quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Falsificações da Verdade - Martyn Lloyd-Jones (1899-1981)



Temos vivido dias enganosos. Muitos têm sido enganados por falsificações, por fatos que aparentemente são reais, a tal ponto que, por eles, vão às ultimas conseqüências. Mas não são verdadeiros, são falsos, e esta é uma característica do diabo, de satanás, o pai da mentira, o pai da falsificação. E neste contexto as seitas são exatamente o que aparenta ser verdadeiro e por isso têm enganado a tantos. Como diagnosticar estas seitas?
Primeiro, seria bom dizer que o surgimento de seitas no meio dos evangélicos é demonstração de que a igreja não está bem. Muitos estão com problemas graves e têm procurado a igreja, mas não têm visto solução para si mesmos; creio que aqui deva ser colocado o tradicionalismo evangélico, a ortodoxia (que, diga-se de passagem, é necessária) morta, a superficialidade cristã, a falta de conversão verdadeira, o comodismo, tudo isso tem feito as pessoas buscarem outro aconchego.
No entanto é fato real que a grande maioria das pessoas está em busca de solução para os seus problemas, uma vida melhor, vida de paz, sem problemas, sem doença, mas são avessas às exortações, às recomendações de santificação; estão buscando pão como nos dias de Jesus. "Vós me procurais não porque vistes sinais, mas porque comeste dos pães e vos fartastes" (Jo.6:26). Aqui é que entra a seita, pois ela oferece ao povo exatamente aquilo que ele necessita (quer). E se você repreende alguém, recebe esta advertência: "Veja o bem que estou recebendo! Se me faz bem, deve ser de Deus!" Ou seja, se traz sucesso, solução, fez-me mudar de vida e traz felicidade, deve ser de Deus.
É exatamente aí que satanás arma sua cilada e já tem dominado muitas vidas. Lembrem-se que muitas organizações que ridicularizam o cristianismo podem ajudar as pessoas e fazê-las felizes. Lembro aqui os psiquiatras e psicólogos ateus. Eles podem trazer resultados muito bons, sem nada de orientação cristã. O próprio espiritismo tem trazido solução para muitas vidas; a yoga, o pensamento positivo e outros. Se você acha que tudo o que traz o bem pessoal é de Deus, saiba que já está caído diante do diabo.

Como saber então se é de Deus? Como diagnosticar o problema?
Seria bom inicialmente afirmar que o que importa ao homem não é o que ele sente, mas o seu relacionamento com Deus. Qualquer orientação que me faça ficar satisfeito, quando a minha relação com Deus está ruim, isto é do diabo. Era esta a situação dos fariseus.
Mas há outros testes práticos que gostaria de colocar.
O modo como vem a "bênção". Eles ensinam que se você obedecer a uma fórmula, pré-estabelecida, a bênção virá, a felicidade, a paz, a cura. E sempre é uma fórmula alheia às Santas Escrituras. Geralmente a idéia de uma visão que alguém teve, e daí é elaborado o sistema. Elas podem até citar as Escrituras, mas ao acaso, texto fora do contexto, e isso é transformado em pretexto. Compare isso com as grandes confissões de fé e credos do cristianismo. São todos sinopses da Palavra de Deus. Ali é enfatizada a grandeza e extensão da Bíblia. Como é diferente das seitas que apresentam apenas uma fórmula, uma fórmula mágica. ( Na igreja: ir a igreja, ou ler a Bíblia, ou orar).
Testemunho Pessoal. Outro aspecto que é característico de uma seita é o testemunho pessoal. O que os sectários destas seitas falam é sobre sua vida, o que era e o que são agora. Que eram assim até entrarem para esta "igreja", o seu problema está resolvido. Não ensinam as doutrinas fundamentais do cristianismo. Enfatizam apenas uma fórmula. Vejam que eles, ao enfatizarem seus testemunhos, começam com eles e terminam com eles, e não com Jesus como Senhor, apesar de citá-lO.
Apenas o prático. Eles enfatizam apenas o que é prático. Negligenciam a doutrina. Dizem: "Vocês precisam é de algo prático". Na verdade, porém, o que estão querendo dizer é que não é importante a doutrina. Mas não era assim que Paulo fazia na epístola aos Efésios; ele escreve os três primeiros capítulos nos quais a doutrina não é prática, é pura doutrina. E só depois do capítulo quatro ;e que a torna prática. Ou seja, primeiro o fundamento doutrinário, depois a prática. A ordem inversa é de grande perigo. É o que acontece com essas seitas.Quero aqui realçar o perigo dentro das nossas igrejas. Hoje há uma tendência em se desvalorizar a doutrina. Teologia, doutrina, tudo soa muito intelectual, sofisticado (creio até que em algumas circunstâncias é verdade) e por isso é negligenciado. Há risco de seitas no nosso meio.
Você é que pode fazer. Apesar de falar no Espírito Santo, não se acha que Ele é que vai realizar em nós o que Deus quer. Eles sempre afirmam que é você que pode fazer. Esquecem que é Deus que opera em nós tanto o querer como o efetuar. Daí surgir a jactância, o orgulho, a satisfação própria. Há muita arrogância, pois são eles que conseguem realizar. A mudança foi devido a uma atitude tomada, uma conseqüência do seu esforço próprio. "Eu era assim, mas agora consegui isto..." Não estão entregues à vontade de Deus, mas seus interesses é que prevalecem. Este perigo também está em nossas igrejas e os que agem assim estão esquecidos do que disse Paulo: "operai a vossa salvação com temor e tremor"(Fl.2:12) - Mas eles dizem "não há nada o que temer". Deus nos livre deste pecado da arrogância. É Deus que opera em nós a mudança. O mérito é dEle!
Fórmula Simples. Uma outra característica é que "a fórmula é muito simples". Eles chegam a dizer que é um desperdício estudar tanto as epístolas, quando eles têm uma fórmula tão simples. As seitas têm todas as características dos remédios dos charlatães e toda a sua propaganda. "Eis aí o remédio que cura todos os males". O pior é que não afirmam apenas que podem resolver todos os problemas, mas que podem resolver com facilidade. Mas não é isto que ensina o apóstolo Paulo quando diz: "em tudo somos atribulados, mas não angustiados, perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos..." Podemos ser vitoriosos, é verdade, mas não é fácil. Por isso ele disse também: "Nossa luta não é contra a carne e o sangue..." Temos de lutar contra poderes terríveis. Essa idéia de "fácil" é falsa à luz do Novo Testamento.
Cura e Benção imediatamente. Nesta linha de pensamento, outra característica semelhante das seitas é que elas oferecem a CURA, a BÊNÇÃO, "imediatamente". Já notou isso? É o método do "atalho", e por isso conseguem tantos adeptos. Mas o que nos ensina o Novo Testamento é que estamos num mundo difícil, pecaminoso, dominado pelo diabo e seus anjos. Por isso precisamos de toda a armadura de Deus. Precisamos ser fortalecidos "com poder pelo Seu Espírito no homem interior" (Ef.3:16). O homem moderno afirma: "Eu pensava que o cristianismo resolveria todos os meus problemas e endireitaria tudo imediatamente, mas agora me dizem que devo lutar, vigiar, orar, jejuar, suar... Não quero nada disso! Quero algo que solucione rápido o meu problema". As seitas respondem: "Certo, naturalmente". Observem que as seitas não ensinam crescimento na graça e conhecimento de Cristo; não falam em "operai a vossa salvação com tremor e temor"(2Pe.3:18).Qualquer coisa que ofereça "atalhos" espirituais não é cristianismo da Bíblia. Mas as seitas perguntam: "O que você está precisando? Qual o seu problema?" E responde: "Venha. Nós podemos ajudá-lo". E oferecem o remédio barato, fácil e rápido. Saúde, cura física, a bênção que soluciona todos os seus problemas.Mas o método do Evangelho é muito diferente. A primeira coisa do Evangelho é o CONHECIMENTO DE DEUS. Está é a grande mensagem da Bíblia. Por que Cristo veio ao mundo? "Para conduzir-nos a Deus", responde o apóstolo Pedro (1Pe.3:18). O Evangelho não começa com as minhas dores e penas, minhas necessidades de orientação ou minha aflição. Começa por conhecer a Deus. Este é o objetivo do Cristianismo. "A vida eterna é esta" - Qual? Que eu não me aflija mais, ou que fique livre daquilo que me deprime? Não! - "que te conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem enviaste"(Jo.17:3). Se eu estiver correto com este pensamento, as outras coisas estarão resolvidas. O objetivo do Cristianismo é levar-nos ao conhecimento de Deus e do Senhor Jesus Cristo.
Sem ênfase na santidade. As seitas não mencionam isto e também não falam de santidade. Podem até proibir muitas coisas nocivas, e dessa forma fabricar fariseus satisfeitos consigo mesmos. Mas a santidade não é algo negativo, e sim positivo - "Sede santos, pois Eu Sou Santo" diz o Senhor. Não é apenas vitória sobre pecados particulares, mas é de fato ser santo. Eles não enfatizam isso.
Ênfase no agora. Outra coisa que as seitas não falam é sobre a "esperança da glória". O Novo Testamento nos fala da glória vindoura. Mas as seitas se propõem a ajudar as pessoas enquanto elas estiverem neste mundo, sem enfocar o futuro. "VOCÊ", você é que está no centro, eles estão enfatizando a experiência e não falam da glória do céu, nem do "NOVO CÉU E NOVA TERRA, ONDE HABITA A JUSTIÇA".(2Pe.3:13).
Enfim, as seitas ficam apenas num estreito círculo no qual o homem está girando, girando e repetindo constantemente a mesma coisa. A "bênção" oferecida pelas seitas é bem diferente do que o Evangelho oferece.
Abomino as seitas. Elas não passam no teste que é a Pessoa de Cristo. Todo movimento ou ensino que não faça do Senhor Jesus Cristo e Sua morte na cruz e Sua gloriosa ressurreição, uma necessidade absolutamente central, não é cristã e sim manifestação das "astutas ciladas do diabo". Ou seja, qualquer ensino ou movimento que diga que você pode Ter esta ou aquela benção sem primeiro crer no Senhor Jesus Cristo como o Filho de Deus, como Salvador de sua alma e Senhor de sua vida, e que sem Ele você não é nada, é uma negação das Escrituras, do cristianismo. Se o ensino ou movimento inclui maometano, budista, judeu e lhe oferece a bênção sem que eles reconheçam e confessem que Cristo, e somente Cristo, é o Filho de Deus e que Ele, somente Ele, pode salvar o pecador, porque ele morreu pelos nossos pecados, NÃO É CRISTÃO! Essa bênção fora do evangelho é negação do cristianismo e devemos rejeitá-la. Não há acesso a Deus, não há conhecimento de Deus como Salvador e Libertador, exceto por meio de Cristo. As seitas são um insulto a Deus, a Jesus Cristo, não têm direito de existir. Se você acha que Jesus não é suficiente, e que deve ir após as seitas em busca de ajuda e "bênção"(cura, prosperidade...), você O está negando; você O está insultando. São as astutas ciladas do diabo.
A fé que sustentou, fortaleceu e abençoou os santos no transcurso dos séculos, e que tem resistido a todos os testes que se podem conceber, é suficiente. Você não tem necessidade de seguir alguma idéia nova, moderna, que só passou a existir no século passado, ou neste. VOLTE PARA A VELHA HISTÓRIA, sempre nova e verdadeira. Volte para a fonte e origem de todas as bênçãos; volte para o Deus eterno e Seu Filho, nosso glorioso Salvador, o Senhor Jesus Cristo. E o Espírito entrará em seu ser, e todas as suas necessidades serão supridas

