quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Providencia de Deus Dirigindo os Caminhos de Todos os Homens – Por Pr Miranda -

A Providencia de Deus Dirigindo os Caminhos de Todos os Homens – Por Pr Miranda  -
Esta matéria da direção de Deus é, teoricamente fácil de se crer, mas na prática ela tem sido difícil de aceitar, porque tem havido muitas pessoas que lutam contra a idéia da soberania divina. Ela é tremendamente controvertida nos círculos sinergistas, isto é, nos lugares onde vigora uma idéia de que o homem é quem determina os seus caminhos.
Análise de Texto
Jr 10.23 – “Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos”.
O contexto deste verso é muito importante para que o entendamos. Era o tempo da invasão de Nabucodonozor. Judá era uma terra de desolação por causa da maldade do rei de Babilônia que tomou Jerusalém e a sitiou. Todos os acontecimentos narrados pelo profeta mostram o juízo de Deus através do monarca dos caldeus. O castigo era por causa da justiça divina em razão dos pecados de Judá. Todavia, o modo como Deus usa as pessoas na consecução dos seus planos é produto da sua soberania. O destino das pessoas sempre foi determinado pela soberania de Deus. Essa era a ótica de Jeremias quando escreveu estas palavras do verso em questão.
Na verdade. Jeremias, que era um crente, reconheceu duas coisas (e só os crentes as reconhecem!) com respeito aos seres humanos: o destino dos seres humanos e os seus caminhos estão no controle de Deus:
Que não cabe ao homem determinar o seu caminho
O profeta Jeremias reconheceu que a determinação do destino dos homens não é tarefa deles. Este aspecto tem a ver com o decreto divino. Nem sequer o homem sabe o seu dia de amanhã. Toda a vida dos seres humanos está nas mãos de Deus. O destino deles é designado inteiramente por Deus. As mãos de Deus é dirigem o nosso destino. Cremos que não existe acaso na teologia cristã. Todas as cousas que acontecem na vida dos seres humanos é produto do decisões divinas. Isso não é fatalismo! O nosso destino é inteligentemente estabelecido pelo sábio conselho de Deus.
Os caminhos que os homens seguem são, em última análise, o traçado feito de antemão pelo soberano Deus. Os decretos divinos sobre a nossa vida é que ficam claros quando a nossa vida é dirigida pelas mãos de Deus.
O profeta Jeremias teve uma visão muitíssimo clara da providência soberana de Deus na vida dos seres humanos. Ele entendeu que os afazeres das nações e dos indivíduos estão sob o governo do Eterno. Como foi para Jeremiais, este é um artigo de fé que todos os crentes de origem reformada possuem e dele não podem abrir mão. Todavia, os incrédulos e mesmo alguns chamados “evangélicos” não conseguem reconhecer esta verdade. Para estes, o destino deles está nas suas próprias mãos. O destino deles é selado por atos que eles próprios praticam como expressão das suas próprias decisões.
Que não cabe ao homem dirigir o seu caminho
É verdade que os seres humanos tomam decisões, mas eles não são suficientemente capazes de executar todas as suas decisões porque lhes falta o poder para fazê-lo. É verdade que os seres humanos fazem escolhas, mas nem sempre o que eles escolhem fazer conseguem fazer. A execução dos planos dos homens estão condicionadas ao plano divino.
Os passos dos homens são governados pela obra concorrente de Deus que guia os passos deles. Isto quer dizer que não podemos fazer absolutamente nada para aliviar os nossos problemas ou para aumentar os nossos prazeres, a menos que Deus opere conjuntamente conosco e ordene libertação deles para nós ou aumente o gozo de nossa vida.
Não somos donos e senhores de nossos próprios caminhos. Não temos o poder de controlar todos os nossos desejos nem de realizá-los como pretendemos.
Esta também foi a crença do Pregador, provavelmente Salomão. Ele creu na direção providencial de Deus:
Pv 20.24 – “Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho?”
Neste verso o autor sacro está tratando do fato de que Deus está envolvido com todos os nossos afazeres e os dirige a todos. Todos os nossos passos estão na dependência direção de nosso Deus. Tudo o que fazemos, fazemos exatamente porque queremos, mas isto não significa que somos independentes do decreto nem da ação divina em nossa vida guiando os nossos passos. Todas as nossas atividades estão debaixo da providência e, quando falamos dos cristãos, eles estão debaixo da sua providência graciosa, de forma que, quer andemos por caminhos maus ou bons, estamos sob o controle gracioso de Deus que nos ensina com manifestações deliciosas do seu amor ou com as manifestações disciplinares desse mesmo amor. De qualquer forma, todos os nossos passos acabam sendo dirigidos por Deus.
As nossas empreitadas não são realizadas porque sozinhos as desejamos e as fazemos, mas porque Deus está por detrás de tudo quanto planejamos e realizamos. Não temos poder nem para vislumbrar o que irá nos acontecer amanhã. Por isso o Pregador diz que “o homem não pode entender o seu caminho”. Os homens não podem saber nada sobre suas vidas até que os caminhos deles sejam revelados. Os homens não entendem os seus caminhos porque eles estão escondidos. Os caminhos dos homens são segredos escondidos em Deus e, por essa razão, eles não podem entender o que está acontecendo nem o que vai acontecer com eles. Porque o Senhor dirige os passos dos homens é que eles nem sempre entendem o procedimento deles. As decisões de fazer as coisas eles tomam, mas eles não compreendem porque tomaram aquelas decisões.
Somente os cristãos entendem que os seus passos são dirigidos pelo Senhor e, seja o que for que possa acontecer, eles crêem que, em última análise, o Senhor está por detrás dos próprios atos deles. Eles também não entendem as razões últimas de Deus ao dirigir os passos deles, mas entendem que é Deus quem os dirige.
Análise de Texto
Pv 16.1,2, 9 – “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito... O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.”
Estes dois versos de Salomão mostram diretamente os planos dos homens e indiretamente os de Deus. Estes versos ensinam que os seres humanos não são suficientes em si mesmos para planejar devidamente. Os seres humanos não são capazes de pensar e de falar de modo devido, isto é, de tratar das coisas que são sábias e boas, porque tudo o que fazem corretamente é porque foram capacitados por Deus, pois aprendem da Escritura que “a nossa suficiência vem de Deus” (2 Co 3.5).
No mais secreto do nosso ser, o coração, arquitetamos planos, mas não somos sequer capazes de saber se os nossos planos são certos e bons. O nosso coração é enganoso e não é sábio. A preparação de todos os nossos atos está no coração dos homens, mas a resposta dos lábios vem do Senhor.
O texto de Provérbios 16.1 mostra duas verdades incontestáveis sobre a direção providencial de Deus:
O homem propõe caminhos
Os seres humanos em geral possuem a capacidade de agir livremente. Por isso eles são chamados de livres-agentes. Eles planejam as coisas e as fazem de acordo com as disposições dominantes dos seus corações. Eles fazem tudo o que combina com a natureza interior deles. Eles possuem a liberdade de pensar conforme lhes agrada, formam os seus projetos, estabelecem as suas idéias, fazendo o melhor que eles podem.
Contudo, todas as propostas dos homens esbarram em algo muito mais profundo e mais sério que é a disposição de Deus em fazer as coisas que os homens propõem.
Deus dispõe dos caminhos
Os homens podem fazer todos os planos possíveis, mas eles não podem dar continuidade a eles sem a anuência do Senhor, ou sem que receba a sua assistência bondosa. Os projetos dos homens somente se concretizam se eles estão de acordo com a resposta certa do Senhor que procede dos seus lábios. Deus é que fez a boca dos homens e lhes dirige sobre o que falar.
Os planos dos homens não dão certo freqüentemente porque eles não possuem mente e olhos para ver as coisas que elas não realidade são. O verso 2 diz que “todos os caminhos são puros aos homens dos homens”. Eles não têm olhos para ver corretamente o mundo, a história e o futuro. Eles não sabem prever porque isto não lhes foi dado. Eles pensam que os caminhos deles são puros, mas freqüentemente eles estão enganados. Porém o Senhor pondera e pesa o espírito. Isto quer dizer que o julgamento do Senhor é correto, certo, de acordo com a verdade. Deus pesa o que está em nós e estabelece juízo sobre os nossos caminhos e não erra em seus juízos. Ele não somente vê os caminhos dos homens, mas ele prova o espírito deles, colocando a resposta certa nos lábios dos homens, mesmo depois deles fazerem os seus próprios planos.
O verso 9 diz mais ou menos a mesma coisa do verso primeiro: “O coração do homem traça o seu próprio caminho”. Em virtude das suas propriedades racionais e de ser um ser pessoal, o homem possui a faculdade de planejar e idear coisas. Isso é próprio da sua natureza. Todavia, além de sua natureza, ele possui uma natureza pecaminosa que não o deixa idear corretamente. Ele, portanto, tenta traçar os seus próprios caminhos, numa tentativa de mostrar a si mesmos que possui a capacidade da independência. Freqüentemente ele não realiza os seus planos porque lhe faltam as cousas próprias do ser divino: faltam-lhe a onisciência e a onipotência. São estas coisa que tornam Deus capaz de guiar todos os caminhos dos homens. Ele conhece todas as coisas e pode todas as coisas. Por isso é dito que “o Senhor lhes dirige os passos”.
Esta prerrogativa divina é relacionada com todos os seres humanos e diz respeito à consecução dos seus planos eternos. Por isso, não podemos separar a doutrina dos decretos da doutrina da providência em Deus.

