARA AMAR E PROCLAMAR JESUS Nos versos 40 e 41, lemos que “com muitas palavras deu testemunho e exortava-os dizendo: salvai-vos desta geração perversa. Então, os que aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas”. Há duas palavras que andam de mãos dadas no Novo Testamento. Observei este importante detalhe durante o período de trabalho na tradução do Novo Testamento para a língua Limonkpeln de Gana. São elas Kerygma, normalmente traduzida por pregação ou proclamação (aponta para a proclamação audível e inteligível da mensagem), e martyria, traduzida por testemunho (modo de vida). Curiosamente sempre que uma delas aparece, a outra a acompanha, e isto em todo o Novo Testamento. Dá-nos, assim, a clara impressão de que na mente de Cristo Ele construía uma Igreja que pudesse proclamá-lo de forma audível e inteligível em todo o mundo, mas que ao mesmo tempo pudesse vivê-Lo. O Apóstolo Paulo parece ter compreendido bem esta parte da natureza da Igreja. Ele tanto ensina o povo de Deus que deve falar de Cristo a tempo e fora de tempo como grita a plenos pulmões: já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. O desejo de Cristo, portanto, é sermos uma Igreja que tenha fiel teologia e também vida devocional. Uma Igreja habilidosa mas também piedosa. Uma Igreja que prega a Palavra, mas que vive a Palavra que prega. Enfim, uma Igreja kerygmática e martírica. Um dos perigos imediato, e corruptor da natureza da Igreja é termos o melhor conteúdo, o melhor ministério, a mais expressiva Igreja, o mais relevante ensino, mas não termos vida com Deus. Isto nos leva à soberba, orgulho e arrogância. Mata o espírito, mata a fé, destrói a piedade e nos achamos em um vale seco onde nada se move; com estruturas lindas, mas sem vida com Deus; com colunas de mármore mas sem o Espírito Santo. Paradoxalmente, vida piedosa e espírito quebrantado, com sinceridade e devoção, sem um sólido ensino da Palavra, sem zelo pelas Escrituras, provocará uma enxurrada de ações, em nome de Deus, que não são de Deus. Este é outro perigo imediato, e igualmente corruptor da Igreja: buscarmos a piedade e vida com Deus, sem o temor e ensino da Palavra, produzindo, assim, uma Igreja dinâmica e crescente, mas antropocêntrica e herética. Uma das igrejas que mais cresce em Gana é chamada Igreja do Espírito Santo. É a Igreja mais missionária, evangelizadora e que se envolve com ações sociais. Mas esta Igreja crê que seu fundador é a encarnação do Espírito Santo na terra. Quando ele fala é o Espírito Santo quem fala. Portanto o desafio que temos é de não partirmos ao meio a nossa eclesiologia. É de termos uma boa doutrina, mas também uma vida piedosa; é conhecermos teologia, mas também praticarmos a fé cristã; é sermos kerygmáticos – que pregam em alto e bom som; mas também martíricos – que adoram o Nome acima de todo nome no secreto da sua casa; é sermos zelosos pelo culto e pelo texto bíblico, mas também colocarmos a mão no arado para o serviço e a missão. Um dos relatos que mais me desafiou nos últimos tempos foi o testemunho de um juiz federal – por assim dizer – no interior da China. Ele foi preso, acusado de ser um cristão que praticava a evangelização em sua pequena cidade. Para que fosse humilhado publicamente foi levado a pé e algemado por alguns policiais, de sua casa até a central de polícia. Quem observou aquela caminhada testemunhou que todos estavam cabisbaixos, envergonhados e constrangidos pela prisão de um homem de tamanha importância, e muito querido na sua cidade. A multidão por onde ele passava, os soldados que o conduziam, todos cabisbaixos. O único com a cabeça erguida era o juiz cristão, que a medida que caminhava levantava também suas mãos gritando: Eu amo o Senhor Jesus! DIÁKONA E POIMÊNICA – A IGREJA NASCIDA PARA SERVIR O verso 45 nos diz que “vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”. A expressão original para “à medida que” significa que os irmãos tinham olhos abertos para discernir onde e como poderiam servir. O conhecimento das Escrituras e verdadeira espiritualidade desembocam no serviço, na missão. As vezes compreendemos mal o conceito de missão e serviço. Servir a Cristo não é uma questão de desejo, oportunidade ou decisão pessoal. Servir a Cristo é uma questão de obediência. Se você estiver contente em servir ao Mestre, faça isto pela alegria que sente. Mas no dia em que faltarem alegria e prazer, sirva-o pela obediência. Isto porquê servir a Cristo não é um passeio no parque. Demanda, não raramente, morrermos mais e mais para nós mesmos. Ao nosso redor observamos em um relance ambientes de injustiça, situações de profunda carência humana e desconhecimento do Senhor Jesus. É neste plano que a Igreja é chamada para servir. Para denunciar a injustiça, para saciar a fome daquele que nada tem e para anunciar o precioso Nome de Jesus. CONCLUSÃO Voltamos às primeiras palavras. Os elementos da anti-missão – hedonismo e narcisismo – que são expressões da obra da carne,e que nos preterem de sermos a Igreja segundo o coração de Deus. A inércia que experimentamos não provém do nosso desconhecimento da necessidade humana ou do mandato de Deus, mas sim da nossa falta de paixão deslumbrante pelo Senhor Jesus. Há no mundo hoje mais de 2.000 povos que não conhecem sobre Jesus. Falam mais de 3.000 línguas e dialetos sem nada da Palavra em seus idiomas. No Brasil temos 121 etnias indígenas ainda pouco ou não evangelizadas, e 95 sem presença missionária. Há mais de meio milhão de ciganos em nossa pátria que não conhecem a Palavra. As tribos urbanas nas grandes cidades relativizam a vida e, ao contrário de se tornarem ateus, passam a crer em tudo. Vivem a procura de um deus utilitário para saciar uma sociedade humanista. Jim Eliott, mártir entre os Auca no Equador, em uma carta que escrevera à sua igreja na América do Norte, concluiu dizendo: “viva de tal forma, que ao chegar o dia da sua morte, nada mais tenha a fazer para Deus, a não ser morrer”. Fonte: [ Ronaldo e Rossana Lidório ] Via: [ Ministério Batista Bereia ]

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O que torna possível a reforma de uma Igreja? Por John Folmar

Plantar igrejas parece ser a obra mais importante em nossos dias. Mas eu diria que revitalizar igrejas existentes é, igualmente, importante para a causa do reino. De fato, revitalizar igrejas não saudáveis nos permite obter duas coisas como resultado de uma única obra. Não somente estabelecemos uma igreja reformada e vibrante para o evangelho, mas também eliminamos o testemunho medíocre que havia antes. Igrejas doentes são, como Mark Dever o afirmou, "forças antimissionárias terrivelmente eficazes". Elas anunciam à comunidade: isto é o cristianismo! O cristão é assim! Esses falsos anúncios difamam o evangelho e, na realidade, impedem a evangelização nas áreas adjacentes. Mas, quando uma igreja é transformada, o evangelho prospera enquanto a comunidade é confrontada com um genuíno testemunho coletivo a favor de Cristo. Já testemunhei duas reviravoltas em igrejas: uma em Louisville (Kentucky) e a outra em Dubai (Emirados Árabes). Em ambos os casos, as igrejas foram completamente transformadas, desde a pregação até a adoração coletiva, a cultura da igreja e ao impacto evangelístico na vizinhança. Em ambas as reviravoltas, ainda que eu não possa reivindicar crédito por nenhuma delas, desfrutei do privilégio de ver pessoalmente a mudança radical de uma igreja. O que tornou estas reforma de igreja possíveis? Pregação A forca impulsionadora que está por trás de qualquer reforma verdadeira será a Palavra de Deus. À medida que a Palavra manifesta seu poder em uma congregação, ela amolece o solo endurecido e produz mudança espiritual. Em Dubai, havia membros fiéis que trabalharam por anos, mas obtiveram poucos resultados. Não eram nutridos consistentemente por sermões semanais. Tentativas ousadas foram feitas para fortalecer a congregação, mas faltava algo. No entanto, quando a pregação se tornou consistentemente expositiva e centrada no evangelho, foi como se alguém jogasse um fósforo acesso em gasolina. O ministério se multiplicou. Quando a igreja começou a mudar, um membro antigo comparou a pregação com um fogo de artilharia semanal. O bater constante da Palavra amoleceu a oposição e abriu caminhos para que um ministério mais frutífero acontecesse em todo o corpo de membros. O púlpito tem de liderar um esforço de reforma de uma igreja. E isso implica em pregação expositiva com ênfase no evangelho e aplicação criteriosa à vida da igreja, especialmente àquelas áreas que precisam de mudança. Se o púlpito não estiver firmemente por trás deste esforço, os reformadores talvez estejam desperdiçando seu tempo. É melhor mudar para um lugar onde a Palavra já está sendo pregada corretamente e perceber como aquele ministério pode ser apoiado. Providência Igrejas moribundas serão vivificadas somente se Deus estiver em ação ali. Anos atrás, em Louisville, uni-me a uma igreja velha cujo ministério definhava por várias razões. Pessoas velhas predominavam na igreja, muitas delas ministrando com fidelidade, mas sem liderança pastoral. Os mais novos tinham desertado da igreja havia muito tempo; e eu podia entender o motivo. Além da lealdade familiar, poucas coisas os mantinham ali. A pregação consistia principalmente de histórias rústicas sem qualquer exposição bíblica séria. A igreja era mais norteada pela cultura do que pela teologia. E a cultura contemporânea se mudara para lá. Na providencia de Deus, havia outra igreja nas proximidades (uma igreja que se reunia numa escola). Nesta o evangelho era proclamado com clareza. Esta igreja mais nova tinha vida, energia e sã doutrina, mas não tinha raízes na comunidade, nem prédios. A solução óbvia era unir as duas congregações. Inicialmente, a ideia de unir as duas igrejas foi rejeitada pela igreja mais velha e necessitada. Eles eram muito diferentes na teologia, na música, na cultura e em outros aspectos. Mas Deus começou a remover soberanamente os oponentes da união e mudou aos poucos o coração das pessoas, para que a nova igreja surgisse. Como noite e dia – de oposição rígida para aprovação quase unânime da congregação –, em sua providência Deus cuidou para que uma nova obra começasse ali, em Louisville, uma igreja que continua vibrante e unida até hoje. Há muitas forças dispostas contra a reviravolta de uma igreja local, que nunca acontecerá se Deus não a fizer acontecer. O cuidado providencial de Deus é essencial à reforma da igreja; é por isso que a oração é crucial. Companheirismo Procure não fazer isto sozinho. A reforma da igreja pode ser desgastante, ingrata e desencorajadora. O tempo para isso não é medido em meses, e sim em anos. E uma reforma espiritual profunda não é rápida. Deus usa os meios comuns de graça para dar crescimento e mudar seu povo. Igrejas melindrosas podem se tornar impacientes; e, em tempos difíceis, é bom ter amigos. Quando comecei a pastorear em Dubai, havia um presbítero que pensava como eu e me encorajou bastante quando os tempos se tornaram árduos. Ele era perito em identificar evidências de graça, mesmo quando eu prosseguia com dificuldade em meio aos meus erros pastorais e às interrupções inevitáveis que acompanham a reforma da igreja. Quando elementos cruciais da reforma estavam em perigo, ele estava lá para dar ajuda na hora certa. Se possível, compartilhe com outros antes de atirar-se impetuosamente numa situação de reforma. Não vá sozinho. Valorize o identificar homens que respondem ao ministério e integre sua vida à deles. Considere isto uma prioridade fundamental: treinar homens da congregação que um dia serão presbíteros e companheiros no ministério. Paciência Quantos pastores já foram demitidos porque introduziram mudanças antes que a igreja estivesse pronta? Quantos esforços de reforma já estiveram em perigo por conta da impaciência dos líderes que, talvez, sabiam a coisa certa a fazer, mas falharam em gastar tempo ensinando, orando e servindo as pessoas, para que ganhassem sua confiança e as convencessem dos pontos que necessitavam de reforma? Lembre a exortação de Paulo a Timóteo: "Corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina" (2 Tm 4.2). Somente porque você sabe quais são os problemas, isso não significa que eles devem ser resolvidos imediatamente. Quando comecei a pastorear em Dubai, alguém me lembrou proveitosamente que a igreja não era "minha". Em outras palavras, as pessoas que estavam ali e seu estado de maturidade espiritual eram o fruto do ministério de outro pastor, e não de meu próprio ministério. Eu não podia chegar e esperar que a igreja adotasse imediatamente as minhas opiniões sobre a vida da igreja e o ministério. Isto me deixou livre para servir com alegria as pessoas que nem sempre compartilhavam de minhas convicções sobre a Bíblia ou sobre o ministério. Mas, depois de poucos anos, o quadro começou a mudar. Adote uma perspectiva de longo prazo no que diz respeito à reforma da igreja. Ajuda-nos ter um horizonte de tempo de dez a vinte anos. Com uma perspectiva de longo prazo, podemos priorizar mais pacientemente as áreas da vida da igreja que necessitam de mudança. Podemos agir mais alegremente em um ambiente de ministério imperfeito quando pedimos às pessoas que tolerem as nossas fraquezas pessoais. No entanto, existem duas coisas que um pastor pode mudar de imediato, ao chegar em uma nova igreja: a pregação e a recepção de membros na igreja. Num dia, você pode exaltar a autoridade das Escrituras pela maneira como você prega, extraindo os pontos explicitamente do próprio texto bíblico e mostrando que você se rege por ele. Segundo, você pode começar imediatamente a fazer entrevistas com os novos membros, quando eles chegam. Desta maneira, você pode: - Assegurar-se, no melhor de sua habilidade, de que eles são crentes genuínos; - Assegurar-se de que eles podem articular o evangelho; - Definir suas expectativas quanto ao membros da igreja; - Começar a estabelecer um relacionamento pastoral com os novos membros que estão chegando, um relacionamento que no decorrer do tempo afetará a complexão da igreja como um todo. Poucas coisas são melhores do que ver pessoalmente uma reforma na igreja Em conclusão, há poucas coisas que são melhores do que ver uma mudança na igreja, de igreja fraca e irrelevante para igreja vibrante e bíblica. A única maneira como isso pode ocorrer é pela pregação correta da Palavra de Deus. Contudo, alguns esforços de reforma fracassam apesar da fidelidade no púlpito; o Senhor tem de estar em ação para mudar o rumo das coisas. É provável que você seja bem sucedido a longo prazo se tiver alguns irmãos que labutam com você na obra. No entanto, mesmo com todas essas coisas, você tem de adotar a abordagem de longo prazo para a reforma da igreja. "Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima" (Tg 5.7-8)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Cristo Entre os Publicanos e Pecadores