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Onde os desejos são purificados – J. I. Packer


- Desejar a Deus -

O ensino em análise afirma que desejar e contemplar o nosso Salvador e Deus na reciprocidade do amor é a atividade mais importante e nobre da vida. No desenvolvimento desse pensamento, são feitas duas afirmações: primeira, os cristãos frequentemente perdem a alegria deste relacionamento por sua própria negligência e preocupação com outras coisas; segunda, Deus às vezes não nos deixa sentir a sua presença e amor, que nos concede em outras ocasiões, para nos ensinar lições sobre paciência e pureza de coração que, do contrário, não aprenderíamos.

Uma diversidade de abordagens foram desenvolvidas com o objetivo de articular estas verdades. Vamos observar rapidamente algumas delas.

A importância de se distanciar do que deseja o coração tem sido frequentemente expressada em termos de retirar-se para o "deserto" de solidão, onde os desejos são purificados. O mesmo ponto foi observado no Ocidente por meio do direcionamento dos cristãos à renúncia de todas as distrações que se sobrepõem ao "cone" ou "ápice" de sua alma, e, no Oriente, mediante a exigência da "apatheia" (que não significa impassibilidade interior, mas o domínio próprio que redireciona a paixão para a busca de Deus).

Agostinho, Bernardo e Thomas à Kempis; e puritanos, como Richard Sibbes, Richard Baxter, Thomas Goodwin e John Owen, com muitos outros antes e depois deles, mapearam os caminhos do pensamento e da oração que separam o desejo do apelo magnético deste mundo para atrelá-lo mais firmemente a Deus, em Cristo.

Por um lado, o relacionamento entre a meditação verbal e a petição, e, por outro, a contemplação e o entregar-se pós - e não - verbal ao Senhor, a quem se conhece, confia e ama, foi explorado por mestres do "casamento espiritual", que desenvolveram a analogia da linguagem e comunhão do amor entre os sexos e a aplicaram ao relacionamento de uma pessoa com Deus.

Na mesma relação, os cistercienses, franciscanos e outros enfatizaram as ligações entre a contemplação amorosa de Deus e a ação compassiva entre homens e mulheres, enquanto Jonathan Edwards, em seu livro Tratado sobre a Compaixão Religiosa, estabelece testes que mostram se sentimentos fortes em um contexto de devoção são ou não autenticamente espirituais (resultantes da obra do Espírito Santo no coração).

Toda esta instrução procura, de qualquer forma, indicar o caminho que conduz àquela satisfação em Deus, que é o supremo valor e glória da vida.

Onde os desejos são purificados – J. I. Packer


- Desejar a Deus -

O ensino em análise afirma que desejar e contemplar o nosso Salvador e Deus na reciprocidade do amor é a atividade mais importante e nobre da vida. No desenvolvimento desse pensamento, são feitas duas afirmações: primeira, os cristãos frequentemente perdem a alegria deste relacionamento por sua própria negligência e preocupação com outras coisas; segunda, Deus às vezes não nos deixa sentir a sua presença e amor, que nos concede em outras ocasiões, para nos ensinar lições sobre paciência e pureza de coração que, do contrário, não aprenderíamos.