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Fonte: O Ser de Deus e as Suas Obras: A Providência e a sua realização histórica, da editora Cultura Cristã, p.157-161.


Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/providencia/deus-dirige-os-caminhos-de-todos-os-homens-heber-carlos-campos.html#ixzz1ZIwyw6DQ 
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A afirmação ou a negação da total depravação do homem – A. W. Pink



Qualquer tratado que se proponha a falar sobre a vontade humana, sua natureza e suas funções, tem de abordar a questão de acordo com três homens diferentes: Adão, antes da queda, o pecador e o Senhor Jesus Cristo. A vontade de Adão, antes da queda, era livre, livre em ambas as direções — para fazer o bem e para fazer o mal.

A situação do pecador, porém, é bem diferente disso. O pecador nasce com uma vontade sem condições de equilíbrio moral, porque existe nele um coração enganoso, "mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto" (Jr 17.9); isso lhe empresta a tendência para o mal. Da mesma forma, a situação do Senhor Jesus era completamente outra. Ele era radicalmente diferente do primeiro homem antes da queda.

O Senhor Jesus Cristo não podia pecar porque era o "Santo de Deus". Antes de Cristo ter nascido, foi dito a Maria: "Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lc 1.35). Falando com toda a reverência, poder-se-ia dizer que a vontade do Filho do homem não estava em equilíbrio moral, isto é, capaz de pender para o bem como para o mal.

A vontade do Senhor Jesus estava predisposta para o que é bom, pois, lado a lado com a sua humanidade impecável, santa e perfeita, havia a sua eterna divindade. Ora, em distinção à vontade do Senhor Jesus, que tendia para o bem, e à vontade de Adão, que, antes de sua queda, estava em condição de equilíbrio moral — capaz de pender tanto para o bem como para o mal — a vontade do pecador é predisposta para o mal, estando, portanto, livre em uma só direção, a saber, na direção do mal. A vontade do pecador está escravizada, porque, conforme já dissemos, está sujeita a um coração depravado.

Em que consiste a liberdade do pecador? Essa pergunta é naturalmente sugerida por aquilo que dissemos acima. O pecador é livre no sentido de não ser forçado de fora. O pecador nunca é forçado a pecar. Porém, não é livre para praticar ou o bem ou o mal, porquanto o coração mau que nele reside sempre o impulsiona para o pecado. Passamos a ilustrar o que temos em mente.

Tenho na mão um livro. Solto-o. O que acontece? Ele cai. Em que direção? Para baixo; sempre para baixo. Por quê? Porque, obedecendo à lei da gravidade, seu próprio peso o leva para baixo. Imaginemos, porém, que eu deseje que o livro fique um metro para cima. Então, o que fazer? Preciso erguê-lo. Uma força externa precisa fazê-lo subir. Essa é a relação entre o homem caído e Deus. Enquanto o poder divino o sustenta, ele é impedido de afundar cada vez mais no pecado; retirado esse poder, o homem cai — seu próprio pecado (qual peso) o afunda.

Deus não o empurra para baixo, como eu também não empurrei o livro para baixo. Removidas todas as restrições divinas, todo homem seria capaz de tornar-se e se tornaria um Caim, um Faraó, um Judas. Como, pois, pode o pecador subir em direção aos céus? Por um ato de sua própria vontade? Não. Um poder externo precisa dominá-lo, para então erguê-lo a cada centímetro em sua subida. O pecador é livre, mas em uma só direção — livre para cair, livre para pecar. É conforme afirma a Palavra de Deus: "Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça" (Rm 6.20). O pecador é livre para praticar o que lhe apraz (exceto quando ele é refreado por Deus), mas o seu prazer é cair no pecado.

Na primeira parte deste capítulo, insistimos em que é de importância prática termos um conceito adequado a respeito da natureza e da função da vontade. E mais, dissemos que isso constitui um teste fundamental da ortodoxia teológica e da firmeza doutrinária. Desejamos desenvolver mais essa afirmativa, procurando demonstrar a sua exatidão. A questão da liberdade ou da servidão da vontade foi a linha divisória entre o agostinianismo e o pelagianismo, e, em tempos mais recentes, entre o calvinismo e o arminianismo. Em resumo, isso quer dizer que a diferença envolvida era a afirmação ou a negação da total depravação do homem.

Como Deus chama os Eleitos



VOCAÇÃO EFICAZ

Seção I. (Confissão de Fé de Westminster) - Todos aqueles a quem Deus predestinou para a vida, e somente esses, aprouve ele, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente, por sua Palavra e por seu Espírito, daquele estado de pecado e de morte, em que estão por natureza, à graça e salvação por meio de Jesus Cristo; iluminando suas mentes espiritual e salvificamente para entenderem as coisas de Deus; removendo seus corações de pedra e dando-lhes um coração de carne; renovando sua vontade e, por seu infinito poder, determinando-lhes o que é bom, e eficazmente atraindo-os a Jesus Cristo; mas de tal forma que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos por sua graça.

Seção II. - Esta vocação eficaz provém unicamente da livre e especial graça de Deus e não de coisa alguma prevista no homem; nesta vocação ele é totalmente passivo, até que, vivificado e renovado pelo Espirito Santo, seja desse modo capacitado a responder a esta vocação e a abraçar a graça oferecida e comunicada nela.

1 Rm 8.30; 11.7; Ef 1.10,11.2 2 Ts 2.13,14; 2 Co 3.3,6.3 Rm 8.2; Ef 2.1-5; 2 Tm 1.9,10." At 26.18; 1 Co 2.10,12; Ef 1.17,18.5 Ez 36.26." Ez 11.19; Fp 2.13; Dt 30.6; Ez 36.27.7 Ef 1.19; Jo 6.44,45.8 Ct 1.4; SI 110.3; Jo 6.37; Rm 6.16-18.9 2 Tm 1.9; Tt 2.4,5; Ef 2.4,5,8,9; Rm9.11.10 1 Co 2.14; Rm 8.7; Ef 2.5." Jo 6.37; Ez 36.27; Jo 5.25.

