quinta-feira, 28 de abril de 2011

A Imagem de Deus - Pr. J Miranda

Gênesis 1:27: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.
As Escrituras ensinam (Gn 1.26-27; 5.1; 9.6; 1Co 11.7; Tg 3.9) que Deus fez o homem e a mulher à sua própria imagem, assim de que os seres humanos são semelhantes a Deus, como nenhuma outra criatura terrena é. A dignidade especial dos seres humanos está no fato de, como homens e mulheres, poderem refletir e reproduzir – dentro de sua própria condição de criaturas – os santos caminhos de Deus. Os seres humanos foram criados com esse propósito, e, num sentido, somos verdadeiros seres humanos na medida em que cumprimos esse propósito.

O que tudo envolve essa imagem de Deus na humanidade não está especificado em Gn 1.26-27, mas o contexto da passagem nos ajuda a defini-lo. O texto de Gn 1.1-25 descreve Deus como sendo pessoal, racional (dotado de inteligência e vontade), criativo, governando o mundo que criou, e um ser moralmente admirável (pois tudo o que criou é bom). Assim, a imagem de Deus refletirá essas qualidades. Os versículos 28-30 mostram Deus abençoando os seres humanos que acabara de criar, conferindo-lhes o poder de governar a criação, como seus representantes e delegados. A capacidade humana para comunicar-se e para relacionar-se tanto com Deus como com outros seres humanos aparece como outra faceta dessa imagem.
Por isso, a imagem de Deus na humanidade, que surgiu no ato criador de Deus, consiste em: (a) existência do homem como uma “alma” ou “espírito” (Gn 2.7), isto é, como ser pessoal e autoconsciente, com capacidade semelhante à de Deus para conhecer, pensar e agir; (b) ser uma criatura moralmente correta – qualidade perdida na queda, porém agora progressivamente restaurada em Cristo (Ef 4.24; Cl 3.10); (c) domínio sobre o meio ambiente; (d) ser o corpo humano o meio através do qual experimentamos a realidade, nos expressamos e exercemos domínio e (e) na capacidade que Deus nos deu para usufruir a vida eterna.
A queda deformou a imagem de Deus não só em Adão e Eva, mas em todos os seus descendentes, ou seja, em toda a raça humana. Estruturalmente, conservamos essa imagem no sentido de permanecermos seres humanos, mas não funcionalmente, por sermos agora escravos do pecado, incapazes de usar nossos poderes para espelhar a santidade de Deus. A regeneração começa em nossa vida o processo de restauração da imagem moral de Deus. Porém, enquanto não formos inteiramente santificados e glorificados, não podemos refletir, de modo perfeito, a imagem de Deus em nossos pensamentos e ações – como fomos criados para fazer e como o Filho de Deus encarnado refletiu na sua humanidade (Jo 4.34; 5.30; 6.38; 8.29,46).

Fonte: Bíblia de Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 10.

Deus Escolheu Homens para: Diáconos; Presbíteros e pastores - Por Pr. Miranda

Tenho plena certeza que, a liderança da igreja foi entregue pelo Senhor Jesus e por seus apóstolos a homens cristãos qualificados. E este padrão, claramente encontrado na Bíblia, vale como norma para nossos dias, pois se baseia em princípios teológicos e não culturais. Reflita no seguinte:

• Embora mulheres tenham sido juízas e profetisas (Jz 4.4; 2Re 22.14) em Israel nunca foram ungidas, consagradas e ordenadas como sacerdotisas, para cuidar do serviço sagrado, das coisas de Deus, conduzir o culto no templo e ensinar o povo de Deus, que eram as funções do sacerdote (Ml 2.7). Encontramos profetisas no Novo Testamento, como as filhas de Felipe (At 21.9; 1Co 11.5), mas não encontramos sacerdotisas, isto é, presbíteras, pastoras, bispas, apóstolas. Apelar à Débora e Hulda, como MUITAS FAZEM, prova somente que Deus pode usar mulheres para falar ao seu povo. Não prova que elas tenham que ser ordenadas.
• Muitos(a) pensam que, Jesus não escolheu mulheres para apóstolas porque ele não queria escandalizar a sociedade machista de sua época. Será, Irmãos? O Senhor Jesus rompeu com vários paradigmas culturais de sua época. Ele falou com mulheres (Jo 8.10-11), inclusive com samaritanas (Jo 4.7), quebrou o sábado (Jo 5.18), as leis da dieta religiosa dos judeus (Mt 7.2), relacionou-se com gentios (Mt 4.15). Se ele achasse que era a coisa certa a fazer, certamente teria escolhido mulheres para constar entre os doze apóstolos que nomeou. Mas, não o fez, apesar de ter em sua companhia mulheres que o seguiam e serviam como Maria Madalena, Marta e Maria sua irmã (Lc 8.1-2).
• Os apóstolos, por sua vez, quando tiveram a chance de incluir uma mulher no círculo apostólico em lugar de Judas, escolheram um homem, Matias (At 1.26), mesmo que houvesse mulheres proeminentes na assembléia, como a própria Maria, mãe de Jesus (At 1.14-15) – que escolha mais lógica do que ela? E mais tarde, quando resolveram criar um grupo que cuidasse das viúvas da igreja, determinaram que fossem escolhidos sete homens, quando o natural e cultural seria supor que as viúvas seriam mais bem atendidas por outras mulheres (Atos 6.1-7).
• Nas instruções que deram às igrejas sobre presbíteros e diáconos, os apóstolos determinaram que eles deveriam ser marido de uma só mulher e deveriam governar bem a casa deles – obviamente eles tinham em mente homens cristãos (1Tm 3.2,12; Tt 1.6) e não mulheres, ainda que capazes, piedosas e dedicadas, como você. E mesmo que reconhecessem o importante e crucial papel da mulher cristã no bom andamento das igrejas, não as colocaram na liderança das comunidades, proibindo que elas ensinassem com a autoridade que era própria do homem (1Tm 2.12), que participassem na inquirição dos profetas, o que poderia levar à aparência de que estavam exercendo autoridade sobre o homem (1Co 14.29-35). Eles também estabeleceram que o homem é o cabeça da mulher (1Co 11.3; Ef 5.23), uma analogia que claramente atribui ao homem o papel de liderança.
Conclusão: O homem é o cabeça da mulher a partir de um encadeamento hierárquico que tem início em Deus Pai, descendo pelo Filho, pelo homem e chegando até a mulher (1Co 11.3).[1] Este argumento me parece bem teológico, como aquele que faz uma analogia entre marido e mulher e Cristo e a igreja, “o marido é o cabeça da mulher como Cristo é o cabeça da igreja” (Ef 5.23). Não consigo imaginar uma analogia mais teológica do que esta para estabelecer a liderança masculina. E quando Paulo restringe a participação da mulher no ensino autoritativo –que é próprio do homem – argumenta a partir do relato da criação e da queda (1Tm 2.12-14).[2]
Não existe na Palavra de Deus argumento para as mulheres exercerem O: DIACONATO; PREBITERADO E PASTORADO. Esse ministério foi confiado a HOMENS.

Pesquisa: Bíblia de Estudos de Genebra; Artigo do Pr. A. Nicodemos

sábado, 23 de abril de 2011

A PÁSCOA e Sua Origem - Por Pr. Miranda

Texto: Êxodo 12.1-4- 22-29; Lucas 22.14-20

Páscoa! Festa de ressurreição de Jesus!

Como que por unanimidade, muitos fazem essa declaração...

Infelizmente poucos sabem a verdadeira origem dessa festa. Pois, nem é preciso dizer que por parte dos que não conhece a verdade, a ignorância os faz pensar que a Páscoa é a comemoração da ressurreição do Senhor. É uma ignorância alimentada pela tradição da Lei _

A ORIGEM DA PASCOÁ

Se fôssemos ver a origem da páscoa, isto é, a verdadeira páscoa, que é bíblica, ela se encontra no livro de Êxodo, capítulo 12, onde o Senhor declara uma série de ordenanças ao seu povo, Israel, para ser lembrada à posteridade, e cumprida. Isto é, a páscoa foi instituída por Deus para Israel. E o significado desta festa se encontra no versículo 12, onde se diz o seguinte:

"Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor".

Tem-se aí, portanto, o motivo da páscoa: A morte dos primogênitos dos egípcios, e a execução do juízo de Deus sobre todos os deuses egípcios. E em outras passagens, são reforçadas o sentido da Páscoa:

"Quando, pois, tiverdes entrado na terra que o Senhor vos dará, como tem prometido, guardareis este culto. E quando vossos filhos vos perguntarem:

Que quereis dizer com este culto?

Respondereis: Este é o sacrifício da páscoa do Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriram os Egípcios, e livrou as nossas casas." (Êxodo 12:26,27).

O significado da páscoa também é a da libertação “PROTEÇÃO” do jugo dos egípcios (Êxodo 12:42): "Esta é uma noite que se deve guardar ao Senhor, porque os tirou da terra do Egito...". Como se vê, o seu significado é bem diverso daquele que o mundo vê: a ressurreição do Senhor Jesus; pois, não existem bases sólidas para tal argumento, visto que a ressurreição foi uma conseqüência da perfeição do Senhor Jesus, uma vez que ele não cometeu nenhum pecado, portanto, não poderia permanecer morto. E também, a garantia da Sua vitória sobre a Morte, fazendo valer assim a Sua promessa de vida eterna, a plena, para todos aqueles que creram e se entregaram a Ele. Mas em nenhuma parte das Escrituras diz que a páscoa é a comemoração da ressurreição do Senhor; nem no Velho, quanto mais no Novo Testamento.

Portanto, ao se tratar de definir um sentido diferente daquilo que Deus estabeleceu para uma festa por Ele ordenada, é o mesmo que estivesse torcendo e distorcendo a Sua Palavra. Sejam quais os motivos apresentados.

Os que estão apegados a páscoa, estão apegado as obras da LEI da Antiga Aliança. Vejamos o que está escrito: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição: Porque está escrito” (Gálatas 3.10).

Os que estão apegados a Páscoa “Le” Cristo precisa resgatá-lo da maldição da lei: “Cristo nos regatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldito em nosso lugar” (Gálatas 3.13).

Em Nosso Dias o Que é Certo? Páscoa ou Santa Ceia?

O próprio Senhor Jesus, quando instituiu a Ceia do Senhor, se deu no dia da páscoa (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13), e não foi pela Sua ressurreição que Ele a instituiu, e sim, em memorial a Ele, e anunciando a Sua morte, até que Ele venha a nos buscar (I Coríntios 11:26). Era a entrada da Nova Aliança “Este é o cálice da NOVA ALIANÇA” (Lucas 22.20)

Isto é, a Ceia do Senhor se deu justamente na páscoa porque, a verdadeira páscoa (o verdadeiro cordeiro) era Ele (I Coríntios 5:7), que estava preparado para morrer pelos nossos pecados - a de ser crucificado. Por isso que foi chamado de Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 1:29), porque Ele é o Cordeiro a ser sacrificado, a páscoa, para derramar o Seu sangue pelos nossos pecados; pois, sem tal sacrifício, nenhum homem poderia aproximar de Deus, e entrar em comunhão com Ele, ganhando assim a vida eterna.