Uma diversidade de abordagens foram desenvolvidas com o objetivo de articular estas verdades. Vamos observar rapidamente algumas delas.

A importância de se distanciar do que deseja o coração tem sido frequentemente expressada em termos de retirar-se para o "deserto" de solidão, onde os desejos são purificados. O mesmo ponto foi observado no Ocidente por meio do direcionamento dos cristãos à renúncia de todas as distrações que se sobrepõem ao "cone" ou "ápice" de sua alma, e, no Oriente, mediante a exigência da "apatheia" (que não significa impassibilidade interior, mas o domínio próprio que redireciona a paixão para a busca de Deus).

Agostinho, Bernardo e Thomas à Kempis; e puritanos, como Richard Sibbes, Richard Baxter, Thomas Goodwin e John Owen, com muitos outros antes e depois deles, mapearam os caminhos do pensamento e da oração que separam o desejo do apelo magnético deste mundo para atrelá-lo mais firmemente a Deus, em Cristo.

Por um lado, o relacionamento entre a meditação verbal e a petição, e, por outro, a contemplação e o entregar-se pós - e não - verbal ao Senhor, a quem se conhece, confia e ama, foi explorado por mestres do "casamento espiritual", que desenvolveram a analogia da linguagem e comunhão do amor entre os sexos e a aplicaram ao relacionamento de uma pessoa com Deus.

Na mesma relação, os cistercienses, franciscanos e outros enfatizaram as ligações entre a contemplação amorosa de Deus e a ação compassiva entre homens e mulheres, enquanto Jonathan Edwards, em seu livro Tratado sobre a Compaixão Religiosa, estabelece testes que mostram se sentimentos fortes em um contexto de devoção são ou não autenticamente espirituais (resultantes da obra do Espírito Santo no coração).

Toda esta instrução procura, de qualquer forma, indicar o caminho que conduz àquela satisfação em Deus, que é o supremo valor e glória da vida.

Mas e se eu não sou um dos Eleitos? – J. I. Packer


A impressão de que Deus, portanto, invadiu a própria escuridão e perdição de uma pessoa para naturalmente salvá-la leva a uma pergunta que foi acerbamente proposta em uma canção moderna: "Mas, por que eu, Jesus?". O Novo Testamento propõe e responde esta pergunta, apontando para um propósito eterno do amor divino e soberano por pecadores, um propósito cuja origem reside na decisão livre do próprio Deus. Ele se manifesta pela graça preveniente que traz todos à fé e salvação, e garante sua glória no final. Os autores do Novo Testamento não falam por que Deus escolheu me salvar. Apenas me pedem para render graças pelo que ele fez.

Aqui está Paulo celebrando o propósito amoroso de Deus enquanto convida os cristãos de Efeso a se juntarem a ele na doxologia:

"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça (...) em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória". (Ef 1.3-8,13,14)
Para incentivar os cristãos que enfrentam o sofrimento e se sentem fracos, este é o modo como Paulo formula o mesmo propósito eterno:
"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou". (Rm 8.28-30)
O próprio Senhor Jesus tinha este mesmo propósito quando disse:
"Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia (...) Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia (...) Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim". (Jo 6.37-40,44,45)
O plano de Deus para salvar o pecador por meio de sua graça soberana é às vezes visto como um tema para debates calorosos. Acredita-se que o fato de Deus ter esse plano de salvação é uma ameaça para aqueles que ainda não crêem, por implicar em dizer que se essas pessoas se voltarem para Deus, podem descobrir que ele não terá misericórdia delas por não fazerem parte de seus eleitos. Contudo, esse temor não procede, porque ninguém se volta para Deus - "ninguém pode vir a mim", disse Jesus - sem obter a graça soberana que implementa o misericordioso plano divino.
Na realidade, todos são convidados a entrar no Reino de Deus, com a garantia de que se buscarem a capacitação do Espírito Santo para arrependerem-se e crerem, eles irão achá-lo. A graça preveniente - o Espírito Santo já em ação estimula qualquer resposta positiva que o convite desperta. Como vimos, os cristãos com certeza sabem que, sem a graça preveniente, eles não seriam cristãos, e que a graça preveniente alcançou sua vida por causa do plano de Deus para salvá-los. Assim, não causa surpresa o fato de que, no Novo Testamento, o plano de Deus seja apresentado não como um assunto para debate e dúvidas, mas para a doxologia - direcionando aqueles que agora crêem para o caminho da humildade, exultação e esperança, e concedendo-lhes determinação e alegria enquanto sua mente confia nessa verdade. O artigo 17 dos 39 artigos anglicanos expressa este fato de uma maneira muito clara:
...as considerações divinas da predestinação, e nossa eleição em Cristo, são cheias de um doce, agradável e inexplicável conforto para as pessoas piedosas que, com isso, sentem a obra do Espírito de Cristo mortificando as obras da carne e seus membros carnais e voltando sua mente para as coisas do alto; como também estabelece e confirma a fé dessas pessoas na salvação eterna, a ser desfrutada por meio de Cristo, bem como inflama seu amor por Deus...

domingo, 27 de novembro de 2011

07 Razões Porque eu Não Creio em Mulheres Pastoras - Por Renato Vargens


Na minha perspectiva a ordenação de mulheres ao pastorado é uma grave distorção teológica. Lamentavelmente tenho visto nos últimos anos  inúmeras igrejas  consagrando mulheres ao ministério pastoral. Isto posto, gostaria  de forma prática e objetiva elencar 07 motivos porque  não creio em mulheres pastoras:
1- As Escrituras não referendam a ordenação de mulheres ao ministério pastoral. Não vejo na Bíblia nenhum texto que apoie a ordenação feminina ao presbiterato.
2-  Jesus não chamou apóstolas entre os doze. Todos os apóstolos escolhidos por Jesus eram homens.
3- As Escrituras não defendem o Igualitarismo e sim o complementarismo.
Igualitaristas:  Esta corrente, afirma que Deus originalmente criou o homem e a mulher iguais; e que o domínio masculino sobre as mulheres foi parte do castigo divino por causa da queda, com conseqüentes reflexos sócios-culturais. Segundo os igualitaristas mediante o advento de Cristo, essa punição e reflexos foram removidos; proporcionando conseqüentemente a restauração ao plano original de Deus quanto à posição da mulher na igreja. Portanto, agora, as mulheres têm direito iguais aos dos homens de ocupar cargos de oficialato da Igreja. Além dos igualitaristas, encontramos os complementaristas , que por sua vez entendem que desde a criação – e portanto, antes da queda – Deus estabeleceu papéis distintos para o homem e a mulher, visto que ambos são peculiarmente diferentes. A diferença entre eles é complementar. Ou seja, o homem e a mulher, com suas características e funções distintas se completam. A diferença de funções não implica em diferença de valor ou em inferioridade de um em relação ao outro, e as conseqüentes diferenças sócios-culturais nem sempre refletem a visão bíblica da funcionalidade distinta de cada um. O homem foi feito cabeça da mulher – esse princípio implica em diferente papel funcional do homem, que é o de liderar.
4- Paulo não fala de presbíteras, bispas, muito menos pastoras. As referências a essas vocações nas Escrituras sempre estão relacionadas aos homens. Não é preciso muito esforço para perceber que não existiam pastoras nas igrejas do Novo Testamento.
5-  Os reformadores  e os pais da Igreja não nunca defenderam o ministério pastoral feminino.
6- Os apóstolos determinaram que os pastores  deveriam ser marido de uma só mulher e que deveriam governar bem a casa deles – obviamente eles tinham em mente homens cristãos (1Tm 3.2,12; Tt 1.6).
7- A mulher não possui autoridade sobre o marido.( I Tm 2:12 ) Ora, se ela é pastora e o seu marido não, ela fere o principio de autoridade da Bíblia, tornando-se lider do marido.
Pense nisso!