EXPOSIÇÃO

Há uma vocação externa provinda da Palavra de Deus, estendida a todos os homens a quem o evangelho é proclamado, o que é considerado sob a quarta seção deste capítulo. A primeira e segunda seções tratam da vocação interna e eficaz provinda do Espírito de Deus, o qual efetua a regeneração, e a qual só é experimentada pelos eleitos. Desta vocação interna afirma-se: —

1.      Que tal vocação interna de fato existe e que é necessária à salvação.

2.      Quanto aos sujeitos dela, eles abrangem a todos os eleitos, e somente os eleitos.

3.      Quanto ao agente dela: —

a.       Que o único agente dela é o Espírito Santo, o qual usa

b.      A verdade revelada do evangelho como seu instrumento;

c.       Que os sujeitos dela, enquanto resistiram espontaneamente a todas as influências comuns do Espírito Santo que experimentaram antes da regeneração, são inteiramente passivos com respeito a esse ato especial do Espírito por quem são regenerados; não obstante, em conseqüência da mudança operada neles na regeneração, obedecem o chamado e subseqüentemente, mais ou menos perfeitamente, cooperam com a graça.

4.      Quanto à natureza dela, ensina-se que ela é um exercício do poder infinito e eficaz do Espírito Santo agindo imediatamente na alma do sujeito, determinando-lhe e eficazmente atraindo-o, todavia de uma maneira perfeitamente consonante com sua natureza, de modo tal que ele vem mui livre e espontaneamente.

5.      Quanto ao efeito dela, ensina-se que opera uma mudança radical e permanente na totalidade da natureza moral do sujeito, iluminando espiritualmente sua mente, santificando suas inclinações, renovando sua vontade e dando uma nova diretriz à sua ação.


Que uma vocação interna provinda do Espírito de fato existe, distinta da vocação externa da Palavra, e a qual é necessária à salvação, prova-se: —

1.1.   À luz do que as Escrituras ensinam concernente ao estado inerente do homem como sendo um estado de morte espiritual, cegueira, insensibilidade e absoluta inabilidade com respeito a toda ação espiritualmente boa

1.2.   As Escrituras distinguem entre a influência do Espírito e aquela provinda só da Palavra. 1 Co 2.14,15; 3.6; 1 Ts 1.5,6.

1.3.   Declara-se ser necessária a influência espiritual para dispor e capacitar os homens a receberem a verdade. Jo 6.45; At 16.14; Ef 1.17.

1.4.   Tudo quanto é bom no homem é atribuído a Deus como seu autor. Ef 2.8; Fp 2.13; 2 Tm 2.25; Hb 8.21.

1.5.   A operação do Espírito nos corações dos regenerados é representada como sendo muito mais direta, poderosa e eficaz do que a mera influência moral procedente da verdade sobre o entendimento e inclinações. Ef 1.19; 3.7.

1.6. 0 resultado efetuado na regeneração é diferente de um efeito particular da simples verdade. A regeneração é "um novo nasci¬mento", "uma nova criação" etc. Jo 3.3,7; Ef 4.24.
1.7, As Escrituras explicitamente distinguem entre as duas vocações. Diz-se dos sujeitos de uma: "Muitos são chamados, mas poucos escolhidos." Mt 22.14. Diz-se dos sujeitos da outra: "A quem chamou, a esses também justificou." Rm 8.30. Comparem-se Pv 1.24 eJo 6.45.

Todos esses argumentos cooperam para provar que essa influência espiritual é essencial à salvação. Qualquer que seja a condição necessária para a regeneração, ela é a condição necessária da salvação, porque "se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." Jo 3.3.

2.      Que esta vocação espiritual abrange a todos os eleitos, e somente os eleitos, prova-se: —

2.1.   À luz do que já ficou provado,

a.       Que Deus, desde a eternidade, definida e imutável mente determinou quem seria salvo; e

b.      Que Deus, havendo "destinado os eleitos à glória, pelo eterno e mui livre propósito de sua vontade, preordenou todos os meios para isso". A vocação eficaz, sendo o real livramento de uma alma da morte do pecado pelo infinito poder de Deus, é óbvio que deve ser aplicada a todos quantos serão salvos, e a qual não pode ser aplicada àqueles que não serão salvos.

2.2.   O mesmo se prova à luz do fato de que as Escrituras representam os "chamados" como sendo os "eleitos", e os "eleitos" como sendo os "chamados". Rm 8.28,30. Os que se encontram com Cristo no céu são "chamados, eleitos e fiéis". Ap 17.14.

2.3.   As Escrituras, além do mais, declaram que a "vocação" tem por base a "eleição": "Que nos salvou e nos chamou com santa vocação, não segundo nossas obras, mas segundo seu próprio propósito e graça que nos deu em Cristo Jesus antes da fundação do mundo." 2 Tm 1.9; 2 Ts 2.13,14; Rm 11.7.

3.      Que o único agente nesta vocação eficaz é o Espírito Santo; que ele usa o evangelho como seu instrumento; e que, enquanto todos os pecadores são ativos em resistir as comuns influências da graça antes da regeneração, e todos os crentes em cooperar com a graça santificante depois da regeneração, não obstante cada alma recriada é passiva com respeito àquele divino ato do Espírito Santo, por meio do qual é ela regenerada, seja tudo isso provado sob os seguintes e distintos tópicos: —

3.1. Há certas influências do Espírito na presente vida que se estendem a todos os homens em maior ou menor grau; as quais tendem a restringir ou a persuadir a alma; as quais são exercidas na forma de fortificar o efeito natural e moral da verdade no entendimento, no coração e na consciência. Elas envolvem não mudança de princípio e disposição permanentes, mas só um aumento das emoções naturais do coração à vista do pecado, do dever e do interesse próprio. Essas influências, naturalmente, podem ser resistidas, e são habitualmente resistidas, pelos não-regenerados. O fato de que tais influências resistíveis são experimentadas pelos homens, prova-se: —

a.       A luz do fato de que as Escrituras afirmam que são resistidas. Gn 6.3; Hb 10.29.

b.      Cada cristão é cônscio de que antes de sua conversão foi alvo de influências a impeli-lo à obediência de Cristo, as quais ele por algum tempo resistiu. Observamos ser também verdade no tocante a muitos homens que nunca se converteram realmente.

3.2. A distinção entre regeneração e conversão é óbvia e necessária. Vimos que os atos voluntários da alma humana são determinados por e derivados de seu caráter, inclinações e desejos que a impelem; e que essas inclinações e desejos derivam seu caráter do estado moral permanente da alma na qual surgem. Nos não-regenerados esse estado e disposição permanentes e morais da alma é mau, e por isso a ação é má.
Ação positivamente santa é impossível exceto como conseqüência de uma disposição positivamente santa. A infusão de uma disposição tal deve, portanto, preceder qualquer ato da verdadeira obediência espiritual. A vocação eficaz, segundo o uso de nossos Padrões, é o ato do Espírito Santo efetuando a regeneração. A regeneração é o efeito produzido pelo Espírito Santo na vocação eficaz.

O Espírito Santo, no ato da vocação eficaz, leva a alma a ser regenerada pela implantação de um novo princípio ou hábito governante de emoção e ação. A alma propriamente dita, na conversão, imediatamente age sob a direção desse novo princípio em voltar-se do pecado para Deus através de Cristo. E evidente que a implantação desse gracioso princípio é diferente do exercício desse princípio, e que fazer uma pessoa voluntária é diferente de agir ela voluntariamente. O primeiro é um ato exclusivo de Deus; o segundo é um ato conseqüente do homem, e depende da assistência contínua do Espírito Santo.

