domingo, 31 de janeiro de 2016

O Dia do Senhor - Por Ludgero Braga


O sábado é o símbolo da Soberania de Deus sobre a Criação (Êx 20.8). Ele recorda a redenção de Israel (Dt 5.12) e representa a esperança de repouso eterno no final dos tempos (Hb 4.9). Como Senhor do sábado, Jesus cumpre todos os aspectos do significado que o sábado possuía (Cl 2.16,17). A Igreja Cristã, por isso, observa o Dia do Senhor. 

A Bíblia apresenta o sábado inicialmente ligado à Criação porque em seis dias Deus criou o mundo e no sétimo dia descansou do seu trabalho criador. Por isso, abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera (Gn 2.3; Êx 20.8-11). Mas ela o apresenta também ligado à redenção. Quando a lei é repetida em Deuteronômio, o motivo dado para a guarda do sábado é a libertação do Egito (Dt 5.12-14). A partir desse princípio, a instituição do sábado foi uma demonstração de misericórdia divina para com o homem. Mas, especialmente nos séculos entre o Antigo e o Novo Testamentos, os escribas fizeram do sábado um peso para os judeus. É que o legalismo procurou definir com detalhes absurdos o que era trabalho e o que era descanso, a ponto de perder de vista a ideia original do sábado. Por exemplo, os fariseus, que se dedicavam a cumprir os regulamentos dos escribas, criticaram Jesus por seus discípulos colheram espigas num sábado (Mt 12.1-8). Mas e lei do sábado não os proibia disso. Proibia, isso sim, aos lavradores de fazerem sua colheita no sábado. Os discípulos não eram lavradores. Só haviam colhido o bastante para matar a fome no momento. 

O Novo Testamento declara sem possibilidade de confusão que o sábado era um tipo de Cristo e que se cumpriu nele (Cl 2.16,17). Por isso, o sábado não é um dia que deva preocupar o cristão. Por isso, os crentes do Novo Testamento começaram a reunir-se no primeiro dia da semana, o dia da Ressurreição de Cristo. Por isso também o sábado não foi incluída na lista básica de exigências a serem feitas aos gentios que aceitassem a fé (At 15.20,29). No primeiro dia da semana, quando se reuniam (At 20.7), os crentes de Corinto deveriam separar ofertas aos irmãos de Jerusalém (1Co 16.2). Não é surpresa que em Apocalipse 1.8 o primeiro dia da semana seja chamado de Dia do Senhor.

A observância do domingo (Dia do Senhor) pode ser encontrada nos primeiros séculos da história da Igreja como uma característica dos cristãos. Pouco depois do ano 100, a obra Didaquê - O Ensino dos Doze Apóstolos exortava: "No dia do Senhor, reúnam-se, partam o pão, participem da Eucaristia" (Didaquê 14.1). Plínio, o governador da Bitínia, escreveu ao imperador Trajano em 111 d.C. relatando que os cristãos tinham o hábito de "se reunir num certo dia" (Plinio, Cartas, 10.96) e Justino Mártir (150 d.C.) registrou que "todos (os cristãos) se reúnem em um lugar no dia do Sol" (primeiro dia da semana) (1ª Apologia, 67). Que o domingo não era o sábado ficou bem claro. Em 360 d.C., Atanásio declarou que "não observamos o sábado: observamos o Dia do Senhor como um memorial do inicio da nova criação" (Do Sábado e da Circuncisão). 

Só no século VII os cristãos começaram a ver o domingo como o "sábado cristão", chamando a não observância do domingo de "quebra do quarto mandamento". Essa posição ganhou força até hoje, mesmo (se não principalmente) no meio evangélico. 

Os Reformadores, voltando à Bíblia, separaram o sábado do Dia do Senhor. Lutero insistiu que os trabalhadores devem ter um dia de repouso, quando podem então reunir-se para ouvir a Palavra, orar e louvar a Deus. Mas qual dia seja, não importa, pois todos os dias são iguais (Rm 14.5). Calvino, do mesmo modo, insiste que Cristo é o cumprimento do sábado, o que resultou na abolição desse dia: "Distante deve estar, portanto, dos cristãos a supersticiosa observância de dias" (Institutas II, VIII, 31). Segundo esse Reformador, o que permanece é a necessidade de um dia para o culto (por uma questão prática e para descanso). Pena que não possamos nos reunir todos os dias para isso (Institutas, II, VIII, 32). É preciso destacar, porém, que mesmo separando-se um dia, e mesmo sendo ele o Dia do Senhor, ou seja, o primeiro dia da semana, não o veremos como a lei via o sábado. Calvino diz que o domingo é apenas "um remédio necessário para reter-se ordem na Igreja" (Institutas II, VIII, 33). Ninguém pode ser condenado pela sua não observância (Rm 14.5). Calvino encerra sua exposição sobre o quarto mandamento falando duramente contra os que mudaram o dia (do sétimo para o primeiro), mas conservam a santidade do dia (quando todos os dias são santos). Segundo Calvino, para essas pessoas valem as reprimendas de Isaías 1.13-15; 58.15. 

Tendo sido essa a posição dos Reformadores, como foi que recebemos a tradição da sabatização do domingo? Ocorre que, no século XVII, especialmente na Inglaterra e Escócia, os crentes permitiram essa volta ao catolicismo, que não podemos aceitar por ir contra as Escrituras e contra o espirito da Reforma. 

O que devemos aceitar? 

1º) A necessidade de um dia semanal de repouso. Deus descansou no dia sétimo. Mas isso não é inativo. Ele apenas parou de fazer o que vinha fazendo até ali. Hoje notamos que quem executa trabalhos físicos precisa de um tipo de descanso. Quem leva vida sedentária precisa de outro tipo de descanso. 

2º) A necessidade de um dia para as reuniões de igreja. Como a Igreja Primitiva, vamos nos reunir para estudar a Palavra, para orar, para desenvolver a comunhão cristã, para o exercício da caridade cristã, para louvar a Deus, para crescer espiritualmente nesse convívio adorando a Deus. Isso não quer dizer que nos outros dias não possamos (e devamos) fazer essas coisas. Mas apenas em um dia da semana previamente escolhido, nos reunimos com os crentes (Hb 10.25) para esse fim. Sem essa ordem a igreja enfraquecerá e os crestes desviarão. 

Concluindo, nossa pergunta não deve ser "O que não posso fazer no domingo?" mas sim "O que devo fazer no domingo, para repousar e para adorar e louvar a Deus na companhia dos irmãos?" Ou melhor, ainda, "Como posso glorificar a Deus nesse dia?"

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Fonte: Série Crescimento - Bases da fé cristã (Vol 3). A Vida do Crente, págs. 21-24. São Paulo. Editora Cultura Cristã.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O culto cristão na perspectiva de Westminster - Por Rev. Anderson Borges

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Introdução

Confissão de Fé de Westminster em seu vigésimo primeiro capítulo que trata sobre o culto religioso e do domingo, nos apresenta a seguinte afirmação:

A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo; que é bom e faz bem todas a todos; e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras. (WESTMINSTER, 2007).