Cristo pregando junto ao mar (v. 13), para onde Ele foi à procura de espaço, porque julgou, depois da segunda experiência, que não havia casa ou rua suficientemente grande para comportar os seus ouvintes; mas à praia poderiam vir quantos quisessem. Com isso, podemos entender que o nosso Senhor Jesus tinha uma voz forte, e podia falar alto, e o fazia; pois “a sabedoria clama” nos lugares onde o povo se reúne. Aonde quer que Ele fosse, ainda que junto ao mar, multidões o seguiam. Onde quer que a doutrina de Cristo seja fielmente pregada, ainda que levada aos lugares mais longínquos do mundo, ou aos desertos, nós devemos segui-la.

Cristo convocando Levi – que se chamava Mateus e trabalhava na alfândega em Cafarnaum, razão pela qual ele era chamado de “publicano”. O seu trabalho o fixou junto ao mar, e para ali Cristo foi, para encontrá-lo, e para convocá-lo. Aqui está dito que esse Levi era “filho de Alfeu”, ou Clopas, marido daquela Maria que era irmã ou parente próxima de Maria de Nazaré (Jo 19.25); se isso for verdade, ele seria irmão de Tiago, o menor; e de Judas, e de “Simão, o Zelote”, de modo que havia quatro irmãos entre os apóstolos. É provável que Mateus fosse apenas um jovem extravagante, caso contrário, sendo um judeu, ele nunca teria se tornado um publicano. Apesar disso, Cristo o chamou para que o seguisse. Paulo, embora fosse fariseu, tinha sido um dos maiores pecadores, e ainda assim, foi chamado para ser um apóstolo. Com Deus, através de Cristo, existe misericórdia para perdoar os maiores pecados, e graça para santificar os maiores pecadores. Mateus, que tinha sido um publicano, tornou-se um evangelista, o primeiro a escrever sobre a vida de Cristo, tendo feito isso da maneira mais completa. Grandes pecados e escândalos antes da conversão não são obstáculos para grandes dons, graças e progressos mais tarde; pois assim Deus pode ser ainda mais glorificado. Cristo se antecipou a ele, com esse chamado. Normalmente Jesus era procurado ara as curas do corpo, mas nessas curas espirituais, Ele encontrava aqueles que não o procuravam. O grande mal e o grande perigo da doença do pecado é o fato de que aqueles que estão sujeitos a ele não desejam ser curados.

A sua conversa familiar com “publicanos e pecadores” (v. 15). Aqui lemos:
  1. Que Cristo sentou-se para comer na casa de Levi, que o convidou e aos seus discípulos para o jantar de despedida que ele ofereceu aos seus amigos, quando abandonou tudo para servir a Cristo. Ele ofereceu esse banquete, como Eliseu (1 Rs 19.21), para mostrar não somente com que alegria em si mesmo, mas também com que gratidão a Deus, ele abandonava tudo, obedecendo ao chamado de Cristo. De maneira muito adequada, ele fez, do dia da sua adesão a Cristo, um dia de festa. Isto também era um testemunho do seu respeito por Cristo, e do sentimento de gratidão que ele tinha, devido à sua bondade de retirá-lo da alfândega, como um ramo que é retirado de uma fogueira.

  2. Que “muitos publicanos e pecadores” se sentaram à mesa em Cristo na casa de Levi (pois havia muitos que trabalhavam naquela alfândega), e o seguiram. Alguns entendem que eles seguiram a Levi, supondo que, como Zaque, ele fosse o principal dos publicanos, e além disso, fosse rico, e por esta razão os inferiores o seguiam por qualquer coisa que pudessem obter. Eu prefiro interpretar que eles seguiam a Jesus por causa das notícias que tinham ouvido a respeito dele. Eles não deixaram tudo, pelas suas consciências, para segui-lo, mas pela curiosidade eles vieram à festa de Levi, para vê-lo; o que quer que os tivesse levado até ali, eles estavam sentados com Jesus e seus discípulos.

Os publicanos são, aqui e em outras passagens, considerados como pecadores, os piores pecadores.

  • Porque, normalmente, eles o eram, tão generalizada era a corrupção na realização desse trabalho; oprimindo, exigindo, aceitando subornos ou acréscimos aos impostos, e fazendo falsas acusações (Lc 3.13,14, versão RA). Um publicano honesto era algo tão raro, até mesmo em Roma, que um certo Sabino, que tinha uma boa reputação nesse trabalho, foi, depois da sua morte, honrado com esta inscrição: Kalos telonesanti – Aqui jaz um publicano honesto.

  • Porque os judeus sentiam uma particular antipatia por eles e pelo seu trabalho, por ser uma afronta à liberdade da sua nação e uma maneira da sua escravidão, e por essa razão eles os chamavam por nomes feios, e julgavam escandaloso ser visto em companhia deles. O nosso Senhor, quando se manifestou em semelhança de carne pecaminosa (se bem que Ele jamais pecou), gostava de conversar com esse tipo de pessoas.

Como os escribas e fariseus se ofenderam com isso (v. 16). Eles não vieram para ouvi-lo pregar, como o que poderiam ter sido convencidos e edificados, mas vieram, pessoalmente, vê-lo sentar-se com os publicanos e os pecadores, com o que se sentiram provocados. Eles se empenharam em depreciar o Mestre perante os seus discípulos, como sendo um homem de santidade e moral que não estavam de acordo com o seu caráter, e desta maneira, fizeram aos discípulos a seguinte pergunta: “Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores?” Observe que não é novidade que aquilo que é bem feito, e que tem um bom propósito, seja deturpado, e voltado para a reprovação dos melhores e mais sábios homens.

A justificação que Cristo faz acerca de si mesmo (v. 17). Ele confirmou o que tinha feito, e não se retirou, embora os fariseus estivessem ofendidos, como fez Pedro, mais tarde (Gl 2.12). Note que prezam demais o seu bom nome aqueles que, para preservá-lo perante algumas pessoas agradáveis, recusam um bom trabalho. Cristo não faria isso. Eles pensavam que os publicanos deviam ser odiados. “Não”, disse Cristo, “eles devem ter a nossa misericórdia; eles estão enfermos e precisam de um médico; eles são pecadores, e precisam de um Salvador”. Eles pensaram que o caráter de Cristo o separaria deles. “Não”, disse Cristo, “a minha missão me dirige a eles; eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento. Se o mundo tivesse sido justo, não haveria motivo para a minha vinda, fosse para pregar o arrependimento, ou para comprar a remissão. Eu fui enviado para um mundo pecador, e por isso o meu trabalho está junto àqueles que são os maiores pecadores”. Ou: “Eu não vim para chamar os justos, os orgulhosos fariseus que se julgam justos, e que perguntam: ‘Em que havemos de tornar?’ (Ml 3.7) e ‘De que devemos nos arrepender?’ Mas Eu vim para chamar os pobres publicanos, que se julgam pecadores, e que se alegram por terem sido convidados e incentivados ao arrependimento”. É bom lidar com aqueles em quem há esperança. “Maior esperança há no tolo do que em um homem que é sábio aos seus próprios olhos” (Pv 26.12).