Que Deus é o único agente no ato que efetua a regeneração, é óbvio: —

a. A luz da natureza da circunstância, como demonstrado supra. Fazer uma pessoa indisposta, disposta, não pode ser cooperado pela pessoa enquanto indisposta.

h. A luz do que ficou provado no capítulo ix., § 3, quanto à inabilidade absoluta do homem com respeito às coisas espirituais.

c. A luz do que as Escrituras dizem quanto à natureza da mu-dança. Elas a chamam "um novo nascimento", "um gerar", "um vivificar", "uma nova criação". "Deus gera, o Espírito vivifica"; "nós nascemos de novo", "nós somos feitura de Deus". Jo 3.3,5-7; 1 Jo 5.18; Ef 2.1,5,10. Vejam-se também Ez 11.19; SI 51.10; Ef 4.23; Hb 8.10. Que, após a regeneração, a alma recém-nascida imediatamente começa e prossegue sempre mais ou menos perfeitamente cooperando com a graça santificante, é auto-evidente. Fé, arrependimento, amor, boas obras são um e todos ao mesmo tempo "fruto do Espírito" e ações livres dos homens. Além do mais, somos constantemente conscientes de que somos sujeitos às influências divinas, as quais, ou resistimos ou obedecemos, e as quais somos livres para resistir ou obedecer como nos apraz, enquanto, através da graça, predominantemente nos sentirmos felizes em obedecer.

3.3. Que o Espírito Santo usa a "verdade" como seu instrumen¬to na vocação eficaz, é óbvio: —

a.       Porque ele nunca age dessa forma onde o conhecimento da verdade é inteiramente ausente; b. Porque as Escrituras asseveram que somos gerados pela verdade, santificados pela verdade, desenvolvidos por ela etc. Jo 17.19; Tg 1,18; 1 Pe2.2.

4. Que essa ação divina é em sua natureza onipotente e infalivelmente eficaz, e contudo perfeitamente congruente com a natureza racional e voluntária do homem, segue-se indubitavelmente à luz do fato de que ela é um ato do Deus sapientíssimo e todo-poderoso, no exercício de seus autoconsistentes e imutáveis decretos. O que Deus diretamente efetua, seus imutáveis propósitos devem ser certamente eficazes e poderosos. Ef 1.18,19. Além disso, a própria coisa feita é para fazer-nos dispostos, para operar em nós a fé; e isso é indubitavelmente conectado com a salvação. Fp 2.13. Que ela é eficaz, é também asseverado. Ef 3.7,20; 4.16.

Que essa divina influência é perfeitamente consoante com nossa natureza, é óbvio: —

4.1.   A luz do fato de que ela é a influência de um Criador sapientíssimo sobre a obra de sua própria mão. É inconcebível ou que Deus seja incapaz ou indisposto a controlar as ações de suas criaturas de uma maneira perfeitamente consistente com sua natureza.

4.2.   A influência que ele exerce é denominada na Escritura de "uma atração", "uma instrução", "uma iluminação" etc. Jo 6.44,45; Ef 1.18.

4.3.   Por natureza, a mente é trevosa, as inclinações, pervertidas, e a vontade, escravizada pelo pecado. A regeneração restaura essas faculdades à sua condição própria. Ela não pode ser inconsistente com a natureza racional, obstruindo a luz, nem com o livre-arbítrio, produzindo a escravidão. "Onde o Espírito do Senhor está, aí há liberdade." 2 Co 3.17; Fp 2.13; SI 110.3. Cada pessoa regenerada é cônscia de - (a.) Que nenhuma compulsão tem obstado o movimento espontâneo de suas faculdades; e (b.) Que, por outro lado, nenhuma de suas faculdades nunca agiu tão livre e consistentemente com a lei de sua natureza pregressa
5. Que essa mudança é radical, prova-se à luz do fato de que, como se demonstrou supra, ela consiste na implantação de um novo princípio governante da vida; à luz do fato de que ela é um "novo nascimento", uma "nova criação", operada pelo infinito poder de Deus na execução de seu eterno propósito de salvação; e que ela é tão necessária para o de boa moral quanto para o libertino. Que essa mudança é permanente será demonstrado no capítulo xvii., Da Perseverança dos Santos.

Que ela afeta o homem todo - intelecto, emoções e vontade -, é óbvio: —

5.1.   A luz da unidade essencial da alma. Esta é aquele "eu" indivisível que pensa, sente e quer. Se o estado moral permanente da alma é corrupto, todas as suas funções serão pervertidas. Não podemos nutrir nenhum desejo por um objeto, a menos que percebamos seu encanto; nem podemos perceber intelectualmente o encanto daquilo que é totalmente incompatível com nossos inerentes gostos e disposições.

5.2.   As Escrituras expressamente afirmam que o pecado é essencialmente enganoso, que a depravação inata envolve cegueira moral e que o homem natural não pode receber as coisas que se discernem espiritualmente. 1 Co 2.14; 2 Co 4.4; Jo 16.3.

5.3.   As Escrituras expressamente afirmam que todos os "recém-nascidos" são alvos da iluminação espiritual do entendimen-to, tanto quanto da renovação das inclinações. Jo 17.3; 1 Co 2.12,13; 2 Co 4.6; Ef 1.18; 1 Jo 4.7; 5.20.

5.4.   Na Bíblia, a frase, "dar um novo coração" equivale a efetuar a regeneração; e o termo "coração" é caracteristicamente usado para todo o interior do homem - intelecto, emoções e vontade. Observem-se frases tais como "conselhos do coração", 1 Co 4.5; "imaginações do coração", Lc 1.51; "pensamentos e intentos do coração", Hb 4.12.

A semente da própria iniqüidade – João Calvino (1509-1564)



Eis que nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe (Salmo 51.5).

Davi avança para além do mero reconhecimento de um ou de muitos pecados, confessando que nada trouxera consigo em sua entrada no mundo senão pecado, e que sua natureza era inteiramente depravada. Ele é assim levado pela consideração de uma só ofensa de peculiar atrocidade à conclusão de que nascera na iniquidade, e que era absolutamente destituído de todo bem espiritual.



Aliás, todo pecado deve convencer-nos da verdade geral da corrupção de nossa natureza. A palavra hebraica, yechemathni, significa literalmente aqueceu-se de mim, de, yacham, ouchamam, aquecer; os intérpretes, porém, a têm mui apropriadamente traduzido me concebeu.

A expressão notifica que somos criados em pecado desde o primeiro momento em que nos achamos no ventre [materno]. Davi, pois, é aqui forçado, ao refletir sobre uma transgressão específica, a fazer um relance retrospectivo sobre toda a sua vida pregressa e a nada descobrir nela senão pecado. E não imaginemos nós que ele fala da corrupção de sua natureza, meramente como o fazem os hipócritas ocasionalmente, a fim de justificar suas faltas, dizendo: "É possível que eu tenha pecado, mas que poderia fazer? Sou homem e inerentemente inclinado a tudo quanto é mal."

Davi não recorre a tais artifícios para evadir-se da sentença divina, e faz referência ao pecado original com vistas a agravar sua culpa, reconhecendo não que havia contraído este ou aquele pecado pela primeira vez recentemente, mas que havia nascido no mundo com a semente da própria iniquidade.

A passagem oferece um notável testemunho em prol do pecado original transmitido por Adão a toda a família humana. Não só ensina a doutrina, mas pode assistir-nos na formulação de uma correta idéia dela. Os pelagianos, com o fim de evitarem o que consideravam um absurdo, ou seja, afirmar que todos foram arruinados através de uma única transgressão do homem, sustentavam o que vem de tempos imemoriais, a saber, que o pecado só se originou de Adão através do hábito de imitação.