Razão pelo qual, uma vez feito tal sacrifício, o único verdadeiro e perfeito, deixaria de ter sentido a páscoa, uma vez que o antigo pacto foi consumado. Foi por essa razão que o Senhor Jesus se reuniu com os seus discípulos, para realizar a última páscoa - a válida - e estabelecer o novo pacto, mais abrangente, e debaixo da graça: a Ceia do Senhor.

Ora, se o irmão pretende celebrar a páscoa, ele deverá seguir à risca os mandamentos que Deus deu a Moisés!

Terá de deixar de participar da Ceia do Senhor periodicamente (geralmente mês a mês), pois, a páscoa só se dá por volta dos meses de março/abril de cada ano. Visto que era celebrada no mês de abibe, no dia 14 por diante, e deverá imolar um cordeiro, e comer por sete dias, pães ázimos e ervas amargas...(Êxodo 12:2-8-15).

Não imolando o cordeiro, mesmo assim, teria de ser com pães ázimos, e já terá transgredido a Lei de Deus!

Mas acontece que a páscoa é um mandamento somente para o povo de Israel, e não para os outros povos, quanto mais para a Igreja de Cristo, pois senão teriam de seguir à risca, todos os preceitos que Deus deu a este povo e ainda estariam apegado a VELHA ALIANÇA e não teriam parte de Cristo (Gálatas 5.1-2).

Acima de tudo, o seu paganismo que se demonstra em duas evidências:

O ovo e o coelho, são símbolos que vieram dos antigos povos, como os egípcios e os persas, além de outros. Nesse caso, os ovos eram tingidos, e dados aos amigos, e os chineses as usavam nas festas de renovação da natureza (4). E como peças decorativas pagãs, chegaram a nós, proveniente de regiões como a Ucrânia, sob o nome de pessankas (5).

CONCLUSÃO:

A páscoa que se comemora atualmente faz parte das chamadas festas cíclicas pagãs, onde se presta grande importância na guarda das datas, dias, meses, etc. E para esse caso, é bom nos lembrarmos da advertência data pelo apóstolo Paulo:

..."agora, porém, que já conheceis a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais quereis servir?

Guardais dias, e meses, e tempos, e anos"... (Gálatas 4:9-10).

A verdadeira páscoa foi consumada quando o nosso Mestre e Senhor foi crucificado na cruz. Portanto, não tem mais sentido para nós a sua comemoração, visto que não representa sequer o ressurreição de Jesus, e sim, a revitalização de uma festa milenar e pagã de fertilidade.

O nosso alvo é a importância da morte do Senhor Jesus, e devemos nos lembrar disso, até a volta d'Ele, para nos buscar; isto é, devemos lembrar da Sua morte na Ceia do Senhor enquanto vivermos. Seria uma pobreza espiritual apenas lembrar de Cristo uma semana em cada ano.



NOTAS:

(1) Bíblia de Genebra; Bíblia de Estudos

(2) "PÁSCOA" in Enciclopédia Judaica, v.3, pag.956 (ed.67).

(3) "PÁSCOA" in Enciclopédia Brasileira Globo, v.VIII, sem página.

GAUSS, Karl Friedrich - "um dos grandes expoentes matemáticos de tôda a história" (Barsa, v.6, pag.435, edição de 69).

(4) "PÁSCOA" in Enciclopédia Brasileira Mérito, v.15, pag.45.

Enciclopédia EPB Universal, v.9, pag.2704.

(5) "PÁSCOA" in Enciclopédia Delta Universal, v.11, pag. 6125 (ed.80).

"Páscoa: que significa realmente?" in Jornal da Tarde, 7 de abril de 1982.

A PÁSCOA e Sua Origem -

A PÁSCOA e Sua Origem


Pr. J Miranda - Texto: Êxodo 12.1-4- 22-29; Lucas 22.14-20

Páscoa! Festa de ressurreição de Jesus!

Como que por unanimidade, muitos fazem essa declaração...

Infelizmente poucos sabem a verdadeira origem dessa festa. Pois, nem é preciso dizer que por parte dos que não conhece a verdade, a ignorância os faz pensar que a Páscoa é a comemoração da ressurreição do Senhor. É uma ignorância alimentada pela tradição da Lei _

A ORIGEM DA PASCOÁ

Se fôssemos ver a origem da páscoa, isto é, a verdadeira páscoa, que é bíblica, ela se encontra no livro de Êxodo, capítulo 12, onde o Senhor declara uma série de ordenanças ao seu povo, Israel, para ser lembrada à posteridade, e cumprida. Isto é, a páscoa foi instituída por Deus para Israel. E o significado desta festa se encontra no versículo 12, onde se diz o seguinte:

"Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor".

Tem-se aí, portanto, o motivo da páscoa: A morte dos primogênitos dos egípcios, e a execução do juízo de Deus sobre todos os deuses egípcios. E em outras passagens, são reforçadas o sentido da Páscoa:

"Quando, pois, tiverdes entrado na terra que o Senhor vos dará, como tem prometido, guardareis este culto. E quando vossos filhos vos perguntarem:

Que quereis dizer com este culto?

Respondereis: Este é o sacrifício da páscoa do Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriram os Egípcios, e livrou as nossas casas." (Êxodo 12:26,27).

O significado da páscoa também é a da libertação “PROTEÇÃO” do jugo dos egípcios (Êxodo 12:42): "Esta é uma noite que se deve guardar ao Senhor, porque os tirou da terra do Egito...". Como se vê, o seu significado é bem diverso daquele que o mundo vê: a ressurreição do Senhor Jesus; pois, não existem bases sólidas para tal argumento, visto que a ressurreição foi uma conseqüência da perfeição do Senhor Jesus, uma vez que ele não cometeu nenhum pecado, portanto, não poderia permanecer morto. E também, a garantia da Sua vitória sobre a Morte, fazendo valer assim a Sua promessa de vida eterna, a plena, para todos aqueles que creram e se entregaram a Ele. Mas em nenhuma parte das Escrituras diz que a páscoa é a comemoração da ressurreição do Senhor; nem no Velho, quanto mais no Novo Testamento.

Portanto, ao se tratar de definir um sentido diferente daquilo que Deus estabeleceu para uma festa por Ele ordenada, é o mesmo que estivesse torcendo e distorcendo a Sua Palavra. Sejam quais os motivos apresentados.

Os que estão apegados a páscoa, estão apegado as obras da LEI da Antiga Aliança. Vejamos o que está escrito: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição: Porque está escrito” (Gálatas 3.10).

Os que estão apegados a Páscoa “Le” Cristo precisa resgatá-lo da maldição da lei: “Cristo nos regatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldito em nosso lugar” (Gálatas 3.13).

Em Nosso Dias o Que é Certo? Páscoa ou Santa Ceia?

O próprio Senhor Jesus, quando instituiu a Ceia do Senhor, se deu no dia da páscoa (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13), e não foi pela Sua ressurreição que Ele a instituiu, e sim, em memorial a Ele, e anunciando a Sua morte, até que Ele venha a nos buscar (I Coríntios 11:26). Era a entrada da Nova Aliança “Este é o cálice da NOVA ALIANÇA” (Lucas 22.20)

Isto é, a Ceia do Senhor se deu justamente na páscoa porque, a verdadeira páscoa (o verdadeiro cordeiro) era Ele (I Coríntios 5:7), que estava preparado para morrer pelos nossos pecados - a de ser crucificado. Por isso que foi chamado de Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 1:29), porque Ele é o Cordeiro a ser sacrificado, a páscoa, para derramar o Seu sangue pelos nossos pecados; pois, sem tal sacrifício, nenhum homem poderia aproximar de Deus, e entrar em comunhão com Ele, ganhando assim a vida eterna.

Razão pelo qual, uma vez feito tal sacrifício, o único verdadeiro e perfeito, deixaria de ter sentido a páscoa, uma vez que o antigo pacto foi consumado. Foi por essa razão que o Senhor Jesus se reuniu com os seus discípulos, para realizar a última páscoa - a válida - e estabelecer o novo pacto, mais abrangente, e debaixo da graça: a Ceia do Senhor.

Ora, se o irmão pretende celebrar a páscoa, ele deverá seguir à risca os mandamentos que Deus deu a Moisés!

Terá de deixar de participar da Ceia do Senhor periodicamente (geralmente mês a mês), pois, a páscoa só se dá por volta dos meses de março/abril de cada ano. Visto que era celebrada no mês de abibe, no dia 14 por diante, e deverá imolar um cordeiro, e comer por sete dias, pães ázimos e ervas amargas...(Êxodo 12:2-8-15).

Não imolando o cordeiro, mesmo assim, teria de ser com pães ázimos, e já terá transgredido a Lei de Deus!

Mas acontece que a páscoa é um mandamento somente para o povo de Israel, e não para os outros povos, quanto mais para a Igreja de Cristo, pois senão teriam de seguir à risca, todos os preceitos que Deus deu a este povo e ainda estariam apegado a VELHA ALIANÇA e não teriam parte de Cristo (Gálatas 5.1-2).

Acima de tudo, o seu paganismo que se demonstra em duas evidências:

O ovo e o coelho, são símbolos que vieram dos antigos povos, como os egípcios e os persas, além de outros. Nesse caso, os ovos eram tingidos, e dados aos amigos, e os chineses as usavam nas festas de renovação da natureza (4). E como peças decorativas pagãs, chegaram a nós, proveniente de regiões como a Ucrânia, sob o nome de pessankas (5).

CONCLUSÃO:

A páscoa que se comemora atualmente faz parte das chamadas festas cíclicas pagãs, onde se presta grande importância na guarda das datas, dias, meses, etc. E para esse caso, é bom nos lembrarmos da advertência data pelo apóstolo Paulo:

..."agora, porém, que já conheceis a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais quereis servir?

Guardais dias, e meses, e tempos, e anos"... (Gálatas 4:9-10).

A verdadeira páscoa foi consumada quando o nosso Mestre e Senhor foi crucificado na cruz. Portanto, não tem mais sentido para nós a sua comemoração, visto que não representa sequer o ressurreição de Jesus, e sim, a revitalização de uma festa milenar e pagã de fertilidade.