Fonte: Comentário Bíblico Matthew Henry – Mateus a João (Editora CPAD), p. 412-413

Ministério Social da Igreja

O aspecto da responsabilidade social da Igreja era a assistência social. A Igreja, segundo a teologia social de Calvino, deveria envolver-se ela mesma no cuidado dos pobres, dos órfãos e das viúvas — enfim, dos necessitados. E isto sem fazer distinção entre os da igreja e os de fora. Ou seja, a assistência social da Igreja deveria contemplar inclusive os estrangeiros e refugiados que chegavam a Genebra.

O ensino de Calvino sobre este ponto é vasto. Ele trata do uso e desfruto dos bens materiais, e se dedica especialmente a expor o ensino bíblico sobre o pobre e o rico, e sobre a prática das esmolas. O órgão encarregado do ministério social da Igreja, diz Calvino, é o diaconato . Foi Calvino quem primeiro resgatou esta função bíblica do ofício diaconal. Ele ensinou que os diáconos eram ministros eclesiásticos, encarregados de toda a assistência social da Igreja (Atos 6.1-7), e como tal, deveriam ser eleitos conforme as regras estabelecidas por Paulo em 1 Timóteo 3.8-13.

Até hoje em algumas igrejas Reformadas a administração financeira da Igreja e o uso dos recursos para a assistência aos pobres e necessitados é atribuição da junta diaconal. Segundo Calvino essa assistência era para os que não tinha nenhum tipo de renda.


por J. Calvino

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Lutando Contra o Pecado - por Pr. Miranda

Lutemos contra o pecado, ele crescerá forte e vigorosamente, e nosso progresso espiritual será constantemente impedido. Como Está o seu progresso Espíritual? Quando o Pecado chega ele não demora, ele não tem pressa para sair Ele semeia todo o nosso ser O pecado toma o lugar de Deus O pecado dominar todos os nosso a fetos que tínhamos por Deus O pecado impede o nosso progresso espiritual O Breve Catecismo, em sua questão de número dezesseis, o define como sendo “... qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão desta lei.” Nem ofereçais ao pecado os membros de vosso corpo. Rm 6.1-14 Uma vez que o pecado haja adquirido o domínio de nossa mente, todas as nossas faculdades são imediatamente aplicadas ao seu serviço. O apóstolo, pois, descreve aqui o reinado do pecado através de suas conseqüências, a fim de enfatizar mais nitidamente que curso devemos seguir, caso desejemos desvencilhar-nos de seu jugo. E há razão para tal atitude, ou seja: visto que nossa vida anterior foi destruída, não foi em vão que o Senhor nos criou outra, para que nossas ações estejam em harmonia com ela. Há três coisas importantes no contendermos com o pecado. São as seguintes: 1) Precisamos conhecer nosso inimigo e estar determinados a destruí-lo por todos os meios possíveis – Não é no fato de estarmos na graça que vamos esquecermos dos nossos inimigos (Rm 6.1-4) . Temos que lembrar que estamos num conflito acirrado e árduo, um conflito que tem sérias consequências. Precisamos estar alertas "conhecendo cada um a chaga do seu coração" (1 Reis 8:38). Precisamos guardar-nos de pensar levianamente nessa chaga. E de se lamentar que muitos tenham tão pouco conhecimento do grande inimigo que levam com eles nos seus corações. Isso os torna dispostos a se justificarem e a ficarem impacientes com qualquer reprovação ou admoestação, não se apercebendo de que estão correndo perigo (veja 2 Cron. 16:10). Ao referir-se aos nossos membros como instrumentos, o apóstolo está usando uma metáfora militar, como se quisesse dizer que assim como um soldado tem seus braços sempre em prontidão para fazer uso deles sempre que seu general lhe ordene, mas que jamais os usa a não ser que receba ordem de assim o fazer, também os cristãos devem considerar todos os seus membros como armas de guerra espiritual. Se, pois, impedem o uso apropriado de qualquer de seus membros, então se acharão engajados no serviço do pecado. 2) Precisamos nos esforçar para aprender os modos de agir de nosso inimigo – É necessário tomarmos conhecimento de suas ações – (Rm 6.5-8) suas estratégias e os métodos de combate que ele emprega, as vantagens que ele procura obter e, até mesmo, detectar as ocasiões quando o seu ataque é mais bem sucedido. Quanto mais soubermos estas coisas, melhor estaremos preparados para lutar e contender com o pecado. Por exemplo: se observarmos que o inimigo repetidamente se aproveita de nós, e leva vantagem, em determinada situação, então procuraremos evitar essa situação. Precisamos buscar a sabedoria do Espírito contra as ciladas do pecado que habita em nós, para que possamos rapidamente discernir as sutilezas do nosso inimigo e frustrar seus planos maus contra nós. Todavia, eles fizeram um voto de servir a Deus e a Cristo, e se vêem atados ao mesmo. Acham-se, pois, sob a obrigação de refrear toda a sua conduta nas esferas do pecado. Então, que todos aqueles, cujos membros se acham plenamente dispostos a cometer todo gênero de abominação, como se fossem eles prostitutas de Satanás, considerem aqui com que direito reivindicarão ainda o nome de cristãos. 3) Precisamos empenhar-nos diariamente para utilizar todos os meios que Deus ordenou para ferir e destruir o nosso inimigo – Viver Para Deus – Não dar vão para ele – Considerar-se morto para o pecado (Rm 6.9-13) (alguns desses serão mencionados mais adiante). Jamais devemos permitir que sejamos conduzidos a uma falsa segurança, pensando que nossos desejos pecaminosos já estão mortos devido estarem quietos. Em vez disso precisamos aplicar-lhes novos golpes e surras todos os dias (veja -Col. 3:5; Efésios 6). Ao contrário disto, o apóstolo nos convida a dedicarmo-nos totalmente a Deus, de modo a podermos refrear nossos corações e mentes de vaguearem por onde as luxúrias da carne queiram conduzir-nos. A nossa busca deve ser direcionada unicamente para a vontade de Deus, sendo solícitos em receber seus mandamentos e estando sempre preparados a obedecer às suas ordens. Nossos membros, igualmente, devem ser dedicados e consagrados à sua vontade, de modo que todas as nossas faculdades, tanto da nossa alma como do corpo, aspirem tão-somente a sua glória. Conclusão: Romanos 6.14-16 Sucesso na nossa oposição e no nosso conflito com o pecado que habita em nós. Quando há freqüente sucesso contra qualquer desejo mau, isso é uma outra evidência da mortificação do pecado. Por sucesso queremos significar uma vitória sobre ele, acompanhada da intenção de dar sequência a essa vitória e atacar novamente. Por exemplo: quando o coração detecta as ações do pecado que habita em nós (procurando nos seduzir, nos atiçar, influenciar nossa imaginação, etc) ele imediatamente ataca o pecado, o expõe à lei de Deus e ao amor de Cristo; ele o condena e o executa. Quando uma pessoa experimenta tal sucesso e sabe que a raiz do desejo mau foi, na verdade, enfraquecida, e que sua atividade foi contida de modo que não pode mais impedi-lo de cumprir o seu dever ou interromper sua paz como acontecia antes, então o pecado foi, em considerável medida, mortificado. Este enfraquecimento da raiz do desejo mau é realizada principalmente pela implantação, continuidade e cultivo constante da vida espiritual da graça, que se coloca em oposição direta ao desejo mau, e lhe é destruidor. Desse modo, pela implantação e pelo crescimento da humildade, o orgulho será enfraquecido. Da mesma maneira, a paciência tratará da paixão; a pureza da mente e da consciência cuidará da impureza; a mente celestial porá fim ao amor deste mundo, enfraquecendo dia a dia o desejo de pecar, e assim por diante. O princípio ensinado aqui vale para qualquer época e qualquer cultura. Ele ensina que não importa quão valiosa uma coisa possa representar para nós. Se ela se configurar em algum tipo de armadilha a ponto de nos levar a tropeçar, então é preciso ficar livre dela, em função da preservação do que Deus requer de nós, ou seja, que sejamos achados “puros, imaculados, sem defeito” Ef. 5. 27.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Conseqüência da Queda - por Pr. Miranda

Em Adão e Eva toda raça humana sofre as conseqüências do pecado dos nossos primeiros pais A Queda Devido aos efeitos da queda (de Adão) na mente e na vontade, a condição espiritual do homem por natureza é a de morto em delitos e pecados, escravizado ao pecado, completamente incapaz e indisposto de vir a Deus – “Não há quem entenda, não há quem busque a Deus” – Romanos 3.11 (1 Coríntios 2:14, Romanos 8:7, João 3:19), e debaixo estão debaixo da ira de Deus. (Efésios 2:1-3; Tito 3:3; 2 Timóteo 2:26). Como tal, o homem é absolutamente incapaz de se salvar, ou até mesmo de cooperar com Deus em sua salvação. Ele não possui a inclinação, desejo ou capacidade de se voltar para Deus, visto que ele ama e prefere mais as trevas do que a luz. Visto que o homem é depravado por natureza e, portanto, fará inevitavelmente escolhas de acordo com esta natureza, seu "livre-arbítrio" sempre escolherá rejeitar a Deus, aparte da graça de Deus. Sé mesmo o ato de misericórdia de Deus para dar vida aos que estão mortos em seus delitos e pecados.