A Bíblia, porém, tanto neste como em outros passos, claramente assevera que nascemos em pecado, e que existe dentro de nós uma enfermidade inerente à nossa natureza. Davi não culpa a seus pais, nem traça seu crime até chegar a eles, mas senta-se diante do tribunal divino, confessa que fora formado em pecado, e que era um transgressor nato, assim que viu a luz deste mundo. Portanto, constitui um erro grosseiro em Pelágio, negar este que o pecado era hereditário, inerindo na família humana por contágio. 

Os papistas, em nossos dias, concordam que a natureza humana se tornou depravada, mas atenuam o pecado original o quanto podem e o representam como que consistindo meramente numa inclinação para o que é mau. Restringem sua sede à parte inferior da alma e aos apetites grosseiros; e embora nada seja mais evidente à experiência que o fato de a corrupção aderir aos homens ao longo da vida, negam que o mesmo permanece neles subsequentemente ao batismo. Não teremos uma idéia adequada do domínio do pecado, a menos que nos convençamos dele como algo que se estende a cada parte da alma, e reconheçamos que tanto a mente quanto o coração humanos se têm tornado completamente corrompidos. 

A linguagem de Davi soa mui diferentemente daquela dos papistas: Fui formado na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe. Ele nada diz de seus mais grosseiros apetites, mas simplesmente assevera que o pecado, por natureza, penetrara cada parte dele, sem exceção alguma.

Aqui se formula a seguinte pergunta: Como o pecado se transmite de pais para filhos? E esta pergunta tem guiado a outra relativa à transmissão da alma, negando muitos que a corrupção possa derivar-se dos pais para o filho, exceto na suposição de uma alma ser gerada da substância da outra. Sem pretender entrar em tão misteriosas discussões, basta que sustentemos que Adão, em sua queda, foi despojado de sua justiça original, sua razão foi obscurecida, sua vontade, pervertida, e que, sendo reduzido a este estado de corrupção, trouxe filhos ao mundo semelhantes a ele em caráter.

Se porventura alguém objetar, dizendo que essa geração se confina aos corpos, e que as almas jamais poderão derivar uns dos outros algo em comum, eu responderia que Adão, quando em sua criação foi dotado com os dons do Espírito, não mantinha um caráter privativo ou isolado, mas que era o representante de toda a humanidade, que pode ser considerado como tendo sido dotado com esses dons em sua pessoa; e deste conceito necessariamente se segue que, quando ele caiu, todos nós, juntamente com ele, perdemos nossa integridade original.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A Falácia do Livre-Arbítrio - John G. Reisinger



Há basicamente somente duas religiões no mundo. Uma diz, “ Se você fizer assim e assado, Deus graciosamente concederá Suas benções sobre você”. As mil e uma variedades desta religião diferem somente no que é o “assim e assado” que você deve estar disposto a fazer. Uma variedade diz que é um rio sagrado, outra te ordena beijar a rocha sagrada na cidade santa, ainda outra diz que seja batizado ou algum rito similar, e em círculos distintamente evangélicos esta religião enfatiza, “ Se você quiser abrir o seu coração, então Deus... ”

Note cuidadosamente as três palavras chaves: SE VOCÊ QUISER...

(1) O perdão de Deus é possível SE ...

(2) O perdão de Deus é possível se VOCÊ ...

(3) O perdão de Deus é possível se você QUISER ...

O sucesso ou fracasso final desta religião é determinado somente pela vontade do homem. Tudo é dependente de um “se”, de um “você”, e de “sua disposição” para fazer sua parte. A redenção é sempre condicional visto que ela depende da cooperação do homem para o sucesso. A grande obra da salvação não é realmente realizada até que Deus encontre alguém que esteja disposto a “cooperar com Ele”. Nossos antepassados chamaram este sistema do “se você quiser” de “religião das obras”. Ele foi chamado também de “Arminianismo” e “semi-Pelagianismo” visto que estes foram os homens que originalmente causaram divisão na igreja introduzindo este erro do livre-arbítrio. Independentemente do nome atribuído a ele pelos amigos ou inimigos, as marcas distintivas são sempre as mesmas – o SE , o VOCÊ , e SUA VONTADE são os fatores decisivos que fazem o plano da salvação funcionar. Esta religião oferece um maravilhoso plano de salvação que é capaz de fazer coisas poderosas se você somente permitir . O Deus desta religião do livre-arbítrio pode somente desejar e oferecer salvar pecadores. Ele é impotente de assegurar, pelo Seu próprio poder, o que Ele deseja fazer. A finalidade da redenção não pode ser alcançada a menos que o homem, de seu próprio livre-arbítrio, escolha permitir que Deus realize Seus propósitos.

A falsa religião do livre-arbítrio, ou das obras, é baseada sob diversas doutrinas antibíblicas. A mais básica destas é o universal e indiscriminado amor redentor de Deus . Deus é dito amar todos os homens do mesmo modo e grau. Ele amou Judas da mesma forma como amou Pedro, Esaú como Jacó, e os bodes tanto como as ovelhas. Visto que Seu amor é universal então o maior dom do Seu amor, Jesus Cristo Seu Filho, deve ter sido dado para prover uma expiação universal, tendo em vista cada indivíduo sem exceção, em Sua morte. Os objetos da expiação do Filho devem ser iguais aos objetos do amor do Pai, assim ambos devem incluir cada um dos homens. Se o Pai amou todos os homens igualmente, e o Filho redimiu cada homem sem exceção, segue-se que o Espírito Santo deve convencer cada homem ou senão a Trindade não está trabalhando juntamente em direção do mesmo fim na tarefa de redimir os homens perdidos.


A FALÁCIA DO LIVRE-ARBÍTRIO

A falácia desta religião é revelada quando nós fazemos uma simples e óbvia pergunta: “Porque todos os homens não são salvos?”. Não é falha do Pai, porque Ele ama todos os homens do mesmo modo. Não é porque Cristo não pagou pelos seus pecados visto que no sistema do livre-arbítrio, Cristo redimiu (mas não salvou?) todos os homens. O Espírito Santo não pode ser culpado visto que Ele convence todos por quem Cristo morreu; isto é, todo homem sem exceção. Alguém pode dizer, “Eu não creio nesta última declaração sobre a obra de convencimento do Espírito Santo”. Se você rejeita isto, então você deve rejeitar os outros dois pontos também. Você não pode crer num amor universal do Pai e numa expiação universal do Filho, e então arruinar tudo isto com uma convicção “limitada” do Espírito. Não, não; isto é tanto universalismo como particularismo. Você não pode tirar proveitos das suas maneiras. Como mencionei, aqui está a falácia. Um “plano de salvação” que tem o amor de Deus o Pai atrás dele, a expiação de Deus o Filho como seu fundamento, e o poder de Deus Espírito Santo aplicando-o certamente terá êxito, mas, ah, o plano da redenção é frustrado pelo poder do livre-arbítrio do homem toda a vez que uma alma vai para o inferno! Nós repetimos nossa questão, “Por que ele falha? Por que alguns homens perecem?” A religião do livre-arbítrio responde, “Ele falha porque o homem não está desejoso de fazer sua parte”. Aqueles que perecem assim o fazem somente porque eles não aceitam o que o amor do Pai deseja lhes dar, o que a morte agonizante do Filho comprou para eles, e o que o poder eficaz do Espírito Santo incansavelmente tenta persuadi-lo a aceitar. “ Se você fizer somente sua parte” é a mensagem que devemos pregar. Se você apenas fornecer a fé! Se você apenas der o primeiro passo em resposta à oferta de Deus! Se você somente cooperar e der a Deus uma chance para fazer Seu plano funcionar! Se você fizer ...então Deus! Este é o ardente, mas não menos patético, clamor dos pregadores da religião do livre-arbítrio!