O nosso alvo é a importância da morte do Senhor Jesus, e devemos nos lembrar disso, até a volta d'Ele, para nos buscar; isto é, devemos lembrar da Sua morte na Ceia do Senhor enquanto vivermos. Seria uma pobreza espiritual apenas lembrar de Cristo uma semana em cada ano.



NOTAS:

(1) Bíblia de Genebra; Bíblia de Estudos

(2) "PÁSCOA" in Enciclopédia Judaica, v.3, pag.956 (ed.67).

(3) "PÁSCOA" in Enciclopédia Brasileira Globo, v.VIII, sem página.

GAUSS, Karl Friedrich - "um dos grandes expoentes matemáticos de tôda a história" (Barsa, v.6, pag.435, edição de 69).

(4) "PÁSCOA" in Enciclopédia Brasileira Mérito, v.15, pag.45.

Enciclopédia EPB Universal, v.9, pag.2704.

(5) "PÁSCOA" in Enciclopédia Delta Universal, v.11, pag. 6125 (ed.80).

"Páscoa: que significa realmente?" in Jornal da Tarde, 7 de abril de 1982.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O perigo do seu desejo pecaminoso – John Owen (1616-1683)

Há muitos perigos a serem considerados, mas nós nos limitaremos a quatro deles:

a) O perigo de sermos endurecido
Considere as advertências de Hebreus 3:12,13. Nestas palavras o escritor solenemente admoesta seus leitores a que façam tudo que estiver ao seu alcance para evitar que sejam "endurecidos pelo engano do pecado". O endurecimento mencionado aqui é a apostasia total, um endurecimento que "afasta do Deus vivo". Qualquer desejo pecaminoso que se deixe sem mortificar opera tal endurecimento e consegue fazer pelo menos algum progresso nessa direção. A pessoa que está lendo estas palavras pode ter sido certa vez muito terna para com Deus e freqüentemente percebido o mover--se do seu coração pela Sua Palavra. Agora, no entanto, eis que as coisas mudaram e ela pode negligenciar os deveres de orar, de ler e de ouvir a Palavra de Deus, com pouca preocu¬pação. Não é suficiente que seu coração trema ao pensar em se endurecer, a tal ponto que você pense levianamente do pecado, da maravilha da graça de Deus, da misericórdia de Deus, do precioso sangue de Cristo, da lei de Deus, do céu e do inferno. Leitor, tome cuidado. Isso é o que um desejo pecaminoso que não foi mortificado fará, se for deixado sem ser examinado.

b) O perigo de alguma grande punição temporal

Embora Deus nunca vá abandonar completamente os Seus filhos por deixarem de mortificar seus desejos pecaminosos, talvez Ele os castigue, causando-lhes dor e tristeza (veja Sal. 89:30-33). Pense em Davi e em todas as tribulações que teve porque deixou de mortificar os desejos pecaminosos por Bate-Seba. Não significaria nada para você que seu fracasso em mortificar os desejos pecaminosos na sua vida possa trazer sobre você castigos dolorosos que podem continuar com você até o túmulo? Se não tem receio de tal coisa, então há uma boa razão para temer que seu coração já esteja endurecido.

c) O perigo de perder a paz e a força pelo resto da vida

A paz com Deus e a força para andar diante de Deus são essenciais para a vida espiritual da alma. Sem gozar destas coisas em certa medida, viver é morrer. Quando uma pessoa persiste em deixar de mortificar os seus desejos pecaminosos, mais cedo ou mais tarde será privada de ambas essas bênçãos. Que paz ou que força pode desfrutar uma alma quando Deus diz: "Por causa da indignidade da sua cobiça eu me indignei e feri o povo; escondi a face, e indignei-me..." (como Ele fez em Is. 57:17)? Ainda noutra ocasião Deus diz: "Irei, e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados" (Os. 5:15). E, quando Deus age assim, o que será da paz deles e de sua força?

Pense, leitor, seria o caso de que em breve, talvez, você não mais veja a face de Deus com paz? Talvez amanhã você não seja capaz de orar, de ler, de ouvir ou de realizar quaisquer deveres com pelo menos um pouco de gozo, vida ou vigor. Talvez Deus lance suas setas em você, e o encha de angústia, de temores e de perplexidades. Considere isto um pouco, que embora Deus não o destrua totalmente, Ele poderá lançá--lo em um estado no qual você sinta que isto é o que acontecerá com você. Não deixe de lado esta consideração até que sua alma trema dentro de você.

d) O perigo da destruição eterna (Owen faz duas observações a respeito deste perigo, mas nós nos limitaremos à primeira delas.)
Há tal conexão entre a persistência no pecado e a destruição eterna que enquanto uma pessoa estiver sob o poder do pecado, ela precisa ser advertida sobre a destruição e a separação eterna de Deus. O fato de Deus ter resolvido livrar alguns da permanência no pecado (a fim de salvá-los da destruição) não muda o outro fato (igualmente verdadeiro) de que Deus não livrará da destruição quem permanecer no pecado. A regra de Deus é muito clara. "Aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção..." (Gál. 6:7,8). Quanto mais claramente reconhecermos a realidade de que os desejos pecaminosos que não foram mortificados levarão a destruição eterna, mais claramente veremos o perigo de permitir que qualquer desejo pecaminoso na nossa vida permaneça sem ser mortificado. O desejo pecaminoso é um inimigo que nos destruirá se antes não o destruirmos. Que isso penetre fundo na sua alma. Não se contente com a suposição de que já foi suficientemente fundo enquanto não tremer ao pensar em ter um inimigo vivendo dentro de você, que o destruirá se antes você não o destruir.

domingo, 17 de abril de 2011

A necessidade de um chamado eficaz – Thomas Watson (1620 – 1686)

               Uma pessoa não pode entrar no céu sem ter esse chamado. Primeiramente, devemos ser chamados antes de ser glorificados (Rm 8.30). Uma pessoa que não foi chamada não pode alegar nada na Bíblia, além das ameaças. Uma pessoa no estado natural não é apropriada para o céu, assim como uma pessoa suja e vestida com trapos não está apropriada para entrar na presença de um rei. Uma pessoa em seu estado natural é alguém que odeia a Deus. Será apropriada para o céu? (Rm 1.30). Deus daria ao inimigo acesso à sua intimidade?

Verificando se fomos eficazmente vocacionados.

Podemos saber se fomos chamados por meio das coisas antecedentes ao chamado e pelos resultados do chamado.

1. Pelas coisas antecedentes. Antes de acontecer esse chamado eficaz, uma obra de humilhação acontece na alma. A pessoa é convencida do pecado, vê que é um pecador e nada mais que um pecador. O solo novo de seu coração é lavrado (Jr 4.3). Como o fazendeiro que sulca a terra e lança a semente, assim Deus, pela obra convincente da lei, quebra o coração do pecador e o prepara para receber as sementes da graça. Os que nunca foram convencidos, nunca foram chamados. "Ele... convencerá o mundo do pecado" (Jo 16.8). O convencimento é o primeiro passo na conversão.

2. Pelos resultados, que são dois: Primeiro, quem é chamado de maneira salvadora responde ao chamado de Deus. Quando Deus chamou Samuel, ele respondeu: "Fala, porque o teu servo ouve" (ISm 3.10). Quando Deus lhe chama para um ato de adoração, você corre em resposta a seu chamado? "Não fui desobediente à visão celestial" (At 26.19). Quando Deus nos chama a nos posicionar contrariamente ao sangue e à carne somos em tudo obedientes à sua voz. Uma obediência verdadeira é como uma agulha que aponta para a direção que a magnetita atrai. Aqueles que são surdos ao chamado de Deus revelam que não são chamados pela graça.



Segundo, além disso, aquele que é eficazmente chamado fecha seu ouvido para todos os outros chamados que podem tirá-lo da direção divina. Assim como Deus tem seu chamado, há também aqueles que chamam em contrário. Satanás chama pela tentação, pela luxúria e pelas companhias malignas. Mas, assim como a víbora deixa de ouvir a voz do encantador, assim todo o que é eficazmente chamado deixa de ouvir todos os encantos da carne e do maligno.

Terceira aplicação: quanto ao consolo para os que são chamados por Deus. Este chamado evidencia a eleição. "E aos que predestinou, a esses também chamou" (Rm 8.30). A eleição é a causa de nossa vocação e a vocação é o sinal de nossa eleição. A eleição é o primeiro elo da corrente dourada da salvação, a vocação é o segundo. Quem tem o segundo elo da corrente tem certeza do primeiro. Assim como pela corrente de água somos conduzidos até a fonte, pelo coração chegamos à eleição. O chamado é a sinceridade e o compromisso da glória. "Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação" (2Ts 2.13). Podemos ler a respeito do amor predestinador de Deus na obra da graça em nosso coração.

Quarta aplicação: que aqueles que são chamados sejam agradecidos a Deus pela bênção indizível. Sejam agradecidos a todas as pessoas da Trindade, à misericórdia do Pai, aos méritos do Filho e à eficácia do Espírito. A fim de fazer de alguém agradecido é preciso considerar que, enquanto ofensor, Deus o chamou. Quando Deus não precisava de ninguém, tinha milhões de santos glorificados e de anjos para louvá-lo. Leve em consideração o que você era antes de ser chamado. Você estava em seus pecados. Quando Deus chamou Paulo, encontrou-o perseguindo. Quando Deus chamou Mateus, encontrou-o na coletoria; Quando chamou Zaqueu, encontrou-o perseguindo suas luxúrias, quando Saul foi chamado para ser rei, estava atrás de jumentos. Deus nos chamou quando estávamos mais envolvidos no pecado. Admire seu amor e exalte seus louvores. Digo novamente, Deus, ao passar por outros e chamar você, demonstrou muita misericórdia. "Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado" (Mt 11.26). O fato de Deus deixar de lado pessoas sábias e nobres, pessoas de disposição mais doce, pessoas mais perceptíveis, de menos vícios e permitir que a porção da graça caia sobre alguém como eu e como você é uma impressionante demonstração de amor. Para Samuel foi um grande favor o fato de Deus chamá-lo e se revelar a ele deixando Eli, que fora sacerdote e juiz em Israel (1 Sm 3.6). Da mesma maneira, Deus chamar você, um pecador infame, e deixar de lado outros de melhor condição social e moral mais elevada exige altos louvores. Como Deus governa as nuvens fazendo chover em um lugar e não em outro, da mesma maneira, em um sermão, abre o coração de um enquanto outro é tão sensibilizado por ele quanto um homem surdo pelo som da música. Nesse chamado eletivo de Deus, a bandeira de sua graça está exibida e os troféus de seu louvor erigidos. Elias e Eliseu estavam andando juntos, de repente apareceu uma carruagem de fogo e levou Elias para o céu, mas Eliseu foi deixado. A graça se demonstrará infinita quando dois estiverem andando juntos - esposo e esposa, pai e filho - e Deus chamar um pela sua graça e deixar o outro, levar um em uma carruagem triunfante para o céu, mas deixar o outro perecendo eternamente. Aqueles que são chamados pelo amor eletivo de Deus deveriam ficar muito impressionados. Deveriam transbordar de alegria por serem os vasos de misericórdia. Deveriam se levantar no Monte Gerizim louvando e exaltando a Deus. Então, comecem o trabalho do céu aqui. Aqueles que são padrões de misericórdia deveriam ser anunciadores do louvor. Assim, Paulo, quando chamado por Deus, e vendo quão devedor era em relação à graça, ficou muito admirado e agradecido (lTm 1.12).