Posso namorar uma pessoa não cristã? - Por Renato Vargens


Qual é o problema? Não tem nada demais. Eu posso evangelizá-lo e levá-lo para a igreja. Vai ver que essa é forma dele conhecer a Cristo! Ah! Que caretice! Isso é palhaçada! Esse tempo já passou!
Pois é, é comum ouvirmos de nossos adolescentes e jovens frases como estas. Para muitos deles não existe o menor problema em namorar um não cristão. Entretanto, o que talvez eles desconheçam é o ensino bíblico de que não devemos nos colocar em jugo desigual com os incrédulos (II Co 6.14).

"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?"

Para Calvino, o jugo desigual era nada menos que manter comunhão com as obras infrutíferas das trevas e estender-lhes a destra de companhia. Em outras palavras isto significa estar ligado ao mesmo tempo, lado a lado na mesma canga. É a metáfora dos bois ou cavalos que têm de andar juntos, desfrutando das mesmas práticas, porque estão presos na mesma canga.

Caro leitor, escolher uma pessoa que compartilha da mesma fé e sonhos é fundamental a construção de um namoro equilibrado e saudável. Como escrevi no meu livro "Namoro.com", o namoro deve ocorrer entre pessoas que estejam em igualdade de situações. O fato de existir discrepâncias espirituais pode proporcionar um seriíssimo problema relacional entre aqueles que se gostam.

Do ponto de visto bíblico o namoro entre não cristãos e cristãos é absolutamente desaconselhável. Paulo, ao escrever aos coríntios ordena que um cristão ao se casar, deve fazê-lo “somente no Senhor”. Obviamente isso proíbe o casamento com incrédulos e, portanto, namorá-los.

Vale a pena lembrar o que a Confissão de Fé de Westminster diz a respeito do casamento entre cristãos e não cristãos: “A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar, mas é dever dos cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem os piedosos prender-se a jugo desigual por meio do casamento com os que são notoriamente ímpios em suas vidas, ou que mantêm heresias perniciosas”
Pense nisso!


A relação entre os Gremlins e a música evangélica. - Por Renato Vargens



Na  década de 80  houve um filme (veja vídeo abaixo) que fez grande sucesso entre a garotada. Gremlins é o seu nome! Bom, para os mais novos que nunca ouviram falar num Gremlin deixe-me explicar:

Os Gremlins eram bichinhos que se caracterizavam por duas maneiras: A primeira são os Mogwai, que seria o estágio infantil destes seres, no qual são quase inofensivos, e o segundo os Gremlins, que são muito perigosos.  No filme existem algumas coisas que não podem ser feitos com um Gremlin. A primeira é que a luz não deve ser administrada diretamente a eles, pois a odeiam: não se deve dar a luz do sol, sob o risco de ser morto. A segunda é que eles nunca devem entrar em contato com a água, pois quando isso ocorre com um Mogwai, saem bolas de pelos de suas costas, e assim ele se reproduz, em cópias parecidas, porém, mais travessas proporcionando com isso enormes problemas.

Caro leitor, sabe que as vezes eu tenho impressão que alguns músicos evangélicos são como os Gremlins? Só que em vez de se multiplicarem tocando na agua, se multiplicam ouvindo música de péssima de qualidade. Ora, vamos combinar uma coisa? O que tem de música ruim sendo tocada nas Igrejas evangélicas, não tá no Gibi! Confesso que as vezes ao ouvir algumas dessas canções sinto vontade de chorar! Pra inicio de conversa as letras são horrorosas, a melodia pobre e o ritmo pra lá de brega, aí meu caro, a coisa complica não é verdade?

No filme de Hollywood a única coisa que podia EXTERMINAR os Gremlins era o brilho da luz do sol. Os bichinhos causadores da destruição alheia odiavam os raios solares.  

Prezado amigo, sabe de uma coisa? Da mesma forma que a luz trouxe libertação àqueles que sofriam os ataques dos bichos da maldade, tenho impressão que a única coisa que pode acabar com essa onda de terror na musica evangélica brasileira é a iluminação das verdades cristãs mediante a exposição das Escrituras.

Isto posto, pelo bem da igreja e pela saúde dos nossos ouvidos, voltemos a Palavra e cantemos as Escrituras!

Soli  Deo Gloria!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"Pela vontade de Deus..." – John Stott (1921-2011)


 

A referência de Paulo à vontade de Deus, em relação à oração (Rm 15.32), é muito significativa. Anteriormente, ele orou rogando que "... finalmente, pela vontade de Deus, seja-me aberto o caminho" para que pudesse ir a Roma (1.10). Aqui, novamente ele ora para que, pela vontade de Deus, ele possa visitar a igreja em Roma. O uso dessa sentença explicativa lança luz tanto sobre o propósito da oração quanto sobre o caráter dela, e sobre a razão por que os cristãos devem orar e como devem fazê-lo.
O propósito da oração não é, de forma enfática, submeter a vontade de Deus à nossa; antes, alinhar nosso desejo ao dele. A promessa de que nossas orações serão respondidas é condicionada ao nosso pedir "... de acordo com a vontade de Deus" (ljo 5.14). Por conseguinte, toda oração que fazemos deve ser uma variação do tema "... seja feita a tua vontade" (Mt 6.10).
E quanto ao caráter da oração? Apesar de Paulo ter afirmado anteriormente que "... não sabemos como orar" (Rm 8.26), algumas pessoas nos dizem que devemos sempre ser precisos, específicos e confiantes naquilo por que oramos, e que adicionar "se esta for a tua vontade" é um pretexto, bem como algo incompatível com a fé. 
Em resposta, precisamos distinguir entre o desejo geral e o desejo particular de Deus. Como Deus revelou seu desejo geral para todas as pessoas nas Escrituras (e.g., que precisamos nos controlar e nos tornar semelhantes a Cristo), devemos realmente orar com determinação e segurança sobre essas coisas. Mas o desejo particular de Deus para cada um de nós (e. g., em relação a nossa vida de trabalho e àqueles que fazem parte de nossa vida) não foi revelado nas Escrituras, de forma que, ao orar por orientação, é correto adicionar "pela vontade de Deus". Se Jesus fez isso no jardim do Getsêmani — "... não seja feita a minha vonta¬de, mas a tua" (Lc 22.42) —, e se Paulo escreveu isso duas vezes em sua carta aos Romanos, também devemos assim fazer. Isso não é descrença, mas a própria humildade.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O Pecador sem Cristo – Por Pr. Miranda


O pecado sem Cristo necessita urgentemente nascer de novo

 “Importa-vos nascer outra vez”. (João 3.7)
SE QUAISQUER doutrinas, dentro do círculo do cristianismo, podem ser propriamente chamadas

“fundamentais”, estas serão, sem dúvida, duas: a doutrina da justificação e a do novo nascimento: a primeira relacionando-se com a grande obra que Deus faz por nós, perdoando nossos pecados; a última, referindo se à grande! Obra que Deus opera em nós, renovando-nos a natureza decaída. Quanto ao tempo, nenhuma delas tem a primazia: no momento em que somos justificados pela graça de Deus, pela redenção que há em Jesus, somos também “nascidos do Espírito”; mas, em urdem de pensamento, como é de uso expressar-se, a justificação precede ao novo nascimento. Primeiro, concebemos sua ira apartando-se de nós e depois seu Espírito operando em nossos corações.