Ainda tratando do mesmo assunto supracitado a Confissão de Westminster também nos diz:


O culto religioso deve ser prestado a Deus - Pai, Filho e Espírito Santo – e somente a ele; não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outra criatura; nem, depois da queda, deve ser prestado a Deus pela mediação de qualquer outro, senão Cristo. (WESTMINSTER, 2007).

O princípio fundamental do culto reformado de Westminster repousa nestas duas afirmações que acabamos de ler. O que podemos extrair resumidamente destas é que o culto deve ser prestado somente por meio das Escrituras Sagradas e que somente o Deus triuno é digno de receber a nossa adoração, sem a mediação de nenhuma criatura, apenas por meio de Cristo.


O pensamento reformado de Westminster em relação ao culto é bem simples. O conceito de culto geral dos reformados é que o culto é prestado a Deus e a ele somente, sem a mediação humana e guiado somente pela Escritura. Porém cultuar a Deus de forma pura e simples é bastante complicado, principalmente após a queda, onde todas as nossas faculdades físicas e mentais foram manchadas pelo pecado, logo, o nosso culto também é falho. Temos então o grande desafio de cultuar a Deus de forma aceitável, partindo de um coração pecador e egoísta.

Princípios fundamentais do culto de Westminster

A quem deve ser o culto

O objeto do culto reformado é e sempre será o Deus triuno prescrito nas Escrituras sagradas. Quanto a este assunto, a Confissão de Fé de Westminster nos diz o seguinte:

O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo - e só a ele; não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outra criatura; nem, depois da queda, deve ser prestado a Deus pela mediação de qualquer outro senão Cristo. (WESTMINSTER, 2005 p.169)

Conforme o conceito de Westminster o culto não pode ser prestado a ninguém senão o Deus trino revelado nas Escrituras. Este conceito está totalmente de acordo com o que a Palavra de Deus ensina em várias passagens. Além disso, após a queda, que é o nosso caso, este culto não deve ser prestado por intermédio de nenhum outro que não seja Cristo que é o único mediador da aliança divina. No período medieval, a igreja dominante deixou-se levar por princípios humanos e o culto passou a ser oferecido por intermédio de homens não autorizados pelas Escrituras Sagradas.


Os reformados, entendendo que o pensar da igreja católica medieval estava desviado dos padrões estabelecidos pelas Escrituras, buscaram modificar o culto que até então era oferecido a Deus, por um culto puro e simples conforme proposto nas Escrituras. Estas nos ensinam o quanto Deus é zeloso pelo seu culto, e podemos perceber isto no estabelecimento do primeiro e segundo mandamentos relatados no livro de Êxodo:

Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” (Ex. 20.3-6).

Quanto a este assunto o teólogo Geerhardus Vos, comentando a pergunta 105 doCatecismo Maior de Westminster, nos diz o seguinte:

... Dividir a nossa devoção religiosa e dar parte dela ao verdadeiro Deus que nos criou e parte a alguma outra pessoa ou objeto de culto é extremamente ofensivo a Deus... Prestar culto a santos, anjos e quaisquer outras criaturas por que: (a) Não foram eles que nos criaram e por isso não têm direito à nossa devoção religiosa. (b) não foram eles que nos redimiram do pecado, e por isso a nossa gratidão pela salvação não lhes é devida, mas somente a Deus. (c) eles não são os mediadores entre Deus e nós, por que só existe um único mediador: o senhor Jesus Cristo. Por isso todo e qualquer culto religioso prestado a santos, anjos e quaisquer outras criaturas subtrai inevitavelmente o culto e honra que são devidos exclusivamente a Deus. (VOS, 2007, p.315, 326).

O reverendo Onézio também afirma:


A afirmação confessional de que o culto deve ser prestado exclusivamente a Deus procedeu da necessidade, nos tempos da reforma, de estabelecer nítida diferença entre o protestantismo emergente e o catolicismo dominante, não somente quanto ao endereçamento da adoração, mas também, e principalmente, ao teocentrismo monolátrico da fé reformada. Há um só Deus subsistente em três pessoas igualmente divinas: Pai, Filho e Espírito Santo, em quem cremos e a quem adoramos em espírito e em verdade. (FIGUEIREDO, p.218).

Podemos ver que o culto deve ser somente prestado a Deus e a mais nenhum outro. E nem deve ser pela mediação de qualquer pessoa ou criatura que não seja Cristo, o único mediador entre Deus e os homens. Portanto o culto jamais será aceitável se não for oferecido ao Deus verdadeiro revelado nas santas Escrituras na mediação do Seu Filho.


Como deve ser conduzido o culto
  
O culto reformado diferente do que temos visto em muitas denominações protestantes nos dias atuais, tem como princípio regulador da sua adoração as Escrituras Sagradas. Para os reformados é impossível oferecer um culto aceitável a Deus sem que este não seja conduzido pela sua Palavra. Eis ai um princípio inegociável para os reformados, aConfissão de Westminster nos diz que:

A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras. (WESTMINSTER, 2005, p. 168).

Este conceito expresso pelos teólogos de Westminster mais uma vez se mostra em perfeita harmonia com o ensino escriturístico, vejamos o evangelho de João no capítulo 4:


Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. (Jo 4.22-24).

Neste texto, conforme vimos no segundo capítulo deste trabalho, Jesus mostra que o modelo da antiga aliança está prestes a ser substituído por um novo modo de adorar, o culto deve ser prestado em espírito e em verdade, ou seja, deve partir de uma sincera disposição interior do ser humano e deve ser baseado na verdade que é a Palavra de Deus. Qualquer outra forma estará automaticamente descartada, pois, o princípio foi estabelecido pelo próprio Deus porque deste é o culto, então quem somos nós para adorarmos ao Senhor de outra forma? Ou será que as nossas idéias são melhores do que a de Deus? Ou pensamos melhor que Deus?


Mais uma vez recorremos a Geerhardus Vos que nos diz o seguinte:

Porque Deus é zeloso de Seu culto, isto é, Ele não está disposto a nos deixar fazer o que bem quisermos quando se trata de adorá-Lo. Deus é soberano, é supremo acima de todos, por isso somos obrigados a obedecer Sua vontade e Ele tem revelado na Escritura que é o seu desejo ser adorado estrita e unicamente conforme as Suas ordenanças, e não de outra forma qualquer. (VOS, 2007, p.335).

O reverendo Onézio Figueiredo também nos acrescenta com a seguinte afirmação:


O culto ao Deus revelado pelas Escrituras não é produto de invenção humana, como acontecia com a idolatria ou iconolatria dos povos pagãos, polilátricos por natureza... A lei possuía princípios gerais de comportamento, sem especificar particularidades e circunstâncias. O culto, porém, foi dado com minuciosidade de detalhes, tanto na forma física do templo, na escolha e especificação dos objetos sacros, na qualificação e indumentária dos ministrantes sacerdotais, na seleção dos animais destinados aos sacrifícios, como na operação dos ofícios litúrgicos (Ex, caps. 25 a 30). Deus não quis que o culto ficasse à mercê de preferências, desejos, escolhas e projetos humanos... O culto, portanto, não pode fugir aos parâmetros estatuídos na Palavra de Deus, pois não é realização humana, mas divina. (FIGUEIREDO, p. 216 – 217).