Quinta aplicação: uma palavra aos chamados. Andem de modo digno do grande chamado: "Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados" (Ef 4.1) em dois aspectos.

1. Ande cheio de compaixão. Tenha misericórdia daqueles que ainda não foram chamados. Você tem um filho, sua esposa, seus servos que Deus ainda não chamou? Chore por suas almas mortas. Estão em seu próprio sangue, "sob o poder de Satanás". Sim, tenha bastante misericórdia deles. Que os pecados deles o incomodem mais que os próprios sofrimentos pessoais. Se você tem dó de um boi ou de um jumento que se perde, não deveria ter misericórdia de uma alma que se desvia? Mostre sua piedade por meio de sua misericórdia.

2. Ande de maneira santa. Vocês têm um santo chamado (2Tm 1.9), somos chamados para ser santos (Rm 1.7). Mostrem sua vocação pelas conversas embasadas na Palavra. As flores não são mais cheirosas que as ervas daninhas? Aqueles que são enobrecidos com a graça não deveriam ter uma fragrância maior que aqueles que são pecadores? "Segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento" (lPe 1.15). Não desonre seu elevado chamado por qualquer maneira repugnante. Quando Antígono86 estava a caminho para se contaminar com mulheres, alguém lhe disse: "você é filho de rei". Lembre-se também de sua dignidade: "Você é chamado por Deus, da linhagem real do céu". Não faça coisas indignas de um chamado honrável. Cipião Africano recusou um abraço de uma prostituta porque era o general de um exército. Odeie todos os movimentos do pecado por causa do elevado chamado. Não é apropriado para os vocacionados de Deus fazer como os outros. Embora alguns dos judeus bebessem vinho, tal liberdade não era apropriada para os nazíreus que tinham um voto de santidade e haviam prometido abstinência. Ainda que os pagãos e os cristãos nominais tomem liberdade no pecado, não é apropriado para aqueles que foram chamados para fora do mundo, e cuja marca da eleição está sobre eles. Vocês são pessoas consagradas, seus corpos são o templo do Espírito Santo. Seus corpos deveriam ser uma sacristia ou o Santo dos santos

sábado, 16 de abril de 2011

Herdeiros da ira Divina – Thomas Watson (1620-1686)

Qual é a desgraça desse estado em que o homem caiu?

RESPOSTA: Toda a humanidade, por sua queda, perdeu a comunhão com Deus, todos estão sob sua ira e sua maldição e, então, são responsáveis por todas as desgraças da vida, pela própria morte e o sofrimento eterno no inferno.

"E éramos, por natureza, filhos da ira" (Ef 2.3). Adão legou um quinhão infeliz para sua posteridade: pecado e desgraça. Já consideramos a primeira parte, o pecado original. Vamos, agora, considerar a desgraça desse estado. Naquele, consideramos a ofensa da humanidade; neste, vamos considerar o sofrimento da humanidade.

A desgraça resultante do pecado original é dupla:

1. Particularmente

Por esse primeiro pecado hereditário, perdemos a comunhão com Deus. Adão era íntimo de Deus, seu favorito, porém, o pecado nos colocou fora do âmbito desse favor. Quando perdemos a imagem de Deus, perdemos seu relacionamento conosco. Ao banir Adão do paraíso, Deus, de maneira figurada, mostrou como o pecado nos afasta de seu amor e seu favor.

2. Absolutamente

Em quatro aspectos: 1. Sob o poder de Satanás; 2. Herdeiros da ira de Deus; 3. Sujeitos a todas as desgraças desta vida; e 4. Abandonados ao inferno e à condenação eterna.

a. Sob o poder de Satanás

A primeira desgraça é que, pela natureza, estamos "sob o poder de Satanás", que é chamado de "o príncipe da potestade do ar" (Ef 2.2). Antes da queda, o homem era um cidadão livre, agora é um escravo; antes, um rei em seu trono, agora, está em grilhões. A quem o homem está escravizado? Aquele que é seu inimigo. Isso tornava pior o cativeiro de Israel. "Sobre eles dominaram os que os odiavam" (SI 106.41). Pelo pecado somos escravizados a Satanás, inimigo da humanidade, que escreve todas as suas leis com sangue. Os pecadores, antes da conversão, estão sob as ordens de Satanás; como o asno está sob o comando do condutor, assim ele conduz todos que labutam pelo mal. Assim que Satanás tenta, eles obedecem. Como o navio está sob o comando do piloto, que o guia pelos caminhos que quiser, assim é o pecador sob o comando de Satanás: e este sempre conduz o navio para o inferno. O maligno dirige todos os poderes e todas as faculdades do pecador.

i. Satanás dirige o entendimento. Ele cega os homens com ignorância e, depois, dirige-os. Como os filisteus arrancaram os olhos de Sansão e, assim, o amarraram, Satanás pode fazer o que quiser com um homem ignorante, uma vez que ele não enxerga o erro em seu caminho, o mal pode guiá-lo a qualquer pecado. Você pode guiar um cego para onde quiser, pois todo o pecado está fundamentado na ignorância.

ii. Satanás dirige a vontade. Embora ele não possa obrigar, pode, pela tentação, atrair. "Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos" (Jo 8.44). Ele toma os corações, e estes, passam a lhe obedecer. "Queimaremos incenso à Rainha dos Céus" (Jr 44.17). Quando o mal instiga um pecador com a tentação, ele irá atropelar e quebrar todas as leis de Deus, de maneira a obedecer Satanás. Onde está, então, o livre-arbítrio, quando Satanás exerce tal poder sobre a vontade? "E quereis satisfazer-lhe os desejos." Não há uma só parte do corpo que não esteja a serviço do mal: a cabeça planeja o pecado, as mãos o executam, os pés correm para executar a tarefa do maligno. Cícero dizia: "A escravidão é odiosa para um espírito nobre". Satanás é o pior tirano. A crueldade de um canibal ou de Nero é nada para ele. Outros tiranos governaram sobre o corpo, ele governa sobre a consciência. Outros tiranos mostraram alguma misericórdia para com seus escravos: ainda que trabalhassem nas galés, eles lhes davam carne, davam-lhes horas de descanso. Satanás é um tirano impiedoso: não dá descanso. Quanto pesar Judas suportou. O diabo não lhe deu nenhum descanso até que traísse Cristo e, depois, encharcasse as mãos em seu próprio sangue.

APLICAÇÕES

Primeira aplicação: veja nossa desgraça causada pelo pecado original, escravizados a Satanás. Efésios 2.2 diz que Satanás atua absolutamente nos filhos da desobediência. Que triste praga é para um pecador estar a serviço do mal. Exatamente como um escravo, se os senhores mandam que cave nas minas, quebre pedras nas pedreiras ou puxe os remos, ele tem de obedecer, não ousa recusar. Se o diabo manda que um homem minta ou roube, ele não se recusa e, o que é pior, voluntariamente obedece a esse tirano. Outros escravos são forçados contra sua vontade: "os filhos de Israel gemiam sob a servidão" (Ex 2.23). Os pecadores, porém, estão dispostos a serem escravos, não escolhem a liberdade, mas beijam seus grilhões.

Segunda aplicação: trabalhemos para sair dessa condição deplorável na qual o pecado nos afunda, saindo debaixo do poder de Satanás. Se qualquer um de seus filhos fosse feito escravo, você daria grandes somas de dinheiro para resgatar sua liberdade. Quando, então, suas almas estão escravizadas, não devemos lutar para libertá-las? Promova o evangelho. O evangelho proclama alegria para os cativos. O pecado prende os homens, porém o evangelho os liberta. A pregação de Paulo era "para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus" (At 26.18). A estrela do evangelho guia a Cristo e, se tiverem Cristo, então serão livres, embora não da existência do pecado, mas da tirania de Satanás. "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36). Vocês desejam ser reis para reinarem no céu e vão deixar que Satanás reine em vocês? Não pensem em ser reis quando morrerem e escravos enquanto viverem. A coroa de glória é dos vencedores, não dos cativos. Então, saia da jurisdição de Satanás, deixe que seus grilhões de pecado sejam eliminados pelo arrependimento.

b. Herdeiros da ira de Deus

"Éramos por natureza filhos da ira." A explanação que Tertuliano faz dessa passagem está errada, pois ele entende a expressão "filhos da ira" de maneira subjetiva, ou seja, sujeitos à ira e à cólera, transgressores frequentes na irascível faculdade de um espírito irado. Por "filhos da ira", o apóstolo, passivamente, quer dizer herdeiros da ira, expostos à cólera de Deus. O Senhor, no passado, foi um amigo, porém, o pecado quebrou os laços de amizade. Agora, o sorriso de Deus se transformou numa carranca. Julgados no tribunal, fomos feitos filhos da ira. "Quem conhece o poder da tua ira?" (SI 90.11). "Como o bramido do leão, assim é a indignação do rei" (Pv 19.12). Como o coração de Hamã não deve ter tremido, quando o rei, enfurecido, levantou-se durante o banquete (Et 7.7).

A ira de Deus, todavia, é infinita, outras iras são somente fagulhas: em Deus, a ira não é passional, como em nós; é, antes, uma ação da santa vontade de Deus, pela qual ele execra o pecado e decreta a sua punição. Essa ira é muito triste e é ela que acirra a aflição desta vida, como quando vem a doença, atendendo à cólera de Deus, e a consciência entra em agonia. A mistura do fogo com a saraiva deixa a situação mais terrível (Êx 9.24). Portanto, a mistura da ira de Deus com a aflição produz algo torturante: é um cravo a mais no jugo. A ira de Deus, mesmo só ameaçadora (como o aguaceiro suspenso nas nuvens) fazia as orelhas de Eli tinirem; o que dizer, então, de quando a ira é efetuada? É terrível quando o rei avalia e censura um traidor, mas, é muito mais terrível quando ele o manda para o cavalete ou para ser moído na roda. "Quem conhece o poder da ira de Deus?"