Se não houver novo nascimento o pecador morrerá em seus delitos e pecados.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Governando e Não Sendo Governado - por Pr. Miranda - IECCM – 20 de Nov de 2011


Texto: Isaías 14.24-27
O conselho “GOVERNO” de Deus permanecerá de pé
Lemos as Escrituras em vão, se não descobrimos nelas que as ações dos homens, quer sejam más ou boas, são GOVERNADAS pelo Senhor Deus TODO PODEROSO
Introdução: Defrontamo-nos com alternativas e nos vemos forçados a escolher entre elas: ou Deus governa, ou é governado; ou Deus domina, ou é dominado; ou Deus cumpre a sua vontade, ou os homens cumprem a deles. É difícil fazermos nossa escolha entre essas alternativas?
Queremos dizer não só que Deus pode revogar os efeitos das ações dos malfeitores, como também que, por fim, Ele chamará os maus, perante seu trono de juízo, para que a sentença de castigo seja pronunciada contra eles — multidões de não-cristãos crêem nessas coisas. Queremos dizer, além disso, que cada ação do mais desregrado dos seus súditos está inteiramente sob o seu controle; sim, queremos dizer que enquanto o homem age, apesar de não o saber, cumpre as secretas determinações do Altíssimo. Não sucedeu assim com Judas? Será possível selecionar algum caso mais extremo do que esse? Portanto, se o arqui-rebelde estava cumprindo o plano de Deus, crer a mesma coisa a respeito de todos os demais rebeldes será um fardo demasiadamente pesado para ser suportado pela nossa fé?
Nosso objetivo não é uma inquirição filosófica ou uma casuística transcendental; e sim, determinar qual o ensino das Escrituras quanto a esse assunto tão profundo, baseados na Lei e no Testemunho, porque é somente assim que podemos aprender acerca do governo divino

"Mas, se ele resolveu alguma cousa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará" (Jó 23.13). "O conselho do SENHOR dura para sempre, os desígnios do seu coração por todas as gerações" (SI 33.11). "Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o SENH©R" (PV 21.30). "Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem, pois, o invalidara} A sua mão está estendida; quem, pois, a fará voltar atrás?" (Is 14.27). "Lembrai-vos das cousas passadas da antiguidade; que eu sou Deus e não há outro, eu sou Deus e não há outro seme¬lhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade as cousas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Is 46.9,10). Não existe qualquer ambigüidade nessas diversas passagens. Afirmam elas, da maneira mais taxativa e inequívoca, que é impossível o propósito do Senhor ser reduzido ao nada.
"Nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (At 17.28). Que extraordinária declaração é esta! Estas palavras, devemos notar, foram dirigidas não a uma das igrejas de Deus, nem a algum grupo de santos que já atingira alto nível de espiritualidade, e, sim, foram dirigidas a um auditório pagão, a pessoas que adoravam o "DEUS DESCONHECIDO" e que zombaram quando ouviram falar da ressurreição dentre os mortos. Mesmo assim, perante os filósofos atenienses, perante os epicureus e estóicos, o apóstolo Paulo não hesitou em afirmar que viviam, se moviam e existiam em Deus, isto é, que não somente deviam sua existência e preservação Àquele que criou o mundo e tudo o que nele há, mas também que as suas próprias ações eram supervisionadas e, portanto, controladas pelo Senhor dos céus e da terra (Dn 5.23).
Se o coração está na mão do Senhor e Este o inclina segundo o seu querer, é claro que os homens, sim, os governadores e reis, e, portanto, todos os homens, estão sob o governo do Todo-Poderoso! Nenhuma limitação se deve fazer às declarações acima. Insistir que alguns homens, pelo menos, conseguem impedir o exercício da vontade divina e subverter o seu conselho é repudiar outros trechos bíblicos que são tão claros quanto estes. Pese bem o seguinte: "Mas, se ele resolveu alguma cousa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará" (Jó 23.13). "O conselho do SENHOR dura para sempre, os desígnios do seu coração por todas as gerações" (SI 33.11). "Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o SENH©R" (PV 21.30).

Lemos as Escrituras em vão, se não descobrimos nelas que as ações dos homens, quer sejam más ou boas, são governadas pelo Senhor Deus.
Vejamos nesta noite 05 ações GOVERNADAS por Deus

1-  O Governo de Deus na vida de Jacó - Jacó era o filho a quem a herança fora prometida, e, embora Isaque procurasse reverter o decreto do Senhor e dar a bênção a Esaú, seus esforços não prevaleceram  (Gênesis 25-21-34; 36,38;  Gn 35:11-12). "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR" (PV 16.1).

2- O Governo de Deus na vida de Esaú -  Esaú jurou que se vingaria de Jacó, mas, finalmente, quando se encontraram, choraram de alegria, ao invés de lutarem com ódio  (Gn 27.41 e 33.4-11). "Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do SENHOR permanecerá" (Pv 19.21)

3-  O Governo de Deus na vida de José - Os irmãos de José resolveram destruí-lo, mas os seus intentos foram frustrados- Os irmãos de José resolveram destruí-lo, mas os seus maldosos intentos foram frustrados. (Gn 37.20 – Gn 45.1-8). (O Senhor dos EXERCITOS havia determinado algo na vida de José -  "Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem, pois, o invalidara? A sua mão está estendida; quem, pois, a fará voltar atrás?" (Is 14.27).

4O Governo de Deus na vida de Faraó em benefícios de Israel - Faraó se recusou a deixar Israel cumprir as instruções do Senhor e o que alcançou com isso foi perecer no mar Vermelho  (Êxodo 14.11-27). (Deus prova para Faraó que só El é Senhor - "Lembrai-vos das cousas passadas da antiguidade; que eu sou Deus e não há outro, eu sou Deus e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade as cousas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Is 46.9,10).

5- O Governo de Deus na vida de Mordecai -  Hamã erigiu uma forca destinada a Mordecai; porém foi o próprio Hamã que nela pereceu enforcado (Ester 7.6-10;8.1-3). O coração do rei estava na mão do Senhor - "Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina''' (Pv 21.1).