Para o pensamento reformado, um culto que não seja guiado pela Palavra de Deus, nunca em qualquer tempo ou época será aceito por Deus, não porque os reformados determinaram que assim fosse, mas porque a Bíblia nos ensina este princípio de forma muito transparente.


Os elementos do culto
  
O culto oferecido no Novo Testamento, apesar de estar mais “livre” quanto às questões ritualísticas do Antigo Testamento, aquele não é oferecido de forma aleatória, ele segue uma ordem, uma liturgia. As Escrituras nos trazem elementos que eram utilizados nas reuniões da Igreja neotestamentária que regiam o culto comunitário. O modelo litúrgico apresentado por Westminster nos mostram cinco elementos que faziam parte do culto público segundo as Escrituras, são eles: leitura da Bíblia, pregação da Palavra, oração, cânticos e administração dos sacramentos.
  
Leitura da Bíblia
  
A leitura do Antigo Testamento, nas reuniões da Igreja primitiva, nunca é mencionada de forma direta, mas apenas indiretamente. Mas, se a leitura do Antigo Testamento, não diretamente referida, o extenso uso e citação do mesmo no Novo Testamento, o conhecimento que os crentes primitivos demostravam ter daquelas Escrituras, bem como durante o período pós-apostólico, e nos escritos dos pais da igreja, nos faz crer que o Antigo Testamento era tão lido e estudado quanto o Novo Testamento. O alto valor conferido pelos primeiros cristãos às Escrituras é outro fato que precisa ser considerado. Assim, a leitura do Antigo Testamento, e cada vez mais, do Novo Testamento, certamente era uma porção constitutiva da adoração cristã primitiva.

No culto reformado seleciona-se os textos da Bíblia adequados a cada momento da liturgia, o mesmo pode ser lido pelo dirigente, quando se tratar de textos proclamatórios, imperativos ou exortativos. Alternadamente, quando um versículo é lido pelo dirigente e o seguinte pela comunidade; e assim, sucessivamente. Ou pode ser lido de forma responsiva: O dirigente lê um texto (com um ou vários versículos) e a comunidade responde com outro. Pode, por exemplo, o dirigente ler um salmo e a congregação responder com a leitura de outro. Esta leitura responsiva pode ser também do mesmo texto em que uma parte pergunta ou afirma e a outra responde. Exemplos: Salmo 136, em que o dirigente lê a primeira parte do versículo e a comunidade responde com a segunda. O mesmo se pode fazer com Mt 5.1-12. Não se deve confundir “leitura responsiva” com “leitura alternada”, que ocorre com versículos consecutivos ou sucessivos. Em muitos casos usa-se a leitura uníssona, esta é feita pelo dirigente e a comunidade concomitantemente. Neste caso, e para que a comunidade inteira participe, e a leitura seja realmente uníssona, deve-se adotar uma única versão das Escrituras para a Igreja toda.

Pregação da Palavra
  
Em contraste com a leitura da Bíblia, o ato de pregar é solidamente confirmado no Novo Testamento. Em Corinto, por exemplo, transparece a pregação sob a forma de exortação. Seguindo o exemplo deixado pelo Senhor Jesus; e ante a necessidade de evangelizar, de instruir e edificar, o ministério da Palavra sem dúvida era incluído em todos os encontros dos cristãos. Os apóstolos foram chamados especificamente para o ministério da Palavra, conforme o registro no livro de Atos no capítulo 6. Após este período, aprende-se que os pastores deveriam ser aptos para ensinar, conforme 2 Tm 3.2. Assim a pregação combinava vários aspectos da adoração, a saber: a declaração das obras de Deus, a confissão de fé, a oração subjacente a todas as atividades dos cristãos, o clímax atingido nos louvores e etc. Embora essa pregação não fosse exclusivamente expositiva, a maior parte era feita desta forma. Entre os cristãos gentios, especialmente, muita informação precisava ser transmitida a eles através da pregação da Palavra, pois, entre aqueles não havia a mesma familiaridade com as Escrituras como os crentes judeus tinham. 

A prédica jamais deixou de ocupar papel de destaque nas reuniões dos cristãos evangélicos através dos séculos. Todo período de reavivamento espiritual é antecedido por intensa e firme pregação do Evangelho.

Eis ai um princípio ao qual os reformados nunca abrem mão, a fiel pregação da Palavra de Deus. A pregação tem de ser estritamente da Palavra de Deus, conformada com a teologia bibliocêntrica dos nossos símbolos de fé. A mensagem bíblica é cristocêntrica por natureza, pois Cristo é o centro das Escrituras. A pregação não deve ser alegórica nem recheada de frases humorísticas, historietas inverídicas, lendas e mitologias. Analogias e comparações com fatos da vida real são permissíveis, desde que usadas com critério e bom senso. O pregador precisa ser um bom hermeneuta e um eficiente exegeta da sacra revelação.

Oração

A oração, no sentido mais específico de petição, naturalmente era um dos elementos mais básicos da adoração cristã primitiva. Entre a ascensão do Senhor e o derramamento do Espírito, a Igreja recebeu ordens para dedicar-se à oração cheia de expectação. As perseguições sofridas também levaram os crentes a caírem de joelhos diante do Senhor. E todas as necessidades que foram surgindo também proveram motivo e material para intercessão. Todavia, não há nenhuma descrição de como essas orações eram feitas. Talvez um líder orasse por todos ou indivíduos orassem um por vez. O que é surpreendente é que não há qualquer menção da recitação da oração do Pai Nosso, o que parece indicar que os cristãos primitivos usavam orações espontâneas, e não fórmulas fixas. O “amém” devido ao exemplo dado pelo Senhor Jesus, adquiriu um sentido ainda mais profundo do que tinha no Antigo Testamento. As “Bênçãos” também se fizeram presentes desde o começo, conforme vemos em 2 Co 13.14 e Ap 22.21. E as epístolas testificam o aparecimento de um distinto vocabulário cristão, nas orações. O que é importante não esquecer é que essas orações eram consideradas parte integrante da adoração neotestamentária, o que não sucedia no Antigo Testamento.

Na igreja reformada, durante o culto, as orações são feitas em voz uníssona, pronunciando com a alma, o coração e a mente, lembrando que as suas palavras estão sendo colocadas nos lábios da comunidade pelo Senhor. Quando a Igreja ora a oração que Jesus ensinou, o Espírito Santo vitaliza e sentimentaliza cada petição, inserindo-as na realidade vital do povo de Deus e de cada um de seus membros. Na liturgia comunitária, ora-se pelo pronunciamento de um de seus membros; ele, no momento da prece, é a “boca” da comunidade, que responde com o assentimento e a aprovação do “Amém” coletivo.