Enquanto formos filhos da ira não podemos fazer nada com as promessas, elas são como a árvore da vida, produzindo muitos tipos de fruto, mas da qual não temos o direito de tirar nem uma só folha. "Filhos da ira" (Ef 2.3), "estranhos às alianças da promessa" (Ef 2.12). As promessas são como uma fonte selada. Enquanto estivermos no estado natural, não vemos nada a não ser a espada flamejante, como diz o apóstolo: "Pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador" (Hb 10.27). Enquanto formos filhos da ira, estamos todos "debaixo da maldição" (Gl 3.10). Como o pecador pode comer e beber estando em tal condição? É como Dâmocles, no banquete, que ao sentar para a refeição principal tinha uma espada sobre sua cabeça, pendurada somente por um fio, por isso não podia comer. Assim é a espada da ira e da maldição de Deus, suspensa a todo o tempo sobre o pecador. Lemos sobre um rolo voador, cheio de maldições (Zc 5.3). Um rolo com maldições vai contra cada pessoa que vive e morre em pecado. A maldição de Deus arruina tudo por onde passa. Há uma maldição sobre o nome do pecador, uma maldição sobre sua alma, uma maldição sobre seu estado e sobre sua posteridade, uma maldição sobre a lei. É muito triste se tudo o que o homem comer se transformar em veneno; assim, o pecador come e bebe a própria condenação à mesa de Deus. É assim antes da conversão. Como o amor de Deus transforma qualquer coisa amarga em doce, do mesmo modo a maldição de Deus transforma tudo o que for doce em amargo

O que une os verdadeiros adoradores? - Josemar Bessa

O que nos leva a adorar a Deus? Responder isso nos livraria de muitos desvios daquilo que é essencial ser proclamado. No mundo há milhares de culturas e povos. Num mesmo país existem pessoas muito diferentes entre si – Nível econômico diferente, educacional... velhos, jovens... O que quebra isso não é um evangelho que se adapte a cada cultura, classe social, idade... O que vence isso é algo muito maior e que nos liberta da cadeia de nos transformarmos em portadores de um evangelho camaleão e que perde seu ponto central que une todas coisas.

Em Mateus 2.2 está escrito: “Viemos adorá-lo” – Adorá-lo é o nosso chamado. Quem foi adorar Jesus naquele dia?
Os magos – ao que parece, astrólogos do império persa. Quem estava lá também? Os pastores de Belém. Nada poderia ser mais diferente do que essas pessoas, então porque estão juntas? Alguém bolou algo que ‘funcionasse’ para Magos? Ou alguém pensou em algo que ‘funcionasse” para pastores de ovelhas?

Nós podemos apontar muitas diferenças entre esse grupo de homens e apenas uma semelhança – mas ela faz toda a diferença.
Veja a diferença racial – os pastores eram judeus, já os magos gentios. Essa era uma tremenda barreira. Barreira essa que as estratégias humanas falhariam para quebrar.
Veja a diferença intelectual - Intelectualmente os pastores eram homens iletrados, homens simples, homens do campo. Não tinham um emprego que exigisse cultura, estudo... Já os magos eram homens cultos, sábios, estudiosos... Gastaram anos em suas pesquisas e consequiram a reputação que a educação dá, a qual, os pastores não tiveram acesso.

Veja a Diferença Social - Socialmente – Pastores faziam parte da classe social mais baixa – poderíamos incluí-los entre os desfavorecidos ( o evangelho para eles seria diferente? O que os levaria a adorar? Uma abordagem única?) – Já os Magos – com seus presentes caros – tinham recursos – podiam fazer uma viagem que demandaria meses...
Muitas pessoas olham para os homens em seu mundo e cultura e esperam que o evangelho tenha uma mensagem com um aspecto que toque cada uma delas. Não entendemos ainda que o Reino de Deus gira em torno daquele que naqueles dias era um bebê e que juntou Magos e Pastores. Temos perdido o cerne dessa mensagem.

A despeito de todas as barreiras – Raciais, sociais, intelectuais – Barreiras que tem esse nome porque de fato separam pessoas – não existe uma mensagem que mantenha as pessoas em seus guetos – um evangelho para Pastores de Belém – ou abordagem para Magos do Oriente – e por aí vai pelo caminho sem fim das diferenças humanas. Mil evangelhos seriam suficiente? O ‘evangelho’ do jovem serviria para o homem maduro e para o velho? Para o velho educado e para o velho culto? Para o homem maduro rico e o homem maduro pobre? Para o homem de uma raça e outro de outra?
Que estratégia usaríamos hoje para os Magos? Que estratégia usaríamos para os pastores? Apesar de todas as barreiras os Magos e Pastores estavam UNIDOS em sua ADORAÇÃO ao Senhor Jesus.
Todas as religiões estão ligadas a culturas, etnias, grupos, raças... Mas não o evangelho. Sua mensagem central é a mesma para cada homem que nasceu e que irá nascer neste mundo. Ele fala da relação do homem com Deus. De um pecador com um Deus santo. Um Deus que se ira todos os dias. “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” – O evangelho não é segmentado – ele une todas as culturas, tribos e nações em adoração àquele que é o centro de todas as coisas e o único que pode reconciliar qualquer homem (Magos ou Pastores) com Deus.

Qual é o ‘encanto’ que une pessoas tão diferentes? JESUS! Ele é o encanto universal – o amado do Pai. A mensagem ofensiva da cruz será a mesma pregada a todas as gerações, nações, classes sociais, etárias...
A verdade sobre Cristo reconciliando o homem com o Pai operada eficazmente pelo Espírito Santo é que faz homens tão diferentes adorarem – “viemos adorá-lo” – Cristo é o imã – não a cultura, não os gostos... Agora, Cristo só é o imã para os que receberam um novo coração – aí já não importa se são Magos ricos e educados ou Pastores pobres e incultos – estarão lá, adorando o Rei – Juntos! – “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.
Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.29-31).



Soli Deo Gloria

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Meu Refúgio és Tu no Dia do Mal por Charles Haddon Spurgeon

“...meu refúgio és tu no dia do mal” (Jeremias 17:17).

O caminho do cristão nem sempre é brilhante e ensolarado; ele tem suas épocas de escuridão e tormenta. É certo que está escrito na Palavra de Deus " Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz." (Pv. 3:17), e é uma grande verdade que a religião é calculada para dar ao homem tanto felicidade na terra quanto gozo no céu; mas a experiência nos diz que, se o percurso do justo é "como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito" (Pv. 4:18), às vezes, então, essa luz fica obscurecida. Em certas épocas as nuvens encobrem o sol do crente, e ele anda na escuridão sem ver a luz. Há muitos que se regozijam na presença de Deus durante algum tempo; se aquecem no sol dos primeiros estágios de sua carreira cristã; caminham por "pastos verdejantes" junto de "águas tranqüilas", mas de repente descobrem que aquele céu glorioso está cheio de nuvens; ao invés de andar pela terra de Gósen, agora eles têm que andar pelas areias do deserto; em lugar de água doce, encontram correntes tortuosas, de águas amargas, e dizem: "Se eu fosse filho de Deus, com certeza isto não aconteceria." Oh! não digas isto, tu que estás andando na escuridão. Os melhores santos de Deus precisam beber bebidas amargas; os mais queridos de Seus filhos precisam suportar a cruz. Nenhum cristão gozou prosperidade infinita; nenhum crente pode manter o tempo todo sua harpa longe do salgueiro (Sl. 137). Talvez a princípio o Senhor lhe tenha dado um caminho suave e sem nuvens, pois você era frágil e inseguro. Ele amainava o vento para a ovelha tosquiada; mas agora que está mais forte em sua vida espiritual, você precisa ter a experiência mais madura e mais difícil dos filhos adultos de Deus. Precisamos de ventos e tempestades para exercitar nossa fé, para quebrar o galho podre da autodependência, e para nos enraizarmos com mais firmeza em Cristo. O dia do mal nos revela o valor da nossa gloriosa esperança.



Fonte: Morning and Evening (Devocional matutina do dia 29 de abril)

Nisto Conhecemos que Permanecemos Nele por Charles Haddon Spurgeon

“Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito” (1 João 4:13).

Quer uma habitação para sua alma? Você pergunta: "Quanto custa?" É bem menos do que a arrogante natureza humana vai querer pagar. É sem dinheiro e sem preço. Ah! você gostaria de pagar um aluguel apropriado! Gostaria de fazer algo para ter a Cristo? Você não pode ter a casa, então, pois ela é "sem preço". Você arrendará a casa do Mestre por toda a eternidade, sem pagar nada por ela; nada exceto o imposto territorial de amá-Lo e servi-Lo para sempre? Você aceitará a Jesus e "permanecerá Nele"? Veja, esta casa está mobiliada com tudo o que quiser, tem mais riquezas do que você irá gastar em toda a sua vida. Nela você pode ter íntima comunhão com Cristo e se regozijar em Seu amor; nela, as mesas são bem supridas para que você se alimente para sempre; nela, quando estiver cansado, poderá achar descanso em Jesus; e dali você pode olhar e ver o próprio céu. Você terá a casa? Ah! se você for um sem-teto, dirá: "Gostaria de tê-la; mas, posso?" Sim; eis a chave - a chave é "Venha para Jesus". "Mas", você diz, "Estou andrajoso demais para uma casa como essa." Não importa; há roupas em seu interior. Se você se sente culpado e condenado, venha; e ainda que a casa seja boa demais para você, aos poucos Cristo irá torná-lo adequado para ela. Ele o lavará e o limpará, e você então será capaz de cantar "Permaneço Nele". Crente: és muito feliz por teres tal lugar de habitação! És muito privilegiado, pois tens uma "rocha habitável" onde estarás seguro para sempre. E, "permanecendo Nele", tu não apenas terás uma casa segura e perfeita, mas uma casa eterna. Quando este mundo tiver se desvanecido como um sonho, nossa casa continuará e permanecerá mais resistente que o mármore, mais sólida que o granito, auto-existente como Deus, pois é o próprio Deus - "Permanecemos Nele".


Fonte: Morning and Evening (Devocional matutina do dia 06 de maio

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Compreendendo os Sacramentos – Por Pr. Miranda

Compreendendo os Sacramentos – Por Pr. Miranda


Os sacramentos do Novo Testamento são poucos em número, fáceis de preparar e observar, e mui claros em seu significado.