Conclusão:
Mas, apesar disso, o grande Deus se perturba com a rebeldia de suas tão débeis criaturas? Certamente que não: "Ri-se aquele que habita nos céus; Ele está infinitamente acima de todos, e a maior confederação dos poderes da terra e seus mais vigorosos e intensos preparativos, para combater-Lhe os propósitos, são, aos olhos dEle, inteiramente pueris. Ele atenta para os vãos esforços dos homens, não somente sem alarmar-se, mas também a rir-se e a zombar da estultícia e da fraqueza deles. Sabe que pode esmagá-los como traças, quando quiser fazê-lo, ou consumi-los com o sopro da sua boca, num só instante. De fato, é ridículo que os cacos de barro da terra contendam com a gloriosa Majestade celestial. Tal é o nosso Deus; adorai-O. (A. W. Pink)

Meus amados irmãos, se o Senhor dirige os passos do homem, não é prova de que este é governado ou controlado por Deus? De igual modo: "Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do SENHOR permanecerá" (Pv 19.21). Pode isso significar algo menos que, sem importar o que o homem deseje ou planeje, é a vontade do Criador que é executada? Ilustremos com a parábola do rico insensato. Os propósitos do seu coração nos são expostos: "E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: Destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então direi à minha alma: Tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come e bebe, e regala-te". Tais foram os propósitos do seu coração; no entanto, foi o "desígnio do SENHOR" que prevaleceu. O "farei" do rico insensato foi reduzido a nada, porque "Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma" (Lc 12.16-21).
Querido irmãos e amigos não existe qualquer ambigüidade nessas diversas passagens. Afirmam elas, da maneira mais taxativa e inequívoca, que é impossível o propósito do Senhor ser reduzido ao nada. Ele é quem GOVERNA e jamais se deixará ser governado. Sabedor dessas verdades, só nos resta; Depender do Deus Todo Poderoso e do seu Filho Jesus Cristo. Que o Espírito de Cristo o nosso CONSOLADOR tenha trazido plena revelação de SUA PALAVRA BENDITA aos nossos corações. Amém!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


domingo, 20 de novembro de 2011

A Blasfêmia de Lula - por pr. Miranda

Amy Winehouse e Lula


Amy Winehouse foi encontrada morta hoje. Desconfia-se - e com muita razão - que a causa foi uma overdose. Aos 27 anos, Amy chegou ao fim de uma vida atribulada, marcada por escândalos, internações, sofrimento, fama, riquezas e popularidade.

Como é sabido, ela não é a primeira artista a morrer cedo por causa de drogas (assumindo que foi esta a causa da sua morte). Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Brian Jones, Kurt Kobain... são alguns dos nomes que estão sendo associados ao de Amy, de jovens artistas que morreram por causa de drogas. Não podemos esquecer, ainda que não tão jovens quanto Amy, Elvis Presley, Michael Jackson, Elis Regina.

O que leva pessoas famosas, ricas, populares e idolatradas pelas multidões a seguir um curso de auto-destruição terminando em morte precoce auto-infligida? Pesquisa recente mostrou que os jovens de hoje querem, mais do que serem ricos, serem famosos, aparecer na mídia, serem vistos e conhecidos. Amy Winehouse e todos os outros mencionados acima chegaram lá - e de quebra, ficaram ricos. Não deveriam ser pessoas felizes, alegres, satisfeitas, dedicadas ao trabalho, amantes da vida e de suas coisas boas?

Ao que tudo indica, parece ter faltado algo, alguma coisa que não podia ser comprada por dinheiro e nem substituida pela fama. Será que não se trata daquilo que os cristãos vêm dizendo há séculos, que o ser humano foi feito para a glória de Deus e que a sua alma não encontrará paz até que se satisfaça nele? Será que aqui não encontramos a razão pela qual um dia Jesus Cristo fez aquele convite conhecido?
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mateus 11:28-30).
Amy, Elis, Elvis, Janis, Jimi e tantos outros parecem contradizer a recente declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os ricos já vivem no céu, ironizando com o ensino de Jesus Cristo:
"Bobagem, essa coisa que inventaram que os pobres vão ganhar o reino dos céus. Nós queremos o reino agora, aqui na Terra. Para nós inventaram um slogan que tudo tá no futuro. É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico ir para o céu. O rico já está no céu, aqui. Porque um cara que levanta de manhã todo o dia, come do bom e do melhor, viaja para onde quer, janta do bom e do melhor, passeia, esse já está no céu".
Para estes jovens e ricos artistas a vida, certamente, não parecia ser um céu, mas um verdadeiro inferno, a ponto de não mais se importarem em continuar vivendo. As riquezas não tornam este mundo em céu, Lula. Pelo menos, não para estas pessoas, que entre tantas outras, alcançaram glória humana, riquezas, popularidade e prestígio.

Meu caro Luiz Inácio, O inferno não está ausente na vida das celebridades, dos milionários e dos poderosos. Que o digam as vidas das celebridades marcadas pelos problemas familiares, os divórcios, os escândalos, as drogas, os suicídios. Eu também posso lhe apresentar gente pobre que é feliz, que tem um casamento abençoado, filhos honestos e trabalhadores.

Céu e inferno não se definem em termos de riqueza e pobreza, Lula, e nem em termos de popularidade e anonimato. Amy Winehouse certamente discordaria de suas palavras. E com ela todos aqueles outros jovens de 27 anos, que experimentarm o inferno existencial em suas vidas em meio à riqueza e celebridade. Pois, que outra razão teriam para não mais se importarem consigo mesmos, suas carreiras e as pessoas queridas ao seu redor?

Eu sei que tem celebridades que abusam das drogas, como Keith Richards, e que já vão com 80 anos de idade. Mas Amy e outros não conseguiram superar as angústias, perguntas, questionamentos, e o desespero que batem na porta de todos - inclusive dos ricos e dos famosos.

Adeus, Amy. Lamento muito mesmo sua morte.

Boa noite, Lula. Espero que o que aconteceu com Amy lhe leve, no futuro, a ponderar suas palavras quando for comentar assuntos que extrapolam as categorias de pobreza e riqueza, política e governo.

 por Augustus Nicodemus Lopes

Um estado espiritual de dormência – John Owen (1616-1683)


Como já foi assinalado previamente (no capítulo seis), se você negligenciar a comunhão com Deus e se tornar formal no exercício dos deveres cristãos, o perigo jaz à porta. Esta é uma hora na qual a vigilância é necessária.
Se você estiver nesse estado, desperte e esteja atento. O seu inimigo está por perto. Você corre o risco de cair numa condição espiritual da qual se arrependerá pelo resto da sua vida. Este estado já é ruim por si só, mas se constitui numa advertência de que um estado pior poderá advir. No Getsêmane, os discípulos estiveram física e espiritualmente dormentes. O que foi que Jesus lhes disse? "Vigiai e orai para que não entreis em tentação". Sabemos como um deles estava bem perto de uma hora amarga de tentação. Ele entrou imediatamente nela por não Ter vigiado como deveria ter feito.
A amada, em Cantares de Salomão 5:2-8 estava sonolenta e não queria se levantar e abrir a porta para o seu amado. Quando, afinal, se levantou, seu amado já havia se retirado. Foi só depois de muita tristeza e dor que ela o encontrou novamente. Da mesma maneira, os cristãos podem estar sonolentos espiritualmente e indispostos a acordar para uma comunhão ativa com Cristo. Estarão propensos a trazer sobre si dor de cabeça e sofrimentos. Em muitos casos o cristão não consegue recuperar plenamente a vitalidade de que em outras ocasiões desfrutou.
Aquela noite em que "Davi se levantou de sua cama" (2 Samuel 11:1 e ss.) foi uma noite de dormência espiritual para Davi e ele nunca se recuperou completamente da queda que resultou daquilo. Essa parte trágica da história de Davi é relatada para nos advertir. Deve nos despertar para um auto-exame em oração.
Algumas questões para auto-exame
i)                    Que benefícios você está auferindo da sua leitura das Escrituras? Está aproveitando tanto quanto costumava? Exteriormente, pessoas poderão não notar nenhuma diferença, mas seus devocionais estariam levando-o a experimentar maior comunhão com Deus?
ii)                  ii) Seu zelo se esfriou? Pode ser que ainda esteja praticando as mesmas obras de antes; porem, estaria seu coração aquecido pelo amor de Deus? Praticar essas obras ainda aquece espiritualmente seu coração, como o fazia no princípio? (Apoc. 2:2-4).
iii) Você estaria se tornando negligente nos deveres da oração e de ouvir a Palavra de Deus? Talvez ainda esteja observando esses deveres; mas os cumpre com o mesmo entusiasmo e vigor de outrora? (veja Luc. 8:18; Rom. 12:12c).
iv) Estaria se cansando da vida cristã? Se ainda mantém o mesmo ritmo, qual é o motivo para assim proceder? Acaso você deseja secretamente que não fosse um caminho tão estreito (2 Cor. 4:16-18; 5; 14,15)?
v) Seu amor e seu prazer junto com o povo de Deus estariam diminuindo ou esfriando? Seu amor por ele estaria se transformando de um amor fraternal para um amor carnal? Fundamenta-se nas coisas que você aprecia nele ou nos benefícios da sua amizade ao invés de ser na semelhança dele com Cristo (1 Tess. 4:9,10; 1 Ped. 1:22; 3:8)?
Nas suas respostas a estas perguntas despontam razões que o levam a se preocupar? Nesse caso é hora de despertar da sonolência antes que caia numa tentação que o incapacitará espiritualmente para o resto da sua vida