A oração comunitária, diferentemente da individual, enquadra-se nas partes do culto: Adoração, confissão, perdão, gratidão, louvor, consagração, intercessão ou súplica. Uma das marcas da oração reformada é a profunda reverência postural de quem ora e de quem acompanha, bem como dos termos e linguagem oracionais da pessoa que a pronuncia. Conversar com Deus, o Pai celeste, requer mais respeito e solenidade que falar com um Ministro do Supremo Tribunal.

Cânticos

Muitos hinos cristãos e cânticos espirituais louvam a Deus. Paulo alude ao cântico de Salmos, durante a adoração, em uma de suas epístolas aos Coríntios, e a hinos e cânticos espirituais em Efésios 5.19. Os estudiosos têm percebido possíveis fragmentos de hinos primitivos cristãos em trechos como Filipenses 2.6 ss e 1 Timoteo 3.16. Os hinos constantes no apocalipse mostram que, tanto na adoração terrestre, quanto na adoração celeste, são entoados hinos de louvor, embora outros pensem que Apocalipse 4 e 5 podem estar baseados na adoração da congregação. É bem possível que o saltério fosse o hinário da igreja primitiva.

O Rev. Herminsten Maia na sua obra “O Culto Cristão na Perspectiva de Calvino: Uma Análise Introdutória” nos diz que “para os reformadores, o cântico tem um grande apelo didático, objetivando, inclusive, a fixação das Escrituras”.

A música não pode ser esquecida durante o culto, e a sua execução não pode ser desequilibrada, ao ponto do culto ser afetado em seu conteúdo. Tanto no A.T., como no N.T., a música esteve presente no culto de Israel e da Igreja primitiva (Nm 10:1-10; Jz 7:22; Jô 38:7; Ef. 5:19; 1 Tm 3:16; At 16:25). Não é por acaso que o maior livro da Bíblia é um hinário (Salmos).

Administração dos sacramentos

O senhor Jesus instituiu dois sacramentos na nova aliança, a Ceia e o Batismo. Ambos, desde o tempo da igreja primitiva, foram entendidos como elementos constituintes do culto cristão, e os reformados assim também entenderam. Há uma exceção apenas no Batismo, pois este é administrado apenas uma vez sem a necessidade de repetição.

Batismo 

No Antigo Testamento, embora a recitação do “Ouve, ó Israel..” fosse um mandamento, também servia de confissão de fé: o Senhor, nosso Deus, é uma unidade. Por essa razão, o shema achou caminho até a adoração nas sinagogas. Todavia, tal recitação não encontrou eco na Igreja primitiva. E a razão disso não é que essa confissão básica tivesse sido abandonada, mas antes, é que agora fora adicionada a confissão distintamente cristã: Jesus é o Senhor, ou seja, é Yahweh. A fé da Igreja primitiva era a fé em Jesus como Salvador e Deus. Pedro fez essa afirmação primária em Mt. 16:16. E isso pode ser visto novamente na confissão de Tomé em Jo 20:28.

O evangelho de João foi escrito tendo em vista mostrar exatamente esse fato, conforme Jo 20:31. A obra do Espírito Santo faz com que os crentes afirmem e confessem que Jesus é o Senhor (I Cor. 12:3). Finalmente, essa verdade será reconhecida em todas as línguas (Fl. 2:11). Sobre essa crença repousa a plena confissão do Deus triuno (Mt. 28:19). Essa crença é especificamente confessada por ocasião do batismo em água, o qual pode ser ministrado em nome de Jesus (At. 2:38). O eunuco professou fé no Senhor (At. 8:37). Cornélio foi batizado em nome de Jesus (At. 10:48). O carcereiro filipense foi batizado quando creu no Senhor e foi salvo (Atos 16:30 ss).

Ceia do Senhor 

Não somente o batismo, mas especialmente a Ceia do Senhor, constituíam adendos à adoração nas sinagogas. Tanto os escritos do Novo Testamento, como o testemunho patrístico, mostram que a Ceia fazia parte integrante da adoração cristã primitiva, semana após semana. Cada reunião dos cristãos incluía não somente oração, louvor, leitura das Escrituras e pregação, mas também uma santa refeição com a celebração da Ceia. A Ceia do Senhor veio substituir não somente a páscoa, mas também as ofertas do templo. Por essa razão é que uma linguagem própria dos sacrifícios veio a ser usada em relação à Ceia. Todavia, não há apenas um elemento de substituição. A Ceia do Senhor tanto rememora o grande e único sacrifício de Cristo pelos pecados, para sempre, como também anuncia a sua segunda vinda (Ver I Cor. 11:26).

O fato de que Cristo é o sumo sacerdote para sempre, obviou um ministério sacerdotal. E essa é a razão pela qual os ministros da Ceia do Senhor, não importando se apóstolos, profetas, pastores ou diáconos, são todos verdadeiros ministros “servos”, e não sacerdotes. O ponto enfocado na Ceia é a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Essa é a base da comunhão desfrutada pelos crentes com Deus Pai e uns com os outros. Portanto, em última análise, a Ceia do Senhor é cristológica, e não litúrgica no sentido veterotestamentário mais estreito. Classificá-la como quinta-essência da liturgia é perder de vista o seu verdadeiro significado. A Ceia serve de memorial perene do fato de que a adoração autêntica só é possível com base na expiação no sangue de Cristo

Conclusão 

Entendemos que o culto reformado na perspectiva de Westminster é, sem dúvida, a melhor forma de cultuar a Deus. Não que ele seja perfeito (por que onde há humanidade há imperfeição), mas sim porque o modelo confessional busca um culto teocêntrico e dirigido pelas Escrituras, não busca novidades no intuito de agradar os fieis. Porque os reformados entendem que o culto é de Deus e, por isso, Ele é que deve receber todo o nosso louvor. Nós somos abençoados no culto por misericórdia divina, em resposta a nossa adoração. Na visão de Westminster o culto não é um espetáculo onde nós somos espectadores que precisam ser entretidos, muito pelo contrário, nós é que devemos buscar agradar a Deus o máximo possível.

E, por fim, estamos vivendo em dias em que muitas igrejas têm adotado práticas que não encontram apoio nas Escrituras em busca de não ver os salões dos templos vazios ou com pouca gente. Infelizmente o “sucesso” do ministério pastoral é medido pelo número de pessoas e não pela fidelidade a palavra de Deus. O sistema de culto defendido pelos símbolos de fé de Westminster não pretendem encher os templos das igrejas, porém, aqueles que o adotam terão a certeza de que oferecerão um culto saudável para a igreja e agradável ao Senhor.


Fonte: Texto extraído da monografia do autor: "O Culto Cristão Reformado na Perspectiva de Westminster".
Via: Teologia que Reforma

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Dez maneiras como a apologética auxilia no aconselhamento bíblico


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O que se segue é uma lista do modo como a apologética em geral e pressuposicional em particular tem ajudado a me tornar um conselheiro bíblico melhor (não que eu já tenha alcançado, mas adiante...)