Eles foram santificados e instituídos pelo próprio Cristo. Embora o primeiro sacramento tenha sido primeiramente usado por João o Batista, todavia, pelo próprio fato dele ter sido o precurssor de Cristo, ele mostrou que tal sacramento não se tornou uma instituição ordenada pelo ministério de João, mas através da instituição do próprio Cristo.3. Os sacramentos são o batismo e a Ceia do Senhor. Nenhum outro sacramento ou sinais sacramentais foram entregues à igreja por Cristo ou Seus apóstolos, nem podem outros serem apontados por homens na igreja.4. Por causa da instituição de Deus, é de grandíssima necessidade para os crentes usar estes sacramentos de forma diligente e devota. Mas, eles não são tão necessários à salvação, de forma que a ausência ou mera carência deles, prive alguém da salvação. Dada a instituição, eles não devem ser celebrados por alguém que não seja um ministro verdadeiro, ou por pessoas que estejam fora de uma igreja. 5. O batismo é o sacramento de iniciação ou regeneração.6. Embora ele [o batismo] sele todo o pacto da graça em todos os crentes, quando ele é especialmente feito em nosso favor, ele representa e confirma nosso próprio enxerto em Cristo. Romanos 6:3,5, Fomos batizados em Cristo Jesus...tendo sido unidos a Ele; 1 Coríntios 12:13, Fomos batizados em um só corpo.7. Desde o tempo de nosso primeiro enxerto em Cristo pela fé, um relacionamento de justificação e adoção ocorreu. Como o sacramento deste enxertar, o batismo significa a remissão dos pecados, Marcos 1:4. E significa, também, a adoção na qual somos consagrados por ele ao Pai, Filho e Espírito Santo, cujos nomes são pronunciados sobre o batizado. 8. E porque a santidade sempre vem de Cristo para aqueles que são enxertados, a todo o fiel, o batismo é também o selo da santificação. Tito 3:5, Ele nos salvou...pelo lavar da regeneração e renovação do Espírito Santo; Romanos 6:4-6.9. E visto que a glorificação não pode ser separada da verdadeira santidade, ele [o batismo] é ao mesmo tempo o selo da glória eterna, Tito 3:7, Para que, sendo justificados pela sua graça, fôssemos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna; Romanos 6:8, Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos.10. Porque estes benefícios são selados pela iniciação no batismo, deve ser notado, primeiro, que o batismo é para ser administrado somente uma vez. Há somente um princípio da vida espiritual pelo novo nascimento, assim como há apenas um princípio da vida natural pelo nascimento.

sábado, 9 de abril de 2011

Está Consumado! - Arthur W. Pink

“Quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” — João 19:30.

Quão terrivelmente estas benditas palavras de Cristo têm sido mal-entendidas, mal-apropriadas e mal-aplicadas! Quantos parecem pensar que, sobre a cruz, o Senhor realizou uma obra que torna desnecessário que os beneficiários dela viva vidas santas sobre a terra. Muitos têm sido enganados com o pensamento de que, até onde diz respeito o se alcançar o céu, não importa como eles andem, desde que eles estejam “descansando sobre a obra consumada de Cristo”. Eles podem ser infrutíferos, desonestos, desobedientes, todavia, conquanto que eles repudiem toda justiça própria e tenham fé em Cristo, eles imaginam que estão “eternamente seguros”.

Ao redor de todos nós há pessoas que são mundanas, amantes do dinheiro, buscadores-do-prazer, quebradores do Dia do Senhor, mas que pensam que tudo está bem com elas, pois “aceitaram a Cristo como seu Salvador pessoal”. Em sua aspiração, conversação e recreação, não há praticamente nada que os diferencie daqueles que não fazem nenhuma profissão de fé. Nem em sua vida familiar ou social há algo, exceto pretensões vazias, para distingui-los dos outros. O temor de Deus não está sobre eles, os mandamentos de Deus não têm autoridade sobre eles, a santidade de Deus não os atrai.

“Está consumado”. Quão solene é perceber que estas palavras de Cristo devem ter sido usadas para tranqüilizar milhares com uma falsa paz. Todavia, tal é o caso. Nós temos tido contato próximo com pessoas que não têm nenhuma vida de oração privada, que são egoístas, cobiçosas, desonestas, mas que supõem que um Deus misericordioso fará vistas grossas para tais coisas, desde que eles tenham alguma vez colocado sua confiança no Senhor Jesus. Que horrível perversão da verdade! Que transformação da graça de Deus “em libertinagem”! (Judas 4). Sim, aqueles que agora vivem as vidas mais egoístas e agradáveis à carne, falam sobre sua fé no sangue do Cordeiro, e supõem que estão salvos. Como o diabo os tem enganado!

“Está consumado”. Estas benditas palavras significam que Cristo satisfez de tal forma o requerimento da santidade de Deus, que mais nenhuma santidade tem qualquer reivindicação real e premente sobre nós? Deus não o permita pensarmos tal! Até mesmo para o redimido Deus diz: “Sede santos, assim como Eu sou Santo” (1 Pedro 1:6). Cristo “magnificou a lei e a fez honrosa” (Isaías 42:21), para que pudéssemos ficar sem lei? Ele “cumpriu toda justiça” (Mateus 3:15) para comprar para nós uma isenção de amar a Deus com todo o nosso coração e servi-Lo com todas as nossas faculdades? Cristo morreu para assegurar uma divina indulgência, para que pudéssemos viver para agradar a nós mesmos? Muitos parecem pensar assim. Não, o Senhor Jesus deixou ao Seu povo um exemplo para que eles pudessem “seguir (não ignorar) os Seus passos”.

“Está consumado”. O que está “consumado”? A necessidade dos pecadores se arrependerem? Deveras não. A necessidade de se voltar dos ídolos para Deus? Deveras não. A necessidade de mortificar os meus membros que estão sobre a terra? Deveras não. A necessidade de ser santificado completamente, no espírito, alma e corpo? Deveras não. Cristo não morreu para fazer minha tristeza, meu ódio e o meu empenho contra o pecado desnecessários. Cristo não morreu para me absolver de todas as minhas responsabilidades diante de Deus. Cristo não morreu para que eu pudesse continuar retendo a amizade e comunhão do mundo. Quão extremamente estranho é que alguém possa pensar que Ele tenha feito isso. Todavia, as ações de muitos mostram que esta é a sua idéia.

“Está consumado”. O que está “consumado”? Os tipos sacrificiais foram consumados, as profecias de Seus sofrimentos foram cumpridas, a obra dada a Ele pelo Pai foi perfeitamente realizada, um fundamento certo foi posto, no qual um Deus justo pode perdoar o mais vil transgressor da lei que jogou as armas de sua guerra contra Ele. Cristo já realizou tudo o que era necessário para que o Espírito Santo viesse e operasse nos corações do Seu povo; convencendo-lhes de sua rebelião, destruindo sua inimizade contra Deus, e produzindo neles um coração amoroso e obediente.

Oh, querido leitor, não cometa engano neste ponto. A “obra consumada de Cristo” não lhe beneficia em nada, se o seu coração nunca foi quebrantado através de uma consciência agonizante de sua pecaminosidade. A “obra consumada de Cristo” não lhe beneficia em nada, a menos que você tenha sido salvo do poder e da poluição do pecado (Mateus 1:21). Ela não lhe beneficia em nada, se você ainda ama o mundo (1 João 2:15). Ela não lhe beneficia em nada, a menos que você seja uma “nova criatura” nEle (2 Coríntios 5:17). Se você valoriza sua alma, examine as Escrituras para ver por si mesmo; não tome nenhuma palavra de homem no lugar disso.

O que é a Vida Eterna? - John Piper

Como Deus nos amará? Mera lógica nos daria a resposta: Deus nos ama melhor dando-nos o melhor para desfrutarmos para sempre, a saber, ele próprio, porque ele é o melhor. Mas nós não dependemos só de lógica. A Bíblia torna isso claro."... Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16). É dando-nos vida eterna às custas de seu Filho, Jesus Cristo, que Deus nos ama. Mas o que é a vida eterna? É auto-estima eterna? É um céu cheio de espelhos? Ou tobogãs de água, ou campos de golfe, ou virgens de olhos negros?

Não. Jesus nos conta exatamente o que ele quer dizer: "... a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (Jo 17.3). O que é vida eterna? É conhecer a Deus e seu Filho, Jesus Cristo. Nenhum objeto, nenhuma coisa pode satisfazer a alma. A alma foi feita para ficar em reverente admiração de uma Pessoa - a única pessoa que é digna de reverente admiração. Todos os heróis são sombras de Cristo. Nós gostamos de admirar sua excelência. Quanto mais ficaremos satisfeitos pela única Pessoa que concebeu toda a excelência e que encarna toda habilidade, todo talento, toda força e brilho, e compreensão sábia e bondade. É isso que eu venho tentando dizer. Deus nos ama libertando-nos das amarras do eu para que possamos apreciar conhecer e admirá-lo para sempre.

Ou considere o modo como o apóstolo Pedro o diz."... Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus" (1 Pe 3.18). Por que Deus mandou Jesus Cristo para morrer por nós? Para nos conduzir a Deus - a ele mesmo. Deus mandou Cristo para morrer para que possamos "voltar para casa", para o Pai que tudo satisfaz. Isso é amor. O amor de Deus por nós é Deus fazendo o que precisa fazer, com grande custo próprio, para que possamos ter o prazer de ver e saboreá-lo para sempre. Se isso é verdade, como o salmista diz para Deus: "Na tua presença há plenitude de alegria; na tua mão direita, delícias perpetuamente" (SI 16.11), então o que o amor precisa fazer? Precisa salvar-nos de nosso vício de fixação em nós mesmos e levar-nos, mudados, para entrar na presença de Deus.

A Glória da Felicidade de Deus – John Piper

Uma das mais simples e profundas descrições do evangelho, no Novo Testamento, ocorre em 1 Timóteo 1.11. Paulo estava descrevendo o uso correto da lei do Antigo Testamento como um instrumento para expor e restringir o pecado. Ele listou doze erros em particular e acrescentou: "Tudo quanto se opõe à sã doutrina". Depois, ele prossegue, utilizando mais uma frase qualificadora: "Segundo o evangelho da glória do Deus bendito" (1 Tm l.ll).1 William Mounce comentou que as palavras "evangelho da glória" não deveriam ser traduzidas por "evangelho glorioso", como o fazem muitas versões modernas. "Pelo contrário, [a glória] é o verdadeiro conteúdo do evangelho, ou seja, 'o evangelho que nos fala sobre a glória de Deus'".

O evangelho revela a glória de Deus. O argumento é que esta revelação é exatamente o que torna o evangelho boas-novas e que não existem boas-novas, se a glória de Deus não é vista no evangelho. Em outras palavras, a glória de Deus não é secundária ou dispensável, e sim essencial em tornar boas as boas-novas.