terça-feira, 15 de novembro de 2011

OS PURITANOS E A PRÁTICA DA ORAÇÃO


Sete princípios para quem crê que orar é mais do que listar necessidades 
O puritanismo foi um movimento de renovação do século 16. A expressão puritano apareceu pela primeira vez por volta de 1560 para identificar aqueles que não acreditavam que a rainha Elizabeth promovera uma reforma verdadeira na Igreja da Inglaterra. Eles não eram separatistas, mas não aceitavam as imposições da coroa, nem da Igreja oficial. Viveram num período de conflito e buscavam uma espiritualidade profundamente sustentada na doutrina bíblica e, neste caso, calvinista, mas também profundamente pessoal.
Para os puritanos, a experiência religiosa pessoal não tem origem no homem, mas em Deus e seu chamado. A conversão é uma necessidade. É a resposta do homem ao chamado de Deus, que nos convida a total dedicação e obediência ao propósito divino. No entanto, a pessoalidade na experiência religiosa não implicava uma espiritualidade individualista, mas comunitária. Para os puritanos, Deus fez uma aliança com sua Igreja e não apenas com indivíduos. Como no Velho Testamento, Deus aliançou-se com Israel como pessoa e com Israel como povo. O puritanismo não conhece espiritualidade solitária.
A contribuição do puritanismo à espiritualidade cristã é, sem dúvida, uma das mais ricas da história. John Bunyan (1628-1688) foi um destes mestres do puritanismo que nos legou, entre outros escritos, O peregrino, sua obra mais popular, que trata alegoricamente, da peregrinação do cristão neste mundo ruma à pátria celestial. Mas também é de Bunyan um dos conceitos mais ricos sobre o significado da oração para a experiência cristã. Em um de seus livros, Bunyan mostra como os puritanos associavam oração com missão e vida comunitária.
Ele escreve: "Oração é um sincero, sensível e afeiçoado derramar do coração ou alma a Deus, através de Cristo, no poder e assistência do Espírito Santo; tais coisas, como Deus tem prometido ou de acordo com a sua Palavra, existem para o bem da Igreja com submissão em fé para com a vontade de Deus". Nessa definição encontramos sete elementos que caracterizam a oração segundo John Bunyan.
Primeiro, a oração é um sincero derramar do coração e da alma diante de Deus. Sinceridade é uma virtude essencial na experiência de oração. O salmista afirma: "Se no meu coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido". Por esta razão, Jesus orienta seus discípulos a entrarem no quarto e fecharem a porta para orar. No silêncio secreto do quarto não tenho como usar as máscaras da minha falsidade. A sinceridade nos leva a dizer a Deus o que realmente somos, a confessar nossos pecados e celebrar o perdão e a graça sem os equívocos comuns das nossas ilusões. O profeta afirma que "enganoso é o coração", que nem sempre conhecemos as verdades secretas da nossa alma. A oração é a experiência que nos leva de volta para dentro de nós mesmos. Não há como contemplar a Deus em sua verdade e a luz sem olhar com sinceridade para nossa própria alma. Se não há sinceridade na nossa oração, se não há este derramar de alma e coração diante de Deus, é porque ainda não nos colocamos de fato diante de sua santíssima presença.
Segundo, a oração é um sensível derramar da alma diante de Deus. A sensibilidade tem muito a ver com nossa humanidade, com nossos sentimentos mais nobres e profundos. A sensibilidade humana tem muitas faces. Às vezes, somos sensíveis em relação a nós mesmos, percebendo aspectos de nossa vida que nos levam a uma profunda comoção. Outras vezes, somos sensíveis aos outros, a suas necessidades secretas, dores e sofrimentos. Também somos sensíveis à graça de Deus, Seu amor eternos, Sua misericórdia renovada todos os dias, Seu perdão, aceitação e salvação. A oração toca as áreas mais sensíveis da vida e apresenta a vida diante do seu criador. Simeão, o novo teólogo, que viveu na virada do século 10 para o século 11, afirmou que o dom mais precioso do Espírito Santo é o dom das lágrimas, aquele que nos leva a chorar por nós e pelos outros, a tornar nosso coração mais sensível e humano em nossas relações com Deus e o próximo. Jesus compadeceu-se de nós porque sofreu nossas dores, tornou-se pecado por nós, chorou por nós. O consolo é uma dádiva de Deus para aqueles que choram, que são sensíveis.
Terceiro, a oração é um afeiçoado derramar da alma diante de Deus. Os afetos têm a ver com nossos sentimentos e desejos. A oração, longe de ser simplesmente a apresentação de uma lista de nossas necessidades, é o derramar da alma cheia de desejos e sentimentos diante de Deus. Agostinho disse que se quiséssemos conhecer alguém não deveríamos perguntar o que faz, mas o que mais ama, porque é no amor que a pessoa demonstra seus desejos mais profundos e verdadeiros. Quando nos aproximamos de Deus em oração, qual é nosso maior desejo? Que sentimento mais arde na alma?
Quarto, e o derramar do coração diante de Deus, através de Cristo, no poder e assistência do Espírito Santo. É a mediação do Filho que torna possível clamar "aba", de chamar Deus de Pai pelo mesmo nome que o Filho chamou. Se pela mediação de Cristo nos tornamos filhos adotivos do mesmo Pai, conseqüentemente tornamo-nos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo dos benefícios que o Filho eterno goza. Estes benefícios não se tratam da vida prospera que muitos pensam, mas da imagem de Jesus Cristo. É pelo Espírito Santo que esta declaração "aba" torna-se possível. Ele clama em nossos corações "aba" e estabelece um vinculo único com o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
Quinto, é o derramar do coração a Deus, através de Cristo, no poder do Espírito Santo, como Deus tem prometido e de acordo com Sua Palavra. A oração é verdadeira somente quando é feita de acordo com a Palavra de Deus. Teófano, o recluso, dizia que, se queremos saber se oramos corretamente, não devemos perguntar se nossas emoções ou intelecto tiveram suas necessidades atendidas, mas se nos tornamos mais obedientes a Deus. Se a resposta for sim, se obedecemos mais a Deus e a Sua Palavra, nossa oração alcançou seu efeito. Se a resposta for não, mesmo que tenha satisfeito nossas exigências emocionais e intelectuais, não oramos corretamente.
Sexto, para o bem da Igreja. A aliança de Deus não é apenas com indivíduos, mas também com o seu povo, Sua Igreja. Nossa oração é dirigida a um Pai que é "nosso pai", e isso nos remete ao fato de que toda a família de Deus está sempre incluída em seus propósitos eternos. Mesmo nossas necessidades mais íntimas fazem parte dos propósitos de Deus para Seu Reino e Igreja. Da mesma forma que o Filho nada fazia de si mesmo ou para si mesmo, mas fazia tudo pelo e para o Pai, assim também nós nos unimos ao Pai pela mediação do Filho pra realizarmos aqui a missão a que o Filho nos comissionou. A oração de Jesus em João 17, bem como as orações de Paulo, mostram esta preocupação com a Igreja, seu bem-estar e crescimento em graça. "E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas mais excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o dia de Cristo, cheios de fruto de justiça, o qual é, mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus" (Fp 1.9-11). O propósito da oração nunca somos nós ou nossos interesses, mas sim Deus e Seus propósitos eternos".
Sétimo, em submissão e fé na vontade de Deus. O profeta Isaías fala da necessidade de convertermos nossos pensamentos e caminhos a Deus porque os caminhos de Deus não são os nossos, nem os Seus pensamentos os nossos. A oração é basicamente a conversão dos nossos pensamentos e caminhos, a renúncia deles para abraçar os que são de Deus. Não oramos para que Ele viabilize nosso caminho, mas para que sejamos convertidos ao Seu.
Ricardo Barbosa de Sousa