O Reino de Cristo - Escrito por: Steve C. Halbrook

A frase “o reino de Deus” tem significados diferentes, dependendo do contexto. Para um tratamento completo da doutrina do reino de Deus, veja The Kingdom of God de Brian Schwertley] Existem pessoas que creem que a declaração de Cristo “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18.36b) significa que o reino de Deus está estreitamente confinado a coisas como céu, o indivíduo, e/ou a igreja; como tal, o reino de Cristo não tem nada a ver com os reinos deste mundo. Mas essa visão têm vários problemas. Primeiro, não existe razão para insistir que “deste mundo” signifique “nada a ver com o mundo”. Os discípulos de Cristo estão no mundo, mas “não são do mundo” (João 15.19b). Dessa forma, “o mundo” em João 15 não exclui os discípulos de Cristo de estarem envolvidos com o mundo. Nem significa que eles não devem trabalhar, pela graça de Deus, para transformar o mundo — e de fato, a Grande Comissão requer que os discípulos de Cristo tentem fazer exatamente isso (Mt 28.18-20). Segundo, embora o reino de Cristo não seja deste mundo, ele está sobre este mundo: “O SENHOR tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo” (Salmos 103.19) (ênfase minha). Cristo, dessa forma, é Rei sobre o mundo (1Tm 6.15; cf. Ef 1.20-22). O mesmo Cristo que disse a Pilatos “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18.36b) também disse a Pilatos “Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado” (João 19.11b). O reino dos homens está subordinado ao reino de Deus: Esta sentença é por decreto dos vigias, e esta ordem por mandado dos santos, a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até ao mais humilde dos homens constitui sobre ele. (Daniel 4.17) A Grande Comissão reconhece que o reino de Cristo é sobre o mundo: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). É porque os reinos terrenos estão subordinados ao reino de Deus, e por isso devem se submeter a este, que Pilatos pecou em seu tratamento para com Jesus. Como Jesus disse a Pilatos em João 19.11c, “Mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem”. Havia um pecado maior que o de Pilatos, mas a despeito disso Pilatos havia pecado. Por outro lado, se o reino de Deus não tem nada a ver com este mundo, então os reinos terrenos não teriam nenhuma responsabilidade moral diante de Deus, e portanto Pilatos não teria pecado. Terceiro, “deste mundo” tem a ver com fonte de poder. “O reino de Cristo não deriva a sua origem do mundo” [1] — assim, o reino de Cristo não é deste mundo no sentido que ele não existe a partir do mundo. De fato, o mesmo versículo que diz “Meu reino não é deste mundo” continua para dizer a mesma coisa — “mas o meu reino não é daqui” (Jo 18.36d). “Pelo contrário, o seu reino foi lhe dado por seu Pai (Dn 7,14)”, [2] e portanto, Deus tem tudo a ver com governo civil. Quarto, em João 18.36 também lemos: “Se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus”. Alguns interpretam isso como significando que os governantes não podem usar a espada para fazer cumprir as leis civis de Deus. Mas devemos rejeitar isso de pronto, visto que os governantes são obrigados a usar a espada para punir os malfeitores de acordo com as exigências de Deus (Rm 13.4). É verdade que os servos de Cristo “não ‘pelejam’ para estabelecer o Seu reino, ou mesmo para espalhar o Seu reino sobre a terra”.[3] O reino de Cristo avança “pelo Espírito Santo regenerando pecadores à medida que o evangelho é proclamado: ‘Não por força, mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos’ (Zc 4.6)”.[4] “Isso, contudo, não significa que o Estado não deve proteger o reino de Cristo de ataques, pois os magistrados civis devem garantir que o povo de Deus possa viver ‘uma vida quieta e sossegada, em toda piedade e honestidade’ (1Tm 2.2)”.[5] Observemos a razão que Jesus dá para dizer que os seus servos pelejariam se o Seu reino fosse deste mundo: “Se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus” (ênfase minha). Nada há nessa razão que se oponha a fazer cumprir a lei civil bíblica, visto que fazer cumprir a lei civil bíblica e impedir Jesus de ser entregue aos judeus são dois conceitos inteiramente diferentes. Em outras palavras, o uso da espada pelos servos de Jesus para impedir que Jesus fosse entregue aos seus inimigos e o uso da espada pelo Estado para reforçar a justiça de Deus não são a mesma coisa. Talvez a razão pela qual Cristo conecta um reino terreno com os Seus servos lutando para impedi-lo de ser entregue aos judeus é que se ele fosse um mero rei terreno, e seus inimigos o destruíssem, o seu reino cessaria de existir. O único recurso seria os seus servos lutarem, para protegerem o seu rei e o seu reino. Mas Cristo não é um mero rei terreno; sendo Deus, ele governa sobre todos. Ele ser entregue aos judeus era parte do plano soberano de Deus, e dessa forma os inimigos de Cristo não podiam fazer nenhum dano ao Seu reino. Assim, não havia necessidade dos servos de Cristo lutarem para impedi-lo de ser entregue aos judeus. Devemos adicionar que tivesse os discípulos de Cristo impedido a sua crucificação com uma revolta armada, de modo algum haveria qualquer base para o aspecto-igreja do reino avançar, visto que o avanço desse reino depende da obra salvadora de Cristo. Quinto, aqueles que consistentemente enfatizam a ideia de que os cristãos nunca deveriam ter algo a ver com a espada devem ser pacifistas em toda situação concebível. Isso significaria o absurdo de não haver qualquer base moral para os cristãos se envolverem com o governo civil, guerra justa, autodefesa, e defesa de outros. Sexto, e finalmente, não esqueçamos a Oração do Senhor, que menciona “Pai Nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.9b-10). Dessa forma, os cristãos devem desejar ver que todos os homens na terra – o que inclui os governantes civis – reconheçam e se submetam ao Reino de Deus. Assim, sustentar que o reino de Cristo não tem nada a ver com os reinos deste mundo é negar a própria Oração do Senhor. [1] Daniel F. N. Ritchie, A Conquered Kingdom: Biblical Civil Government (Saintfield, Northern Ireland: Reformed Worldview Books, 2008), 92.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Os Cinco Pontos do Calvinismo à Luz das Escrituras