A FELICIDADE DE DEUS É UM DOS GRANDES ASPECTOS DE SUA GLÓRIA

Em 1 Timóteo 1.11, Paulo focalizou o evangelho como a "glória do Deus bendito". A palavra traduzida "bendito", nesta expressão, (uarapíou) é a mesma que ocorre nas bem-aventuranças de Jesus, em Mateus 5.3-11. "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra." E assim por diante. A palavra significa "feliz" ou "afortunado". Paulo mesmo usa esta palavra em outras passagens para falar sobre a felicidade das pessoas que têm seus pecados perdoados (Rm 4.7) ou das pessoas que têm uma consciência pura (Rm 14.22). É admirável que, em todo o Antigo e o Novo Testamento, somente neste versículo e em 1 Timóteo 6.153 a palavra se refere a Deus. É evidente que Paulo havia feito algo incomum, chamando a Deus de makarios — feliz.
Podemos aprender da expressão "a glória do Deus bendito" que grande parte da glória de Deus é a sua felicidade. Era inconcebível para o apóstolo que se pudesse negar a Deus infinito regozijo e que Ele ainda fosse todo-glorioso. Ser infinitamente glorioso era ser infinitamente feliz. Paulo usou a expressão "a glória do Deus bendito" porque era glorioso para Deus ser tão feliz como Ele é. A glória de Deus consiste, em grande parte, de que Ele é feliz acima de toda a nossa imaginação.

Ainda de maneira mais notável, Paulo disse que isto faz parte do evangelho — "o evangelho da glória do Deus bendito". Uma das partes essenciais do que torna boas novas o evangelho da morte e ressurreição de Cristo é que o Deus revelado no evangelho é infinitamente alegre. Ninguém gostaria de passar a eternidade com um Deus infeliz. Se Deus fosse infeliz, então, o alvo do evangelho não seria um alvo feliz; e isso significa que não haveria evangelho, de maneira alguma. Mas, de fato, Jesus nos convida a passarmos a eternidade com um Deus supremamente feliz, quando Ele nos diz — o que dirá no fim dos tempos — "Entra no gozo do teu senhor" (Mt 25.23). Jesus viveu e morreu para que o seu gozo — o gozo de Deus — estivesse em nós e fosse completo (Jo 15.11; 17.13). Por conseguinte, o evangelho é "o evangelho do Deus bendito [feliz]".

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Poder de Um Coração Transformado

Só o Espirito de Cristo têm habilidade para agir e dirigir  um coração que outrora era pagã

Paulo escrevendo a um povo que era pagão até serem chamados soberanamente por Deus diz: “E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente”. Efésios 4:17

Ao entrar no Reino de Deus, se foi de fato regenerado, o homem simplesmente não acrescenta novas coisas ao que ele era naturalmente. Aquela vida anterior era fruto de estar com o entendimento entenebrecido – nada nela é melhorada na regeneração, mas deve morrer: “não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza”. (v.18) – Paulo não está carregando na tinta, ele simplesmente está descrevendo de forma precisa o que é a vida ímpia – Vida essa (da sociedade a nossa volta ) incompatível ser amada pelo novo coração criado por Deus na regeneração. A idéia do cristão mundano – ou que continue amando esta espécie de vida, é incompatível com o ensino bíblico. A não ser na mudança superficial produzida por um evangelismo superficial e que usa os apetites do homem natural como uma espécie de isca – o que jamais produzirá filhos de Deus.

Paulo está mostrando o que é o mundo – “Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza” – a sociedade – algo que o ‘cristianismo’ moderno, ou pós-moderno – diz que pode ser agregado ao evangelho e consagrado a Deus – Ou seja, venha com todas as suas paixões e simplesmente acrescente a elas Cristo e consagre tudo isso a Deus – Isso é Infame.
Paulo está falando com pagãos que foram regenerados – não conquistados em uma campanha de convencimento. Homens regenerados – e então ele está dizendo: “Não vivam mais daquela maneira se de fato você foi regenerado” – Será impossível viver como você vivia antes.
Haverá uma completa diferença entre você e o mundo. Entre aquilo que eles acham bom, agradável, divertido... e o que você acha. Mentes diferentes vêem as mesmas coisas de modo diferentes. Corações diferentes sentem coisas diferentes diante da mesma visão – Na regeneração se recebe o poder de um novo coração.
Paulo não deseja que vejamos a vida do mundo como algo apenas um pouco fora do alvo e do foco, ele deseja que vejamos o horror da vida do homem natural - Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza”- Vocês não devem ser um pouco diferentes – vocês devem fugir com horror desse tipo de vida que expressa a separação do mundo de Deus, estando eles entenebrecidos e separados da vida de Deus.

Devemos estar o extremo oposto daquilo que o mundo está – “separados da vida de Deus” – A vida de Deus está em nós! “Pela ignorância que há neles” – Agora nos temos a mente de Cristo – a glória do evangelho da glória de Deus brilhou em nós na face de Cristo. Devemos nos espantar – é o que Paulo está dizendo, com o tipo de vida que homens que “havendo perdido TODO o sentimento, se entregaram à dissolução, para com AVIDEZ cometerem todo tipo de impureza” - estão vivendo. O que há nesse tipo de vida que atrairia um homem que recebeu um novo coração para amar os mandamentos de Deus? É por isso que Paulo diz: ““E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente”.

Vocês foram libertos dessa separação de Deus, dessa mente entenebrecida – NÃO ANDEM MAIS... Vocês foram introduzidos em algo essencialmente diferente. Paulo deseja tecer para aqueles homens as diferenças essenciais daquilo que o mundo é do que seja um filho de Deus. São diferenças profundas – que se estabeleceram no profundo da mente e do coração.

É isso que de fato a regeneração faz. Se tão somente compreendêssemos isso, grande parte dos problemas que ainda povoam aqueles que dizem ser filhos de Deus, estariam resolvidos. Não percebemos apenas o tipo de vida que o mundo leva – mas o que os leva a isso – “Separados da vida de Deus... entenebrecidos... se entregaram a toda espécie de impureza” – e então recuamos aterrorizados.

Eis o poder de um coração Transformado

terça-feira, 5 de abril de 2011

Nada mais é Necessário – John piper

Para cancelar o escrito de dívida contra nós da lei de Deus ... a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões... vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de divida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz.

Colossenses 2.13,14
Que loucura imaginar que nossas boas obras pudessem um dia pesar mais que nossos maus atos. É loucura por duas razões:

Primeiro, não é verdade. Mesmo nossas boas obras são defeituosas porque não honramos a Deus no modo como as fazemos. Realizamos as boas obras numa feliz dependência de Deus com vistas a fazer conhecido o seu valor supremo? Cumprimos o mandamento que a tudo engloba de servir as pessoas "na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo" (1 Pe 4.11)?

O que diremos, pois, em resposta à palavra de Deus: "tudo o que não provém de fé é pecado" (Rm 14.23)? Creio que não diremos nada. "Ora, sabemos que tudo o que alei diz... para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus" (Rm 3.19). Não diremos nada. É loucura pensar que nossas boas obras pesarão mais que nossas obras más diante de Deus. Sem a fé que exalte a Cristo, nossas obras nada significam exceto rebeldia.

A segunda razão pela qual é loucura colocar a esperança nas boas obras é que não é assim que Deus nos salva. Se somos salvos das consequências de nossas más obras, não será porque elas pesavam menos do que nossas boas obras. Será porque o "escrito de nossa dívida" no céu foi cravado na cruz de Cristo. Deus tem um modo totalmente diferente de salvar os pecadores que não consiste em pesar as suas obras. Não existe esperança em nossas obras. Só há esperança no sofrimento e morte de Cristo.

Não existe salvação em equilibrar os documentos. Só há sal¬vação no cancelamento desses documentos. O escrito de nossas obras más (incluindo nossas boas obras defeituosas), juntamente com as justas penalidades que cada um merece, precisa ser can¬celado - não feito um balanço. Foi para isso que Cristo sofreu e morreu.
Esse cancelamento aconteceu quando o escrito de dívidas foi "cravado na cruz" (Cl 2.13). Como esse documento condenatório foi pregado na cruz? Não foi pregado um pergaminho - Cristo foi pregado. Cristo tornou-se o documento condenatório de nossas obras más (eboas). Ele suportou a minha condenação. Ele colocou minha salvação sobre uma base totalmente diferente. Ele é minha única esperança. E a fé nele é o único caminho para Deus

segunda-feira, 4 de abril de 2011

-O Genuíno Leite da Palavra - Daniel Roland (1711-1790) -

"Como bebês recém-nascidos, desejai o leite genuíno da palavra, para que possais crescer por esse meio."(IPd 2:2)
Esta escritura contém uma ardente e amorosa mensagem aos judeus crentes, na qual o apóstolo os exorta a crescer na fé e em cada característica divina e sagrada. Sendo a pregação viva da Palavra da Verdade o meio pelo qual este crescimento é promovido e aperfeiçoado, Paulo os incita a ansiar e anelar por esta Palavra de Deus. Pois assim como esta Palavra é a comida e a nutrição da alma, da mesma forma os bebês recém-nascidos anseiam e choram por aquele leite de suas mães o qual está determinado para nutri-las e mantê-las vivas. As palavras aludem a dois tipos de nascimento: um nascimento é terreno e carnal e implica em ser nascido do primeiro Adão, através de quem o pecado original, como o veneno de uma víbora, espalhou-se e corrompeu todo o nosso ser. 0 outro nascimento é celestial e espiritual, e implica em sermos nascidos do segundo Adão que é Jesus Cristo, através de quem graça e santidade são inseridas e crescem em nós. Neste último nascimento Deus é o Pai que nos gera e a igreja é a mãe que nos dá à luz. A semente com a qual nós somos gerados novamente é a Palavra de Deus. As amas que nos encorajam e alimentam são os ministros de Jesus Cristo. E os seios onde sugamos, são os seios do evangelho que produz o leite genuíno como propõe o texto. Com a assistência de Deus nós veremos cinco pontos extraordinários que fluem naturalmente das ramificações separadas desta passagem. Consideremos:



Um Requisito Vital
O requisito que deve estar implantado em todos que seriam aperfeiçoados e edificados pela Palavra de Deus, que é: eles devem ser "como bebês recém-nascidos". Sabemos que bebês são elogiados por sua simplicidade e inocência. Esta deveria ser nossa característica distintiva, quem quer que sejamos, se somos instruídos e beneficiados na escola de Cristo ou retiramos a luz e o conforto da pregação da Palavra. "Deixai as criancinhas", diz nosso bendito Salvador, "virem a mim" (Mc 10:14). Ninguém está apto a ser ensinado por Ele a não ser que esteja convertido e se torne como uma criancinha". "A intimidade do Senhor está com os que o temem" (SI 25:14), o que dá a entender que Deus não admite que nenhuma alma não regenerada saiba o que é intimidade. Aqueles, contudo, que terão o Senhor Jesus como seu mestre, para revelar neles Sua mente e querer, devem estar despidos de seus pecados e limpos de toda impureza. Pois a sabedoria não repousará numa alma profana ou fará sua habitação em um coração que está manchado pela culpa. Como Satanás não habitará uma casa onde a verdadeira religião tem algum alicerce, assim o Espírito de Deus não permanecerá muito tempo em qualquer habitação que não esteja limpa de toda impiedade e injustiça. Deus não colocará vinho novo em odres velhos (Mt 9:17). Se não desejamos ter corações novos, não procuremos bênçãos novas. É conselho de Jeremias lavrar terra desocupada e não semear entre os espinhos, isto é, no meio daquelas preocupações materiais que brotam e sufocam as plantas do ensinamento sadio (Jr 4:3). E Salomão diz: "Guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus" (Ec 5:1).