domingo, 13 de novembro de 2011

O Grande Objetivo do Diabo - John Owen

 Cegueira Espiritual, Citações, Graça, John Owen, Puritanos, Revelação, Salvação.

 Desde que começou a pregação do evangelho, o grande objetivo do maligno tem sido o de cegar os olhos das pessoas para que não possam ver a glória de Cristo.
 "Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus." (2 Co 4.3-4)
 Esta cegueira ou escuridão espiritual é curada naqueles que crêem pelo grande poder de Deus.
 "Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para a iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo." (2 Co 4.6)

Deus está em tudo que lhe acontece - John Flavel (1628-1691)


Compete a vocês acreditarem que Deus está em tudo aquilo que lhes acontece. Se Ele lhes dá bens, seria um grande mal vocês não perceberem Sua mão nisso. Se Ele envia provações, deveriam saber que essas não brotam da terra, mas sim da mão de Deus.
Como é grande o cuidado de Deus por Seu povo! Ele faz todas as coisas por vocês. Seu cuidado e ternura são tão grandes que Ele não tira os olhos de vocês (Jó 36:7). Para que ninguém os prejudique, Ele mesmo os guarda e protege de dia e de noite (Isaías 27:3). Vocês são preciosos demais para serem confiados a outrem. "Todos os seus santos estão na tua mão" (Deuteronômio 33:3).

sábado, 12 de novembro de 2011

Estou Interessado em Crescer? – J. I. Packer Nov12


Em 2Pedro 3.18, o crescimento na graça é apresentado não como uma opção, mas como uma necessidade; não como uma sugestão, mas como uma ordem. Pedro usa o verbo no imperativo: "Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo". Esta é a última ordem do apóstolo, escrita no último versículo de sua última carta, em um momento em que ele sabia que sua morte era iminente (2Pe 1.14). Assim, as suas últimas palavras carregam um peso e significado especiais. E como se Pedro estivesse nos dizendo: "Se vocês esquecerem tudo o que eu lhes disse, lembrem-se disto, pois é a coisa mais importante de tudo que lhes tenho dito". E assim, de fato, foi o que aconteceu, porque o pensamento que Pedro estava expressando ali era, na verdade, maior e mais rico do que já vimos.

De Ryle, que neste ponto estava seguindo os puritanos, temos até aqui emprestado a frase "crescimento na graça" para indicar "crescimento nas graças" (virtudes, facetas do caráter cristão). Embora isto seja certamente parte do entendimento de Pedro, há muito mais a ser dito a esse respeito.

Crescer na graça e no conhecimento de Cristo significa:

•        firmar o entendimento que uma pessoa possui de toda a doutrina da graça que vimos nos capítulos 2o e 3o;
•        aprofundar o relacionamento de fé de uma pessoa com Cristo, e por meio dele, com o Pai e o Espírito, pelo envolvimento da santa Trindade, consciente e diretamente, em sua vida; e

• tornar-se mais parecido com Cristo à medida que o Espírito nos assemelha Aquele a quem contemplamos, levando-nos a orar para que sejamos como ele, ajamos de forma a imitá-lo e manifestemos nossa transformação progressiva em direção à sua imagem moral.

Obedecer esta ordem em uma base constante (que é o que Pedro tem em mente; "crescei" no imperativo para indicar um crescimento contínuo) é uma questão de ser um cristão consciente, e de tentar ser, em todo o tempo, mais cristão, em cada área da vida. Portanto, o crescimento na graça é a verdadeira obra da nossa vida, uma imensa e infindável tarefa. Uma vez que é uma questão de ordem, o que temos a fazer é nos submeter à ela, e trabalhar para cumpri-la da melhor forma possível. Isto é o verdadeiro discipulado. É assim que mostramos ser cristãos. O crescimento na graça é, assim, uma prova de fogo para todos nós.

Muitos cristãos, no entanto, parecem não crescer na graça, nem se preocupar em crescer. Ao que parece, eles se contentam com a sua estagnação ou até recuo espiritual. Isto é trágico. Por quê? Existem várias razões possíveis. Talvez eles nunca tenham lido as palavras de Pedro, nem tenham ouvido que Deus requer que cresçam na graça. As pessoas não têm consciência de coisas das quais são ignorantes. Ou talvez eles estejam.com um pé atrás por medo de que um compromisso sério para crescer na graça traga uma perturbação e mudança maior em sua vida - e isto provavelmente aconteceria. W. H. Auden testificou sobre o efeito paralisante desse temor em sua indiferente frase: "Preferimos a ruína à transformação".

Ou talvez eles estejam seguindo a sugestão dos cristãos à sua volta, que também não se preocupam em crescer na graça. Talvez tenham concluído que não precisam se preocupar com isso, sem levar em conta o que a Bíblia diz. Ou talvez tenham perdido o seu primeiro amor por Cristo e pelas coisas divinas e têm, como disse Paulo a Demas, "amado o presente século" (2Tm 4.10). Mas, qualquer que seja a razão, seu descaso é desobediente, errado, irresponsável e indefensável. Todos os cristãos têm a obrigação de crescer na graça e no conhecimento de Cristo.

Ao iniciar sua carta, Pedro especificou, de um modo muito claro, os pontos do compromisso de crescer na graça. "Por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo" (2Pe 1.5-8). Observe como D, E e P (doutrina, experiência e prática) se encaixam aqui! Esta é uma fórmula que se aplica a tudo. Devo, portanto, encarar o fato de que este é o modo de vida para o qual sou chamado, e que entro em um estado impuro e doentio do coração no momento em que paro de esforçar-me, portanto, por crescer. E o que é verdade a meu respeito, é verdade a respeito de cada um de nós