Um teólogo holandês chamado Jacob Hermann, que viveu de 1560 a 1609, era melhor conhecido pela forma latinizada de seu último nome, Arminius. Ainda que educado na tradição reformada, ele se inclinou para as doutrinas humanistas de Erasmo, porque tinha sérias dúvidas a respeito da graça soberana (de Deus), como era ensinada pelos reformadores. Seus discípulos, chamados arminianos ou sectários de Arminius, disseminaram o ensino de seu mestre. Alguns anos depois da morte de Arminius, eles formularam sua doutrina em cinco pontos principais, conhecidos como Os Cinco Pontos do Arminianismo. Pelo fato de as igrejas dos Países Baixos, em comum com as principais Igrejas Protestantes da Europa, subscreverem as Doutrinas Reformadas da Bélgica e as Confissões de Heidelberg, os arminianos resolveram fazer uma representação ao Parlamento Holandês. Este protesto contra a Fé Reformada, cuidadosamente escrito, foi submetido ao Estado da Holanda, e, em 1618, um Sínodo Nacional da Igreja reuniu-se em Dort para examinar os ensinos de Arminius à luz das Escrituras. Depois de 154 calorosas sessões, que consumiram sete meses, Os Cinco Pontos do Arminianismo foram considerados contrários ao ensino das Escrituras e declarados heréticos. Ao mesmo tempo, os teólogos reafirmaram a posição sustentada pelos Reformadores Protestantes como consistente com as Escrituras, e formularam aquilo que é hoje conhecido como Os Cinco Pontos do Calvinismo (em honra do grande teólogo francês, João Calvino). Ao longo dos anos, a estudada resposta do Sínodo de Dort às heresias arminianas tem sido apresentada na forma de um acróstico formado pela palavra TULIP. Daí o nome deste pequeno livro. Os Cinco Pontos do Calvinismo são: T Total Depravity Depravação Total U Unconditional Election Eleição Incondicional L Limited Atonement Expiação Limitada I Irresistible Grace Graça Irresistível P Perseverance of Saints Perseverança dos Santos Uma vez que vamos examinar, pormenorizadamente, aquilo que os teólogos reformados de Dort querem dizer com os Cinco Pontos cio Calvinismo, retro referidos, consideremos primeiro, sumariamente, os Cinco Pontos do Arminianismo. 1.VONTADE LIVRE : O primeiro ponto do arminianismo sustenta que o homem é dotado de vontade livre. 1.1. Os reformadores reconhecem que o homem foi dotado de vontade livre, mas concordam com a tese de Lutero — defendida em sua obra “A Escravidão da Vontade” —, de que o homem não está livre da escravidão a Satanás. 1.2. Arminius acreditava que a queda do homem não foi total, e sustentou que, no homem, restou bem suficientemente capaz de habilitá-lo a querer aceitar Cristo como Salvador. 2.ELEIÇÃO CONDICIONAL 2.1. Arminius ensinava também que a eleição estava baseada no pré-conhecimento de Deus em relação àquele que deve crer. 2.2. Em outras palavras, o ato de fé, por parte do homem, é a condição para ele ser eleito para a vida eterna, uma vez que Deus previu que ele exerceria livremente sua vontade, num ato de volição positiva para com Cristo. 3.EXPIAÇÃO UNIVERSAL 3.1. Conquanto a convicção posterior de Arminius fosse a de que Deus ama a todos, de que Cristo morreu por todos e de que o Pai não quer que ninguém se perca, ele e seus seguidores sustentam que a redenção (usada casualmente como sinônimo de expiação) é geral. Em outras palavras: 3.2. A morte de Cristo oferece a Deus base para salvar a todos os homens. 3.3. Contudo, cada homem deve exercer sua livre vontade para aceitar a Cristo. 4.A GRAÇA PODE SER IMPEDIDA 4.1. O arminiano, em seguida, crê que uma vez que Deus quer que todos os homens sejam salvos, ele envia seu Santo Espírito para atrair todos os homens a Cristo. 4.2. Contudo, desde que o homem goza de vontade livre absoluta, ele pode resistir à vontade de Deus em relação a sua própria vida. (A ordem arminiana sustenta que, primeiro, o homem exerce sua própria vontade e só depois nasce de novo.) 4.3. Ainda que o arminiano creia que Deus é onipotente, insiste em que a vontade de Deus, em salvar a todos os homens, pode ser frustrada pela finita vontade do homem como indivíduo. 5.O HOMEM PODE CAIR DA GRAÇA 5.1. O quinto ponto do arminianismo é a conseqüência lógica das precedentes posições de seu sistema. 5.2. O homem não pode continuar na salvação, a menos que continue a querer ser salvo. O CONTRASTE Quando contrastamos estes Cinco Pontos do Arminianismo com o acróstico TULIP, que forma os Cinco Pontos do Calvinismo, torna-se claro que os cinco pontos deste são diametralmente opostos aos daquele. Para que possamos ver claramente as “linhas de batalha” traçadas pelas afiadas mentes de ambos os lados, comecemos por fazer um breve contraste entre as duas posições à base de ponto por ponto. PONTO 1 1.1.O arminianismo diz que a vontade do homem é ‘livre’ para escolher, ou a Palavra de Deus, ou a palavra de Satanás. A salvação, portanto, depende da obra de sua fé. 1.2.O calvinismo responde que o homem não regenerado é absolutamente escravo de Satanás, e, por isso, é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade livremente (para salvar-se), dependendo, portanto, da obra de Deus, que deve vivificar o homem, antes que este possa crer em Cristo. PONTO 2 2.1.Arminius sustentava que a ‘eleição’ é condicional, enquanto os reformadores sustentavam que ela é incondicional. Os arminianos acreditam que Deus elegeu àqueles a quem ‘pré-conheceu’, sabendo que aceitariam a salvação, de modo que o pré-conhecimento [de Deus] estava baseado na condição estabelecida pelo homem. 2.2 Os calvinistas sustentam que o pré-conhecimento de Deus está baseado no propósito ou no plano de Deus, de modo que a eleição não está baseada em alguma condição imaginária inventada pelo homem, mas resulta da livre vontade do Criador à parte de qualquer obra de fé do homem espiritualmente morto. 2.3 Dever-se-á notar ainda que a segunda posição de cada um destes partidos (arminianos e calvinistas) é expressão natural de suas respectivas doutrinas a respeito do homem. Se o homem tem “vontade livre”, e não é escravo nem de Satanás nem do pecado, então ele é capaz de criar a condição pela qual Deus pode elegê-lo e salvá-lo. Contudo, se o homem não tem vontade livre, mas, em sua atual situação, é escravo de Satanás e do pecado, então sua única esperança é que Deus o tenha escolhido por sua livre vontade e o tenha elegido para a salvação. PONTO 3 Os arminianos insistem em que a expiação (e, por esta palavra, eles significam ‘redenção’) é universal. Os calvinistas, por sua vez, insistem em que a Redenção é parcial, isto é, a Expiação Limitada é feita por Cristo na cruz. 3.1. Segundo o arminianismo, Cristo morreu para salvar não um em particular, porém somente àqueles que exercem sua vontade livre e aceitam o oferecimento de vida eterna. Daí, a morte de Cristo foi um fracasso parcial, uma vez que os que têm volição negativa, isto é, os que não a querem aceitar, irão para o inferno. 3.2. Para o calvinismo, Cristo morreu para salvar pessoas determinadas, que lhe foram dadas pelo Pai desde toda a eternidade. Sua morte, portanto, foi cem por cento bem sucedida, porque todos aqueles pelos quais ele não morreu receberão a “justiça” de Deus, quando forem lançados no inferno. PONTO 4 4.1.Os arminianos afirmam que, ainda que o Espírito Santo procure levar todos os homens a Cristo (uma vez que Deus ama a toda a humanidade e deseja salvar a todos os homens), ainda assim, como a vontade de Deus está amarrada à vontade do homem, o Espírito [de Deus] pode ser resistido pelo homem, se o homem assim o quiser. Desde que só o homem pode determinar se quer ou não ser salvo, é evidente que Deus, pelo menos, ‘permite’ ao homem obstruir sua santa vontade. Assim, Deus se mostra impotente em face da vontade do homem, de modo que a criatura pode ser como Deus, exatamente como Satanás prometeu a Eva, no jardim [do Éden]. 4.2. Os calvinistas respondem que a graça de Deus não pode ser obstruída, visto que sua graça é irresistível. Os calvinistas não querem significar com isso que Deus esmaga a vontade obstinada do homem como um gigantesco rolo compressor! A graça irresistível não está baseada na onipotência de Deus, ainda que poderia ser assim, se Deus o quisesse, mas está baseada mais no dom da vida, conhecido como regeneração. Desde que todos os espíritos mortos (alienados de Deus) são levados a Satanás, o deus dos mortos, e todos os espíritos vivos (regenerados) são guiados irresistivelmente para Deus (o Deus dos vivos), nosso Senhor, simplesmente, dá a seus escolhidos o Espírito de Vida. No momento em que Deus age nos eleitos, a polaridade espiritual deles é mudada: Antes estavam mortos em delitos e pecados, e orientados para Satanás; agora são vivificados em Cristo, e orientados para Deus. É neste ponto que aparece outra grande diferença entre a teologia arminiana e a teologia calvinista. Para os calvinistas, a ordem é: primeiro o dom da vida, por parte de Deus; e, depois, a fé salvadora, por parte do homem. PONTO 5 511. Os arminianos concluem, muito logicamente, que o homem, sendo salvo por um ato de sua própria vontade livremente exercida, aceitando a Cristo por sua própria decisão, pode também perder-se depois de ter sido salvo, se resolver mudar de atitude para com Cristo, rejeitando-o! (Alguns arminianos acrescentariam que o homem pode perder, subseqüentemente, sua salvação, cometendo algum pecado, uma vez que a teologia arminiana é uma “teologia de obras” — pelo menos no sentido e na extensão em que o homem precisa exercer sua própria vontade para ser salvo.) Esta possibilidade de perder-se, depois de ter sido salvo, é chamada de “queda (ou perda) da graça”, pelos seguidores de Arminius. Ainda, se depois de ter sido salva, a pessoa pode perder-se, ela pode tornar-se livremente a Cristo outra vez e, arrependendo-se de seus pecados, “pode ser salva de novo”. Tudo depende de sua contínua volição positiva até à morte! 5.2. Os calvinistas sustentam muito simplesmente que a salvação, desde que é obra realizada inteiramente pelo Senhor — e que o homem nada tem a fazer antes, absolutamente, “para ser salvo” —, é óbvio que o “permanecer salvo” é, também, obra de Deus, à parte de qualquer bem ou mal que o eleito possa praticar. Os eleitos ‘perseverarão’ pela simples razão de que Deus prometeu completar, em nós, a obra que ele começou. Por isso, os cinco pontos de TULIP incluem a Perseverança dos Santos. Fonte: TULIP – Os Cinco Pontos do Calvinismo à Luz das Escrituras www.monergismo.com Este site da web é uma realização de Felipe Sabino de Araújo Neto®