Comparando o comportamento do mundo em geral com estes versículos e outros semelhantes, um homem de senso e reflexão verá razão suficiente para estar afligido no mais íntimo de sua alma. Ah! Que devemos pensar de nós mesmos quando refletimos quanto alvoroço e barulho a respeito do mundo há entre alguns! Que desejos tolos há entre outros e quanta zombaria e escárnio estão na boca da maioria das pessoas! Seguramente o olho da fé pode ver todos entrando nas igrejas com o diabo nos seus corações e muitos deles saindo com a maldição de Deus sobre suas cabeças. A maioria das pessoas troca suas roupas no dia do Senhor e acharia duro se lhe fosse negado este prazer necessário. Mas, elas não se importam de trazer o mesmo coração que tiveram durante toda a semana para o ofício divino do dia do Senhor. Seus filhos e filhas, na sua maioria, gastam mais tempo diante dos seus espelhos a fim de aparecerem diante dos homens do que empregam em oração para santificar-se e preparar suas almas para chegar diante de Deus. Ah! Pobres almas, que podem dizer destas coisas? Sua desatenção não os desculpará. Sua leviandade e seu olhar de desprezo por mim em reprová-los agravará, ao invés de diminuir sua culpa. Eu apenas me desobrigo do encargo que recebi do Senhor. E se qualquer um do Seu povo me ouve, deixe-me implorar-lhe como se fora Cristo, para que abomine os ditos pecaminosos e a conversa corrompida de um mundo perverso. Anseiam por ser como uma criancinha e, não apenas como criancinhas mas, como bebês recém-nascidos, tendo corações novos, membros novos, uma nova vida e novos desejos gravados em vocês. Convertam-se, não de um pecado apenas, mas, de todas as suas iniqüidades de modo a se tornarem totalmente outros homens ou novas criaturas. 0 velho coração, a velha mão e o velho olho não servirão; eles devem todos ser modelados novamente (2 Co 5:17).

De hoje em diante, se querem ser ouvintes que retém o que lhes é dito, não ousarão ter qualquer comunicação com o pecado. Vocês nem o abriguem nem o acolham. Mas, como a serpente lança fora sua pele, assim vocês livrem-se de suas concupiscências e paixões e venham, como crianças, ouvir a Palavra de Deus. 0 ferro deve ser aquecido antes que seja moldado, assim a alma deve ser aquecida pelo fogo da contemplação divina antes que esteja pronta para manejar a Palavra da vida. Vocês não devem tocar as coisas impuras nem com a ponta do dedo (2 Co 6:17). Pois um pequeno ladrão albergado na casa, abrirá as portas para muitos mais; um espírito imundo, vocês sabem, leva com ele sete outros e cada um deles mais perverso do que ele próprio (Mt 12:45). Vejam, em resumo, este é o estado de espírito que deve estar em vocês quando forem ouvir a Palavra de Deus: devem ser simples, despidos de preconceitos e santamente separados do pecado. Tais sejam vocês, assim renovados no espírito das vossas mentes e correspondam à descrição dada no texto e sejam como bebês recém-nascidos.

O Poder Infinito de Deus - Thomas Watson

O Poder Infinito de Deus - Thomas Watson
"Se se trata da força do poderoso, ele dirá: Eis-me aqui" (Jó 9.19). Nesse capítulo está uma descrição magnificente do poder de Deus. "A força do poderoso." A palavra hebraica para força significa uma conquista, a força que prevalece. "Ele é forte." Nesta expressão utiliza-se o grau superlativo, isto é, ele é o mais forte. Ele é chamado El-shaddai, Deus todo poderoso (Gn 17.1). Seu poder está nisto: que pode fazer qualquer coisa que seja possível. As coisas divinas se distinguem entre autoridade e poder. Deus tem ambas.

1. Deus tem direito soberano e autoridade sobre o homem
Ele pode fazer o que quiser com suas criaturas. Quem poderá discutir com ele? Quem pedirá a ele uma razão por seus feitos? "Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?" (Dn 4.35). Deus se assenta para julgar na corte suprema; ele chama os monarcas da terra para julgamento e não tem de dar uma razão de seus procedimentos. "Deus é o juiz; a um abate, a outro exalta" (SI 75.7). Ele tem a salvação e a perdição em suas mãos. Ele tem a chave da justiça consigo para prender quem desejar na prisão terrível do inferno e tem a chave da misericórdia em sua mão para abrir a porta dos céus para quem ele desejar. O nome gravado em suas vestes é: "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Ap 19.16). Ele se apresenta como o Senhor soberano, quem pode lhe pedir satisfação? "Farei toda a minha vontade" (Is 46.10). O mundo é o bispado de Deus, não faria o que quisesse em seus domínios? Foi ele quem fez o rei Nabucodonosor comer grama e lançou no inferno os anjos que pecaram. Foi ele quem quebrou a cabeça do império babilónico. "Como caístes do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como fostes lançado porteira, tu que debilitavas as nações!" (Is 14.12). "Até aqui virás e não mais adiante, e aqui se quebrará o orgulho das tuas ondas?" (Jó 38.11). Deus é o monarca supremo e todo o poder reside originalmente nele. "Não há autoridade que não proceda de Deus" (Rm 13.1). Os reis possuem coroa por causa dele: "Por meu intermédio, reinam os reis" (Pv 8.15).

2. A autoridade e o poder de Deus são infinitos
O que é a autoridade sem poder? "Ele é ... grande em poder" (Jó 9.4). Esse poder de Deus é manifesto:

a. O poder de Deus é manifesto na obra da criação
Para criar se requer poder infinito. O mundo inteiro não pode criar um mosquito. O poder de Deus na criação é evidente, pois não precisou de instrumentos para seu trabalho, ele trabalhou sem ferramentas e não precisou de alguma matéria com que trabalhar, ele criou a matéria e então trabalhou nela. Deus trabalha sem labutar, "Falou e tudo se fez" (SI 33.9).

b. O poder de Deus é manifesto na conversão de almas
O mesmo poder que atrai o pecador a Deus é o que conduziu Cristo para fora da sepultura e o levou ao céu (Ef 1.19). Um grande poder é manifestado na conversão, maior que o manifestado na criação. Quando Deus fez o mundo não encontrou oposição. Não tinha nada para ajudá-lo nem tinha nada para atrapalhá-lo, mas quando converte um pecador, encontra oposição. Satanás se opõe a Deus, também o coração do homem se opõe a Deus; pois o pecador está irado em relação à graça que o pode converter. O mundo foi "obra dos teus dedos" (SI 8.3). A conversão é o trabalho de "seu braço" (Lc 1.51).
Na criação, Deus operou somente um milagre, ele pronunciou sua palavra; mas, na conversão, Deus executa muitos milagres. O cego vê, o morto é ressuscitado, o surdo ouve a voz do Filho de Deus. Quão infinito é o poder de Jeová. Ante o seu cetro, os anjos se cobriam e se prostravam, os reis lançavam suas coroas aos seus pés. "Porque o Senhor, o SENHOR dos
Exércitos, é o que toca a terra, e ela se derrete" (Am 9.5). "Quem move a terra para fora do seu lugar, cujas colunas estremecem" (Jó 9.6). Um terremoto faz que a terra trema sobre seus pilares, mas Deus pode remover a terra de seu centro.
Ele pode fazer o que quiser, seu poder é tão grande quanto sua vontade. Se o poder dos homens fosse tão grande quanto suas vontades, quão terríveis seriam as coisas que fariam no mundo. O poder de Deus é de igual extensão à sua vontade. Com uma palavra pode remover as rodas e quebrar o eixo da criação. Ele pode fazer "mais do que ... pensamos" (Ef 3.20). Ele pode parar os agentes naturais. Ele calou as bocas dos leões; fez o fogo não queimar; fez as águas ficarem em pé como dois montes; ele fez que o Sol retornasse 10 graus no relógio solar de Acaz (Is 38.8). Quem pode apresentar onipotência? "Ele quebranta o orgulho dos príncipes" (SI 76.12). Ele contra-ataca seus inimigos abaixando suas bandeiras e suas faixas de orgulho, ridicularizando seus conselhos, quebrando suas forças; e tudo isso faz facilmente com um movimento de sua mão, "pelo sopro de sua boca" (SI 33.6; Is 40.24). Um olhar, um lance de seus olhos é o necessário para que Deus destrua seus inimigos: "Na vigília da manhã, o SENHOR, na coluna de fogo e de nuvem, viu o acampamento dos egípcios e alvorotou o acampamento dos egípcios" (Êx 14.24). Quem pode pará-lo em sua marcha?

Deus comanda e todas as criaturas no céu e na terra obedecem a suas ordens. Xerxes, o monarca persa, lançou correntes ao mar e as ondas as engoliram como se estivesse acorrentado às águas, mas quando Deus fala, o vento e o mar lhe obedecem. Se falar somente uma palavra, as estrelas brigam em seus cursos contra Sisera. Se ele bater o pé, um exército de anjos imediatamente se apresentará para a batalha. O que o poder do onipotente não pode fazer? "O SENHOR é homem de guerra" (Êx 15.3) "O teu braço é armado de poder" (SI 89.13).
O poder de Deus é "a força da sua glória" (Cl 1.11). É um poder irresistível. "Pois quem jamais resistiu à sua vontade?" (Rm 9.19). Contestá-lo é como se os espinhos se organizassem em marcha de batalha contra o fogo, ou, como se uma criança sensível lutasse com um arcanjo. Se o pecador for pego na rede de ferro de Deus, não há escapatória. "Nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos" (Is 43.13).
O poder de Deus é inexaurível, nunca passa ou se desgasta. Os homens, enquanto exercitam suas forças, se enfraquecem, mas Deus tem uma eterna renovação de força em si mesmo (Is 26.4). Embora Deus gaste suas flechas contra seus inimigos, mesmo assim não gasta sua força (Dt 32.23). "O SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga" (Is 40.28).

3. Deus limita o uso de seu poder segundo sua vontade
Deus não faz todas as coisas porque ele não pode negar a si mesmo. Embora Deus possa fazer todas as coisas, não pode fazer aquilo que manche a sua glória. Ele não pode pecar, não pode fazer aquilo que implica numa contradição. Ser um Deus da verdade e ainda negar a si mesmo é uma contradição.