Deveria ser amplamente claro que esta religião das obras, ou do livre-arbítrio, baseada num amor universal e numa expiação universal, faz todo o sistema da redenção de Deus depender do homem para o seu sucesso. O amor de Deus prevalecerá se o homem permitir. A expiação de Cristo realmente redimirá se o homem permitir. O Espírito Santo aplicará os benefícios adquiridos na redenção se o homem permiti-LO assim o fazer. Não admira que C.H. Spurgeon, aquele grande ganhador de almas, chamou o livre arbítrio de “uma completa tolice”, e a expiação universal de uma “doutrina monstruosa similar a uma blasfêmia”.

Agora bem, a segunda religião é a mensagem da Bíblia. É o evangelho da LIVRE GRAÇA. Ele não procura em Deus por uma provisão e então se volta para o homem para encontrar o poder , mas ousadamente proclama que a mesma graça soberana que planejou a salvação para pecadores impotentes, também lhes fornece a habilidade para desejá-la e recebê-la. Esta segunda religião não somente começa em um ponto diferente; ela trabalha sobre um princípio diferente e se move em direção a um objetivo diferente. Em resumo, ela é uma religião totalmente diferente. A religião baseada no livre-arbítrio (Arminianismo – Se você quiser...), e aquela baseada na livre graça (Calvinismo – Deus nos faz dispostos...) são religiões tão distintas e opostas que diferem em cada ponto teológico no qual se encontrem. Qualquer indivíduo que piamente diga, “Isto realmente não é importante, é meramente uma questão de ênfase ”, ou é deliberadamente desonesto ou completamente ignorante da doutrina da Bíblia na história da igreja. O Sínodo de Dort e o Conselho de Trento clarificaram a vital importância do assunto de uma vez por todas. Eu desafio qualquer homem a ler a introdução do Dr. J.I. Packer à obra A Morte da Morte na Morte de Cristo de John Owen, e então falar sobre ênfase. Packer claramente mostra que o livre-arbítrio e a livre graça são religiões totalmente diferentes, e além disto, que elas são inimigos irreconciliáveis.

A dificuldade em nossa presente geração é com o assim chamado “Cal-miniano”. Ele pensa que um Calvinista é uma pessoa que crê na eterna segurança, e que Arminiano é uma pessoa que crê que você pode ser salvo e ainda se perder. O Cal-miniano é totalmente desapercebido que o assunto na história da igreja, bem como nas Escrituras, envolve a vontade do homem e a aplicação da salvação, e não a vontade de Deus e a duração da salvação. O grande abismo entre Arminianismo (livre-arbítrio) e Calvinismo (livre graça) não é se você pode ser salvo e então se perder. Este é um ponto mais secundário comparado ao assunto como entendido pelos Puritanos e Reformadores. O centro do assunto é, “ Quem realmente efetua a redenção? ”. Não é apenas uma questão de quem a conclui uma vez que tenha sido iniciada, mas de quem é o poder que aplica o evangelho no início da conversão bem como quem conduz a mesma até o fim. A Bíblia assevera que a necessidade de um pecador é tão grande antes da conversão, que ele é incapaz de obedecer, arrepender ou crer. O Cal-miniano diz, “Não, o pecador tem todo o poder que ele necessita para se tornar um Cristão, mas somente Deus pode guardá-lo após ele ter ‘decidido aceitar Cristo' e se tornado um Cristão”. O pecador tem a força de vontade para levantar do túmulo do pecado e vir a Cristo, mas somente Deus pode guardá-lo de cair depois que ele tiver “dado o primeiro passo”.


QUEM VESTE A COROA?

Como você pode ver, o fundamento real da batalha é a natureza do homem, e o prêmio a ser ganho é a Coroa de Crédito for fazer o plano da redenção realmente funcionar. É a livre graça, dada soberanamente pelo Pai, o decisivo fato que faz o eleito crer em primeiro lugar, ou é a vontade do homem, exercida soberanamente pelo indivíduo, o fator decisivo que faz que Deus escolha aqueles que Ele “previu” que estariam dispostos a crer? Quem ganha o direito de veste a coroa de glória, Deus ou o homem? E por qual poder este direito é ganho – livre-arbítrio ou livre graça?

A diferença básica entre estas duas religiões opostas pode também ser resumida fazendo-se outra pergunta, uma pergunta vitalmente relacionada à primeira. No lugar de perguntar como alguns pessoas perecem, e sermos informados que “o homem não fez a sua parte que era simplesmente crer”, agora perguntamos, “Por que alguns homens são salvos?”. Como a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo é capaz de lograr êxito em alguns casos, mas não em outros? A religião do livre-arbítrio humildemente (?) responde que “ o homem faz isto totalmente possível por estar disposto a abrir seu coração e dar a Deus uma chance! ” Não importa se estejamos falando daqueles que perecem ou daqueles que são salvos, sempre voltaremos para aquele se você quiser . Realmente, o evangelho baseado no livre-arbítrio nunca poderá ser mais do que um evangelho de mera possibilidade . Ele é um plano de redenção que não pode verdadeiramente redimir por seu próprio poder, mas pode somente efetuar salvação real quando encontra alguém que esteja disposto por si mesmo de fazer a “sua parte”. Esta não é uma questão de se um homem deve se tornar, ou se torna, disposto antes de poder ser salvo – todos nós cremos nisto; mas, a questão é: quem e qual poder faz o pecador disposto? O homem, de si mesmo, escolhe se tornar disposto, ou Deus, por Seu soberano poder, faz Seu eleitos disposto “no dia de Seu poder” (Salmos 110:3)? Parece tanto lógico como judicialmente necessário corar com glória o indivíduo que faz o plano da salvação realmente funcionar, e o crente no livre-arbítrio não hesita em estender a mão para a coroa e a colocar na cabeça da soberana e livre vontade do homem.

Algumas pessoas podem sentir que estamos trabalhando este ponto ao extremo, mas realmente este é o cerne do assunto. Quem realmente merece toda a glória pela salvação do homem? Não pode ser tanto Deus como o homem, nem pode ser, como muitos implicam, meio a meio. Ou Deus salva pecadores “fazendo-lhes dispostos no dia de Seu poder”, ou eles salvam a si mesmos fazendo a si mesmos dispostos no “dia da decisão do livre-arbítrio”.

Deixe-me demonstrar rapidamente quão agudo e claro o contraste é e quão obviamente Deus ou o homem recebe a glória em cada ponto.

(A) LIVRE-ARBÍTRIO – Deus escolhe aqueles que Ele previu que de seu próprio livre-arbítrio decidir-se-iam a aceitá-LO. (B) LIVRE GRAÇA – Deus dá a fé àqueles que Ele soberanamente escolheu.

(A) LIVRE-ARBÍTRIO – O sangue de Cristo redimiu cada homem, mas somente naqueles dispostos a “aceitar” o que Cristo realizou, são salvos. È realmente a nossa fé que nos salva. (B) LIVRE GRAÇA – Cristo salva cada pessoa que Ele redimiu com Seu sangue.

(A) LIVRE-ARBÍTRIO – Aqueles que estão dispostos a crer, capacitam o Espírito Santo a lhes regenerar, ou dar-lhes um novo coração. (B) LIVRE-GRAÇA – O Espírito Santo regenera o eleito, ou lhe dá um novo coração, e capacita os pecadores a crerem.