1) A apologética em geral tem me feito pensar mais claro e logicamente. Isso tem me ajudado a me tornar mais claro e preciso em como eu aconselho a outros. 

2) A apologética em geral tem me feito ouvir aos outros mais cuidadosamente e fazer perguntas que esclareçam o que eles querem dizer, e por que eles pensam o que pensam e fazem o que fazem. 

3) A apologética em geral me levou a vê-la com uma ferramenta adicional ao meu aconselhamento: às vezes, o aconselhando faz algumas declarações preocupantes durante a abordagem, eu escrevo diversas das mais importantes e, então, assinalo-lhe a pensá-las através daquelas que podem ser problemáticas e não bíblicas. Então, quando nos encontramos, vejo que ele pode surgir com suas próprias conclusões, louvando a Deus porque ele pôde por si mesmo identificá-las, ao mesmo tempo em que ele aponta outras coisas que poderiam ter se perdido ou que precisam de mais elaboração. Esse exercício é logicamente rigoroso e eu creio que a aplicação da apologética seja útil para treinar essa aplicação.

4) Em particular, a apologética pressuposicional tem me tornado mais consciente que as pessoas frequentemente fazem coisas por causa de suas cosmovisões. Então, no aconselhamento eu estou agora mais consciente em identificar as pressuposições não bíblicas que as pessoas adotam e que podem estar conduzindo seus problemas. 

5) Em particular, a apologética pressuposicional tem me tornado mais consciente sobre assuntos de autoridade das Escrituras e a ênfase vantiliana sobre a Escritura reforça a importância de usar habilmente a Escritura aplicando-a à minha vida e à vida de outros no cuidado de nossos problemas. Ela me faz determinado a estudar a Escritura e ver suas implicações na abordagem de questões práticas

6) Do ponto 5, a apologética pressuposicional em particular também tem sido útil em me fazer perceber que, muitas vezes, pecados e comportamentos destrutivos são irracionais, de acordo com o pensamento cristão pareceriam “racionais” se suas consequências seguissem de suas cosmovisões. Por isso, é importante ver que a questão da idolatria (a raiz do problema) seja abordada (seja ela a busca pelo prazer a qualquer custo, orgulho etc), uma vez que ela dirige todas as coisas.

7) A apologética pressuposicional em particular relembra-me do efeito noético do pecado e que apelar ao que é racional ou razoável não é o suficiente se a vontade de alguém já está decidida. Isso me leva a ver a importância da oração, do uso da Lei de Deus para apelar à consciência e aplicar-lhe o Evangelho de modo a afetar as afeições do indivíduo.

8) A apologética pressuposicional em particular com sua ênfase sobre o efeito do pecado sobre todas as nossas faculdades também tem grandemente me humilhado e me guardado contra a auto-justiça quando aconselho a outros. Eu me percebo como um pecador que necessita da Graça: que, como conselheiro, eu posso cometer enganos e, então, eu preciso de muitas perguntas para que eu saiba o que realmente está acontecendo, em vez de assumir que já sei; ela também me faz perceber o meu próprio pecado e preciso me aplicar o mesmo remédio que estou oferecendo; me faz perceber que, se eu estiver errado na forma como aconselho, também devo confessá-lo ao meu aconselhando.

9) A apologética pressuposicional me faz perceber que na raiz de todos os nossos problemas nós precisamos de Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador.

10) A apologética pressuposicional me faz perceber que no centro de muitos problemas, tais como pecados sexuais, drogas etc. está a questão da adoração. A verdade de Deus faz-me querer adorar a Deus mais e mais por sua grandeza. A apologética pressuposicional e o perspectivalismo¹ de John Frame fazem-me adorar a Deus por ver a beleza da verdade de Deus como um todo coerente, complementando e tendo implicações para outras esferas da vida. O inter-relacionamento da apologética e aconselhamento bíblico é belo. Nós precisamos ter uma apologética doxológica. 

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Nota:    
[1] Veja http://frame-poythress.org/a-primer-on-perspectivalism/

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Por que devemos ser zelosos no exame de candidatos a membros?


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É esperado que a Igreja Visível cresça numericamente. Ela aumentará tanto pelas famílias da aliança e seus descendentes, como por conversões de pessoas que não têm convivência com a igreja local. Este desenvolvimento é resultado do testemunho da grande comissão de Jesus Cristo (Mt 28:18-20). A questão é: como devemos receber os novos membros da igreja? Devemos ser tão criteriosos quanto possível, ou, aceitar uma ampla afirmação de concordância como suficiente para a pública profissão de fé?

ONDE SURGE O PROBLEMA?

As pessoas com potencial de causar problemas, em geral, é resultado de má formação na recepção como membro. A prudência sempre é necessária, entretanto, nem sempre é assim. Não podemos negar que há alguns fatores que motivam o Conselho[1] no recebimento relapso de membros. A primeira causa é a pressa de integrá-los. Há situações em que novos convertidos, ou pessoas procedentes de outra comunidade evangélica desejam ser recebidas com poucos meses de frequência na igreja local. Este é um perigo, porque elas ainda não conhecem a identidade e estrutura da igreja, nem verdadeiramente podem responder as questões no exame público[2] que as vinculará à sua identidade confessional.

Segundo, a falta de um critério claro de recepção de membros. Infelizmente, há Conselhos que não tem um padrão muito definido no preparo e recebimento de novos membros. Essa falha criará um disparate na qualificação, bem como propiciará uma pluralidade doutrinária, e consequentemente resultará em infidelidade confessional. Por isso, a liderança deve planejar o treinamento dos novos membros para evitar possível confusão doutrinário entre os membros.

Terceiro, a falta de compromisso com a identidade confessional. A nossa igreja possuí uma identidade solidamente confessional.[3] Temos documentos que resumidamente expressam a nossa cosmovisão reformada. Entretanto, é possível que no exame a confessionalidade seja deixada de lado. Infelizmente isso pode acontecer nos seguintes casos. Primeiro, por subestimar que o novo membro seja capaz de assimilar o conteúdo da fé reformada. Segundo, por negligenciar a importância do calvinismo para toda a vida cristã. E por último, por desprezar a teologia reformada como parte de sua formação. Essas são perigosas falhas que um Conselho não pode cometer!

A descuidada admissão de membros aumenta a impureza da igreja local. A má formação bem como a recepção de membros heterodoxos fomenta danosos desvios doutrinários e éticos. A recepção de membros não convertidos, ou com falhas teológicas, ou desvios morais de conduta, é a porta para a corrupção de uma denominação inteira. Uma vez aceito como membro, ele tentará fazer com que as suas crenças e falhas morais sejam aceitas. É ele quem deve se modelar à identidade da Igreja de Cristo, e não o contrário.

A pureza doutrinária propicia a formação de pessoas piedosas. Os novos membros devem aprender a viver fielmente para Cristo. A vida cristã abrange uma inteligível obediência do evangelho coerentemente aplicado a todas as esferas da vida.