As Nossas Melhores Piores Desculpas… Por Rev. Jáder Borges

…eu nunca ouvi falar de alguém que tenha machucado o cérebro enquanto pensava. “À hora da ceia, enviou o seu servo para avisar aos convidados: Vinde, porque tudo já está preparado. Não obstante, todos, à uma, começaram a escusar-se. Disse o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me tenhas por escusado. Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te que me tenhas por escusado. E outro disse: Casei-me e, por isso, não posso ir. (Lucas 14.17-20) Eu sempre li esta parábola do Senhor Jesus impressionado com as desculpas ou motivos arranjados para a não participação no banquete. Pareceu que todos os convidados aceitaram e não vimos ninguém que tivesse declinado. O anfitrião enviou a informação que eles poderiam vir, porque estava tudo preparado. Aí foi quando começaram as desculpas. De tantas lições que o texto proporciona, pensei sobre as desculpas que arrumamos para não realizarmos como deveríamos o evangelismo, sendo este pessoal ou nas diversas possibilidades públicas. Creio que no início da caminhada cristã a maioria dos crentes comprometeu-se com o Senhor em evangelizar; em falar do seu amor, do seu poder e da Sua maravilhosa pessoa. E penso que muitos fizeram isso. Mas depois… o evangelismo foi parando, tanto na prática como na ênfase, que nem é mais dada em muitos púlpitos sobre esta importante ação da Igreja e de cada crente. Assim, já percebo de Norte a Sul membros que não evangelizam, ou pior: nem sabem o que venha a ser isto, na prática, como fizeram os crentes de não muito tempo atrás. Será que a liderança e seus pastores não deveriam rever algumas prioridades? Quais seriam algumas das nossas desculpas para não participarmos deste banquete, principalmente quando temos o privilégio de levar comida que alimenta e sustenta a alma dos famintos? Recife, início dos anos 1980 Augustus Nicodemus, que eu conheci quando ainda não tinha barba, foi um líder de jovens impressionante e que incentivou muita gente. Fez parte da equipe de acampamentos no Palavra da vida Nordeste e ali sempre nos exortava a trabalhar por Cristo. Aí, Augustus iniciou um evangelismo em um bairro de Olinda chamado Ouro Preto, que contava com uma população imensa de jovens e entre estes, muitos drogados ou envolvidos em vícios. Eu ainda era novo convertido e acabara de ler o livro “A Cruz e o Punhal”, do recém-falecido pastor David Wilkerson, de modo que ocorreram quatro coisas que me deixavam “sem saída”: o evangelho de Cristo estava pulsando em meu coração e se espalhando pelas veias; a Organização Palavra da Vida sempre nos incentivava a evangelizar, a leitura do livro de Wilkerson muito me impactara e Augustus nos incentivava, indo conosco, tocando violão e pregado a muitos daqueles jovens de Olinda. Só tinha um “problema”: a evangelização que fazíamos naquelas tardes (e que entrava tantas vezes pela noite) coincidia com o horário do nosso bate-bola, que eu amava tanto. E agora, ir a qual campo? Fiz a escolha certa e fui ao campo missionário de Ouro Preto, começando a falar de Cristo na minha Jerusalém (Recife) e indo até Samaria (Olinda… e olhe que eu ainda não cheguei até os confins da terra), vendo milagres de salvação e conversão acontecendo entre rapazes e moças, alguns dos mais malucos do pedaço. Como fez bem à minha iniciante vida cristã sair para evangelizar! Eu nunca orei tanto; dependi tanto do Espírito Santo e estudei tanto a Palavra, pois, eram tantas as perguntas e tantos os conflitos que surgiam, que eu sempre respondia aos que me indagavam com um: “espera aí que eu vou estudar sobre este assunto e na semana que vem em volto”. E voltava, e respondia… e sempre aprendia! Aprendi a confiar em Deus enquanto evangelizava. Até hoje, passados 30 anos daqueles dias das ruas de paralelepípedos desnivelados de Ouro preto eu procuro evangelizar: no ônibus, em uma fila para pagar uma conta; no avião… sempre que tenho alguém ao meu lado, faço daquela pessoa o meu alvo missionário e daquela poltrona ao meu lado, um campo missionário. Mas, confesso: ando entristecido, pois não estou vendo mais gente evangelizando. Nem pessoalmente, nem de púlpito e nem mais em praça pública. Nós que temos o evangelho da Graça de Deus, andamos nos esquivando… Não estamos falando de Cristo como deveríamos e poderíamos, através dos tantos recursos que temos. E aí, temos que arrumar mesmo desculpas para não evangelizar. Quais são as nossas “melhores”? Eu não sei quais são as suas, mas sejam elas quais forem para não evangelizar, elas serão sempre as piores. …“Não tenho tempo” – Tempo nós temos. O que estamos fazendo com ele é outra coisa! A verdade é que temos perdido muito tempo e, com isso, muitas vidas. Vejo hoje, por exemplo, muitos pastores jovens querendo “conquistar” diplomas, procurando títulos, como mestrado, doutorado, etc e tal. Meu querido pastor jovem, o seu melhor diploma são vidas salvas. Seu melhor mestrado? No campo e na prática. É praticando que a gente vai afiando a espada e fiando a fé em Cristo, sempre. Vejam bem, vocês, que eu não sou contra o estudo. Sou contra o fazer do estudo, do título, do diploma uma obsessão; um ídolo, pois, no final, é isso que ele é ou termina sendo. Infelizmente conheço jovens pastores – e pastores velhos, também – que têm mais diplomas na parede do que filhos na fé. Não ter tempo para evangelizar é um mau início de ministério. “Ah Jáder, mas espere aí? Eu sou pastor-mestre e não, evangelista!” E eu lhe diria: antes de ser pastor eu sou crente, salvo, perdoado e comissionado. Eu não preciso ser pastor para falar de Cristo. Mas, como pastor eu também devo falar de Cristo aos perdidos. Como pastor, eu devo sair com as minhas ovelhas ao campo, para que elas falem de Cristo. Um dia desses eu tive o privilégio de sair com as crianças da nossa UCP (União de Crianças Presbiterianas) pelo bairro, distribuindo folhetos. Fomos com uma turma de 30 pessoas (um adulto para cada 4 crianças) e distribuímos porções da Palavra de Deus. Foi tão bom! Fizemos contato com tanta gente! E muitos vizinhos agradeceram. Portas foram abertas. Querido irmão, seja você pastor ou não, todos deveríamos evangelizar mais. E melhor! David Livingstone dizia que ‘Deus tinha um único Filho e fez dEle um missionário’. E Jesus mesmo dizia: “vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue também ali, pois para isso é que eu vim” (Mc 1.38). E o texto segue dizendo que o Senhor Jesus foi por toda a Galiléia…(Mc 1.39). Enfim: crente – seja ele quem for – que não tiver tempo para evangelizar, deve urgentemente rever a sua agenda e as suas prioridades, pois está é perdendo tempo. …“Não tenho recursos” – Tem. Todos os que precisa para evangelizar. Vivemos em um país livre! Saturado de ‘mercadores da Palavra’, é verdade, mas totalmente carente do evangelho de Cristo. Você sempre encontrará alguém carecendo do evangelho de Cristo, muito mais do que um sedento carece de um copo d’água. E não demorará muito. É só começar. Não espere ter meios, julgando com isso, equipamentos, recursos financeiros, equipe de música, etc. O melhor meio você já tem: a Palavra de Deus. Abra, pregue, ouça as pessoas, fale… e você verá como a espada do Espírito é apta para chegar ao coração e trazer discernimento para todos que a ouvem e a quem o Senhor quer salvar! (Hb 4.12). …“Vou dar oportunidade para outras pessoas”… – Tinha um membro de uma igreja que eu pastoreei que sempre vinha com esta desculpa: “pastor, agora eu vou dar oportunidade para outra pessoa”, quando queria largar a sua função na Igreja. Só que não tinha esta “outra pessoa”. Aí, ele entrava com a sua segunda e bem surrada desculpa: “...é que eu ando muito cansado”. E eu dizia: “irmão, e quem foi que disse que aqui é lugar de descanso?” Todos os verbos que eu vejo para aqui e para agora são: “arar”, “semear”, “combater”, “ir”, “defender”… “Descansar é um verbo nesta nossa causa aqui na terra”, dizia eu àquele irmão, “só para o Céu, meu querido. Aqui, é guerra. E em uma guerra eu vou com dupla missão: resgatar os feridos e arrebentados pela vida e fazer retroceder o inimigo. E isso não para nunca”! Paremos nós com essa desculpa. A oportunidade foi Deus quem deu a mim e a você. E tome cuidado, pois o diabo “ama” crente que não evangeliza; “ama” crente que se acomoda e “aplaude” crente que se acovarda. Estes são os seus “crentes preferidos”… e se você não aproveita oportunidades, elas poderão ser desperdiçadas, e o sangue de muitos cairá sobre a terra e você destes terá que prestar contas ao Senhor (ver, Ez 3.18). “Ah, mas evangelizar dá muito trabalho”. Dá. Dá um trabalho enorme! Mas, quem foi que disse que no Reino de Deus não haveria trabalho certo? E mais: crente que não trabalha, acaba é dando trabalho. …“Preciso me especializar mais em evangelização”. – Que bom que seja isso mesmo! Então, a melhor especialização em evangelização pessoal que eu conheço, é na prática. E não conheço outro e melhor meio e método. É ali que eu acerto ou erro; que eu vou me aprimorando, e orando, e estudando e decorando as Escrituras. Claro: leia o que puder, faça cursos… mas faça entre intervalos de evangelização. Eu mesmo conheço “um monte” de doutores em missiologia – para citar outro exemplo – que nunca foram ao campo missionário. Então, evangelizar é uma santa e doce prática, muito mais na prática! E quando a gente começa e pega gosto… que gosto bom tem na boca o falar de Cristo! E que alegria toma o coração da gente quando um pecador ora com a gente, entregando a sua vida a Cristo. Evangelizar não é questão de diploma. É questão de diplomacia! De ir em nome do Senhor, como embaixador do Rei (ver, 2 Co 5.18-21;6.1,2). …“Não estou evangelizando porque preciso ensinar doutrina” – Precisamos de doutrina, é verdade, principalmente nesses dias confusos. Como obreiros zelosos, muitos de nós denunciamos que quase ninguém mais prega sobre temas como “santidade”; “santificação”, “pecado”, “Céu e Inferno” e é verdade. Muitos sermões por aí são, no máximo, de ‘auto-ajuda’ ou pragmatistas em nome de uma religiosidade confusa e tantas vezes, oca. Mas eu não vejo como dissociar doutrina de evangelização. Os dois são aspectos muito importantes na vida, saúde e prática da Igreja. E pergunto: quando foi que as ovelhas na sua igreja ouviram uma pregação sobre a necessidade da evangelização? Ou, quando foi que com igual fervor, denunciamos a falta de sermões evangelísticos e que também orientassem os nossos irmãos a tal prática? A propósito, quando foi o seu último sermão evangelístico? Ah, precisamos de mais homens como George Whitefield em nossos púlpitos. “…Vou orar”. – Que lindo! Mas que grande desculpa pode ser esta, quando fica só nisso: “vou orar” e nunca agir. Uma das formas que eu acho bonita na oração é que esta palavra em Português é bem significativa. Ore mesmo e ore muito, e nunca saia para evangelizar sem orar. Oração é primordial. Agora, é assim no evangelismo em nosso idioma: Ora… ação! Ore e dependa. Ore e fale, Ore por aqueles com quem você compartilhou a sua fé em Cristo recentemente. Fale de Cristo em tempo e fora de tempo. Será sempre o melhor tempo este para o pecador, pois perdido, poderá ser achado. Culpado, poderá ser perdoado. Inimigo, poderá ser filho! E quem não gostaria de ouvir sobre isso?! Vá e pregue; vá e fale. Tem muita gente nesta cidade que Deus lhe colocou para falar de Cristo. Em tempo… qual foi o seu último filho/filha na fé? Quanto tempo faz que você ganhou alguém para Cristo? Quem você evangelizou esta semana? Não se entristeça com as minhas palavras. Antes, tome fôlego e faça três coisas: a) ajoelhe-se e ore; b) volte à pratica deste amor por evangelização e missões e saiba: c) o Senhor Deus colocará alguém bem perto de você, quando você menos esperar, e este será o seu campo missionário. Fale com sabedoria da Soberania de Cristo. E deixe os resultados com o Espírito Santo. É Ele quem convence e converte. Mas é você quem Ele quer e pode usar para testemunhar de Cristo. Você sabia que evangelizar é um mendigo contando a outro onde foi que ele encontrou pão? E o que não falta ao nosso redor são mendigos famintos. A grande verdade é que não temos desculpas para não evangelizar. Falar de Cristo, este é o nosso maior privilégio. Para nós que somos salvos, e para os perdidos que poderão ser salvos por Deus. Falemos de Cristo, Ele é o Salvador, Senhor tão singular, do mundo o Criador. Ele foi nos preparar, mansões celestiais. Falemos de Cristo, mais e mais. Fonte: [ Blog Fiel ]

Objeções ao conceito da Cessação da Revelação – Por O. Palmer Robertson Parte II

Podem-se suscitar diversas objeções de natureza teológica contra a afirmação de que a revelação e os dons relativos à nova revelação cessaram. Tais objeções podem ser amplamente colocadas nestas três categorias: 1) Objeta-se que uma asseveração geral de que a revelação, hoje, cessou tem o efeito de limitar à Deus. É justo restringir a Deus, dizendo que Ele não pode comunicar-se com alguém por meio de revelação direta, caso Ele assim o queira? Não seria porventura uma atitude de presunção, sob quaisquer circunstâncias, limitar a Deus? Naturalmente que sim. Seria uma completa presunção por parte de alguém pressupor que poderia limitar a Deus. Ninguém tem o poder nem a autoridade de restringir a Deus em qualquer aspecto. No entanto, um antigo instrumento para instruir crianças pode oferecer um importante discernimento nesta matéria. O catecismo para as crianças em seu primeiro período de instrução pergunta: "Deus pode fazer alguma coisa?" A resposta contém certa profundidade que nem mesmo o mais sofisticado adulto deixaria de apreciar: "Sim, Deus pode fazer tudo segundo sua santa vontade."? Se Deus decidiu revelar-se de acordo com certo padrão, não significa limitar a Deus afirmar o que o próprio Senhor determina a esse respeito. Se Ele determina que o melhor para manter seu povo unido é requerendo dEle que busque fazer a vontade divina a partir de uma única fonte objetivamente conhecida, para o bem de todos, não seria para que o homem se proponha fazer a vontade divina, conhecida através de milhares de diferentes fontes individuais separadas pelo tempo e o espaço umas das outras? Não significa limitar a Deus afirmar que a operação de milagres, como retratada no Novo Testamento, não ocorre hoje, se Deus mesmo determinou que esses sinais, atestando Cristo e seus apóstolos, têm servido seu propósito, ao confirmar uma vez por todas a verdade fundamenta necessária para o avanço da vida da igreja de Cristo. Suas poderosas obras realizadas entre os homens hoje são óbvias em todos os aspectos. Mas sua operação contínua no mundo de hoje não implica necessariamente que Ele pretenda dar prosseguimento às atividades miraculosas relativas a novas revelações. Ninguém pode limitar a Deus. Seria tanto blasfemo quanto presunçoso tentar restringir o Onipotente. A fé nEle, porém, não hesitará em afirmar que Ele agirá consistentemente em consonância com suas próprias intenções declaradas. 2) Objeta-se que os pagãos de hoje carecem do poder confirmador de sinais, maravilhas, profecia e línguas, justamente como o fizeram os pagãos do primeiro século. Por que seriam os homens de hoje negados as experiências revelacionais que poderiam ser instrumento para trazê-los à fé salvífica? Uma vez mais, porém, o padrão estabelecido na própria Palavra do Senhor deve ter precedência sobre as suposições hipotéticas engendradas pelas imaginações humanas. Seria de acordo com a Escritura afirmar que os dons extraordinários de profecia, línguas e milagres tiveram sua principal manifestação entre os pagãos que jamais ouviram? Ou não seria mais conclusivo, à luz dos fatos como registrados na Escritura, que os sinais miraculosos ocorreram, antes, entre aqueles que já haviam sido identificados como povo de Deus? Sim, os pagãos ficaram amedrontados quando Paulo lançou ao fogo a peçonhenta serpente sem que a mesma lhe fizesse qualquer mal com sua mordedura (At 28.3-6). Sim, a igreja de Corinto pode ser caracterizada como uma Igreja predominantemente gentílica, na qual as línguas serviram de sinal para os incrédulos que acorriam às reuniões (1 Co 14.22). Mas era nas assembléias do povo de Deus que esses dons se manifestavam, não entre os pagãos que nada haviam ouvido. A esmagadora evidência aponta para o fato de que os dons de natureza revelacionaI funcionaram mais extensivamente entre as igrejas estabelecidas, confirmando a vontade de Deus entre seu povo, e não maravilhas operadas ante os olhos do mundo. 3) É a proclamação da verdade que toma os pecadores livres. Uma geração má e perversa busca basear sua fé no miraculoso, em vez de baseá-la na verdade de Deus claramente expressa (Lc 11.29). O Espírito Santo não necessita de milagres para convencer os homens em seus corações quanto à veracidade da Palavra de Deus, e nem devemos imaginar que Ele o faça. Uma fé vigorosa no poder da verdade do evangelho valerá muito mais para a salvação dos pecadores do que confiança nas obras miraculosamente deslumbrantes. O padrão estabelecido e o ensino explícito da Escritura consistem em que a clara proclamação da verdade é o método mais eficaz para a difusão do evangelho do que a operação de maravilhas. O. Palmer Robertson Em: A Palavra Final - Resposta Bíblica à Questão das Línguas e Profecias Hoje, Ed. Os Puritanos, pág. 86-89.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A questão das riquezas - por: John Stott