Talvez alguém esteja pensando, “Mas tudo isto realmente importa enquanto apenas pregamos o simples evangelho? Não são estes problemas teológicos que não têm implicações práticas e somente causam argumentações e divisões entre Cristãos e, portanto, é melhor deixá-los de lado?” Nosso Senhor e Seus Apóstolos achavam estas coisas de vital importância. Os Puritanos e Reformadores criam que a pregação do livre-arbítrio era um erro fundamental. Em suas mentes pregar o livre-arbítrio era demolir o próprio evangelho. Eles sentiam que era o dever deles a Deus e à Sua igreja, fazer tudo ao seu alcance para refutar a falsa idéia do livre-arbítrio. Deveria ser acrescentado que Roma sentia exatamente o oposto. Ela instruía seus missionários para ir aos países protestantes e “começar a demolir estas doutrinas diabólicas pela reafirmação do livre-arbítrio do homem”. Os Jesuítas diziam que a livre graça era o inimigo real dos seus sistema de obras, ou melhor, do sistema deles do livre-arbítrio. Estes são fatos históricos! Que aqueles que crêem que isto é somente uma ênfase, ao mesmo leiam o que homens como Martinho Lutero disse em sua monumental obra O Cativeiro da Vontade . A História tem marcado a palavra “erro” em cima da doutrina do livre-arbítrio, e marcado aqueles que a pregaram como inimigos, mesmo se inconscientemente disso, tanto do evangelho como das almas dos homens.

Ora, estou consciente de que muitos têm perdido seu gosto para a confirmação histórica da mensagem que eles declaram, mas isto é somente porque eles não gostam da companhia que eles são forçados a sustentar à medida que voltam no tempo. Os homens hoje gostam de sentir que eles estão na tradição de Knox, Lutero, Whitefield, Spurgeon, etc., mas quando a história, os credos e as confissões, e os Reformadores e Puritanos são vistos como unidos em sua franca condenação do livre-arbítrio, então os homens exclamam, “Nós cremos na Bíblia e não nos Credos. Nós cremos no que Deus diz, e não no que os homens dizem”. Na realidade, este clamor defensivo significa isto, “Nós cremos nos nossos próprios credos em oposição àqueles formulados na história. Nós aceitamos o que nossos líderes dizem hoje e rejeitamos o que os homens disseram ontem”. J.C. Ryle, em sua introdução ao seu livro Santidade , respondeu a esta atitude melhor do que eu possa fazer. Ryle não está discutindo o mesmo ponto de doutrina (ele está discutindo sobre Romanos 7) que nós estamos, mas ele está examinando o mesmo tipo de pessoa mencionada acima. Ele mostra que a atitude piedosa que não olha para a história e para os credos sobre o pretexto de exaltação da Bíblia como nossa única regra é freqüentemente na realidade somente uma evasão para se esquivar de encarar os assuntos.

Os comentadores que não assumiram essa posição...são os Romanistas, os Socínios e os Arminianos. Contra eles lançamos o juízo de quase todos os Reformadores, de quase todos os Puritanos...Naturalmente, replicar-me-ão que ninguém é infalível, que os Reformadores, os Puritanos...podem ter estado inteiramente equivocados, e que os Romanistas, Socínios e Arminianos podem estar inteiramente com a razão! Sem dúvida, nosso Senhor ensinou que a ninguém chamemos mestre. Porém, se não peço que alguém chame de “mestres” aos Reformadores e ao “Puritanos”, pelo que as pessoas leiam o que eles disseram sobre o assunto e que respondam aos argumentos deles, se puderem. Isso até hoje não foi feito! Dizer, como alguns dizem, que eles não querem “dogmas” e “doutrinas” de origem humana não serve de réplica. A questão inteira em jogo é esta: “Qual é o sentido...das Escrituras? Qual é o verdadeiro sentido de suas palavras?” Seja como for, lembremo-nos de que há um fato importantíssimo que não podemos negligenciar. De um lado avultam as opiniões e interpretações Reformadores e Puritanos, e do outro as opiniões e interpretações dos Romanistas, Socínios e Armininanos. Que isso seja claramente compreendido pelos leitores . ( Santidade , por J.C. Ryle, página xiii)

Nós adicionamos às palavras de Ryle: creia e pregue o livre-arbítrio se você tiver coragem, mas seja honesto ao menos para admitir que você não é nem mesmo um primo de décimo grau dos Reformadores. Diga às pessoas que você teria sido forçado a opor-se contra Knox, Spurgeon, Edwards e Whitefield sobre as Doutrinas da Graça se tivesse vivido em seus dias.

Antes de concluir, apontarei alguns problemas atuais que devem seu nascimento, nutrição e presente crescimento à doutrina Arminiana do livre-arbítrio. Eu não estou insinuando que todo aquele que crê no livre-arbítrio é culpado destas práticas específicas. Estou dizendo que cada uma dessas práticas é um resultado direto e lógico da crença e pregação do livre-arbítrio num período de tempo.

PRIMEIRA: Coloca a Pessoa Errada em Julgamento

Cristo é descrito como estando em julgamento diante do homem. O grande amor de Deus foi entregar Seu filho em nossas mãos e nós devemos “fazer algo com Jesus”. Ora, isto contradiz dois importantes fatos Bíblicos sobre os quais o verdadeiro evangelho está edificado. Primeiro, todos os homens já fizeram algo com Jesus , e este foi o maior de todos os crimes que já cometemos. Segundo, Deus já fez algo com Jesus, e o que Deus fez é nossa única esperança de salvação.

É verdade que Deus colocou Seu Filho dentro do alcance das mãos humanas, mas quando Ele o fez, todos nós mostramos o ódio de nossos corações e gritamos, “Fora com este! Crucifica-O!” E além do mais, Romanos 8:7,8 nos ensina que se a oportunidade fosse dada a nós novamente, ainda O desprezaríamos e declararíamos “Não queremos que este homem reine sobre nós”. Lucas 19:17 registra o que decidimos fazer com Jesus.

Ora, Deus o Pai também fez algo com Seu Filho. Ele O ressuscitou dos mortos e Lhe deu todo poder, ou autoridade, sobre toda carne. Este “todo poder” (Mateus 28:18; Romanos 1:4) é a autoridade total sobre cada indivíduo em particular. Somente Cristo tem a autoridade para julgar todos os homens (Atos 17:31). Ele também recebeu poder para salvar alguns homens (João 17:2). Neste exato momento Jesus Cristo é o Senhor de cada homem. A despeito da cor ou credo, todos os homens, sem uma única exceção, estão em Suas mãos para serem condenados ou salvos. Somente Cristo tem o poder para salvar ou condenar alguém, e Ele deve fazer um ou outro com cada indivíduo em particular. A questão não é, O que você fará com Jesus? , mas antes, O que Jesus, Que foi declarado ser o Senhor, fará com você? Leia Atos 2:32-36 e responda para si mesmo o que os “portantos” significam. Pedro está declarando que a maravilhosa exibição de poder em Pentecostes não foi devido a influência de vinho, mas foi uma demonstração do poder do Cristo exaltado sobre toda a carne. Pedro não está tentando fazer com que os pecadores façam algo com Jesus “decidindo-se por Ele”, ele estava relembrando-lhes do que eles já tinham feito – crucificado o Senhor da Glória e Príncipe da Vida. O Apóstolo mais adiante declara o que Deus fez – colocou Jesus sobre um trono eterno com as chaves da vida e da morte e Lhe deu a autoridade exclusiva para usar aquelas chaves para abrir e fechar a porta dos céus para “quem Ele quiser”. Foi este poder, e não o poder do assim chamado livre-arbítrio, que fez os homens clamarem, “Que faremos, homens e irmãos?”