ALGUMAS PROPOSTAS PARA O EXERCÍCIO DE ZELO COM A PUREZA DA IGREJA

O Conselho da igreja deve adotar um programa para o recebimento de novos membros que envolva. Este treinamento e avaliação pode ser: 1) discipulado; 2) catecúmenos; 3) leituras extraclasse; 4) exame verbal pelo Conselho do candidato. É especificamente neste último ponto que este artigo se concentra. O exame verbal é parte do processo e ele precisa ser respondido satisfatoriamente. As questões devem ser calmamente respondidas com entendimento, sinceridade e verdade.

QUESTÕES DE CONVERSÃO

1. Você poderia explicar resumidamente o que é o evangelho?
2. Quando foi que você começou a entender o evangelho de Cristo Jesus?
3. Há algum momento específico que você fez um pacto/compromisso de seguir a Cristo como o seu Senhor?
4. Você tem certeza da sua salvação?
5. Quais são as evidências que você identifica de que é convertido a Cristo?

QUESTÕES DA VIDA CRISTÃ

1. Você sabe da necessidade de uma ininterrupta prática da oração?
2. Você sabe a oração do Senhor: o Pai nosso?
3. Você se compromete para preservar a verdade e a paz no meio do povo de Deus?
4. Você está convicto da necessidade de mortificar os seus pecados diariamente?
5. Você tem discernimento de como o sexo, dinheiro e poder podem se tornar ídolos em sua vida?
6. Deus usa o sofrimento em sua vida para manifestar o Seu divino amor?
7. Você se rebelaria contra Deus, diante da dor, enfermidades e até mesmo a morte de entes queridos?
8. Você sabe de cor os Dez Mandamentos? Consegue explica-los resumidamente?
9. A salvação é pelo seu esforço de obedecer perfeitamente a Lei de Deus?
10. Você acredita que os Dez Mandamentos são algo somente do Antigo Testamento, ou, nós cristãos devemos obedecê-los como nosso padrão ético?
11. Numa situação de contenda com algum irmão em Cristo, você se compromete em seguir os passos de Mt 18:15-20?
12. Você se compromete em denunciar ou, servir de testemunha, numa situação de disciplina eclesiástica?
13. Você se compromete em orar e apoiar a liderança da igreja local, enquanto ela permanecer fiel ao ensino da Escritura Sagrada?
14. Você entende a necessidade de respeitar a autoridade da liderança da igreja?
15. Você está comprometido em viver tudo para a glória de Deus?
16. Você anseia viver diante de Deus em tudo o que pensa, fala e faz?
17. Se você um dia se mudar para outra cidade procurará congregar noutra igreja reformada que seja comprometida com a centralidade da Escritura e submissa ao senhorio de Jesus Cristo?
18. Residindo numa localidade que não exista nenhuma igreja reformada, você se compromete de iniciar um grupo de reunião em sua residência? 

QUESTÕES FAMILIARES

1. Você entende que o namoro e casamento devem ser no Senhor, isto é, somente com outra pessoa que vive no pacto com Deus? Você entende que namorar ou casar com uma pessoa não convertida é uma decisão pecaminosa?
2. Você entende a necessidade de evitar a lascívia, a fornicação e qualquer imoralidade sexual durante o período antecedente ao casamento?
3. Você entende que o divórcio é algo odioso a Deus e indesejável para um cristão?
4. Você entende o seu dever de discipular os seus filhos no puro e completo evangelho de Cristo, ajudando-os a formar uma cosmovisão cristã para todas as esferas da vida?
5. Você entende o seu dever de disciplinar os seus filhos conforme o ensino das Escrituras? 
6. Você sabe do seu dever de proteger os seus filhos de predadores sexuais?
7. Você sabe do seu dever de advertir os seus filhos de más companhias?
8. Você sabe do seu dever de instruir os seus filhos a discernirem quanto ao que veem na TV, acessam na internet, redes sociais e mídia em geral?

QUESTÕES DE TESTEMUNHO PÚBLICO

1. O que a sua família pensa da sua decisão de tornar-se membro desta igreja?
2. Os seus amigos e conhecidos sabem que você é um cristão?
3. Você se compromete, se necessário, abrir as portas de sua casa para a implantação de uma nova congregação?
4. Você ora para que Deus te dê discernimento de que pessoas Ele quer que você evangelize?
5. Você está comprometido com a grande comissão de Cristo: fazer discípulos?
6. Você está decidido a viver o evangelho em suas conversações, pensamentos e atitudes?
7. Você está disposto a auxiliar os pobres e necessitados, com discernimento, quando for possível e realmente necessário?
8. Você sabe que deve usar com moderação e sem desperdício os bens e o sustento que Deus te dá, de modo a não se tornar inadimplente?
9. Você entende que a sua roupa não pode associá-lo ao desequilíbrio, falta de modéstia, ou a sensualidade, de modo a provocar desejos lascivos, ou escandalizando o próximo?

QUESTÕES DE CULTO

1. Você está comprometido de fazer de toda a sua vida um culto a Deus?
2. Você está convencido de que diariamente deve separar um tempo para orar e meditar na Palavra de Deus?
3. Você está ciente da necessidade de realizar o culto doméstico com regularidade?
4. Você concorda com o princípio regulador do culto? Resumidamente explique.
5. Você crê ser necessário guardar diligentemente o Dia do Senhor?
6. Você se compromete em não deixar de congregar nas reuniões e nos cultos públicos?
7. Você aceita a Pastoral de Liturgia da IPB?
8. Você entende que o culto solene não deve ter danças, coreografias e teatro? Por que?
9. Você entende que é desprezível o uso de imagens, quer pinturas ou esculturas, no culto ao Senhor?
10. Você rejeita o culto ecumênico?

QUESTÕES DOUTRINÁRIAS

1. Você já leu toda a Bíblia?
2. Você se compromete em continuamente estudar a Escritura Sagrada?
3. Para o exame no Conselho você leu atentamente os Padrões de Westminster [Confissão de Fé e Catecismos de Westminster]?
4. Você recebe e subscreve integralmente os Padrões de Westminster como fiel sistematização do ensino das Escrituras?
5. Você crê que os dons revelacionais [línguas, profecias, curas e apostolado] cessaram, por terem cumprido a sua função na história da redenção, e que não são para hoje, porque somente a Escritura Sagrada é a Palavra de Deus?
6. Você se compromete de continuamente ler literatura da fé reformada para o seu amadurecimento cristão?
7. Você se compromete abandonar toda crença e prática que contrarie o claro ensino da Escritura Sagrada?
8. Quantos livros doutrinários você leu desde a sua conversão?