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (Mateus 6:24) Jesus explica, agora, que além da escolha entre dois tesouros (onde vamos ajuntá-los) e entre duas visões (onde vamos fixar os nossos olhos) jaz uma escolha ainda mais básica: entre dois senhores (a quem vamos servir). É uma escolha entre Deus e Mamom: “Não podeis servir a Deus e a Mamom” (ERC); isto é, entre o próprio Criador vivo e qualquer objeto de nossa própria-criação que chamamos de “dinheiro” (“Mamom” é uma transliteração da palavra aramaica para riqueza). Não podemos servir dos dois. Algumas pessoas discordam destas palavras de Jesus. Recusam-se a ser confrontadas com uma escolha tão rígida e direta, e não vêem a necessidade dela. Asseguram-nos que é perfeitamente possível servir a dois senhores simultaneamente, por conseguirem fazer isso muito bem. Diversos arranjos e ajustes possíveis parecem-lhes atraentes. Ou eles servem a Deus aos domingos e a Mamom nos dias úteis, ou a Deus com os lábios e a Mamom com o coração, ou a Deus na aparência e a Mamon na realidade, ou a Deus com metade de suas vidas e a Mamom com a outra. Pois é esta solução popular de comprometimento que Jesus declara ser impossível: Ninguém pode servir a dois senhores...Não podeis servir a Deus e às riquezas (observe o “pode” e o “não podeis”). Os pretensos conciliadores interpretam mal este ensinamento, pois se esquecem da figura de escravo e dono de escravo que se encontra por trás destas palavras. Como McNeile disse: “Pode-se trabalhar para dois empregadores, mas nenhum escravo pode ser propriedade de dois senhores”, pois “ter um só dono e prestar serviço de tempo integral são da essência da escravidão”. Portanto, qualquer pessoa que divide sua devoção entre Deus e Mamom já a concedeu a Mamom, uma vez que Deus só pode ser servido com devoção total e exclusiva. Isto simplesmente porque ele é Deus: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem”. Tentar dividir a nossa lealdade é optar pela idolatria. E quando percebemos a profundidade da escolha entre o Criador e a criatura, entre o Deus pessoal glorioso e essa coisinha miserável chamada dinheiro, entre a adoração e a idolatria, parece inconcebível que alguém faça a escolha errada, pois agora é uma questão não apenas de durabilidade e benefício comparativos, mas sim de valor comparativo: o valor intrínseco de um e a intrínseca falta de valor do outro. Autor: John R. W. Stott Fonte: A Mensagem do Sermão do Monte, Editora ABU, páginas 164-165

A ditadura gay e meus filhos: Desabafo de um Pai.

Tenho um casal de filhos... (muitos sonham em ter um casal de filhos, mas daqui para frente, pra quê mesmo?) pelo jeito não poderei mais destacar a diferença deles... pelo jeito não posso mais falar para eles que um tipo de comportamento é coisa de meninA, ou de meninO... não poderei mais orar pedindo ao Senhor um marido para minha filha, e uma esposa para meu filho... (capaz de ficarem ouvindo como aconteceu com Daniel)... não poderei mais dizer para meu filho que ele é homem, ou como ele mesmo diz ‘homem macho’... será crime daqui uns dias... ? ... Não existe mais problema algum em meus filhos verem um ‘casal’(essa palavra é homofóbica?) de homens se beijando... Minha filha olha... ela tem seis anos, não entende... “Uai, [mineira] meu pai falava que mulher casa com homem...?” Não filha... me perdoe... agora eu não posso mais dizer isso... Meu filho então... está todo empolgado que vai entrar num casamento junto com uma menina para levar... (aquelas coisas de casamento)... ele tem três anos, está achando que vai casar pois vai entrar de ‘noivinhO com a noivinhA’... se ele entrasse com outro menino, ele não diria que era casamento... mas ele agora estará errado? Como explicarei a diferença e objetivos de seus órgãos sexuais... a desculpem-me... meus filhos, mas esse é o país que vocês enfrentarão quando forem adultos... Cristo, tenha misericórdia de meus filhos... Brasil, Deus nos deu liberdade, não libertinagem... ... mas o que é isso mesmo? Desabafo de um pai, presbiteriano...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Objeções ao conceito da Cessação da Revelação – Parte II

Podem-se suscitar diversas objeções de natureza teológica contra a afirmação de que a revelação e os dons relativos à nova revelação cessaram. Tais objeções podem ser amplamente colocadas nestas três categorias: 1) Objeta-se que uma asseveração geral de que a revelação, hoje, cessou tem o efeito de limitar à Deus. É justo restringir a Deus, dizendo que Ele não pode comunicar-se com alguém por meio de revelação direta, caso Ele assim o queira? Não seria porventura uma atitude de presunção, sob quaisquer circunstâncias, limitar a Deus? Naturalmente que sim. Seria uma completa presunção por parte de alguém pressupor que poderia limitar a Deus. Ninguém tem o poder nem a autoridade de restringir a Deus em qualquer aspecto. No entanto, um antigo instrumento para instruir crianças pode oferecer um importante discernimento nesta matéria. O catecismo para as crianças em seu primeiro período de instrução pergunta: "Deus pode fazer alguma coisa?" A resposta contém certa profundidade que nem mesmo o mais sofisticado adulto deixaria de apreciar: "Sim, Deus pode fazer tudo segundo sua santa vontade."? Se Deus decidiu revelar-se de acordo com certo padrão, não significa limitar a Deus afirmar o que o próprio Senhor determina a esse respeito. Se Ele determina que o melhor para manter seu povo unido é requerendo dEle que busque fazer a vontade divina a partir de uma única fonte objetivamente conhecida, para o bem de todos, não seria para que o homem se proponha fazer a vontade divina, conhecida através de milhares de diferentes fontes individuais separadas pelo tempo e o espaço umas das outras? Não significa limitar a Deus afirmar que a operação de milagres, como retratada no Novo Testamento, não ocorre hoje, se Deus mesmo determinou que esses sinais, atestando Cristo e seus apóstolos, têm servido seu propósito, ao confirmar uma vez por todas a verdade fundamenta necessária para o avanço da vida da igreja de Cristo. Suas poderosas obras realizadas entre os homens hoje são óbvias em todos os aspectos. Mas sua operação contínua no mundo de hoje não implica necessariamente que Ele pretenda dar prosseguimento às atividades miraculosas relativas a novas revelações. Ninguém pode limitar a Deus. Seria tanto blasfemo quanto presunçoso tentar restringir o Onipotente. A fé nEle, porém, não hesitará em afirmar que Ele agirá consistentemente em consonância com suas próprias intenções declaradas. 2) Objeta-se que os pagãos de hoje carecem do poder confirmador de sinais, maravilhas, profecia e línguas, justamente como o fizeram os pagãos do primeiro século. Por que seriam os homens de hoje negados as experiências revelacionais que poderiam ser instrumento para trazê-los à fé salvífica? Uma vez mais, porém, o padrão estabelecido na própria Palavra do Senhor deve ter precedência sobre as suposições hipotéticas engendradas pelas imaginações humanas. Seria de acordo com a Escritura afirmar que os dons extraordinários de profecia, línguas e milagres tiveram sua principal manifestação entre os pagãos que jamais ouviram? Ou não seria mais conclusivo, à luz dos fatos como registrados na Escritura, que os sinais miraculosos ocorreram, antes, entre aqueles que já haviam sido identificados como povo de Deus? Sim, os pagãos ficaram amedrontados quando Paulo lançou ao fogo a peçonhenta serpente sem que a mesma lhe fizesse qualquer mal com sua mordedura (At 28.3-6). Sim, a igreja de Corinto pode ser caracterizada como uma Igreja predominantemente gentílica, na qual as línguas serviram de sinal para os incrédulos que acorriam às reuniões (1 Co 14.22). Mas era nas assembléias do povo de Deus que esses dons se manifestavam, não entre os pagãos que nada haviam ouvido. A esmagadora evidência aponta para o fato de que os dons de natureza revelacionaI funcionaram mais extensivamente entre as igrejas estabelecidas, confirmando a vontade de Deus entre seu povo, e não maravilhas operadas ante os olhos do mundo. 3) É a proclamação da verdade que toma os pecadores livres. Uma geração má e perversa busca basear sua fé no miraculoso, em vez de baseá-la na verdade de Deus claramente expressa (Lc 11.29). O Espírito Santo não necessita de milagres para convencer os homens em seus corações quanto à veracidade da Palavra de Deus, e nem devemos imaginar que Ele o faça. Uma fé vigorosa no poder da verdade do evangelho valerá muito mais para a salvação dos pecadores do que confiança nas obras miraculosamente deslumbrantes. O padrão estabelecido e o ensino explícito da Escritura consistem em que a clara proclamação da verdade é o método mais eficaz para a difusão do evangelho do que a operação de maravilhas. O. Palmer Robertson Em: A Palavra Final - Resposta Bíblica à Questão das Línguas e Profecias Hoje, Ed. Os Puritanos, pág. 86-89