Você vê que a religião do livre-arbítrio faz da fé e do arrependimento uma mostra do poder de escolha do homem, mas as Escrituras fazem deles uma mostra do poder do Cristo exaltado de fazer homens mortos viverem. Para o livre-arbítrio Arminiano, fé e arrependimento são a contribuição do pecador para o plano de salvação. Ele apresenta estes como dons a Deus para mostrar que ele “decidiu aceitar a Cristo”, ou melhor, ele decidiu “dar uma chance a Cristo”. Contudo, a Bíblia deixa claro que a fé e o arrependimento são os dons do Senhor exaltado que Ele adquiriu para Suas ovelhas. Regeneração não é a resposta do Espírito à nossa fé, mas é o chamado eficaz do Pastor que capacita Suas ovelhas a ouvir Sua voz, voltar de seu caminho errante, e abraçar salvificamente a promessa de perdão do evangelho.

SEGUNDA: A Pessoa Errada Recebe o Crédito

Quando alguém “aceita” Jesus, esta pessoa é congratulada por sua coragem e determinação em “dar um passo para Cristo”, o evangelista é exaltado por sua pregação poderosa, e as pessoas que deram dinheiro e oraram pela campanha são elogiadas por fazer tudo isto possível. A glória da eleição e a graça da chamada eficaz não são somente não mencionadas; elas são deliberadamente negadas. Os relatórios no próximo dia são: “Nós tivemos vinte e uma decisões noite passada”. Leia as biografias de Bonar, McCheyne, Edwards, Whitfield, Spurgeon, ou qualquer outro gigante do passado e você nunca ouvirá uma linguagem tão desonrante a Deus e exaltadora do homem como esta. Eu desafio você a ler David Brainerd e tentar imaginar este homem piedoso dizendo, “Tive seis decisões noite passada”. A própria idéia é um insulto à memória deste homem piedoso.

Porque todos estes homens de Deus, homens que como mencionei, tiveram uma verdadeira experiência de reavivamento do Espírito Santo sob a pregação deles como nossa geração jamais viu, relatam os relacionamentos de Deus com suas próprias almas e com as almas influenciadas sob o seu ministério de uma maneira totalmente diferente da dos homens de hoje? Eles sabiam que cada conversão era uma amostra da eleição de Deus, da expiação específica do Filho e do chamado eficaz do Espírito Santo.Era apenas natural para eles atribuir a glória e o louvor à origem que causava o efeito. Eles louvavam o Deus Triuno porque Ele era o responsável pelo poder que eles viam manifestado toda vez que uma alma era nascida de novo. Visto que nossa geração é Arminiana, isto é, crê no livre-arbítrio, é naturalmente dado o crédito àqueles que sentem serem os responsáveis pela realização da obra. O pecador, cuja “decisão” mostra tanto seu bom julgamento como o poder de sua vontade para alcançá-lo, deve ser congratulado. Seria tanto cruel como injusto excluir do louvor o evangelista que “ganhou” a pessoa para Cristo por sua persuasão para que ele fizesse a escolha certa, e devemos também mencionar todas as pessoas que “fazem tudo isto possível” com dinheiro e orações.

TERCEIRO: A Verdadeira Natureza do Pecado e da Culpa é Negada

Os pecadores são informados que eles são culpados da incredulidade, mas esta incredulidade é descrita como meramente um trágico engano que o homem está fazendo. Este engano consiste na indisposição do pecador para “aceitara” os muitos benefícios maravilhosos que Deus deseja lhe dar. Sua incredulidade é realmente não mais do que um engano tolo que lhe priva de algumas bênçãos. Os homens são tratados como “neutros” com respeito ao caráter de Deus e Seus direitos como nosso Criador nunca são mencionados. Nossa tarefa como testemunhas é meramente persuadir os pecadores à cuidadosamente considerar tudo o que eles estão perdendo por recusar a “aceitar a oferta de Cristo”. Os Apóstolos não viram o pecado em geral, nem o pecado da incredulidade em geral, em tal luz. Aqueles pregadores inspirados consideravam a incredulidade um crime vil contra Deus, Sua lei e Seu reino. Os homens não são inquiridos a modelarem suas mentes e se decidirem por Jesus ; eles são ordenados em termos não incertos à mudar suas mentes e cessar com sua rebelião – ou algo parecido! Certamente os Apóstolos falaram da piedade para os pecadores, mas eles também demandavam arrependimento e evidencia de que esta era genuína. Novamente eu encorajo você a ler a introdução de Packer ao livro A Morte da Morte para um claro contraste entre a mensagem do “antigo evangelho” como pregada pelos Apóstolos, Reformadores e Puritanos e o “novo evangelho” como pregado pela maioria dos evangélicos e fundamentalistas hoje.

QUARTO: Ela diz ao Pecador para Olhar na Direção Errada

O erro mais drástico na religião do livre-arbítrio reside no próprio cerne de sua mensagem. No ponto onde o impotente pecador mais necessita da ajuda e do poder de Deus, o pecador é deliberadamente e dogmaticamente apontado para longe de Deus e informado que deve olhar para si mesmo. O Arminianismo fala para os homens que Deus quer, todavia, não pode, fazer algo mais do que Ele já fez. Lei o artigo de C.H. Spurgeon, “ Deveríamos Pregar a Depravação Total? ”, na página 7, e veja como ele enfatiza a necessidade de “lançar ao pó os pecadores em total desamparo”. O livre-arbítrio informa o pecador que ele não é impotente no início da conversão; de fato este erro ousadamente declara que é somente o poder do pecador que pode fazer esta tarefa neste ponto. Deus espera para que o homem forneça o poder – a força de vontade . O pobre pecador é informado, “Deus fez tudo que Ele poderia fazer, agora é tudo com você”. No lugar de arremessar os pecadores ao pó, isto lhes exalta. No lugar de forçá-los a olhar para Deus em total desamparo para encontrar graça e força, o livre-arbítrio coloca Deus em desamparo e exala o homem como sendo o único com a habilidade para alcançar a vitória!

Agradeça a Deus por Sua salvação não ser uma mera possibilidade baseada sobre um se você quiser ... então Deus pode ..., mas ela é baseada sobre uma certeza. Ela é uma certeza absoluta porque Deus ...!

O pecador deve estar disposto para vir a Cristo antes dele poder ser salvo? Certamente ele deve, mas esta não é a questão. É o homem capaz de por si mesmo se dispor para vir? Absolutamente não. O esquema inteiro da graça de Deus falhará por causa da inabilidade e insubordinação do homem? Não, meu amigo, a Bíblia nos assegura que o Deus da graça é também o Deus de poder . “O Teu povo apresentar-se-á voluntariamente no dia do Teu poder...” (Salmos 110:3) é uma promessa segura! Aqueles que creram no evangelho em Atos 13:48 estavam dispostos para serem salvos? Lídia em Atos 16:14 voluntariamente abriu seu coração para Cristo à medida que Paulo pregava para ela? Os homens em Atos capítulo dois queriam buscar misericórdia? A resposta é óbvia, certamente eles estavam dispostos – em todos três casos. A questão real é esta: ‘Quem e o que lhes fez dispostos?"Leia cada caso e veja se foi o poder do livre-arbítrio ou o poder da graça soberana. A questão real é esta: “Como pode um pecador morte como uma mente carnal ativamente oposta à Deus e à justiça ser assim mudado para estar disposta e sinceramente desejoso de ser salvo para santidade? Exatamente como Deus realiza este grande e glorioso “mistério” (João 3:8) está além do meu alcance, mas eu sei que Ele assim o faz, e eu também sei que TUDO é obra Sua .