QUESTÕES DO GOVERNO DA IGREJA

1. Você aprendeu e entendeu como se organiza a nossa igreja?
2. Você entendeu que o nosso sistema de governo eclesiástico é conforme o ensino do Novo Testamento?
3. Você se compromete a submeter ao governo dos presbíteros e diáconos enquanto estes forem fiéis ao ensino da Sagrada Escritura?
4. Você se compromete em servir nos cargos e funções que o Conselho poderá designá-lo dentro da estrutura da nossa igreja?
5. Você se compromete de contribuir com seus dízimos e ofertas conforme o ensino da Escritura Sagrada para o sustento da igreja?
6. Caso seja necessário você se submeterá à disciplina e acompanhamento pastoral?
7. Você se compromete com os projetos de crescimento de nossa igreja?

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NOTAS:
[1] Este artigo pressupõe um sistema de governo onde há a pluralidade de presbíteros. Entretanto, os problemas diagnosticados aqui são comumente encontrados na maioria das igrejas evangélicas brasileiras.
[2] Refiro às questões para a profissão de fé feitas pelo ministro durante o culto solene.
[3] A Igreja Presbiteriana do Brasil adota os Padrões de Westminster como documentos que representam a sua identidade doutrinária e fiel sistematização do ensino da Escritura Sagrada.

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Autor: Rev. Ewerton B. Tokashiki 
Fonte: Estudantes de Teologia

sábado, 23 de janeiro de 2016

Atenção pais! Crianças de 6 a 10 anos estudarão Ideologia de Gênero em livros do MEC


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Crianças de escolas públicas e privadas que estudarem com os livros didáticos/2016 do MEC para a primeira fase do Ensino Fundamental serão informadas sobre arranjos familiares de gays e lésbicas, com adoção de filhos. Elas tomarão conhecimento também de bigamia, poligamia, bissexualismo e transsexualismo. Aprenderão a observar melhor os próprios corpos e os corpos dos outros através de exercícios em sala de aula, orientados pelo livro didático. Os livros também lhes dirão das doenças sexualmente transmissíveis e dos mais diferentes métodos anticonceptivos. A ministração desses conteúdos se inicia já no 1º ano, com alunos de 6 anos de idade e, numa gradação de complexidade, estende-se ao 5º ano, quando os alunos têm 10 anos. 

Para a produção deste artigo, foram verificados livros de apenas onze editoras, das dezenove que tiveram suas obras recomendadas pelo Programa Nacional do Livro Didático/2016, do Ministério da Educação. Constatou-se que as onze editoras observadas trazem em alguns de seus livros o tema da Orientação Sexual e Familiar, de acordo com a Ideologia de Gênero. 

A estratégia pedagógica para o ensino desse conteúdo durante essa fase de estudos obedece ao princípio da repetição exaustiva do conteúdo. Durante o mesmo ano letivo o aluno ouvirá, lerá e fará exercícios seguidas vezes sobre o referido tema com professores e disciplinas diferentes: Geografia, Ciências, História, Ciências Humanas e da Natureza, etc. O discurso único na diversidade de disciplinas e professores confere maior credibilidade ao conteúdo. Além das aulas expositivas, os próprios livros encaminharão os alunos para atividades complementares sob a orientação dos professores como: leitura de livros, filmes, músicas, debates e produção de cartazes. 

Trata-se da aplicação do princípio segundo o qual uma história, mesmo que fantasiosa, quando repetida várias vezes, adquire valor de verdade. Neste caso, o esforço do MEC é para atender os objetivos de desconstrução da heteronormatividade e do conceito de família tradicional previstos no Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH3), assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 21 de dezembro de 2009.  

O artigo 226 da Constituição é ignorado completamente pelo material didático produzido pelo próprio Governo, para referir-se à formação de família. Enquanto a Constituição elege como base da sociedade a família que é formada pelo casamento entre "um homem e uma mulher", os livros ensinam às crianças que não há um modelo padrão de família e que o casamento é a união de "duas pessoas", independente do sexo. 

Mas o MEC também desconsidera a vontade majoritária do povo expressa por meio de seus representantes nos três níveis parlamentares, quando das votações dos Planos Nacional, Estaduais e Municipais de Educação. Nessas ocasiões, a inserção da Ideologia de Gênero nos planos de educação foi severamente combatida e rejeitada pela maioria dos parlamentares. Como se não bastasse, esse tema para o ensino da moral sexual das crianças na escola é amplamente reprovado pela maioria esmagadora da população, como demonstram pesquisas universais de opinião.

Levando-se em consideração que os conteúdos em referência sejam puramente ideológicos, visto que eles carecem de experimentação e consenso científico, qual a justificativa e o respaldo legal do Governo para jogar por terra a vontade do legislativo e da maioria do povo para adotar uma ideologia como política pública para todos? De acordo com documentos do MEC esta política de orientação sexual e familiar para as crianças constitui-se em tema transversal da educação e visa criar no futuro uma sociedade idealizada que aceite com normalidade as diferenças de gênero e de arranjos familiares. 

Ao afastar compulsoriamente a família dessa responsabilidade educadora para assumir o seu lugar, o Governo alinha-se ao pensamento fundamente da Ideologia de Gênero para quem a família não está devidamente preparada para a orientação sexual e familiar dos filhos. Isto porque não acompanha as mudanças sociais, é portadora de tabus e preconceitos arraigados em função da influência que recebe da tradição familiar e da religião.

A educação das crianças na escola, não somente pública mas também privada e confessional, era a última barreira a ser vencida pela revolução sexual e de costumes que o Governo apadrinha. Pelo visto ela foi vencida agora com a chegada desses livros, a menos que haja uma reação incisiva e qualificada da sociedade civil, declaradamente contrária à esse projeto, que busque proteger à integridade física, moral, emocional e psicológica das crianças em idade escolar.

Deixando a formalidade textual para encerrar o artigo, a palavra se abre para os pais de crianças em idade escolar, de cada cidade do país. Têm direito também a ela os parlamentares que na Câmara dos Deputados, no Senado, nas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores debateram e votaram contra a inserção da Ideologia de Gênero nos planos de educação. Ao Ministério Público cabe o direito natural desse tipo de defesa pública. Que essas vozes se levantem contra a intenção de fazer das crianças da atual geração, cobaias para um projeto ideológico.

Autor: Orley José da Silva, é professor em Goiânia, mestre em letras e linguística (UFG) e mestrando em estudos teológicos (SPRBC).
Divulgação: Bereianos

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O que é a verdade?


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A pergunta de Pilatos a Jesus permanece: “O que é a Verdade?” (João 18.38). Vários sentidos têm sido dados à palavra “verdade” dependendo dos pressupostos epistemológicos e antropológicos de uma determinada visão. Metafísicos, realistas, naturalistas, racionalistas, empiristas, kantianos e marxistas têm dado diferentes conceituações para a palavra “verdade”, mesmo que algumas delas sejam contraditórias em seus fundamentos. Um nietzschiano, por exemplo, não pode admitir a ideia de “verdade absoluta”. Mas se isso é assim, como podemos eticamente identificar uma “mentira” se não existe imutabilidade e objetividade na verdade?