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Uma contenda constante contra o pecado - John Owen (1616-1683)

Quando o pecado é forte e vigoroso, a alma não consegue fazer grande progresso espiritual. A não ser que constante-mente lutemos contra o pecado, ele crescerá forte e vigorosa-mente, e nosso progresso espiritual será constantemente impedido. Há três coisas importantes no contendermos com o pecado. São as seguintes: a) Precisamos conhecer nosso inimigo e estar determinados a destruí-lo por todos os meios possíveis. Temos que lembrar que estamos num conflito acirrado e árduo, um conflito que tem sérias consequências. Precisamos estar alertas "conhecendo cada um a chaga do seu coração" (1 Reis 8:38). Precisamos guardar-nos de pensar levianamente nessa chaga. E de se lamentar que muitos tenham tão pouco conhecimento do grande inimigo que levam com eles nos seus corações. Isso os torna dispostos a se justificarem e a ficarem impacientes com qualquer reprovação ou admoestação, não se apercebendo de que estão correndo perigo (veja 2 Cron. 16:10). b) Precisamos nos esforçar para aprender os modos de agir de nosso inimigo, suas estratégias e os métodos de combate que ele emprega, as vantagens que ele procura obter e, até mesmo, detectar as ocasiões quando o seu ataque é mais bem sucedido. Quanto mais soubermos estas coisas, melhor estaremos preparados para lutar e contender com o pecado. Por exemplo: se observarmos que o inimigo repetidamente se aproveita de nós, e leva vantagem, em determinada situação, então procuraremos evitar essa situação. Precisamos buscar a sabedoria do Espírito contra as ciladas do pecado que habita em nós, para que possamos rapidamente discernir as sutilezas do nosso inimigo e frustrar seus planos maus contra nós. c) Precisamos empenhar-nos diariamente para utilizar todos os meios que Deus ordenou para ferir e destruir o nosso inimigo (alguns desses serão mencionados mais adiante). Jamais devemos permitir que sejamos conduzidos a uma falsa segurança, pensando que nossos desejos pecaminosos já estão mortos devido estarem quietos. Em vez disso precisamos aplicar-lhes novos golpes e surras todos os dias (vejaCol. 3:5). 3. Sucesso na nossa oposição e no nosso conflito com o pecado que habita em nós. Quando há frequente sucesso contra qualquer desejo mau, isso é uma outra evidência da mortificação do pecado. Por sucesso queremos significar uma vitória sobre ele, acompanhada da intenção de dar sequência a essa vitória e atacar novamente. Por exemplo: quando o coração detecta as ações do pecado que habita em nós (procurando nos seduzir, nos atiçar, influenciar nossa imaginação, etc) ele imediatamente ataca o pecado, o expõe à lei de Deus e ao amor de Cristo; ele o condena e o executa. Quando uma pessoa experimenta tal sucesso e sabe que a raiz do desejo mau foi, na verdade, enfraquecida, e que sua atividade foi contida de modo que não pode mais impedi-lo de cumprir o seu dever ou interromper sua paz como acontecia antes, então o pecado foi, em considerável medida, mortificado. Este enfraquecimento da raiz do desejo mau é realizada principalmente pela implantação, continuidade e cultivo constante da vida espiritual da graça, que se coloca em oposição direta ao desejo mau, e lhe é destruidora (compare com o capítulo 4, pág. 110, item 2). Desse modo, pela implantação e pelo crescimento da humildade, o orgulho será enfraquecido. Da mesma maneira, a paciência tratará da paixão; a pureza da mente e da consciência cuidará da impureza; a mente celestial porá fim ao amor deste mundo, e assim por diante

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Obedecer - por Pr. Miranda

Obedecer é fazer a vontade de Deus A obediência de Cristo naquilo que Ele fez nos deixa um grande exemplo para obedecermos aos estatutos deixados pelo Senhor da glória. Ele livremente escolheu obedecer. Ele disse: "Eu vim para fazer a tua vontade, ó Deus", antes de haver necessidade para Ele fazer essa vontade. Ele não era como nós, criaturas humanas, que necessariamente sempre estivemos sujeitos à lei de Deus. João Batista sabia que Jesus não tinha necessidade de ser batizado. Mas Cristo disse: "Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça" (Mateus 3:15). Cristo voluntariamente Se identificou com os pecadores quando foi batizado. Mesmo não sendo como Cristo nos convém lutarmos, correr para cumprir os desígnios de Deus. Deus deu-Lhe honra e glória porque, pela Sua obediência, a Igreja toda se tornou justa. (Romanos 5:19). A obediência de Cristo a cada parte da lei foi perfeita. Segundo John Owen “A lei era gloriosa quando os Dez Mandamentos foram escritos pelo dedo de Deus. Ela se torna mais gloriosa ainda quando é obedecida nos corações dos crentes”. Cristo veio para remir um povo, abrir seus olhos para que os mesmos compreendessem e obedecessem o evangelho da glória de Deus - "Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" (II Coríntios 4:3-4). O princípio da vida cristã é obediência para glória do Senhor.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

DEVERES DOS PAIS - por Pr. Elias Oliveira

“Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos.” Efésios 6:4 O bom relacionamento entre pais e filhos é fundamental para que a Palavra do Senhor seja inculcada em suas mentes. É preciso que laços de amizade profunda existam no relacionamento, e que sejam exemplos vivo de servos, homens e mulheres cheios do Espírito, tementes, praticantes da santa doutrina e irrepreensíveis em vossos caminhos. Jamais se deve esquecer, que o maior exemplo para os filhos estão dentro dos lares, são os próprios pais. Os pais foram investidos pelo Senhor de compromisso muito sério, no que tange à criação e educação de filhos. Antes de tê-los é preciso analisar toda uma problemática que envolve uma criação segundo o coração de Deus; é inconcebível criar filhos para servir ao mundo. Infelizmente nos dias difíceis, nos quais vivemos a necessidade de manter o lar, certo status leva os pais a buscar trabalho, a conseqüência, filhos jogados nas mãos de babás e ou empregadas domésticas em sua grande maioria infiel ao Senhor, são portas abertas, e o diabo aproveita com grande astúcia, participando ativamente da formação moral e espiritual das crianças. Elas são jogadas diante de uma televisão, com programação infantil altamente espiritualizada e erótica. Os resultados: Desobediência; falta de amor a Deus; respondões; dados aos costumes do mundo entre outros males. Será que, uma casa bonita, móveis perfeitos, carro novo, vida social, dinheiro, etc. justificam a falta de cuidado espiritual para com os filhos? Deixá-los sob os cuidados das trevas? No tempo certo o Senhor há de cobrar dos pais a falta de zelo pelos pequeninos. Analise esta condição imposta aos pais no passado e veja se o vosso agir é condigno “Portanto, amem o SENHOR, nosso Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças. Guardem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem. Amarrem essas leis nos braços e na testa, para não as esquecerem; e as escrevam nos batentes das portas das suas casas e nos seus portões.” (Dt 6.5-9) Os dias são maus, precisamos estar atentos a todos os aspectos; pois o diabo está ao redor esfomeado com um leão, a procura de alguma alma a ser tragada. Lute, para que vossos filhos não sejam destruídos pelo inimigo. Pague o preço por suas vidas! A seguir, vejas algumas orientações colhidas da Santa Palavra, faça segundo a vontade de Deus. 1) DEVERES PRINCIPAIS A) Ensinar a Palavra - Dt 6.7 “Tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te”.” mais: Dt 6.20; 21.19 B) Treinar - Pv 22.6 “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” Mais: Is 38.19; Lm 2.19 C) Prover - 2Co 12.14 “... Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos.” D) Criar - Ef 6.4 “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.” Mais: Cl 3.21 E) Controlar - 1Tm 3.4,12 “E que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito” 2) OUTROS DEVERES A) Amar - Tt 2.4 “a fim de instruírem... a amarem ao marido e a seus filhos.” B) Levá-los a Cristo - Mt 19.13,14 “Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse.” C) Treiná-los para Deus - Pv 22.6 “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” Mais: Ef 6.4 D) Falar-lhes sobre os juízos de Deus - Jl 1.3 “Narrai isto a vossos filhos, e vossos filhos o façam a seus filhos, e os filhos destes, à outra geração.” E) Falar-lhes sobre os grandes feitos de Deus - Sl 78.4 “Não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez.” Mais: Ex 10.2 F) Ordenar-lhes que obedeçam a Deus - Dt 32.46 “disse-lhes: Aplicai o coração a todas as palavras que, hoje, testifico entre vós, para que ordeneis a vossos filhos que cuidem de cumprir todas as palavras desta lei.” Mais: 1Cr 28.9 G) Abençoá-los - Gn 48.15 “E abençoou a José, dizendo: O Deus em cuja presença andaram meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou durante a minha vida até este dia.” Mais: Hb 11.20 H) Apiedar-se - Sl 103.13 “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece dos que o temem.” I) Governá-los - 1Tm 3.4,12 “E que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito.” J) Corrigi-los – PV 23.13 “Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá.” Mais: Pv 13.24, 19.18, 29.17; Hb 12.7 L) Não Provocá-los - Ef 6.4 “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.” Mais: Cl 3.21 3) ORAÇÃO PELOS FILHOS A) Por seu bem-estar espiritual - 1Cr 29.19 “E a Salomão, meu filho, dá coração íntegro para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhos e os teus estatutos, fazendo tudo para edificar este palácio para o qual providenciei”.” Mais: Gn 17.18 B) Pela santificação - Jó 1.5 “Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.” C) Quando enfermos - Mc 5.23 “E insistentemente lhe suplicou: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá.” Mais: Jo 4.46-49; 2Sm 12.16 D) Sempre - 1Ts 5.17 “Orai sem cessar.” Irmãos amados, agindo segundo esta orientação do Senhor, com certeza os filhos serão cheios do Espírito Santo, servos úteis ao Senhor e saberão dizer não ao mundo e seus prazeres. E verás o Senhor honrando a Sua palavra: “Quando velhos não se desviarão...”