A Ciência Moderna, geralmente, adota a tese popperiana de verdade, segundo a qual a verdade é a meta da Ciência. No entanto, a verdade é vista como um padrão inatingível ao qual devemos buscar nos aproximar cada vez mais, mas não podemos nunca estar certos de tê-lo alcançado. Os ajustes feitos nos erros que nossas teorias vão apresentando diante de novas evidências seria aquilo que nos possibilitaria aproximar cada vez mais da verdade. Não obstante, ainda que chegássemos a essa verdade, não poderíamos estar certos disso. 

O Relativismo por sua vez se apresenta como uma forte aversão pela verdade, e não se preocupa em se aproximar ou buscar a verdade. Para o filósofo Richard Rorty a verdade é por demais sublime para ser alcançada por meros mortais, deveríamos abandonar o desejo pela verdade. Já para William James a verdade seria aquilo que é útil ou bom para uma comunidade num determinado contexto.  

A Epistemologia Cristã, evidentemente, precisa adotar alguma teoria sobre a natureza da verdade. Para Kierkgaard, a subjetividade é a verdade. Deus seria a Verdade Plena, que é alcançada por meio da fé e que se encontra na interioridade do indivíduo. Será que a teoria cristã sobre o conhecimento deve reivindicar uma noção subjetiva de verdade? A Ortodoxia Cristã ou o Cristianismo alega possuir a verdade absoluta, no entanto, precisamos definir o que é essa verdade. 

TEORIAS FALSAS SOBRE A VERDADE

A Verdade tem sido definida de várias formas, algumas dessas definições, porém errôneas, são apresentadas abaixo:

Pragmatismo: De acordo com o Pragmatismo a verdade é aquilo que funciona ou produz resultados úteis. Geralmente a verdade irá depender de um contexto, sendo portanto aquilo que é bom para uma situação específica. O problema com essa visão é que muitas das vezes mentiras e enganos funcionam muito bem. Com base numa epistemologia pragmatista poderíamos justificar o erro e o engano como “verdades” por produzirem bons e úteis resultados. O Pragmatismo também é uma cosmovisão restritiva, já que a verdade é determinada pela utilidade, isso descartaria algumas verdades puramente teóricas, metafísicas e abstratas. 

Coerentismo: Conceitua verdade como aquilo que em seu todo é logicamente consistente, coerente e que faz sentido. O que define uma teoria como verdadeira é o fato dela ser lógica em seus pressupostos e apresentar um todo coerente e consistente. No entanto construções lógicas e com sentido nem sempre são verdadeiras. Por exemplo, a sentença “São Paulo é a capital do Brasil”, é uma frase lógica, que faz sentido e que é coerente em si mesma, contudo é evidentemente falsa. 

Intencionalismo: Essa visão entende que algo é verdadeiro se a pessoa que afirmou uma proposição tinha a intenção de dizer a verdade e falso se a pessoa que afirmou determinada pressuposição não tinha a intenção de dizer a verdade. Nesse sentido a sinceridade da pessoa é o que importa. Sabemos, no entanto, que pessoas podem estar sinceramente enganadas. A Bíblia Sagrada, claramente refuta o Intencionalismo. Levítico 4. 27 declara: “Se for alguém da comunidade que pecar sem intenção, fazendo o que é proibido em qualquer dos mandamentos do Senhor seu Deus, será culpado. ” 

Abrangencionismo: Uma teoria verdadeira seria aquela que consegue abranger e explicar uma coisa da forma que mais abranja os aspectos e elementos dessa coisa. No entanto, é evidente que é possível existir uma cosmovisão ampla sobre algo que é falso e uma visão incompleta daquilo que é verdadeiro. 

Existencialismo: A verdade é aquilo que é subjetivamente relevante para o indivíduo e sua existência. Seria portanto verdadeiro tudo aquilo que possui um valor existencial para a nossa vida. Verdade é aquilo que faz sentido para a nossa vivência subjetiva. Esse pensamento apresenta os mesmos problemas semelhantes ao pragmatismo, pois nem tudo o que é essencialmente relevante é verdadeiro. 

Subjetivismo: A verdade é determinada por um sentimento subjetivo de que algo é bom. Um religioso, por exemplo, tem certeza de que sua fé é verdadeira porque sente isso no seu coração. Poderíamos estar certos da nossa missão na terra, da realidade de nossas experiências numinosas e da verdade de um livro sagrado porque isso nos faz sentir bem com o cosmos. Esse pensamento, no entanto, é falso. A verdade é que a verdade muitas vezes machuca. Uma notícia ruim não deixa de ser verdadeira porque não sinto bem com ela. A existência de um Deus Justo que pune os pecadores não deixa de ser uma verdade, mesmo que isso não nos faça sentir bem. 

A DEFINIÇÃO CORRETA DE VERDADE

Há algumas coisas em comum com todas as teorias apresentadas acima. A maioria delas confundem teste de verdade, com definição de verdade. Normalmente aquilo que é verdadeiro funciona, é coerente e é existencialmente relevante, mas nem tudo o que apresenta essas características é verdadeiro. Por exemplo, tudo que é verdadeiro é consistentemente lógico, mas nem tudo o que é logicamente consistente é verdadeiro.

Além disso, todas essas visões pretendem ser verdadeiras porque suponham corresponder à como as coisas são de fato. Isso indica que todas elas acabam tendo que afirmar algo que rompe com sua própria epistemologia. A Epistemologia Cristã, por outro lado, não é hipócrita e autodestrutiva em sua alegação. A verdade é definida justamente como aquilo que corresponde à realidade, seja ela concreta ou abstrata. Várias passagens Bíblicas mostram que verdade é aquilo que corresponde à realidade dos fatos e mentira, aquilo que não corresponde à realidade dos fatos:  O que é a Verdade?


Mandem algum de vocês buscar o seu irmão enquanto os demais aguardam presos. Assim ficará provado se as suas palavras são verdadeiras ou não. Se não forem, juro pela vida do faraó que ficará confirmado que vocês são espiões!” - Gn 42:16
Não darás falso testemunho contra o teu próximo. - Ex 20:16
Disse a serpente à mulher: Certamente não morrerão!” - Gn 3:4
Então perguntou Pedro: Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, a ponto de você mentir ao Espírito Santo e guardar para si uma parte do dinheiro que recebeu pela propriedade?” - At 5:3
Se o que o profeta proclamar em nome do Senhor não acontecer nem se cumprir, essa mensagem não vem do Senhor. Aquele profeta falou com presunção. Não tenham medo dele.” - Dt 18:22
Vocês enviaram representantes a João, e ele testemunhou da verdade.” - Jo 5:33
Se tu mesmo o interrogares, poderás verificar a verdade a respeito de todas estas acusações que estamos fazendo contra ele.” - At 24:8

Uma visão de correspondência de verdade é muito importante eticamente, sem ela não poderíamos identificar uma mentira, nem dizer que a mentira existe. Ainda, sem uma visão de correspondência de verdade, não seriam possíveis nem mesmo comunicar fatos e informações sobre a realidade. 

Divulgação: Bereianos